Portal Federal reune software aberto e adesões

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Johnny
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Portal Federal reune software aberto e adesões

Mensagem por Johnny »

Portal federal reúne 36 softwares "públicos", um passo além dos chamados programas livres. Site criou rede de cooperação e assistência e está aberto a novas iniciativas. Usuários vão de igrejas a pequenas cidades do país

Carolina Vicentin

Publicação: 03/05/2010 07:33 Atualização: 03/05/2010 09:57

Imagine que você criou um programa de computador com um enorme potencial. Batalhou meses para desenvolver algo novo, que pode facilitar a vida de muita gente. Na hora de “colher os louros”, você decide colocar todo o seu trabalho na internet, aberto para quem quiser usar a sua técnica. Loucura? Para os idealizadores do portal do software público, não. O site — www.softwarepublico.gov.br — existe há três anos e reúne 36 iniciativas totalmente gratuitas, disponíveis a uma comunidade de, hoje, cerca de 70 mil pessoas. E engana-se quem pensa que as ferramentas atraem apenas órgãos de governo. Pequenas e grandes empresas privadas, igrejas e, até mesmo, a organização dos jogos Panamericanos do Rio de Janeiro de 2006 se interessaram pelos programas disponíveis.

Exemplo de sucesso: tomografias computadorizadas e ressonâncias em 3D - (Portal do Software Público/Divulgação)
Exemplo de sucesso: tomografias computadorizadas e ressonâncias em 3D
Isso porque o portal funciona no esquema da cooperação constante. Qualquer pessoa ou organização pode colocar seu software na página. Com o código aberto, outras pessoas e organizações fazem testes e promovem melhorias na ferramenta. Além disso, uma página paralela — mercadopublico.gov.br — reúne uma imensa lista de colaboradores, profissionais que se especializam em determinado software e oferecem serviços de instalação, manutenção, treinamento. “O grande diferencial dessa iniciativa é que ela criou uma rede de assistência. Depois de abrir o código, a gente percebeu o crescimento de empresas que se qualificaram para implantar o software em todas as regiões do Brasil”, comenta Márcio Sena, responsável pela comunidade do Configurador Automático e Coletor de Informações Computacionais (Cacic).

O Cacic foi o primeiro programa oferecido no portal. Técnicos da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) desenvolveram a ferramenta para atender a uma necessidade da instituição e das agências do INSS: fazer o inventário dos recursos de hardware e software disponíveis. Na época (2004), a licença de um software para fazer o mesmo levantamento custaria de R$ 2 milhões a R$ 4 milhões, conta Márcio Sena. Em 2005, o código do Cacic foi colocado na internet.

“Foi um sucesso enorme, empresas, organizações não governamentais baixaram o aplicativo. A gente percebeu que estava atendendo a uma demanda reprimida”, lembra o coordenador do portal do software público, Corinto Maffe. Ele explica que a ideia do projeto começou em 2004, quando a Secretaria de Logística e TI do Ministério do Planejamento percebeu a necessidade de oferecer uma solução de software livre que respeitasse a legislação brasileira. Surgiu, então, o conceito (1)de software público e a ideia de ampliar o acesso à rede a todos os interessados. A proposta deu tão certo que, agora, a equipe de Corinto está desenvolvendo um portal do software público internacional, com recursos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Paraguai, Peru, Venezuela, Cuba, Costa Rica e Chile já confirmaram interesse no projeto.

Parceria
Muitas das 36 soluções disponíveis no portal surgiram a partir da necessidade de prefeituras e estados. O i-Educar, por exemplo, foi desenvolvido pela prefeitura de Itajaí, em Santa Catarina, para melhorar a gestão escolar. Mas antes de oferecer a ferramenta na internet, o aplicativo passou por mudanças, feitas pela empresa Cobra Tecnologia (a mesma que faz a parte de TI do Banco do Brasil). “Todo o plano de negócios foi feito em cima do software livre. A gente ganha com o suporte e treinamentos para o pessoal que vai utilizá-lo”, diz o analista desenvolvedor da empresa Eriksen Costa.

O programa já está implantado em pelo menos cinco cidades brasileiras. Em Arapiraca, no interior de Alagoas, todas as 59 escolas e 21 creches da rede municipal trabalham com o i-Educar. A secretária de Educação do município, Ana Valéria de Oliveira, explica que a ferramenta facilitou a gestão dos colégios e melhorou o trabalho dos servidores no período de matrícula. “Começamos a usar este ano. É um sistema que permite fazer o controle de faltas, organizar a grade horária. Isso nos ajudou a evitar que um pai matriculasse o filho em mais de uma escola”, comenta Ana Valéria. “A meta agora é fazer essa tecnologia funcionar para o acompanhamento pedagógico de cada estudante”, completa.

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As inovações disponíveis no portal vão além da gestão. O software Invesalius, projetado pelo Centro de Tecnologia da Informação Renato Arche, do Ministério da Ciência e Tecnologia, é uma solução para a área médica, que pega imagens de tomografia computadorizada e ressonância e as transforma em 3D. “A pessoa pode analisar todo o tecido, a estrutura sanguínea. É a única solução livre do mundo com essa qualidade. Uma licença semelhante custa perto de US$ 300 mil”, ressalta o coordenador do portal do software livre, Corinto Meffe.

Até mesmo grandes empresas já atentaram para esse “mercado” potencial. A fabricante de processadores Intel criou uma nova função para o Cacic, que será instalada em hardwares voltados para a área de gestão. “É uma tecnologia que permite ao usuário o controle de informações por acesso remoto à máquina ou fazer o inventário com o computador desligado”, ressalta o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Intel em Brasília, Cristian Oliveira. A novidade já está disponível no site. Para testar, basta um clique.


1 - Diferenças sutis
O conceito de software público foi criado pelo governo brasileiro e não é a mesma coisa que software livre. O software público é entendido como um direito do cidadão e, por isso, exige do responsável uma série de responsabilidades. O programa é visto como um produto e o “dono” da ideia precisa estar atento à comunidade que o utiliza, promovendo fóruns e melhorias. Diferenças sutis.



Saiba como participar do portal do software público

O portal do software público (www.softwarepublico.gov.br) é uma comunidade de mais de 70 mil pessoas, que oferecem inovações e serviços. Para se cadastrar como colaborador, basta preencher a guia “Prestadores de Serviço”, disponível no menu esquerdo da página. Se a sua intenção é disponibilizar um software, é preciso cumprir algumas formalidades.

A coordenação do site pedirá que o software seja registrado como livre no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Embora a lei de direito autoral não faça essa exigência, os coordenadores do portal acreditam que isso dá mais segurança ao usuário. “Muitas vezes, o desenvolvedor da ferramenta libera o código e, tempos depois, volta atrás. Queremos evitar esse tipo de situação”, comenta o coordenador do portal, Corinto Meffe. Corinto também ressalta que o interessado deve se comprometer a fazer a "assistência" da sua comunidade de usuários. "É preciso estar atento às melhorias oferecidas à ferramenta, aos fóruns", diz.
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Fernando Silva
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Re: Portal Federal reune software aberto e adesões

Mensagem por Fernando Silva »

http://g1.globo.com/tecnologia-e-games/ ... rasil.html
Presidente da Microsoft critica banda larga e 'proteção' ao Linux no Brasil

Steve Ballmer deu palestra para estudantes universitários em São Paulo.
No país, executivo mostrou prévia da nova versão do Messenger.


“O presidente da Microsoft, Steve Ballmer, criticou nesta quarta-feira (28) a estrutura física da internet brasileira e a posição oficial do governo do país em estimular a adoção de software livre no lugar dos programas Windows e Office, criados pela companhia americana.

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(…) Sobre a preferência declarada do governo brasileiro a sistemas baseados em software livre, como o Linux, Ballmer disse que gostaria que o Estado adotasse uma posição neutra. “Respeitamos o desejo do governo brasileiro de apoiar a diversidade. Mas a política de apoio ao software livre não é exatamente a que eu gostaria. Preferiria uma posição de neutralidade”, disse.

Nas universidades, no entanto, Ballmer vê um caminho livre para estimular o uso do Windows e da plataforma Office. “Se você estuda para ser um programador, não vejo porque não aprenderia a programar para o sistema que é líder de mercado. E pelo menos 50% dos programadores do Brasil criam software para Windows”.”

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Johnny
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Re: Portal Federal reune software aberto e adesões

Mensagem por Johnny »

Eu até ia postar isso Fernando, mas acabei declinando. Que a Microsoft está investindo pesado em universidades, cedendo à universitários seu SO e pacotes de softwares todos (universitários) sabem. Resta saber se é apenas uma estratégia de marketing ou se, como o Ballmer disse "não vê porque não aprenderiam a programar para o sistema lider".

Esta briga vai longe. NEm sei mais se a Unicamp ainda é Linuxista rocha com era.
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Johnny
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Re: Portal Federal reune software aberto e adesões

Mensagem por Johnny »

Só lembrando:

“Saiu na revista Veja - edição 1956, 17 de maio de 2006: 'Opção de Lula pelo software livre atrasa o país: Ao insistir no software livre, o governo deixa de melhorar os serviços eletrônicos aos cidadãos e desperdiça dinheiro. Um critério para avaliar a eficiência da administração pública é o uso da informática para reduzir a burocracia estatal e facilitar a vida do cidadão. Quatro anos atrás, o Brasil pertencia à elite mundial nesse quesito, à frente do Japão. Brasileiros eram convidados para descrever em congressos internacionais a experiência nacional com as compras públicas pela internet, com a declaração on-line do imposto de renda e com o voto eletrônico. O governo Lula mudou radicalmente as prioridades nessa área. Em lugar de ampliar as experiências bem-sucedidas, passou a priorizar a implantação do software livre na administração federal. O resultado: o Brasil caiu dezenove posições no ranking das Nações Unidas que avalia o uso da informática pelos governos, ficando atrás do Chile e do México.” A nota foi enviada por Carlos Alberto Lopes (carberto·lopesΘbol·com·br), que acrescentou este link da fonte para maiores detalhes.

Na minha opinião, não foi tanto um ataque ao software livre em si, mas sim à forma como o governo federal (a única autoridade governamental mencionada nominalmente no texto é Rogério Santanna, da SLTI - Secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento) selecionou suas prioridades de uma forma que não dedicou recursos suficientes às áreas que já iam bem, nem alcançou resultado positivo suficiente nas áreas que escolheu tratar com maior atenção.

Naturalmente estou muito interessado na resposta que será dada (não deixem de me mandar o link, se virem antes de mim), e torço para que as discussões na comunidade não fiquem naquela de dizer "ah mas o político Y fez pior", ou "ah mas essa revista é um filhote da ditadura e tem acordos com a empresa X". Uma resposta clara a todos os pontos levantados, provando o quanto o governo de fato fez pelo Brasil com sua política de software livre e demonstrando todos os avanços reais nessa área seria a melhor reação, na minha opinião.

O link que o Carlos Alberto enviou é apenas para assinantes da revista, e vários leitores enviaram a transcrição completa da matéria. Agradeço a todos, e publico abaixo alguns trechos.



Segue transcrição parcial:


A oposição aos programas comerciais – leia-se aí a Microsoft, fabricante do sistema operacional Windows e a maior empresa mundial de software – é uma bandeira do PT. A posição está baseada, em parte, na desconfiança ideológica que o partido nutre em relação às grandes corporações capitalistas. 'Não podemos depender dos programas vendidos por uma ou outra empresa privada', explica Rogério Santanna, secretário do Comitê Executivo de Governo Eletrônico, subordinado ao Ministério do Planejamento.(...) Em teoria, é uma boa idéia usar e não pagar. Na prática, talvez seja um problemão, sobretudo se o uso se transformar em obrigação. 'Ao optar por um programa, é preciso pesar cuidadosamente os prós e os contras', diz Fernando Parra, presidente da DTS, empresa de São Paulo que desenvolve softwares e pre sta serviços de tecnologia. 'Não se podem tomar, com base em motivos ideológicos, decisões que deveriam ser técnicas.'

A migração para o software livre custou caro para os cofres públicos. O governo federal precisou contratar 2.000 técnicos em informática. Só os salários e os encargos trabalhistas desses programadores ultrapassam 56 milhões de reais por ano – o dobro do que o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, vinculado à Casa Civil, estima que o governo federal economizou com os programas que deixou de comprar em 2004. Nem sempre o software livre é pior que o comercial, mas sua adoção pelo governo brasileiro revelou-se ineficiente. (...)

O governo do Paraná envia mensagens para o celular de desempregados informando sobre vagas disponíveis. Em São Paulo, já é possível preencher o boletim de ocorrência policial pela internet e pedir segunda via do documento de identidade. O governo federal nem sequer conseguiu fazer o mesmo com a emissão de passaportes. Um dos principais atrasos refere-se à licitação on-line. O governo federal faz apenas 46% de suas compras públicas – de material de escritório a papel higiênico – pela internet, contra 80% do governo de São Paulo. Em uma licitação on-line, a União informa que bens deseja comprar, e fornecedores de todo o país e do exterior se engalfinham para ganhar a concorrência com o menor preço. O comprador sempre sai ganhando, porque o número de ofertas é muito maior, e a transparência no processo diminui os riscos de corrupção. Se o governo federal tivesse o mesmo padrão de compras on-line que o estado de São Paulo, teria economizado 3 bilhões de reais nos últimos três anos, segundo estudo da FF Pesquisa & Consultoria.

Em lugar de investir para oferecer serviços aos cidadãos e melhorar a eficiência da máquina burocrática, o governo Lula usou as conquistas eletrônicas da administração anterior em sua desastrada campanha para se tornar líder sul-americano. A conseqüência dessa política foi um banho de água fria nas aspirações comerciais de muitas empresas sediadas no Brasil que desenvolvem software e urnas eletrônicas. A Unisys e a Diebold Procomp, fabricantes de urnas eletrônicas de São Paulo, tinham planos de exportar a tecnologia para os países vizinhos. Em vez de emprestar algumas poucas urnas para fazer propaganda, o governo Lula decidiu bancar as eleições alhei as. Só para o Paraguai foram emprestadas 15.000 urnas para as eleições de 2005 e 2006. A empresa Vesta, de São Paulo, deixou de vender softwares de compras públicas on-line para a Bolívia porque Lula, em seu primeiro ano no poder, resolveu oferecer ao país, de graça, um programa com a mesma função. 'O governo federal não só reinventou a roda com o software livre à custa do contribuinte, como prejudicou a competição no mercado de tecnologia', diz Paula Santos, sócia da Vesta. É a política do software livre contra o livre mercado.
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Fernando Silva
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Re: Portal Federal reune software aberto e adesões

Mensagem por Fernando Silva »

O governo Lula mudou radicalmente as prioridades nessa área. Em lugar de ampliar as experiências bem-sucedidas, passou a priorizar a implantação do software livre na administração federal. O resultado: o Brasil caiu dezenove posições no ranking das Nações Unidas que avalia o uso da informática pelos governos, ficando atrás do Chile e do México.”

Dava para fazer os dois ao mesmo tempo, mas ele se concentrou em apenas um.
Ou apenas assinou um papel dando poderes a alguém para fazer algo que ele não entendeu direito o que era, mas disseram a ele que era bom.
E a parte que foi feita, foi mal feita, por interesse eleitoral e pessoal e não pelo bem do país.

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Johnny
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Re: Portal Federal reune software aberto e adesões

Mensagem por Johnny »

Fernando Silva escreveu:
O governo Lula mudou radicalmente as prioridades nessa área. Em lugar de ampliar as experiências bem-sucedidas, passou a priorizar a implantação do software livre na administração federal. O resultado: o Brasil caiu dezenove posições no ranking das Nações Unidas que avalia o uso da informática pelos governos, ficando atrás do Chile e do México.”

Dava para fazer os dois ao mesmo tempo, mas ele se concentrou em apenas um.
Ou apenas assinou um papel dando poderes a alguém para fazer algo que ele não entendeu direito o que era, mas disseram a ele que era bom.
E a parte que foi feita, foi mal feita, por interesse eleitoral e pessoal e não pelo bem do país.

É complicado Fernando. Se até entre especialistas é difícil encontrar pessoas que tenham bons olhos ao OS, imagine num meio governamental, onde os vícios e virtudes se misturam. Além do mais, acho pouco provavel que algum presidente leia e entenda tudo que assine. De certa forma não tiro sua razão. Mas que a MS pressiona, ah, pressiona viu!
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