UFMG desenvolve tecnologia para reaproveitamento de descarte

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UFMG desenvolve tecnologia para reaproveitamento de descarte

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Pesquisadores da UFMG desenvolvem tecnologia capaz de remover o óleo de mantas de polipropileno Além de ecologicamente correta, técnica é mais barata e permite a reutilização dos materiais

Marcionila Teixeira

Publicação: 12/05/2010 09:49
» Marina Rigueira

Belo Horizonte — Uma nova tecnologia de descontaminação de resíduos desenvolvida pelo Programa de Incentivo a Inovação (PII) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) pode ser a solução para limpar mantas de polipropileno usadas pela indústria química e petrolífera para absorver o óleo derramado em espaços industriais. A técnica foi desenvolvida pelo professor do Departamento de Química da instituição Rochel Monteiro Lago e pela pesquisadora Aline Almeida da Silva Oliveira.

Um dos responsáveis pelo projeto, Jamerson Gomes mostra a manta de polipropileno antes e depois da remoção da sujeira. Ele acredita que o uso dessa técnica vai evitar danos graves ao meio ambiente - (Marcelo Sant'Anna/EM/D.A Press )
Um dos responsáveis pelo projeto, Jamerson Gomes mostra a manta de polipropileno antes e depois da remoção da sujeira. Ele acredita que o uso dessa técnica vai evitar danos graves ao meio ambiente
Essas mantas são muito usadas em portos, que recebem navios com petróleo ou outros tipos de óleo combustível. Depois de os depósitos serem esvaziados, os petroleiros têm de ser limpos para receber novas cargas. O material é utilizado por possuir grande poder absorvente. O problema é que depois as mantas se tornam resíduos inflamáveis de alto risco, além de representarem um passivo ambiental perigoso.

De acordo com o professor Lago, depois de usadas, as mantas exigem um descarte criterioso, não podendo ser lançadas em lixos a céu aberto ou diretamente na natureza, pois possuem alto potencial de contaminação de rios, mares e lençóis freáticos. E, apesar de serem a melhor alternativa para a absorção do óleo, a maioria das empresas não tem orientação sobre como realizar o descarte adequado.

O destino mais comum para essas mantas no Brasil é a incineração ou o coprocessamento em cimenteiras, processos poluentes que liberam grande quantidade de gás carbônico e de outros gases tóxicos. O sistema não possibilita o reaproveitamento das mantas e tem alto custo, já que, para limpar 1t do produto são gastos cerca de R$ 1 mil.

Segundo Jamerson Peixoto de Matos Gomes, mestre pela UFMG e pesquisador vinculado è empresa Verti Ecotecnologia, a queima dessas mantas pode ser muito prejudicial à atmosfera. “Não há certeza de queima completa das mantas e, durante o processo, moléculas menores dos rejeitos podem ser espalhadas no ar”, explica.

Reutilização
Diante dessa realidade e desses destinos mais comuns, a tecnologia desenvolvida pela UFMG mostra-se muito benéfica, pois não gera rejeitos, não libera gás carbônico na atmosfera e tem um custo menor. Além disso, ela possibilita a reutilização das mantas e do óleo que é retirado delas no processo de limpeza, permitindo o tratamento adequado dos resíduos. “Para se livrar de uma tonelada de manta com a tecnologia que desenvolvemos, o custo é de aproximadamente R$ 500”, revela Lago.

Na tecnologia de extração dos pesquisadores da UFMG, o CO2 é submetido a temperatura e pressão acima de seu ponto crítico e se transforma no chamado fluido supercrítico (veja arte). Nessas condições, o fluido tem propriedades de líquido e gás, simultaneamente, o que aumenta o poder solvente do gás carbônico, que vai remover o rejeito oleoso. Esse processo retira todo o óleo da manta, sem deixar nenhum resíduo, e o corpo da manta fica intacto, não perdendo nenhuma propriedade física. Finalizado o processo, as mantas podem ser reutilizadas, o CO2 volta ao estado gasoso e também pode ser reaproveitado. Também, o óleo extraído pode ser direcionado para novo processo de refino. Todo o processo dura entre 30 minutos e uma hora, e o óleo, após novo refino, pode ser usado para diferentes aplicações, como servir de lubrificante.

Os pesquisadores já concluíram o protótipo laboratorial. Em março do ano passado, foi construída, em parceria com a Verti Ecotecnologias, uma planta piloto com capacidade para limpar aproximadamente 50kg de manta. De acordo com Lago, o estudo é de domínio público e só o equipamento de extração pode ser registrado. “A máquina, porém, ainda não foi patenteada”, diz.
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

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