sexta-feira, 2 de abril de 2010
Do Blog Cotidiano Ranzinza
A Religião e a estupidez dos Meninos da Vila
Eu sou ateu. Ponto.
Não tenho religião, não simpatizo e não tenho respeito por nenhuma. Principalmente por suas “leis” absurdas, fanatismo e a péssima mania que todas, sem exceção, têm em querer controlar a vida dos outros. Mas uma coisa que não sou é intolerante e, principalmente, burro. Respeito a fé de quem quer que seja e quando tenho que ir a qualquer “templo” para assistir qualquer “ritual” por um amigo ou pessoa de que goste, eu vou e respeito a fé alheia.
Escrevo isso, obviamente, por causa do episódio deprimente prestado por alguns jogadores evangélicos do Santos Futebol Clube que se recusaram ontem a entrar no Lar Mensageiros da Luz – uma casa que cuida de crianças com paralisia cerebral – para distribuir ovos de Páscoa para os internos por questões religiosas. Os crentes se recusaram a pisar num lugar de “orientação espírita” por causa de sua crença estúpida.
Para piorar a situação, os puros e evangélicos Robinho, Neymar, Paulo Henrique Ganso, André e Fábio Costa (esse sim, um verdadeiro exemplo de fiel religioso) resolveram ficar batucando um sambinha dentro do ônibus ao invés de prestar um pouco de solidariedade. Repito: A ação era simples. Distribuir ovos de Páscoa. Ninguém seria obrigado a assistir uma sessão espírita ou tomar um banho de descarrego. Era só entregar ovos de chocolate para CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL.
A atitude estúpida desses imbecis foi repudiada pelos repórteres que estavam no local e constrangeu o técnico Dorival Junior. O mentor por trás da bela ação boicotada pelos idiotas. A notícia obviamente não repercutiu bem e a imprensa esportiva, acertadamente, malhou os “Judas” antecipadamente.
No dia seguinte, o menino não tão menino Neymar fez mea culpa e admitiu o erro. O evangélico exemplar (que já dirigia seu carro antes de completar 18 anos, portanto sem habilitação) prometeu voltar a entidade para limpar a cagada (que nobre).
Mas o pior foi a grande estrela do time, Robinho. Que deixou o espírito cristão de lado e ainda se acha na razão de dizer : “Só ficamos sabendo quando chegamos ao local que se tratava de um ambiente espírita. Cada jogador tomou a atitude que achou conveniente, e acho que a religião de cada um precisa ser respeitada.”
O respeito que Robinho pede pela sua religião não é o mesmo que ele demonstrou pelo próprio Santos Futebol Clube, quando disse que “não tinha mais cabeça para jogar no Santos e queria ir para o Real Madrid”, rompendo unilateralmente o contrato com o clube que o revelou para assinar com o clube espanhol. Não é o mesmo que ele demonstrou quando utilizou do mesmo artifício para abandonar o clube merengue (sem deixar saudades, diga-se de passagem) para ir para o Chelsea, da Inglaterra, por causa do técnico Luiz Felipe Scolari.
Não, não me enganei não. Ele ia para o Chelsea, mas o Manchester City na última hora ofereceu uns dólares a mais e, aí sim seguindo a sua verdadeira religião, ele se transferiu para o time de coração dos irmãos Gallagher.
Depois de uma temporada deprimente, sem conseguir se firmar e destacar na Europa, ele voltou para o Santos para brilhar no meio do bando de cabeça de bagre que joga por aqui.
Demonstrando ser um evangélico exemplar, Robinho ainda se envolveu em um escândalo sexual na Inglaterra. Casado e com a esposa grávida do seu primeiro filho, o jogador deixou a sua religião e fé de lado para passar o rodo no Reino Unido.
Em uma de suas farras, o “craque” foi acusado de estuprar uma garota num bar londrino. Segundo a matéria da revista Veja, “Por Que Eles Não Crescem?”, escrita por Thaís Oyama e Fábio Portela e publicada no dia 4 de fevereiro de 2009, o caso na verdade era mentira. Não houve estupro. O jogador apenas “trocou carícias íntimas com a moça durante uma noitada. Ele garante enfaticamente que tudo foi consensual, mas resiste tanto a dar detalhes sobre a relação quanto a admitir publicamente a aventura para não expor ainda mais Vivian Juns Guglielmetti, que conheceu aos 13 anos e com quem tem um filho”. Nessa hora ele esqueceu que era evangélico.
Sobre a atitude infeliz desses evangélicos de merda, parece que o buraco é mais embaixo. Segundo Neymar, além da religião “outras coisas também” impediram a entrada dos jogadores. Como já rolou boato de que os direitos de imagens desses mercenários estão atrasados e como já estamos carecas de saber que a fé desses cretinos é somente a grana, já dá pra imaginar o que são essas “outras coisas”.
Se dentro de campo essa “molecada” do Santos encanta com o seu belo futebol, fora dele decepciona com essa furada gigantesca, que resultou num gol contra constrangedor para os seus torcedores. Vergonha desses porcos.
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