Europeus se alinham em crítica à repressão cubana

Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico. Combate ao fanatismo e ao fundamentalismo religioso.
Avatar do usuário
O ENCOSTO
Mensagens: 16434
Registrado em: 02 Nov 2005, 14:21
Localização: Ohio - Texas (USA)
Contato:

Europeus se alinham em crítica à repressão cubana

Mensagem por O ENCOSTO »

Europeus se alinham em crítica à repressão cubana


UE volta a denunciar prisão de dissidentes; Parlamento do bloco ameaça culpar regime por morte de Zapata


A Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e os governos da França e da Espanha dividiram-se ontem entre condenações explícitas a Cuba e a defesa veemente da libertação de dissidentes políticos cubanos. As manifestações políticas multiplicaram-se ontem na Europa com a continuidade da greve de fome do jornalista opositor Guillermo Fariñas, pela libertação de presos políticos cubanos doentes, cuja situação foi comparada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à de presidiários comuns.

A manifestação mais contundente em favor dos dissidentes foi feita pelo Parlamento Europeu. Reunidos em Estrasburgo, na França, deputados de todos os grupos políticos - de liberais a socialistas - condenaram a morte de Orlando Zapata, que em 23 de fevereiro não resistiu aos 85 dias de greve de fome. Hoje, uma resolução será votada no Parlamento definindo a morte de Zapata como "cruel e evitável" e questionando a responsabilidade da ditadura castrista na morte de dissidentes.

Outra instituição a expressar sua insatisfação com o governo cubano foi o Conselho Europeu, que reúne os chefes de Estado e de governo dos 27 países. Falando em nome da presidência rotativa do bloco, o secretário de Assuntos Europeus da Espanha, Diego López Garrido, afirmou que a Europa "seguirá lutando pela libertação de todos os presos políticos" de Cuba. Mas o bloco descartou por ora possibilidade de adotar sanções contra o regime, como as impostas entre 2003 e 2008, quando o governo cubano realizou uma série de prisões de opositores.

Ainda ontem, o governo da França pediu solenemente a libertação de Fariñas. "Nós estamos cada vez mais preocupados com o estado de saúde do dissidente cubano Guillermo Fariñas", afirmou Bernard Valero, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França.

Valero prosseguiu no apelo: "As autoridades cubanas devem liberar com urgência todos os prisioneiros políticos, em particular os que estão em estado de saúde seriamente degradado."

Organizações não-governamentais como a Anistia Internacional também voltaram a protestar contra o governo cubano.
O ENCOSTO


http://www.manualdochurrasco.com.br/
http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”

Avatar do usuário
Fernando Silva
Administrador
Mensagens: 20080
Registrado em: 25 Out 2005, 11:21
Gênero: Masculino
Localização: Rio de Janeiro, RJ
Contato:

Re: Europeus se alinham em crítica à repressão cubana

Mensagem por Fernando Silva »

Recebi por email:

Invasão do consulado brasileiro em Miami, em 26/02/10, pela resistência cubana:
http://www.youtube.com/watch?v=GlhlKKKX ... r_embedded
Cubanos ocupam o consulado do Brasil em Miami em protesto contra a
cumplicidade de Lula ao regime cubano na morte do operário negro Orlando
Zapata.
É uma vergonha a política exterior do Brasil. Veja o filme que as TVs do
Brasil não mostraram.


As TVs brasileiras foram proibidas de noticiar a invasão de nosso consulado em Miami por exilados cubanos irritados pelo compadrio de Lula com a ditadura de Fidel. E passamos meses tendo nossa casa invadida pelas imagens na TV do ridículo Zelaya dentro de nossa embaixada, com despesas pagas por nós...(*) Os eleitores do Lula e do PT devem estar estufados de orgulho... Caso alguém queira ver o que se passou no dia 26 de fevereiro no nosso consulado, é só acessar o youtube, enquanto a censura não vem. Aliás, aguardem, porque os projetos do PT são interessantes: além dos ditos “sem terra” terem liberdade para invadir fazendas – sem que os proprietários possam acionar a Justiça para reavê-las -, há projeto de “ fiscais” invadirem casas e empresas, sem mandado judicial, para “fiscalizar” sobre impostos devidos ( Gestapo !!!! ). Sem falar do projeto de “ direitos humanos”, com censura à mídia... CENSURA E CENSURA... Acessem, agora, o youtube.

(*) Por conta da fracassada bravata de “seu” Marco Aurélio “Top-top” Garcia, travestido, uma vez mais, de Chanceler de uma das Repúblicas Socialistas encubadas no Foro de São Paulo.

Avatar do usuário
marta
Mensagens: 9656
Registrado em: 23 Out 2005, 01:40
Localização: São Paulo-SP

Re: Europeus se alinham em crítica à repressão cubana

Mensagem por marta »

Não sei por que não aparece a imagem :emoticon39:

http://www.youtube.com/watch?v=GlhlKKKXj5Q
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.

Avatar do usuário
Fernando Silva
Administrador
Mensagens: 20080
Registrado em: 25 Out 2005, 11:21
Gênero: Masculino
Localização: Rio de Janeiro, RJ
Contato:

Re: Europeus se alinham em crítica à repressão cubana

Mensagem por Fernando Silva »

marta escreveu:Não sei por que não aparece a imagem :emoticon39:

http://www.youtube.com/watch?v=GlhlKKKXj5Q

Acabei de testar e funcionou.
O vídeo mostra um grupo de pessoas de 60 anos ou mais entrando no consulado e se sentando no chão enquanto um deles anuncia que é uma ocupação pacífica em protesto contra a atitude de Lula.

Avatar do usuário
Fernando Silva
Administrador
Mensagens: 20080
Registrado em: 25 Out 2005, 11:21
Gênero: Masculino
Localização: Rio de Janeiro, RJ
Contato:

Re: Europeus se alinham em crítica à repressão cubana

Mensagem por Fernando Silva »

"O Globo" 01/07/10
Gritos no silêncio cubano

MARIANA TIMÓTEO DA COSTA

Voltei recentemente de Cuba com um grupo de amigos, todos jornalistas que vivem em Caracas. Mais do que turismo pelas majestosas Havana e Viñales, no interior, nos interessou conversar com os cubanos, saber como vivem e o que pensam sobre a Revolução. Fomos a casas de famílias, a festas, a bares, restaurantes, levamos uma bola de futebol e jogamos com gente nas ruas. O que pudemos ver foi um povo pobre, mas distanciado da miséria. Grato por não morrer de fome, ter acesso ao serviço público de saúde, por poder estudar e viver num país em que a violência praticamente inexiste nas ruas — graças às rígidas políticas da Revolução, que ameaça com a prisão perpétua quem pratique um crime.

Musicais e sensuais, os cubanos adoram salsa e reggaeton e estão sempre sorrindo, mas, quando confiam nos interlocutores, fazem duras críticas ao modo como vivem.

Sonham com liberdade e oportunidades.

Impressiona a quantidade de gente que não faz nada o dia todo.

Não há trabalho — ou ele não vale a pena. Nas casas de Havana que antes deveriam ser lindas, mas quase todas hoje em ruínas, as pessoas passam o dia matando o tempo, sentadas nas varandas ou em mesinhas nas calçadas. Pedem tudo: de balas a artigos de higiene pessoal. Dinheiro não, porque pode dar cadeia.

Quando falam sobre sua situação, olham em volta para ver se não estão sendo vigiados por um integrante do Comitê de Defesa da Revolução (CDR) — fiscais que ganhariam, segundo eles, cerca de 1.000 cucs por mês, o equivalente a mais de US$ 1 mil. O salário mensal de quem não é do comitê, quando muito, é em torno de US$ 10.

Os cucs (moeda conversível) recebidos pelos cubanos dos turistas devem ser trocados em centros especializados pelo desvalorizado peso, a única moeda que podem usar. A diferença no tratamento recebido entre cubanos e estrangeiros é visível em sorveterias como a famosa Coppelia. Para os turistas que pagam em cucs, há sete opções de sabores de sorvete e não há filas. Nos locais que pagam em pesos, precisam esperar por até três horas para serem servidos. Para esses, só há dois sabores disponíveis: creme e chocolate.

Uma consequência da falta de empregos — aliada à avidez por moeda conversível — é a prostituição, que parece praticamente legalizada: 60 cucs por noite, na Casa de la Musica, uma das boates mais famosas da capital.

De Fidel Castro, e muito menos de Che Guevara, ninguém fala mal: são ícones, incontestáveis. Mas Raúl Castro está sob críticas duras. A sensação é de que o atual líder não cumpriu a abertura prometida, que a repressão aumentou e as oportunidades diminuíram.

Além disso, relatam, ele não possui o carisma e nem representa para eles a figura paterna do irmão, Fidel.

Os cubanos também não mostram nenhum afeto especial pelo venezuelano Hugo Chávez, que nos últimos anos vem salvando o regime cubano da bancarrota — fornecendo um fluxo de comércio anual de US$ 7 bilhões com Caracas e o envio diário de quase 100 mil barris de petróleo à ilha. Quase não falam de Chávez, muito menos o elogiam. Mais comum é ouvir que, se não fosse a ajuda dele, talvez a situação na ilha hoje fosse diferente.

Em Viñales, no interior, a exibição da novela “A favorita”, da Rede Globo, e os jogos da Copa do Mundo ganham dedicação completa. Muitos não têm TV em casa e se agrupam em bares e restaurantes para assistir. Com sorte e jeitinhos especiais, há quem consiga acesso a canais mexicanos, graças a parabólicas, e a séries de TV americanas, em DVDs piratas.

O gerente de uma fábrica de puros — os charutos cubanos — se diz sortudo de ter trabalho. Confessa depender das gorjetas que ganha dos turistas para viver melhor, apesar de trabalhar de domingo a domingo, das 6h às 22h: “Tudo pertence ao Estado, que fica com todo o lucro. Sou praticamente um escravo, ganho muito pouco.”

Após a visita à fábrica, a noite em Viñales era de festa. Uma das músicas que mais empolgavam era a belíssima “Hasta siempre comandante”, de Carlos Puebla, exaltação oficialista a Che Guevara. Mas, num canto do centro cultural, quando havia menos gente e longe dos fiscais, um grupo de cubanos mostrava, num arquivo MP3 de um celular, o que eles realmente gostam de ouvir: “Contrarrevolucionário”, música do grupo de rap Los Aldeanos, que lembra o brasileiro Racionais MC. A letra diz:

Sim, viva a Cuba livre.

É hora de falar claro.

Contrarrevolucionário, É o nome que me deram Por ver, ouvir e pensar E não ficar calado (...) Dizem que estou equivocado, Que minha luta é falsa, Mas o povo me escuta, Porque digo a verdade (...) É muito fácil fazer discursos de oito horas, E culpar o bloqueio.

Nação de erros, Que não descansam.

Ninguém tem esperança (...) Condição grave, Informação em estado crítico, Os jornais são programas humorísticos.

Roteiros ridículos (...), Uma mesa-redonda Que redunda sem sentido.

Povo envolto em dor, Não há saída (...) Medo, pressão (...) A esperança é a emigração (...) Não sou um problema, Sou o resultado de um experimento (...), E segue a perseguição.

Prometem me mandar preso (...) Seria um ato de traição (...) Mas mostro a realidade cubana, Em cada região, Minha posição é firme, Que se foda a repressão.

A verdade não é um crime, Seu perdão não me importa.

Cada canção, O grito de silêncio de uma nação.

Contrarrevolucionário (...)”


Para muitos cubanos, depois de mais de 50 anos de Revolução, essa música de uma banda semiclandestina parece ter mais a cara de Cuba na sua plena realidade.

Avatar do usuário
Apo
Mensagens: 25468
Registrado em: 27 Jul 2007, 00:00
Gênero: Feminino
Localização: Capital do Sul do Sul

Re: Europeus se alinham em crítica à repressão cubana

Mensagem por Apo »

Nas casas de Havana que antes deveriam ser lindas, mas quase todas hoje em ruínas, as pessoas passam o dia matando o tempo, sentadas nas varandas ou em mesinhas nas calçadas.


Para os esquerdistóides isto é o quadro de um IDH alto.

[esquerdinhas ON] Ruínas na Europa são consideradas como luxo e sinal de primeiro mundismo. Estas pessoas não estão matando tempo. Justamente porque o Estado cubano fornece a elas condições de vida plena e confortável, elas podem ter estes momentos de convivência dignos de um nababo. Só porque é em Cuba, vocês dizem que é atraso. A inveja dos capitalistas - e sua sede por extorquir trabalho humano 24 horas por dia - é notável! [ esquerdinhas OFF]
Imagem

Trancado