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O MORDOMO, MATADOR DOS OLIGARCAS RURAIS: JOSÉ SCÁRDUA!!! HOJE OS TUCANOS TEM O MORDOMO JOÃO DÓRIa junior!!!!
Como o Diabo gosta
Em matéria de mortes, ele só não superou o Coronel Bimbim (SÉCULO nº 21).
Mas, em compensação, no que tange a execuções, nenhum outro bamba do gatilho ganhou dele. Não era do seu estilo encomendar mortes, como fazia Bimbim.
(COMO EXPLICITO À FRENTE, VCS VERÃO MINHA LIGAÇÃO, COM BIMBIM, OUTRAS . QUE É SEGREDO DE FAMÍLIA, JAMAIS REVELAREI. GRIFO MEU CARLO.)
Ele mesmo costumava fazer o serviço. E suas mortes tinham sempre uma marca inconfundível: um certeiro tiro na cabeça.
Esse matador implacável, que aterrorizou o sertão capixaba por quase três décadas, do final de 40 e mais 50 e 60, atendia pelo nome de tenente José Scárdua. Se o Coronel Bimbim, com o qual se juntou em muitos episódios de violência, era o rei do crime, certamente o tenente poderia até ter sido o seu príncipe regente.
Imperou por muito tempo pelo temor que infundia. Ficaram visíveis na sua história os relevantes serviços prestados à aristocracia rural, ajudando-a, inclusive, a manter-se no poder por muitos anos através de governos do PSD.
Na região do rio Doce, principal cenário do crime no Espírito Santo, o governador Carlos Lindenberg, por exemplo, só ia lá na sua companhia.
Guilherme Ayres, companheiro político do governador Lindenberg e que em algumas ocasiões se fez até de seu motorista, presenciou uma dessas espetaculares execuções do tenente José Scárdua. Foi na cidade de Baixo Guandu, num dia bem chuvoso, levando o governador para inaugurar o prédio dos Correios e Telégrafos. Foram de jipe por causa da precariedade das estradas da época. Guilherme ao volante, o governador no banco do carona e o tenente José Scárdua no banco de trás.
O clima era tenso na cidade, estavam próximas as eleições. Quando o jipe se aproximou do prédio dos Correios e Telégrafos, o tenente ordenou ao Guilherme passar direto e fazer a chegada pela outra rua.
Voltando pelo sentido contrário da chegada, ele só viu quando o tenente empurrou um pouquinho o governador para a frente e atirou num moço que estava parado montando um cavalo, de chapéu e capa gaúcha (como são conhecidas ainda hoje no interior essas capas grossas).
O cavaleiro caiu de cima do animal, mas ao se estatelar no chão uma carabina rolou debaixo da capa. O tenente e o governador trocaram olhares cúmplices e discretos sorrisos. Era mais um que o tenente abatia com um tiro certeiro na cabeça. Em seguida, o governador pôde inaugurar o prédio dos Correios e Telégrafos com a maior segurança e tranqüilidade.
Mas não era só esse tipo de serviço que o tenente José Scárdua prestava a Carlos Lindenberg e ao seu PSD. Nas eleições ele era também um fator de votos.
Botou muito adversário do PSD para correr e mudou o rumo de muitos votos. Pesava mais do que muito chefe político do PSD. Era um período em que o grosso do eleitorado ainda se mantinha no interior. Na época, Vitória era apenas um aglomerado de funcionários públicos e empregados do comércio.
Concessões políticas, o tenente José Scárdua só fazia para o pessoal do Coronel Bimbim. Primeiro, porque era ajuizado o suficiente para não bater de frente com um homem que controlava a vida dos outros na região do rio Doce e norte do Estado.
E depois o tenente tinha o hábito de executar sozinho as suas vítimas. Face a essas e outras circunstâncias, os dois se uniram, a tal ponto que viraram, inclusive, compadres.
Em matéria de patentes, é bom logo explicar que enquanto Scárdua tinha a sua por causa da carreira militar (pertencia aos quadros da Polícia Militar do Estado), o Bimbim era coronel de patente dada pelo povo da roça, pelo mandonismo que exercia na sua região de influência.
E o tenente José Scárdua se fez seu parceiro e cobiçado pela aristocracia rural por conta de, ainda jovem, como soldado de polícia, haver abatido uns e outros com certeiros tiros. Depois, na perseguição a ladrões de cavalo, sua arma era a mais temida.
Pontarias à parte, a verdade é que essa relação entre Scárdua e Bimbim mudou o rumo político do Estado. Bimbim tinha no Espírito Santo, já que a sede dele era em Aymorés, MG, um sobrinho fazendo política contra o PSD, de Carlos Lindenberg: Sebastião Cypriano do Nascimento, o Totó, que foi deputado estadual pela UDN.
Apesar de o sobrinho do coronel Bimbim abusar algumas vezes do PSD em Afonso Cláudio, onde fazia política, o tenente José Scárdua não deixou que nada lhe acontecesse. Até a hora em que outros valentões, a serviço do seu principal inimigo de Afonso Cláudio, o ex-deputado Pedro Saleme, quiseram matá-lo. Ele evitou.
Debaixo da asa do tenente José Scárdua e do nome do tio, o Totó barbarizou o PSD em Afonso Cláudio, a ponto de botar o governador Carlos Lindenberg para correr num comício na sua terra. E Totó acabou influenciando na derrota que o PSD sofreu para a oposição no ano de 1954. Disputavam o governo Eurico de Aguiar Sales pelo PSD e Francisco Lacerda de Aguiar - o Chiquinho - pela oposição.
Nessa eleição, o tenente José Scárdua não se mexeu.
Ficou neutro. E o fato dessa sua neutralidade correr no interior, deu campo para que o Coronel Bimbim, que nunca morreu de amores pelo governador Carlos Lindenberg, agisse em favor do candidato de oposição
. A neutralidade de Scárdua nesse pleito, que veio a quebrar, inclusive, uma longa permanência do PSD no governo, atendeu a duas circunstâncias básicas: o interesse do Coronel Bimbim na derrota do PSD e o fato de estar disputando pelo PSD o governo uma figura que não via com bons olhos a relação do militar com o seu partido.
Aliás, vale ainda registrar: o tenente José Scárdua, que entrou na Polícia Militar como soldado raso, chegou a tenente em seguidas promoções nos governos do PSD.
Mas foi dentro desse mundo de Bimbim, Totó e PSD que o tenente José Scárdua virou uma lendária figura de terror para pequenos proprietários, especialmente os que tinham suas terras cobiçadas pelas elites rurais ou em conflitos, situações abso-lu---tamente comuns na questão territorial do Estado. Do ponto de vista das elites rurais, ele foi efetivamente o seu grande guardião e justiceiro.
O conflito de terra sempre existiu no Espírito Santo, um Estado de pequenas propriedades pela natureza de sua colonização, toda ela feita por oriundos europeus, acostumados a chamada propriedade força, onde só se emprega a mão-de-obra familiar.
A maior parte desses conflitos de terra ocorreu nas regiões da pecuária, diante da exigência da ampliação das propriedades.
Houve momentos nesta luta territorial em que foi necessário dar ao tenente José Scárdua credenciais oficiais para agir. Por mais de uma vez ele exerceu o cargo de delegado de polícia de Baixo Guandu. Neste posto ele foi implacável, pois matava às claras, como um caso ocorrido dentro do principal café da cidade, freqüentado por homens de negócios e políticos.
O tenente foi avisado de que estava chegando gente na cidade para matá-lo. Ele distribuiu seus soldados nos postos-chave de observação. Não demorou a chegar um estranho à cidade. E o pior: ele perguntava os lugares freqüentados pelo tenente Scárdua. O soldado chegou na delegacia com a notícia do estranho.
O tenente saiu com o soldado à cata do forasteiro. O soldado o viu sentado na mesa do bar tomando um cafezinho. O café na hora estava muito cheio.
O tenente disse então para o soldado.
"Eu vou entrar e vou ficar no fim do balcão de frente para as mesas. Você, quando entrar no bar, chama alto pelo meu nome". E assim procedeu o soldado: "Tenente José Scárdua!"
O cara levantou o rosto surpreso em direção ao soldado (em trajes na hora). O tenente sacou do seu revólver e acertou o centro da testa do sujeito, como sempre fez com a suas vítimas.
Mandou recolher o corpo e enterrar no cemitério na cova dos indigentes.
Nunca procurou saber de onde veio e que propósitos o trouxeram ao lugar, e se estava realmente ali para matá-lo.
Costumava dizer aos seus auxiliares nesses casos: "Pela dúvida, é preferível ele do que eu". E, assim como esse desconhecido, muitos outros foram mortos pelo seu famoso Shmith & Wesson , contramarca, cabo de madrepérola.
Morte terrível mesmo foi com o cara que atirou nele quando ele estava desarmado e preso no quartel central da Polícia Militar, em Maruípe.
O tenente pegou o sujeito depois e o trucidou, literalmente. Mas não vou contar agora essa barbaridade. Vou deixar para depois com receio de oS FORISTAS abandonarem essa história pelo meio.
É realmente pavorosa. E também porque esse episódio se encontra no contexto do racha do Sindicato do Crime, no qual vamos também entrar daqui a pouquinho mais.
Antes, vamos conhecer as alegações do tenente de só atirar na cabeça de suas vítimas. Dizia ele que, nessas condições, quando o tiro não matava, inutilizava de vez a vítima.
Só deixou de atirar na cabeça daqueles que o traíram ou quando o caso era de vingança.
Aí o tiro era na coluna para deixar a pessoa sofrendo numa cadeira de rodas. Há dois casos desses conhecidos: um detetive de polícia que o traiu e um ex-pracinha que espancou um afilhado dele numa sorveteria no centro de Vitória.
Ambos penaram anos a fio numa cadeira de rodas.
Outro ponto ainda necessário para registro, tratando-se de costume dele: detestava que olhassem dentro dos seus olhos. O pistoleiro do Coronel Bimbim, Aponino Gomes da Silva, que andou com ele dando segurança ao Totó, falou que quando a pessoa olhava dentro dos olhos do tenente "ele estranhava e arrepiava".
Mas tem sentido esse hábito na região em que vivia o tenente José Scárdua, pois, segundo o escritor Roberto Drumond, no seu livro O cheiro de Deus, que se passa lá, essa atitude é comum entre os habitantes:
"O Contestado - diz no seu livro Drumond - é onde ninguém olha nos olhos; lá, nem os amantes olham nos olhos, porque o olhar pode denunciar um segredo: um amor clandestino, um pecado, uma tocaia; então todos olham de banda, olham pro chão, desconfiados, e quem ousa desafiar a lei do Contestado é punido".
Aponino assegura que quem privava da relação com o tenente, como ele, não tinha realmente coragem de olhá-lo nos olhos. Aponino falou também da pontaria do tenente José Scárdua.
Ele era capaz de jogar um limão para cima e acertá-lo. Errar um tiro ele só errou mesmo o do Reginaldo Paiva.
Mas tem justificativa plausível. No exato momento do tiro o Reginaldo desceu da calçada para a rua. E o tiro, que tinha o endereço certo da sua cabeça, acabou furando apenas o chapéu dele.
Mas tratando-se do tenente José Scárdua, foi o seu único tiro perdido. Mas fatal, como também vão ver daqui a pouco. Por conta desse erro, inclusive, ele seria, mais tarde, também morto.
A morte dele ocorre depois de muitas mortes feitas em parceria com o próprio Reginaldo e o Coronel Bimbim. Depois de anos de impunidade juntos, um racha na organização os dividiu.
Realmente, o racha do chamado Sindicato do Crime estabelece entre eles uma guerra sem trégua, dessas que não há sequer lugar para a chamada piedade cristã.
O pior é que entre eles um conhecia a força do outro, daí ocorrer uma matança sem fim, iniciada na jagunçada e encerrada nas lideranças.
E ela começou no justo momento em que o principal cabeça da organização, o Coronel Bimbim,( MEU PADRINHO, GRIFO MEU, CARLO, E DE UMA OLIGAQUIA RURAL TAMBÉM.) descia à sepultura, em meados de 1964, no cemitério de Alto Capim, Aymorés (MG). O Sindicato do Crime cindiu-se em dois grupos: um sob a liderança do tenente José Scárdua e outro do fazendeiro Reginaldo Paiva.
NUNCA FUI UM UDENISTA E TÃO POUCO UM PSDBISTA, VÍ QUE SEM GETÚLIO, ( NO PRETÉRITO, JÁ QUE IDADE NÃO TINHA.), OU QUEM O REPRESENTASSE, FALO DE 1950, PARA CÁ, O BRASIL ESTARIA FADADO A SER UMA HACIENDA DOS USA, COMO A COLOMBIA O É!