Euzébio escreveu:Sempre disse que o Sagan puxou a sardinha para o lado do ceticismo exagerado, o que torna a leitura quase insuportável, pois se o crente cego é um extremista, o cético que a tudo nega também o é.
Tudo o que contraria o que sabemos sobre a natureza deve ser visto com desconfiança.
Se um dia a coisa ficar provada, então a atitude racional passa a ser aceitá-la como verdadeira.
Sim, é claro que idéias novas devem sempre ser analisadas. "Telepatia? Parece fazer sentido. Vamos ver se é verdade."
Se, depois de muitos testes, nada ficar comprovado, abandona-se a idéia.
O problema é que as pessoas costumam aceitar que uma coisa deve ser verdade só porque simpatizam com ela. Simpatia não significa nada. Só tem valor na fícção científica.
Eu gosto de Star Trek, por exemplo, mas não acredito naquilo. É só uma fantasia.
O cético não "nega tudo". O cético apenas não abre exceções. Ou está provado ou não está. Ou há motivos para se acreditar ou não há. Não é o caso de rejeitar
a priori, mas simplesmente de não acreditar
a priori e sim testar primeiro.
O mundo já é espantoso o bastante. Não é preciso inventar histórias fantásticas sobre continentes que afundaram no mar, discos voadores que nos visitaram no passado ou fenômenos paranormais, muito menos insistir em que é verdade mesmo depois de muitas pesquisas com resultados negativos.