Acauan escreveu:Aranha escreveu: - O cenário que levantei a partir de minhas observações não bate com o seu, você não deve ter avaliado todos os segmentos ou deixou que suas convicções pessoais contaminassem suas amostras.
Por que não bate?
No teu cenário as mulheres brasileiras fazem passeata aos milhares pedindo legalização do aborto, as organizações ditas de Direitos Humanos são populares junto ao povão ou os pais em geral acham que não tem problema nenhum ter um filho viado?
Se o teu cenário é este, lamento informá-lo que a peça respectiva está em cartaz no mundo da Lua.
- As mulheres que apóiam o aborto não fazem isso abertamente, a OAB tem credibilidade junto ao povão? - Eu não quero ter filho viado nem por isso sou contra o casamento gay, uma coisa não tem a ver com a outra.
Acauan escreveu:Aranha escreveu: - Não disse cultura e sim dogmatismo, nas questões apresentadas ou não são "aspectos mais rigorosos da disciplina doutrinária" ou não sofreram sincretismo e leniência.
Quem falou em cultura fui eu, uma vez que estamos tratando do povo brasileiro como um todo. Fatores universais de influência sobre a mentalidade nacional tem necessariamente status de cultura, o que não é o caso do evangelismo, principalmente considerando que o mesmo já dá sinais de estagnação e desintegração doutrinária, corrompido pela teologia da prosperidade.
- Pois citei um fator que não é cultural mas tem influência sim: - O dogmatismo religioso, mesmo o fenômeo evangêlico sendo recente e até decadente afeta uns 30% dos brasileiros, anti-abortismo, anti-feminismo e anti-viadismo são comuns a 99% das seitas.
Acauan escreveu:Aranha escreveu:
- Não nego nada do que você escreveu acima, mas o povo brasileiro crê que a pobreza gera criminalidade e não aceita que bandidos sejam mal-tratados pelo estado, veja o que acontece quando a polícia espanca um vagabundo em público, eu mesmo já fui esculachado porque tentei segurar um pivete até a polícia chegar, só foi o pestinha começar a choramingar prá todo mundo começar a dizer que o coitadinho fazia aquilo porque vinha de um lar desfeito, que passava fome, que eu era um bruto etc.
Presumo que você já rolou a ladeira e caiu na vala comum da propaganda esquerdista que descreve conservadores como sádicos que se masturbam assistindo violações de direitos humanos ou que ignoram que a miséria traz conseqüências sociais funestas.
- Presumiu errado, mas não negue que esses malucos existem.
Acauan escreveu:
O bom senso manda lembrar que o problema é uma questão do grau e foco com que as influências sociais são consideradas. Se ninguém minimamente razoável prega que a favela e os condomínios de luxo tenham igual probabilidade de produzir criminosos violentos, sobra a diferença de que alguns irão propor que as mazelas sociais reduzam a responsabilidade do criminoso, enquanto outros preferirão defender que as vítimas – no mais das vezes também pessoas pobres – devem ter prioridade na consideração do problema.
- Acho que a visão do povo é a visão daqueles que ele elege, talvez um certo sentimento de culpa por produzir esses monstros, já ouvi falar que nossa legislação penal foi escrita com base na visão dos preso políticos que, obviamente, tinham trauma da prisão injusta, quando ouço juízes, advogados e assistentes sociais falando vejo que eles tratam as salvaguardas penais com naturalidade, acreditam com sinceridade que coisas com saidões e progressão de pena são justas e tem que existir, a verdade é que vejo pessoas fazendo passeata contra violência no calor dos acontecimentos mas na hora de votar os políticos com plataforma de endurecimento com os bandidos ficam a ver navios.
Acauan escreveu:
E se ao invés de pivete você tivesse segurado um estuprador em meio a uma multidão, talvez só sobrasse pedaços dele prá entregar à polícia. Exemplos isolados podem ser usados para justificar qualquer coisa.
- De fato, mas como você sabiamente ponderou acima "é uma questão do grau e foco".
Acauan escreveu:Aranha escreveu:
- Esse estereótipo machista e homofóbico vem mudando ao longo dos anos, talvez você não tenha notado, mas já não há tanta rejeição a esses temas, já se elege deputados bichas, prefeitos bichas, uma bicha ganhou o BBB e ainda virou deputado, uma mulher foi eleita presidente, o viadismo e o feminismo crescem conforme o apoio que vão ganhando e crescem muito, isso que assusta a direita e por isso gera tanta gritaria.
Gaviões raramente deixam de notar o que quer que seja.
Me diga agora quantos viados assumidos e com agenda política de defesa do viadismo foram eleitos.
Não precisa, eu respondo: nenhum.
O único viadista no congresso, o deputado Jean Wyllys, não obteve votos suficientes para assumir o cargo, ao qual chegou por meio de suplência.
Diga-se que nada tenho contra o deputado Jean Wyllys e acho democraticamente saudável que todos os segmentos sociais sejam proporcionalmente representados no congresso, mas citar esta estrela solitária entre as centenas de parlamentares como prova de que o viadismo seja uma causa popular é papo furado.
Já quanto aos políticos supostamente gays que são eleitos, mas que não fazem disto bandeira de campanha, que valha o bom senso de que a vida pessoal dele é problema dele. Eu não voto em ninguém porque ele come muito bem sua digníssima esposa e nem deixaria de votar em um candidato honesto, competente e com boas propostas, sobre o qual circulasse boatos de que saberia bem como dar o rabo, desde que comer a esposa ou dar o rabo não me fossem apresentados como motivo para votar nele.
- Marta Suplício é um exemplo de deputada eleita com agenda viadística e feminística e se o povo reconhece que uma bicha louca como o Clodovil pode ser deputado deve reconhecer que ele pode ser pai de família e boa esposa também.
Abraços,