user f.k.a. Cabeção escreveu:Só reintero minha posição: acabar com as universidades públicas é dar vez a um preconceito puramente classista, onde uma elite rica teria acesso aos melhores institutos de educação e os que buscam ascender teriam de se desdobrar para pagar seus estudos nas melhores faculdades ou se limitarem a instituos de menor qualidade física e/ou intelectual.
O que já ocorre, quer você queira, quer não. A diferença é que hoje os alunos dessa tal elite recebem essa educação às custas de toda a população, quando poderiam pagar diretamente, ou então o contribuinte banca cotistas despraparados, o que é igualmente estúpido.
Um sistema de mercado não seria um mecanismo de segregação, seu argumento é absurdo. Se for assim, argumente que o sistema de mercado segrega pobres de se alimentarem, o que exige uma "ação afirmativa" no sentido de fornecer rações de 1800 Kcal a pobres, negros e estudantes de escolas públicas e integrantes do MST. Isso já foi tentado antes, muitas vezes e nunca obteve sucesso. Nunca.
O problema é que muitas carreiras que requerem ensino superior não são bem remuneradas. Ex: professor de escola pública. Se o ensino superior for privatizado as pessoas verão a educação apenas como investimento, e careceremos de proficionais destas categorias.
Basta ver que é raro faculdades e universidades particulares oferecerem cursos como Física, Matemática, Filosofia etc. Mas tão cheio de Turismo, Comércio Exterior, Relações Públicas...
Se não houver uma boa remuneração, cursar faculdade não será um bom investimento e haverá carência de profissionais. Quem vai querer pagar mensalidade para cursar licenciatura em matemática, se o ensino médio público paga um salário de fome aos professores?
Há também o problema da legislação que favorece os alunos inadimplentes. Minha mãe dá aula na PUC e fala que a universidade está com um prejuízo tremendo e uma grande porcentagem dos alunos não pagam mensalidade.
Por isso eu acho que a discussão da privatização das universidades públicas é prematura. Quem sabe daqui uns 30 anos ela proceda (chutando baixo). Até lá, o mais importante é melhorar o ensino fundamental é médio público, que tem deixado os alunos semi-analfabetos, analfabetos funcionais, misólogos ou despreparados. Deve-se:
- Aumentar significativamente o investimento em educação.
- Remunerar melhor os professores.
- Baixar o imposto sobre livros didático, e se for o caso, até subsidiá-los.
- Melhorar o projeto pedagógico.
etc.