A palhaçada das cotas para negros e pardos...

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Leo
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Re: Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Mensagem por Leo »

Liquid Snake escreveu:Estou com o livro aqui em mãos, garoto. Mentira tem perna curta, da próxima vez pense na possibilidade de seus blefes serem descobertos por algum jogador hábil.

Agora, vai me responder ou vai fugir? Escolha logo, deixe as provocações e intriguinhas aborrescentes de lado, de uma vez. Não tenho tempo para isso, como certas pessoas aqui.


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Samael
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Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Mensagem por Samael »

Bela foto tirada durante o Encontro Carioca. :emoticon13:

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Najma
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Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Mensagem por Najma »

Belo livro... bela citação... :emoticon1:
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Dante, the Wicked
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Mensagem por Dante, the Wicked »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Só reintero minha posição: acabar com as universidades públicas é dar vez a um preconceito puramente classista, onde uma elite rica teria acesso aos melhores institutos de educação e os que buscam ascender teriam de se desdobrar para pagar seus estudos nas melhores faculdades ou se limitarem a instituos de menor qualidade física e/ou intelectual.


O que já ocorre, quer você queira, quer não. A diferença é que hoje os alunos dessa tal elite recebem essa educação às custas de toda a população, quando poderiam pagar diretamente, ou então o contribuinte banca cotistas despraparados, o que é igualmente estúpido.

Um sistema de mercado não seria um mecanismo de segregação, seu argumento é absurdo. Se for assim, argumente que o sistema de mercado segrega pobres de se alimentarem, o que exige uma "ação afirmativa" no sentido de fornecer rações de 1800 Kcal a pobres, negros e estudantes de escolas públicas e integrantes do MST. Isso já foi tentado antes, muitas vezes e nunca obteve sucesso. Nunca.



O problema é que muitas carreiras que requerem ensino superior não são bem remuneradas. Ex: professor de escola pública. Se o ensino superior for privatizado as pessoas verão a educação apenas como investimento, e careceremos de proficionais destas categorias.
Basta ver que é raro faculdades e universidades particulares oferecerem cursos como Física, Matemática, Filosofia etc. Mas tão cheio de Turismo, Comércio Exterior, Relações Públicas...

Se não houver uma boa remuneração, cursar faculdade não será um bom investimento e haverá carência de profissionais. Quem vai querer pagar mensalidade para cursar licenciatura em matemática, se o ensino médio público paga um salário de fome aos professores?

Há também o problema da legislação que favorece os alunos inadimplentes. Minha mãe dá aula na PUC e fala que a universidade está com um prejuízo tremendo e uma grande porcentagem dos alunos não pagam mensalidade.

Por isso eu acho que a discussão da privatização das universidades públicas é prematura. Quem sabe daqui uns 30 anos ela proceda (chutando baixo). Até lá, o mais importante é melhorar o ensino fundamental é médio público, que tem deixado os alunos semi-analfabetos, analfabetos funcionais, misólogos ou despreparados. Deve-se:

- Aumentar significativamente o investimento em educação.
- Remunerar melhor os professores.
- Baixar o imposto sobre livros didático, e se for o caso, até subsidiá-los.
- Melhorar o projeto pedagógico.
etc.
Editado pela última vez por Dante, the Wicked em 12 Fev 2006, 00:06, em um total de 1 vez.
Visite minha página http://filomatia.net. Tratando de lógica, filosofia, matemática etc.

Visite o Wikilivros. Aprenda mais sobre Lógica.
Assista meu canal do youtube. Veja meu currículo lattes.

Leo
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Mensagem por Leo »

Show de bola, Dante. Só não concordo com a parte dos 'profiCionais'. :emoticon1:

Dante, the Wicked
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Mensagem por Dante, the Wicked »

Leo Vieira escreveu:Show de bola, Dante. Só não concordo com a parte dos 'profiCionais'. :emoticon1:


Ai que vergonha!
Visite minha página http://filomatia.net. Tratando de lógica, filosofia, matemática etc.

Visite o Wikilivros. Aprenda mais sobre Lógica.
Assista meu canal do youtube. Veja meu currículo lattes.

Leo
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Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Mensagem por Leo »

:emoticon109: :emoticon109: :emoticon109:

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rapha...
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Mensagem por rapha... »

Dante, the Wicked escreveu:
Leo Vieira escreveu:Show de bola, Dante. Só não concordo com a parte dos 'profiCionais'. :emoticon1:


Ai que vergonha!


Pode editar sua mensagem, Dante.

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user f.k.a. Cabeção
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Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Samael escreveu: O mercado é sempre favorável a quem tem mais capital a se investir no próprio.

Uma visão simplista de mercado, Samael. Muitas estratégias de mercado tem como público alvo as classes mais pobres, inclusive ramos lucrativos, como o setor dos supermercados, têm a maior parte do seu lucro obtido na venda de produtos destinados aos segmentos C e D da sociedade.

O mercado é favorável a quem reúne os incentivos para que as transações ocorram. Às vezes é melhor focar em segmentos que exibem pouca exigência, ou que apresentam alto consumo de determinados insumos baratos, ou que tenham uma demanda enorme, do que focar em pequenos nichos endinheirados.

Pense nisso. Olhe ao seu redor e pense se tudo no mercado gira em torno do consumo de ricaços. Perceberá o ledo engano que desse pensamento.

É óbvio que você pode argumentar: mas aquele pobretão não deve ter direito apenas a cursar assistência social, pedagogia ou contabilidade. Ele deve poder cursar direito, odontologia e todos os cursos caros. Poder ele continua podendo, mas ou ele tem de mostrar talento para conseguir uma bolsa ou algum tipo de financiamento, onde o aluno toma como empréstimo o dinheiro da sua universidade, para pagar, a juros baixos, quando estiver formado. Pode também arrumar um emprego, ou algo que lhe dê condições para arcar com os custos.

Possibilidades existem, sem que o mercado se prejudique e sem a existência de estruturas onerosas como as Universidades Estatais de hoje.


Universidades privadas visariam o lucro, obviamente, e isto faria com que seu ensino, independente de qualidade, visasse sempre o mercado de trabalho. Vários cursos que não tem tanto espaço no mercado seriam afetados diretamente. Matérias optativas que não tiverem um peso, senão o da sua posterior venda no mercado, não serão oferecidas.

Outro erro seu Samael.

O fato das universidades privadas buscarem o lucro não é necessariamente o fator de seus cursos enfatizarem o mercado de trabalho. Está errando as correlações.

As universidades privadas buscam o mercado de estudantes, não o mercado de trabalho. Oferecerão cursos de acordo com a procura desses alunos.

Se hoje, elas não oferecem cursos como astronomia ou geofísica, não é porque o mercado não tem interesse nesses profissionais, mas porque os estudantes que procuram esses cursos conseguem entrar facilmente para universidades públicas, ou seja, o déficit aqui é na demanda de estudantes, não na procura do mercado de trabalho.

Num sistema prioritariamente privado de ensino superior, não haveria cursos estatais de astronomia e geofísica, e os alunos que os procurariam buscariam as universidades privadas, que aí sim teriam uma justificativa para o investimento necessário que as possibilitaria ofertar tais cursos.

É por isso que ainda vemos cursos de medicina e direito nas universidades privadas. Não é porque o mercado admite todos os formandos de direito ou medicina, mas é porque a procura de estudantes para esses cursos é bem maior do que a oferta de vagas, o que torna interessante para as universidades privadas ofertarem os mesmos.


Um sistema deste tipo não seria propício à formação de qualquer sistema ideológico senão o mercadológico, onde o saber tem de gerar lucro. E, como bem sabes, eu discordo dessa ideologia.

O mercado representaria as demandas e interesses da sociedade.

Mas também não podemos negligenciar as demandas e interesses da própria instituição que é a universidade privada. Para ela é interessante oferecer cursos de elite, e atrair alunos excelentes que produzam conhecimento científico que eleve o nome da instituição, junto da qualidade das novas parcerias com empresas patrocinadoras de pesquisa e o aumento das mensalidades subseqüente ao aumento da qualidade de ensino e da demanda por ele, conforme a lei mais básica de mercado.

Muitas vezes, um acelerador de partículas ultra-sofisticado pode não produzir tecnologia aplicável capaz de ser aproveitada instantaneamente pelo mercado, mas o parque-tecnológico que se desenvolve nos arredores com a finalidade inicial de servir ao acelerador é extremamente fértil para aplicações novas. O teflon foi inventado assim.

E nesse tipo de proposta de pesquisa, até a parceria do Estado é bem-vinda. Muitos centros tecnológicos de vanguarda tem participação estatal no exterior, o que não impede de serem coordenados e patrocinados por instituições privadas que visam lucro.

Existe um estigma na mente esquerdista, o estigma do lucro. Tendem a associar qualquer coisa voltada para o lucro como algo de natureza vil. Talvez Marx induza a esse raciocínio, com aquele papo de mais-valia, de luta de classes, e por isso vêem empresários que buscam lucro como cruéis, e o lucro como raiz de todo o mal da sociedade.

Nada pode estar mais errado. A busca pelo lucro, o espírito do capitalismo, é a mola propulsora da sociedade, desde que os primeiros seres humanos realizaram as primeiras trocas voluntárias, talvez na idade da pedra, ou até antes. Buscar a eficiência, o aumento de produtividade, o trabalho duro, o melhor negócio, o crescimento, não pode ser algo de natureza maligna, a menos que estejamos sob efeito de uma ética muito distorcida.


Fora isso, você sabe bem que na prática, os impostos não seriam reduzidos em nada.

Quando cortamos do orçamento estruturas que oneram bilhões dos cofres públicos por ano, é esperável que esse dinheiro não precise mais ser coletado.

Alegar que a corrupção e as distorções políticas fariam com que tal mudança não surtisse efeito não é argumento contrário à privatização, mas sim a favor de um combate a corrupção e ao desperdício.

Mesmo que esse dinheiro poupado não viesse a ser usado para cortar impostos, mas que fosse destinado a pagar a dívida pública, já seria um fim muito melhor. Ou que melhorassem consideravelmente o ensino público de base. Não adianta é ficar morando nessa ilha da fantasia onde a universidade estatal é um meio de inclusão social, sendo que a maioria dos desvalidos a serem ajudados não está em condições mínimas de cursá-las, e as próprias universidades estão caindo aos pedaços e freqüentemente em greve, e sofrendo dos demais sintomas do funcionalismo público brasileiro, e não ver que na verdade os únicos que chegam a se formar nos cursos de elite são a mesma elite que poderia bancá-los num sistema privado racional.


Não estou discutindo funcionalidade, pois eu sei que o sistema privado que você propõe é muito mais funcional, mas, para mim, não seria meritocrático e, acima de tudo, não teria uma boa qualidade.

O capitalismo tem por sua natureza ser meritocrático.

Universidades privadas no exterior disputam a tapa os alunos mais destacados, além de exigir bastante mesmo daqueles que pagam a anuidade integralmente, teoricamente os riquinhos menos talentosos (uma visão um tanto distorcida, é verdade). Elas têm uma reputação a zelar, e não se vêem como fábrica de diplomados ineptos, mas como centros de pesquisa e produção intelectual, em primeiro lugar, e como faculdades de graduação por excelência.

Existiria, obviamente, um segundo time de universidades, com preços e qualidade menores, mas ainda sim com muito mais recursos do que o que vemos no sistema estatal brasileiro, de forma muito mais funcional.

O Estado ainda poderia intervir, com programas de bolsas meritocráticas para alunos pobres que mostrassem um desempenho considerável, e é óbvio, usando todo o investimento estatal em educação para formar as bases, e não pegar despreparados e querer transformá-los em médicos, juízes e engenheiros num passe de mágica.


Bem ou mal as Universidades Públicas realizam uma seleção mais rigorosa por meio do vestibular. A meu ver, é muito mais lucrativo criar esses cursos caça-níquel como faz a Estácio (bacharelado em Direito em 3 anos, entra qualquer um, passa de qualquer forma) do que arcar com os pesados custos de cursos de qualidade (a PUC carioca está quase falida em vários setores...)

Hoje, se eu fosse abrir uma universidade privada para competir nesse mercado, minha linha de pensamento seria mais ou menos essa que você apresenta.

Mas novamente você é falacioso, pois considera que a situação se manteria se o sistema fosse completamente privado, o que não se verifica, dada a imensa oferta de vagas no ensino estatal, mais do que suficientes para absorver toda a demanda de bons alunos.

Porque uma instituição não é composta apenas de tutores preparados e cursos cheios de recursos técnicos. O corpo discente é o item mais representativo na qualidade de um curso, e quando falamos em termos de universidade, temos de concordar que muitos chegam a ela irremediavelmente estúpidos. Até mesmo nas estatais.

Já num sistema completamente privatizado, o mercado de universidades deveria se ocupar de todos os nichos, tanto dos alunos bons quanto dos maus, e não só dos maus, como é hoje.

Logo, afirmar que todas as universidades se tornariam Estácio é estabelecer um declive escorregadio. É ignorar a completa transformação por qual o mercado universitário passaria, além de ignorar a eventual melhora do ensino de base sem universidades estatais sugando vorazmente todo orçamento da educação com baixíssimo aproveitamento.


Para mim, o investimento maciço em educação pública de todos os níveis ainda é a solução mais justa e com melhores resultados.

Além de pouco eficiente, é uma postura pouco sóbria. Não existe dinheiro para esse investimento. Talvez na França, mas aqui não. Quando o orçamento aperta, temos de cortar os itens supérfluos e aquilo que nos dá mais prejuízo. No caso da universidade estatal, ela preenche os dois requisitos.

Concordo com a necessidade de um investimento em educação de base. Hoje, existe uma recorrência no erro que consiste na crença de que um semi-analfabeto pode se transformar num médico em 5 anos. Enquanto erros primários como esse não forem corrigidos, e posturas mais realistas e voltadas para exemplos de sucesso não forem adotadas, continuará a eterna discussão, de que a educação precisa de mais investimentos para o país crescer, e o país precisa crescer para poder investir mais em educação do que já investe (não se engane, é bastante).


Vitor, que cultura de mercado plenamente desenvolvida é essa? Mesmo nos países de primeiro mundo as grandes corporações dominam. Como eu já disse, o mercado é plenamente manipulável. Seja pelo sistema de cartelização, seja pelo próprio marketing.

Na maioria dos países, a cartelização é uma ação criminosa.

Mas mesmo assim, uma economia totalmente liberal permite que novos players surjam para competir com cartéis que coloquem preços muito mais altos que os de um mercado competitivo, além do que nas economias liberais tem-se a competição com o mercado externo também.

Você diz totalmente controlável, logo, posso presumir que você partilha do gosto do Euzébio por teorias conspiratórias. O mercado é realmente controlável quando poucos players possuem controle quase total sobre determinados insumos, como no caso do petróleo, onde existe um truste internacional que regula o preço dos barris. Mas mesmo assim existe espaço para a negociação, com grandes países consumidores tendo reservas próprias com as quais podem ter margem de negociação, podendo deixar de importar sempre que forem ameaçados por preços abusivos.

De resto, é muito difícil observar um truste internacional que opere de forma a controlar completamente o mercado, e mesmo monopólios são estruturas instáveis em economias liberais. Monopólios, quando não são apoiados por forças desproporcionais, como no caso do Estado, só se sustentam, em situações onde o consumidor é livre e o mercado é aberto, quando oferecem um produto tão bom e um preço tão justo que todos os seus possíveis competidores não apresentam condições de oferecer nada melhor, a não ser tomando prejuízo. Nesse caso, o monopólio deixa de ser algo monstruoso, pois está servindo a livre concorrência, de forma implícita, pois o objetivo da livre concorrência é justamente oferecer o melhor produto ou serviço pelo melhor preço ao consumidor.

Quanto ao marketing, só sendo muito paranóico ou muito ingênuo para acreditar que este seja uma forma de manipular o mercado. Talvez esse seja o objetivo final do marketing, mas dentro da competição de uma economia livre, ele não passa de um criador de incentivos a fim de tornar a empresa competitiva e fazê-la crescer, e não inserir mensagens subliminares que alteram a personalidade das pessoas, tornando-as escravas do consumismo. O marketing apresenta produtos, mas a decisão de comprá-los é das pessoas. Assim como o marketing ideológico vende idéias e doutrinas, só que nesse caso, muitas vezes, não se vê o marketing da contra-parte, habilmente suprimido por quem deseja imputar ideologias normalmente nefastas sem ser importunado pelas refutações. Assim como a liberdade de mercado, a liberdade de expressão é a ferramenta que garante a livre competição de marketings ideológicos dos mais diferentes. É devido a essa liberdade que podemos discutir nossos pontos de vista, embora eu sustente uma posição que permite esse debate, enquanto a sua, caso aplicada, o suprimiria com violência (mesmo que essa não seja a sua intenção).


E há decréscimo sim: tente comprar uma lava-roupas atualmente. Não sei se isto ocorre também no exterior, mas todas no mercado brasileiro, sem exceção, são muito mais descartáveis.

Ao meu ver, lava-roupas hoje em dia apresentam mais funções, maior carga, mais modelos à disposição, além de estarem presentes em boa parte dos domicílios, incluindo os pobres, o que não se verificava na época que você remete.

Posso estar enganado, pois não tenho informações sobre o mercado de máquinas de lavar, mas é o que me parece.


Quanto ao Honda, sim, é descartável, meu tio comprou um "Civic" no ano passado. Felizmente, ele tem condição de trocar de carro quase que anualmente, mas isto não impediu de já ter tido três problemas com relação a peças desde a compra até agora. E, obviamente, só pôde trocá-las em autorizadas. Problemas esses que, diga-se de passagem, ele nunca teve com seus fuscas antigamente...

Não vou afirmar que seu tio seja ruim de roda, mas minha mãe, que apesar de dirigir bastante, é uma motorista bastante limitada, também comprou um Honda Fit na mesma época que o seu tio, e até agora o carro está muito bom, tanto ela quanto eu temos a mesma opinião. Não apresentou nenhum problema na mecânica, tem boa potência, um consumo bastante razoável para o desempenho, confortável. E ao que parece, muitos donos partilham dessa opinião sobre seus carros Honda Fit.

Se a lógica do sistema é o lucro, a rápida descartabilidade, seja por meio de propaganda, seja por meio de menor qualidade faz-se essencial.

Simplismo, novamente.

Descartabilidade pode ser característica de alguns produtos e serviços, mas não é algo aplicável a todo mercado, e vê-la em todo lugar é mais um sintoma de paranóia coletiva do que apurado senso de realidade.
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user f.k.a. Cabeção
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Re: Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Leo Vieira escreveu:O maior problema da privatização das Universidades públicas seria a subordinação da produção do conhecimento às demandas mercadológicas. Duvido que uma empresa incentivaria projetos de extensão, por exemplo, onde o retorno é apenas social, e não oferece nenhuma lucratividade. Elas se limitariam a investir em projetos que oferececem alta rentabilidade, condicionando as pesquisas acadêmicas à lógica do mercado, e contraditóriamente, cerceando a tão sonhada liberdade...


Não necessariamente. Se houver alunos suficiente procurando o curso, ele será ofertado por alguém.

Além disso, poderia até haver participação do Estado nesses cursos, se estes fossem necessários para ele, seja oferecendo parcerias com as universidades, seja oferecendo ele próprio esses cursos em pequenas faculdades comunitárias.

Quanto à pesquisa, isso não procede. A maioria das pesquisas de vanguarda em ciência são desenvolvidas em centros privados, e não necessariamente têm por interesse gerar aplicações diretas.

Além disso, nada impede do governo participar desse tipo de pesquisa, seja sustentando centros, seja oferecendo benefícios tais como incentivos fiscais à pesquisa. Isso desde que o governo tenha reservas para isso, obviamente.
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Pug
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Mensagem por Pug »

Belo livro Leo :emoticon1:

Espero ansioso pela desculpa esfarrapada para a mentira descarada :emoticon12:



ah! "perem lá" não posso perder o hábito

:emoticon266:
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videomaker
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Re: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Mensagem por videomaker »

Ontem um estudante foi chamado a depor , pois colocou
no orkut , a sua insatisfação na questão cotas !
O cara pode ser preso por racismo !
Que pais é esse !
:emoticon2:
Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)

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videomaker
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Re: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Mensagem por videomaker »

Coveiro escreveu:
Cotas para docentes


Editorial da “Folha de SP”


A sociedade precisa decidir se quer mesmo optar por fazer justiça social combatendo os efeitos de um problema, e não as suas causas


Editorial publicado nesta terça-feira:

O Ministério da Educação estuda estender à contratação de professores universitários a prática de estabelecimento de cotas para negros. Seria um desdobramento da reserva de vagas para alunos, política em franca expansão no Brasil.

A inovação já foi posta em prática pela Universidade Estadual de Mato Grosso, que estipulou uma reserva de 5% de suas vagas de docentes a candidatos aos cargos que se declarem negros ou pardos.

O mérito caracteriza a universidade. Da instituição deve participar, seja como aluno, seja como mestre, apenas quem, sob critérios públicos e objetivos, demonstre domínio sobre uma área do saber. Não basta ao candidato conhecer o mínimo, como defensores da reserva de vagas apregoam.

É preciso que sobressaia na disputa com outros competidores. Nessa seleção, atributos de origem social não deveriam ser levados em conta, pois redundam em relativizar a excelência.

Há ainda dúvidas sérias sobre a legalidade das cotas. O dispositivo se choca com a garantia constitucional de que todos são "iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza" (art. 5º da Carta de 1988). Esse conflito deve ser resolvido logo pelo Supremo Tribunal Federal.

Ao Estado cabe agir no sentido de corrigir as distorções que tornam a elite do Brasil pouquíssimo permeável à diversidade social que é a marca de sua população.

Mas os governos devem promover a igualdade de condições para a disputa. Isso significa, no caso, investir no aprimoramento do ensino básico e médio públicos, cuja qualidade é deplorável.

A sociedade precisa decidir se quer mesmo optar por fazer justiça social combatendo os efeitos de um problema, e não as suas causas. Esta Folha entende que a universidade não é local adequado para tal experimentalismo.

De todo modo, é preciso ter em mente que a opção pelas cotas não se faz sem custos. E o custo é prejudicar o futuro do ensino e da pesquisa de ponta no Brasil.

(Folha de SP, 7/2)


Como se já não bastasse o absurdo racista da reserva de vagas para negros, pardos, estudantes da rede pública e não sei mais quem, adotada por algumas universidades públicas brasileiras, agora estão querendo reservar vagas até no quadro de professores destas universidades...isso só pode ser piada...

Além da questão do comprometimento do nível de tais instituições, que é algo realmente preocupante, existe um outro ponto que não tenho visto ser abordado com tanta freqüência, mas que julgo ser a pior face destas cotas, que é a questão do racismo. O que está sendo feito com o inadmissível consentimento do Estado, em resumo, é o sacrifício de brancos mais capacitados visando o beneficiamento de negros e pardos menos capacitados. Ou seja, o cara é excluído do quadro discente ou docente de uma dada universidade pública não por ter sido superado em um concurso público (que é o MESMO para TODOS), mas por ser branco. O que contraria o artigo 5º da Constituição, como ressaltou o editorial da Folha.

E caso consigam fazer algum malabarismo jurídico visando a relativização deste trecho da Constituição e a justificação destas cotas, talvez seja hora de criar algo que certamente pareceria um absurdo até há algum tempo atrás...algo como uma "entidade pelos direitos dos brancos"...





Alma não tem cor
Porque eu sou branco?
Alma não tem cor
Porque eu sou negro?

Branquinho
Neguinho
Branco negão
Percebam que a alma não tem cor
Ela é colorida
Ela é multicolor

Azul amarelo
Verde verdinho marrom



Composição: André Abujamra
Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)

Leo
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Mensagem por Leo »

user f.k.a. Cabeção escreveu:Quanto à pesquisa, isso não procede. A maioria das pesquisas de vanguarda em ciência são desenvolvidas em centros privados, e não necessariamente têm por interesse gerar aplicações diretas.


Engana-se. Eu me referi aos projetos e programas de extensão. Estes visam estender o conhecimento produzido na Universidade à comunidade. A Uerj, por exemplo, fomenta pesquisas de demandas sociais e também em meio ambiente, e sempre realiza eventos envolvendo o setor político, empresarial e acadêmico, apresentando e discutindo temas de interesse público.

Leo
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Mensagem por Leo »

Pug escreveu:Belo livro Leo :emoticon1:

Espero ansioso pela desculpa esfarrapada para a mentira descarada :emoticon12:



ah! "perem lá" não posso perder o hábito

:emoticon266:


Idem, Pug. Mas creio que só o silêncio já basta... :emoticon16:

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Samael
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Re: Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Mensagem por Samael »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Samael escreveu: O mercado é sempre favorável a quem tem mais capital a se investir no próprio.

Uma visão simplista de mercado, Samael. Muitas estratégias de mercado tem como público alvo as classes mais pobres, inclusive ramos lucrativos, como o setor dos supermercados, têm a maior parte do seu lucro obtido na venda de produtos destinados aos segmentos C e D da sociedade.

O mercado é favorável a quem reúne os incentivos para que as transações ocorram. Às vezes é melhor focar em segmentos que exibem pouca exigência, ou que apresentam alto consumo de determinados insumos baratos, ou que tenham uma demanda enorme, do que focar em pequenos nichos endinheirados.

Pense nisso. Olhe ao seu redor e pense se tudo no mercado gira em torno do consumo de ricaços. Perceberá o ledo engano que desse pensamento.

É óbvio que você pode argumentar: mas aquele pobretão não deve ter direito apenas a cursar assistência social, pedagogia ou contabilidade. Ele deve poder cursar direito, odontologia e todos os cursos caros. Poder ele continua podendo, mas ou ele tem de mostrar talento para conseguir uma bolsa ou algum tipo de financiamento, onde o aluno toma como empréstimo o dinheiro da sua universidade, para pagar, a juros baixos, quando estiver formado. Pode também arrumar um emprego, ou algo que lhe dê condições para arcar com os custos.

Possibilidades existem, sem que o mercado se prejudique e sem a existência de estruturas onerosas como as Universidades Estatais de hoje.


Universidades privadas visariam o lucro, obviamente, e isto faria com que seu ensino, independente de qualidade, visasse sempre o mercado de trabalho. Vários cursos que não tem tanto espaço no mercado seriam afetados diretamente. Matérias optativas que não tiverem um peso, senão o da sua posterior venda no mercado, não serão oferecidas.

Outro erro seu Samael.

O fato das universidades privadas buscarem o lucro não é necessariamente o fator de seus cursos enfatizarem o mercado de trabalho. Está errando as correlações.

As universidades privadas buscam o mercado de estudantes, não o mercado de trabalho. Oferecerão cursos de acordo com a procura desses alunos.

Se hoje, elas não oferecem cursos como astronomia ou geofísica, não é porque o mercado não tem interesse nesses profissionais, mas porque os estudantes que procuram esses cursos conseguem entrar facilmente para universidades públicas, ou seja, o déficit aqui é na demanda de estudantes, não na procura do mercado de trabalho.

Num sistema prioritariamente privado de ensino superior, não haveria cursos estatais de astronomia e geofísica, e os alunos que os procurariam buscariam as universidades privadas, que aí sim teriam uma justificativa para o investimento necessário que as possibilitaria ofertar tais cursos.

É por isso que ainda vemos cursos de medicina e direito nas universidades privadas. Não é porque o mercado admite todos os formandos de direito ou medicina, mas é porque a procura de estudantes para esses cursos é bem maior do que a oferta de vagas, o que torna interessante para as universidades privadas ofertarem os mesmos.


Um sistema deste tipo não seria propício à formação de qualquer sistema ideológico senão o mercadológico, onde o saber tem de gerar lucro. E, como bem sabes, eu discordo dessa ideologia.

O mercado representaria as demandas e interesses da sociedade.

Mas também não podemos negligenciar as demandas e interesses da própria instituição que é a universidade privada. Para ela é interessante oferecer cursos de elite, e atrair alunos excelentes que produzam conhecimento científico que eleve o nome da instituição, junto da qualidade das novas parcerias com empresas patrocinadoras de pesquisa e o aumento das mensalidades subseqüente ao aumento da qualidade de ensino e da demanda por ele, conforme a lei mais básica de mercado.

Muitas vezes, um acelerador de partículas ultra-sofisticado pode não produzir tecnologia aplicável capaz de ser aproveitada instantaneamente pelo mercado, mas o parque-tecnológico que se desenvolve nos arredores com a finalidade inicial de servir ao acelerador é extremamente fértil para aplicações novas. O teflon foi inventado assim.

E nesse tipo de proposta de pesquisa, até a parceria do Estado é bem-vinda. Muitos centros tecnológicos de vanguarda tem participação estatal no exterior, o que não impede de serem coordenados e patrocinados por instituições privadas que visam lucro.

Existe um estigma na mente esquerdista, o estigma do lucro. Tendem a associar qualquer coisa voltada para o lucro como algo de natureza vil. Talvez Marx induza a esse raciocínio, com aquele papo de mais-valia, de luta de classes, e por isso vêem empresários que buscam lucro como cruéis, e o lucro como raiz de todo o mal da sociedade.

Nada pode estar mais errado. A busca pelo lucro, o espírito do capitalismo, é a mola propulsora da sociedade, desde que os primeiros seres humanos realizaram as primeiras trocas voluntárias, talvez na idade da pedra, ou até antes. Buscar a eficiência, o aumento de produtividade, o trabalho duro, o melhor negócio, o crescimento, não pode ser algo de natureza maligna, a menos que estejamos sob efeito de uma ética muito distorcida.


Fora isso, você sabe bem que na prática, os impostos não seriam reduzidos em nada.

Quando cortamos do orçamento estruturas que oneram bilhões dos cofres públicos por ano, é esperável que esse dinheiro não precise mais ser coletado.

Alegar que a corrupção e as distorções políticas fariam com que tal mudança não surtisse efeito não é argumento contrário à privatização, mas sim a favor de um combate a corrupção e ao desperdício.

Mesmo que esse dinheiro poupado não viesse a ser usado para cortar impostos, mas que fosse destinado a pagar a dívida pública, já seria um fim muito melhor. Ou que melhorassem consideravelmente o ensino público de base. Não adianta é ficar morando nessa ilha da fantasia onde a universidade estatal é um meio de inclusão social, sendo que a maioria dos desvalidos a serem ajudados não está em condições mínimas de cursá-las, e as próprias universidades estão caindo aos pedaços e freqüentemente em greve, e sofrendo dos demais sintomas do funcionalismo público brasileiro, e não ver que na verdade os únicos que chegam a se formar nos cursos de elite são a mesma elite que poderia bancá-los num sistema privado racional.


Não estou discutindo funcionalidade, pois eu sei que o sistema privado que você propõe é muito mais funcional, mas, para mim, não seria meritocrático e, acima de tudo, não teria uma boa qualidade.

O capitalismo tem por sua natureza ser meritocrático.

Universidades privadas no exterior disputam a tapa os alunos mais destacados, além de exigir bastante mesmo daqueles que pagam a anuidade integralmente, teoricamente os riquinhos menos talentosos (uma visão um tanto distorcida, é verdade). Elas têm uma reputação a zelar, e não se vêem como fábrica de diplomados ineptos, mas como centros de pesquisa e produção intelectual, em primeiro lugar, e como faculdades de graduação por excelência.

Existiria, obviamente, um segundo time de universidades, com preços e qualidade menores, mas ainda sim com muito mais recursos do que o que vemos no sistema estatal brasileiro, de forma muito mais funcional.

O Estado ainda poderia intervir, com programas de bolsas meritocráticas para alunos pobres que mostrassem um desempenho considerável, e é óbvio, usando todo o investimento estatal em educação para formar as bases, e não pegar despreparados e querer transformá-los em médicos, juízes e engenheiros num passe de mágica.


Bem ou mal as Universidades Públicas realizam uma seleção mais rigorosa por meio do vestibular. A meu ver, é muito mais lucrativo criar esses cursos caça-níquel como faz a Estácio (bacharelado em Direito em 3 anos, entra qualquer um, passa de qualquer forma) do que arcar com os pesados custos de cursos de qualidade (a PUC carioca está quase falida em vários setores...)

Hoje, se eu fosse abrir uma universidade privada para competir nesse mercado, minha linha de pensamento seria mais ou menos essa que você apresenta.

Mas novamente você é falacioso, pois considera que a situação se manteria se o sistema fosse completamente privado, o que não se verifica, dada a imensa oferta de vagas no ensino estatal, mais do que suficientes para absorver toda a demanda de bons alunos.

Porque uma instituição não é composta apenas de tutores preparados e cursos cheios de recursos técnicos. O corpo discente é o item mais representativo na qualidade de um curso, e quando falamos em termos de universidade, temos de concordar que muitos chegam a ela irremediavelmente estúpidos. Até mesmo nas estatais.

Já num sistema completamente privatizado, o mercado de universidades deveria se ocupar de todos os nichos, tanto dos alunos bons quanto dos maus, e não só dos maus, como é hoje.

Logo, afirmar que todas as universidades se tornariam Estácio é estabelecer um declive escorregadio. É ignorar a completa transformação por qual o mercado universitário passaria, além de ignorar a eventual melhora do ensino de base sem universidades estatais sugando vorazmente todo orçamento da educação com baixíssimo aproveitamento.


Para mim, o investimento maciço em educação pública de todos os níveis ainda é a solução mais justa e com melhores resultados.

Além de pouco eficiente, é uma postura pouco sóbria. Não existe dinheiro para esse investimento. Talvez na França, mas aqui não. Quando o orçamento aperta, temos de cortar os itens supérfluos e aquilo que nos dá mais prejuízo. No caso da universidade estatal, ela preenche os dois requisitos.

Concordo com a necessidade de um investimento em educação de base. Hoje, existe uma recorrência no erro que consiste na crença de que um semi-analfabeto pode se transformar num médico em 5 anos. Enquanto erros primários como esse não forem corrigidos, e posturas mais realistas e voltadas para exemplos de sucesso não forem adotadas, continuará a eterna discussão, de que a educação precisa de mais investimentos para o país crescer, e o país precisa crescer para poder investir mais em educação do que já investe (não se engane, é bastante).


Vitor, que cultura de mercado plenamente desenvolvida é essa? Mesmo nos países de primeiro mundo as grandes corporações dominam. Como eu já disse, o mercado é plenamente manipulável. Seja pelo sistema de cartelização, seja pelo próprio marketing.

Na maioria dos países, a cartelização é uma ação criminosa.

Mas mesmo assim, uma economia totalmente liberal permite que novos players surjam para competir com cartéis que coloquem preços muito mais altos que os de um mercado competitivo, além do que nas economias liberais tem-se a competição com o mercado externo também.

Você diz totalmente controlável, logo, posso presumir que você partilha do gosto do Euzébio por teorias conspiratórias. O mercado é realmente controlável quando poucos players possuem controle quase total sobre determinados insumos, como no caso do petróleo, onde existe um truste internacional que regula o preço dos barris. Mas mesmo assim existe espaço para a negociação, com grandes países consumidores tendo reservas próprias com as quais podem ter margem de negociação, podendo deixar de importar sempre que forem ameaçados por preços abusivos.

De resto, é muito difícil observar um truste internacional que opere de forma a controlar completamente o mercado, e mesmo monopólios são estruturas instáveis em economias liberais. Monopólios, quando não são apoiados por forças desproporcionais, como no caso do Estado, só se sustentam, em situações onde o consumidor é livre e o mercado é aberto, quando oferecem um produto tão bom e um preço tão justo que todos os seus possíveis competidores não apresentam condições de oferecer nada melhor, a não ser tomando prejuízo. Nesse caso, o monopólio deixa de ser algo monstruoso, pois está servindo a livre concorrência, de forma implícita, pois o objetivo da livre concorrência é justamente oferecer o melhor produto ou serviço pelo melhor preço ao consumidor.

Quanto ao marketing, só sendo muito paranóico ou muito ingênuo para acreditar que este seja uma forma de manipular o mercado. Talvez esse seja o objetivo final do marketing, mas dentro da competição de uma economia livre, ele não passa de um criador de incentivos a fim de tornar a empresa competitiva e fazê-la crescer, e não inserir mensagens subliminares que alteram a personalidade das pessoas, tornando-as escravas do consumismo. O marketing apresenta produtos, mas a decisão de comprá-los é das pessoas. Assim como o marketing ideológico vende idéias e doutrinas, só que nesse caso, muitas vezes, não se vê o marketing da contra-parte, habilmente suprimido por quem deseja imputar ideologias normalmente nefastas sem ser importunado pelas refutações. Assim como a liberdade de mercado, a liberdade de expressão é a ferramenta que garante a livre competição de marketings ideológicos dos mais diferentes. É devido a essa liberdade que podemos discutir nossos pontos de vista, embora eu sustente uma posição que permite esse debate, enquanto a sua, caso aplicada, o suprimiria com violência (mesmo que essa não seja a sua intenção).


E há decréscimo sim: tente comprar uma lava-roupas atualmente. Não sei se isto ocorre também no exterior, mas todas no mercado brasileiro, sem exceção, são muito mais descartáveis.

Ao meu ver, lava-roupas hoje em dia apresentam mais funções, maior carga, mais modelos à disposição, além de estarem presentes em boa parte dos domicílios, incluindo os pobres, o que não se verificava na época que você remete.

Posso estar enganado, pois não tenho informações sobre o mercado de máquinas de lavar, mas é o que me parece.


Quanto ao Honda, sim, é descartável, meu tio comprou um "Civic" no ano passado. Felizmente, ele tem condição de trocar de carro quase que anualmente, mas isto não impediu de já ter tido três problemas com relação a peças desde a compra até agora. E, obviamente, só pôde trocá-las em autorizadas. Problemas esses que, diga-se de passagem, ele nunca teve com seus fuscas antigamente...

Não vou afirmar que seu tio seja ruim de roda, mas minha mãe, que apesar de dirigir bastante, é uma motorista bastante limitada, também comprou um Honda Fit na mesma época que o seu tio, e até agora o carro está muito bom, tanto ela quanto eu temos a mesma opinião. Não apresentou nenhum problema na mecânica, tem boa potência, um consumo bastante razoável para o desempenho, confortável. E ao que parece, muitos donos partilham dessa opinião sobre seus carros Honda Fit.

Se a lógica do sistema é o lucro, a rápida descartabilidade, seja por meio de propaganda, seja por meio de menor qualidade faz-se essencial.

Simplismo, novamente.

Descartabilidade pode ser característica de alguns produtos e serviços, mas não é algo aplicável a todo mercado, e vê-la em todo lugar é mais um sintoma de paranóia coletiva do que apurado senso de realidade.


Argumentação interessante...principalmente a relativa ao mercado.

Como você sabe, eu discordo que o mercado possa ser descrito como essa sua "soma de interesses e incentivos e coisa e tal", mas quanto às universidades você tem um ponto comigo.

Só acho que o argumento do Dante também foi bem válido. Não defendo o extermínio das universidades públicas, mas até que essa questão das privadas tem seu valor...

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Poindexter
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Re: Re.: A palhaçada das cotas para negros e pardos...

Mensagem por Poindexter »

Samael escreveu:Argumentação interessante...principalmente a relativa ao mercado.

Como você sabe, eu discordo que o mercado possa ser descrito como essa sua "soma de interesses e incentivos e coisa e tal", mas quanto às universidades você tem um ponto comigo.


As mensagens que o Cabeção está expondo neste tópico estão sendo de uma qualidade incrível. A partir do momento em que po LS começou a te ofender, pensei em entrar no debate para continuá-lo com você, mas, com a entrada do Cabeção, achei melhor ficar assistindo... :emoticon16:
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