A Favor da Blasfêmia
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A Favor da Blasfêmia
André Petry
A FAVOR DA BLASFÊMIA
Fonte: Veja 15/02/2006
"Temos o direito de criticar, negar, satirizar
o profeta Maomé e Alá e Jesus Cristo e
Shiva e Buda e Xangô e Jeová e Zeus – e
toda a imensa fileira de deuses e deusas
que a humanidade criou e criará"
Atenção, amantes da liberdade: autoridades religiosas estão tentando aproveitar a crise das charges dinamarquesas para suprimir o sagrado direito à blasfêmia. Os chefes islâmicos, com sua absoluta ignorância sobre o que é um Estado laico, exigem que o governo da Dinamarca se desculpe publicamente pela publicação das charges. Não compreendem que o governo não tem do que se desculpar porque não tem a mínima responsabilidade sobre o que publica ou deixa de publicar um jornal independente. Se o governo dinamarquês cair na cilada estará decretada a vitória do atraso: a tutela do Estado sobre a imprensa e, no rastro dessa miséria, a restrição da liberdade de crítica à religião.
Autoridades católicas também tentam arrancar um naco da liberdade de expressão. O L'Osservatore Romano, jornal do Vaticano, fez questão de solidarizar-se com os muçulmanos porque, entre outras razões, a própria Igreja Católica gostaria de restringir o direito à blasfêmia dentro de seus domínios. No mesmo texto em que defende os censores islâmicos, o jornal reclama de uma peça de teatro em cartaz em Madri, na Espanha, que satiriza o papa e "incita à apostasia".
É curioso que, na semana passada, a imprensa brasileira tenha começado a se encantar com a censura religiosa. Mesmo depois de tantas bandeiras queimadas, prédios depredados e vidas perdidas, continuaram a aparecer artigos, colunas e editoriais defendendo as trevas. Sustentava-se que as charges são grosseiras e sua publicação é uma irresponsabilidade, que os desenhos são uma incitação ao ódio religioso, que a Europa está ficando islamofóbica, que defesa da liberdade de expressão nesse caso não passa de um sofisma idiota e até que – supremo horror – o Ocidente perdeu o valor do sagrado. São idéias ingênuas. Ou espertas demais.
Não importa que as charges sejam grosseiras (e são). Não importa, para efeito desta discussão, que a Europa esteja dando sinais de islamofobia (e está). Não importa que a explicação do jornal dinamarquês para publicar as charges – medir até onde os chargistas ousariam ir na sátira ao profeta Maomé e ao islamismo – seja juvenil. Na democracia, temos o direito à blasfêmia. Temos o direito de criticar, negar, satirizar o profeta Maomé e Alá e Jesus Cristo e Shiva e Buda e Xangô e Jeová e Zeus – e toda a imensa fileira de deuses e deusas que a humanidade criou e criará.
A blasfêmia é o antídoto contra o triunfo do dogmatismo, é um convite à imaginação e ao trânsito de idéias do qual a humanidade não pode abrir mão sob pena de fossilizar-se. A liberdade de blasfemar é essencial porque deus, seja ele qual for, é uma idéia, e não um dado da realidade. E temos o direito de criticar, negar, satirizar toda e qualquer idéia, desde que ao fazê-lo não incitemos ao crime. Se não houver direito à blasfêmia, então devemos rasgar os versos de Dante Alighieri e Fernando Pessoa, queimar os filmes de Godard e de Theo van Gogh, incinerar os livros de Salman Rushdie, quebrar os pincéis de Giovanni de Modena e destruir os afrescos da Basílica de São Petrônio em Bolonha...
Temos o direito sagrado à blasfêmia, assim como, pelo mais elementar princípio da tolerância religiosa, temos o direito sagrado de acreditar em Deus e reverenciá-lo. Ou não.
A FAVOR DA BLASFÊMIA
Fonte: Veja 15/02/2006
"Temos o direito de criticar, negar, satirizar
o profeta Maomé e Alá e Jesus Cristo e
Shiva e Buda e Xangô e Jeová e Zeus – e
toda a imensa fileira de deuses e deusas
que a humanidade criou e criará"
Atenção, amantes da liberdade: autoridades religiosas estão tentando aproveitar a crise das charges dinamarquesas para suprimir o sagrado direito à blasfêmia. Os chefes islâmicos, com sua absoluta ignorância sobre o que é um Estado laico, exigem que o governo da Dinamarca se desculpe publicamente pela publicação das charges. Não compreendem que o governo não tem do que se desculpar porque não tem a mínima responsabilidade sobre o que publica ou deixa de publicar um jornal independente. Se o governo dinamarquês cair na cilada estará decretada a vitória do atraso: a tutela do Estado sobre a imprensa e, no rastro dessa miséria, a restrição da liberdade de crítica à religião.
Autoridades católicas também tentam arrancar um naco da liberdade de expressão. O L'Osservatore Romano, jornal do Vaticano, fez questão de solidarizar-se com os muçulmanos porque, entre outras razões, a própria Igreja Católica gostaria de restringir o direito à blasfêmia dentro de seus domínios. No mesmo texto em que defende os censores islâmicos, o jornal reclama de uma peça de teatro em cartaz em Madri, na Espanha, que satiriza o papa e "incita à apostasia".
É curioso que, na semana passada, a imprensa brasileira tenha começado a se encantar com a censura religiosa. Mesmo depois de tantas bandeiras queimadas, prédios depredados e vidas perdidas, continuaram a aparecer artigos, colunas e editoriais defendendo as trevas. Sustentava-se que as charges são grosseiras e sua publicação é uma irresponsabilidade, que os desenhos são uma incitação ao ódio religioso, que a Europa está ficando islamofóbica, que defesa da liberdade de expressão nesse caso não passa de um sofisma idiota e até que – supremo horror – o Ocidente perdeu o valor do sagrado. São idéias ingênuas. Ou espertas demais.
Não importa que as charges sejam grosseiras (e são). Não importa, para efeito desta discussão, que a Europa esteja dando sinais de islamofobia (e está). Não importa que a explicação do jornal dinamarquês para publicar as charges – medir até onde os chargistas ousariam ir na sátira ao profeta Maomé e ao islamismo – seja juvenil. Na democracia, temos o direito à blasfêmia. Temos o direito de criticar, negar, satirizar o profeta Maomé e Alá e Jesus Cristo e Shiva e Buda e Xangô e Jeová e Zeus – e toda a imensa fileira de deuses e deusas que a humanidade criou e criará.
A blasfêmia é o antídoto contra o triunfo do dogmatismo, é um convite à imaginação e ao trânsito de idéias do qual a humanidade não pode abrir mão sob pena de fossilizar-se. A liberdade de blasfemar é essencial porque deus, seja ele qual for, é uma idéia, e não um dado da realidade. E temos o direito de criticar, negar, satirizar toda e qualquer idéia, desde que ao fazê-lo não incitemos ao crime. Se não houver direito à blasfêmia, então devemos rasgar os versos de Dante Alighieri e Fernando Pessoa, queimar os filmes de Godard e de Theo van Gogh, incinerar os livros de Salman Rushdie, quebrar os pincéis de Giovanni de Modena e destruir os afrescos da Basílica de São Petrônio em Bolonha...
Temos o direito sagrado à blasfêmia, assim como, pelo mais elementar princípio da tolerância religiosa, temos o direito sagrado de acreditar em Deus e reverenciá-lo. Ou não.
Se Deus não existisse, o mundo seria exatamente como ele tem sido.
Deus, é a perfeita e eterna criação da mente humana!!
Deus, é a perfeita e eterna criação da mente humana!!
- Luis Dantas
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Re.: A Favor da Blasfêmia
Perfeito. Temos sem dúvida o direito de blasfemar, bem como a conveniência de assumir a responsabilidade por nossas posturas, quer de confronto, quer de acomodação.
"Faça da tua vida um reflexo da sociedade que desejas." - Mahatma Ghandi
"First they ignore you, then they laugh at you, then they fight you, then you win." - describing the stages of establishment resistance to a winning strategy of nonviolent activism
http://dantas.editme.com/textos http://luisdantas.zip.net http://www.dantas.com
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Re.: A Favor da Blasfêmia
O Ocidente cristão convive com a blasfêmia há décadas sem ligar a mínima.
Dentro de sua religião, a maioria dos cristãos parecem ter a coerência intrínseca de acreditar que os blasfêmos irão para o inferno, logo já tem punição suficiente.
Há aqueles que recorrem aos meios judiciais para denunciar vilipêndio ou outras palavras que advogados gostam, mas o google taí para quem quiser encontrar imagens de Jesus nas situações menos sacras imagináveis.
Só um exemplo, uma charge antiga do Jaguar:

Dentro de sua religião, a maioria dos cristãos parecem ter a coerência intrínseca de acreditar que os blasfêmos irão para o inferno, logo já tem punição suficiente.
Há aqueles que recorrem aos meios judiciais para denunciar vilipêndio ou outras palavras que advogados gostam, mas o google taí para quem quiser encontrar imagens de Jesus nas situações menos sacras imagináveis.
Só um exemplo, uma charge antiga do Jaguar:

Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
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Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
- user f.k.a. Cabeção
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Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
Luis Dantas escreveu:Perfeito. Temos sem dúvida o direito de blasfemar, bem como a conveniência de assumir a responsabilidade por nossas posturas, quer de confronto, quer de acomodação.
Claro, claro. Assim como se você sacanear um flamenguista, ele tem o direito de te matar. Assumir posturas de confronto...
Desenhos divulgados num jornal nunca vão justificar à invasão de embaixadas.
Podem justificar boicotes, mas nunca a violência. Absurdo o que você disse.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem
Re.: A Favor da Blasfêmia
"As grandes verdades começam com Blasfémias" Bernard Shaw
Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
HellMig escreveu:"As grandes verdades começam com Blasfémias" Bernard Shaw
É, o que vai contra um sistema sempre pode ser tido como blafêmia.

- Aurelio Moraes
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Re.: A Favor da Blasfêmia
Em 2002, O Jornal "O pasquim" publicou umas charges ótimas sacaneando Jesuis.


Re.: A Favor da Blasfêmia
"Eu tenho direito..."
Os direitos que uma pessoa tem às vezes incomoda alguém.
Tipo assim: O direito que o meu vizinho tem de ficar escuntando funk, pagode ou hip hop pra toda a cidade ouvi.
Ou o direito que um elefante tem de dançar em um baile de formigas...
Mas isso é diferente
. Envolve gostos pessoais ou a integridade fisica das formigas.
Prefiro Credeence, Led, Almann Brother (esse aposto que ninguém conhece). Mas tadinhas das formigas...
Desculpem pelo sumiço.
Abraços.
Renato.
Os direitos que uma pessoa tem às vezes incomoda alguém.
Tipo assim: O direito que o meu vizinho tem de ficar escuntando funk, pagode ou hip hop pra toda a cidade ouvi.
Ou o direito que um elefante tem de dançar em um baile de formigas...
Mas isso é diferente


Prefiro Credeence, Led, Almann Brother (esse aposto que ninguém conhece). Mas tadinhas das formigas...
Desculpem pelo sumiço.
Abraços.
Renato.
"Somos jovens loucos vivendo em um mundo em que pessoas normais constroem bombas atômicas"
Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
user f.k.a. Cabeção escreveu:Luis Dantas escreveu:Perfeito. Temos sem dúvida o direito de blasfemar, bem como a conveniência de assumir a responsabilidade por nossas posturas, quer de confronto, quer de acomodação.
Claro, claro. Assim como se você sacanear um flamenguista, ele tem o direito de te matar. Assumir posturas de confronto...
Desenhos divulgados num jornal nunca vão justificar à invasão de embaixadas.
Podem justificar boicotes, mas nunca a violência. Absurdo o que você disse.
Eu tenho uma certeza não vaga de que ele foi irônico na afirmação acima, Cabeça...
- Luis Dantas
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Re.: A Favor da Blasfêmia
Os dois se enganam. Eu não quis nem tentei ser irônico; a ironia está nas suas cabeças.
Melhor sorte na próxima, Cida. A sua pontaria anda meio enferrujada.
É muito simples: o direito de blasfemar, como qualquer outro, não isenta quem o usa das consequências do ato. Eu posso blasfemar, mas não devo fazer de conta que acho que isso não irrita ninguém.
Cabeção, não entendo por que você espera que uma comunidade saia do padrão de sensibilidade que demonstrou historicamente de uma hora para a outra. Toda a convicção de estar "do lado certo" não vai mudar o fato, perfeitamente previsível, de que muçulmanos se incomodam com ofensas à figura histórica de Maomé. Querer ignorá-lo por vaidade ou orgulho é, simplesmente, burrice. Ou talvez complexo de mártir?
Melhor sorte na próxima, Cida. A sua pontaria anda meio enferrujada.
É muito simples: o direito de blasfemar, como qualquer outro, não isenta quem o usa das consequências do ato. Eu posso blasfemar, mas não devo fazer de conta que acho que isso não irrita ninguém.
Cabeção, não entendo por que você espera que uma comunidade saia do padrão de sensibilidade que demonstrou historicamente de uma hora para a outra. Toda a convicção de estar "do lado certo" não vai mudar o fato, perfeitamente previsível, de que muçulmanos se incomodam com ofensas à figura histórica de Maomé. Querer ignorá-lo por vaidade ou orgulho é, simplesmente, burrice. Ou talvez complexo de mártir?
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Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
Luis Dantas escreveu:Os dois se enganam. Eu não quis nem tentei ser irônico; a ironia está nas suas cabeças.
Melhor sorte na próxima, Cida. A sua pontaria anda meio enferrujada.
É muito simples: o direito de blasfemar, como qualquer outro, não isenta quem o usa das consequências do ato. Eu posso blasfemar, mas não devo fazer de conta que acho que isso não irrita ninguém.
Cabeção, não entendo por que você espera que uma comunidade saia do padrão de sensibilidade que demonstrou historicamente de uma hora para a outra. Toda a convicção de estar "do lado certo" não vai mudar o fato, perfeitamente previsível, de que muçulmanos se incomodam com ofensas à figura histórica de Maomé. Querer ignorá-lo por vaidade ou orgulho é, simplesmente, burrice. Ou talvez complexo de mártir?
Dantas... ando pensando seriamente em um nick para designá-lo a contento... Por ora, adianto que ando em dúvidas se opto por Virgínia Woolf ou Lady Macbeth...

- Comandante
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Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
Renato escreveu:"Eu tenho direito..."
Envolve gostos pessoais ou a integridade fisica das formigas.
"E temos o direito de criticar, negar, satirizar toda e qualquer idéia, desde que ao fazê-lo não incitemos ao crime.":emoticon16:
Acho que eles teriam menos problemas com blasfêmeas, se aprendessem a rezar quietos.
Se Deus não existisse, o mundo seria exatamente como ele tem sido.
Deus, é a perfeita e eterna criação da mente humana!!
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Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
user f.k.a. Cabeção escreveu:Luis Dantas escreveu:Perfeito. Temos sem dúvida o direito de blasfemar, bem como a conveniência de assumir a responsabilidade por nossas posturas, quer de confronto, quer de acomodação.
Claro, claro. Assim como se você sacanear um flamenguista, ele tem o direito de te matar. Assumir posturas de confronto...
Desenhos divulgados num jornal nunca vão justificar à invasão de embaixadas.
Podem justificar boicotes, mas nunca a violência. Absurdo o que você disse.
Mais calma nessa hora, Vitor, o Luís não tratou de "direitos", tratou de conseqüências objetivas...
Longe de mim defender atos terroristas, mas mesmos "justificações" são construções arbitrárias. O padrão moral maluco de um radical pode dar a ele, ao menos na opinião do próprio, até o "direito" de matar por seu fanatismo.
- Luis Dantas
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Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
Najma escreveu:Dantas... ando pensando seriamente em um nick para designá-lo a contento... Por ora, adianto que ando em dúvidas se opto por Virgínia Woolf ou Lady Macbeth...
Você não consegue parar de pensar em mim... fazer o que?
Prefira Woolf. Bem no fundo eu sou uma lésbica enrustida, e nunca fui casado. Além do que, há pelo menos três versões de Lady Macbeth e não acho que você vai ter tempo de esclarecer qual das três quer comparar a mim.
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Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
Samael escreveu:Mais calma nessa hora, Vitor, o Luís não tratou de "direitos", tratou de conseqüências objetivas...
Longe de mim defender atos terroristas, mas mesmos "justificações" são construções arbitrárias. O padrão moral maluco de um radical pode dar a ele, ao menos na opinião do próprio, até o "direito" de matar por seu fanatismo.
Exatamente, Samael. Eu não sou muito simpático a visões de direito que não se amparam na realidade dos fatos. Alegar um direito quando não existe quem o possa garantir para mim é uma forma pouco saudável de vivenciar fantasias reprimidas.
Um dia ainda vão implantar o Direito Comum aqui no Brasil, e não vai ser cedo.
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- DaviDeMogi
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Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
Luis Dantas escreveu:
...
É muito simples: o direito de blasfemar, como qualquer outro, não isenta quem o usa das consequências do ato. Eu posso blasfemar, mas não devo fazer de conta que acho que isso não irrita ninguém.
...
Toda a convicção de estar "do lado certo" não vai mudar o fato, perfeitamente previsível, de que muçulmanos se incomodam com ofensas à figura histórica de Maomé. Querer ignorá-lo por vaidade ou orgulho é, simplesmente, burrice. Ou talvez complexo de mártir?
Para mim é inconcebivel aceitar-se que alguem tenha o "direito" de ferir ou matar (ou matar-se) por ter sido ofendido na sua crença fundamentalista. Bom, para quem aceita que deuses determinem o assasinato de crianças segundo uma estoria do livreco sagrado dos crentes (não sei direito a estoria e o motivo dela), deve ser bastante natural matar alguem por que ele disse sua opinião ou fez graça com o icone idolatrado. Francamente, Luis...

Creio na morte, única amante absolutamente fiel,
Creio na estupidez humana, única força com que se pode contar sempre,
E creio no humor, única forma de encarar a primeira e suportar a segunda.
Creio na estupidez humana, única força com que se pode contar sempre,
E creio no humor, única forma de encarar a primeira e suportar a segunda.
- DaviDeMogi
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Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
Luis Dantas escreveu:
...
É muito simples: o direito de blasfemar, como qualquer outro, não isenta quem o usa das consequências do ato. Eu posso blasfemar, mas não devo fazer de conta que acho que isso não irrita ninguém.
...
Toda a convicção de estar "do lado certo" não vai mudar o fato, perfeitamente previsível, de que muçulmanos se incomodam com ofensas à figura histórica de Maomé. Querer ignorá-lo por vaidade ou orgulho é, simplesmente, burrice. Ou talvez complexo de mártir?
Para mim é inconcebivel aceitar-se que alguem tenha o "direito" de ferir ou matar (ou matar-se) por ter sido ofendido na sua crença fundamentalista. Bom, para quem aceita que deuses determinem o assasinato de crianças segundo uma estoria do livreco sagrado dos crentes (não sei direito a estoria e o motivo dela), deve ser bastante natural matar alguem por que ele disse sua opinião ou fez graça com o icone idolatrado. Francamente, Luis...

Creio na morte, única amante absolutamente fiel,
Creio na estupidez humana, única força com que se pode contar sempre,
E creio no humor, única forma de encarar a primeira e suportar a segunda.
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E creio no humor, única forma de encarar a primeira e suportar a segunda.
- Flavio Costa
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Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
DaviDeMogi escreveu:Para mim é inconcebivel aceitar-se que alguem tenha o "direito" de ferir ou matar (ou matar-se) por ter sido ofendido na sua crença fundamentalista.
Ele não está dizendo que têm o direito e sim que quem toma uma atitude deve estar pronto para lidar com as reações a ela. Principalmente quando estamos falando de conflitos entre Estados soberanos.
The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
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- Luis Dantas
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Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
DaviDeMogi escreveu:Para mim é inconcebivel aceitar-se que alguem tenha o "direito" de ferir ou matar (ou matar-se) por ter sido ofendido na sua crença fundamentalista.
Para mim também, mas eu ainda não consegui ser o ditador tirânico absoluto benevolente da humanidade inteira. Suspeito que mesmo que conseguisse ainda assim muitos não me pediriam permissão para ficar revoltados.
Bom, para quem aceita que deuses determinem o assasinato de crianças segundo uma estoria do livreco sagrado dos crentes (não sei direito a estoria e o motivo dela), deve ser bastante natural matar alguem por que ele disse sua opinião ou fez graça com o icone idolatrado. Francamente, Luis...
Ei, EU não defendo essa idéia (obrigado por lembrar, Flávio). Só acho ingenuidade temerária ignorar a realidade dos fatos: a revolta existe e não vai ser fácil dialogar com os radicais.
Também não defendo a idéia de estados soberanos, mas não vou deixar de reconhecer que existem exércitos por isso, independentemente da minha aprovação.
"Faça da tua vida um reflexo da sociedade que desejas." - Mahatma Ghandi
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Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
Flavio Costa escreveu:DaviDeMogi escreveu:Para mim é inconcebivel aceitar-se que alguem tenha o "direito" de ferir ou matar (ou matar-se) por ter sido ofendido na sua crença fundamentalista.
Ele não está dizendo que têm o direito e sim que quem toma uma atitude deve estar pronto para lidar com as reações a ela. Principalmente quando estamos falando de conflitos entre Estados soberanos.
Eu não disse que ele está dizendo isso, eu disse o que sinto sobre o assunto...
Creio na morte, única amante absolutamente fiel,
Creio na estupidez humana, única força com que se pode contar sempre,
E creio no humor, única forma de encarar a primeira e suportar a segunda.
Creio na estupidez humana, única força com que se pode contar sempre,
E creio no humor, única forma de encarar a primeira e suportar a segunda.
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Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
Luis Dantas escreveu:Para mim também, mas eu ainda não consegui ser o ditador tirânico absoluto benevolente da humanidade inteira. Suspeito que mesmo que conseguisse ainda assim muitos não me pediriam permissão para ficar revoltados.
Ei, EU não defendo essa idéia (obrigado por lembrar, Flávio). Só acho ingenuidade temerária ignorar a realidade dos fatos: a revolta existe e não vai ser fácil dialogar com os radicais.
Também não defendo a idéia de estados soberanos, mas não vou deixar de reconhecer que existem exércitos por isso, independentemente da minha aprovação.
Não é preciso dizer que ficar revoltado é direito te todo mundo que se sinta ofendido na sua idolatria, mas nem pra ser pseudo-politicamente-correto que seja natural que por causa dessa revolta aquele povinho (que na verdade não deixam de ser uns bárbaros) tenham o direito de fazerem aquela arruaça e até mesmo matando por conta disso...
PS.: É eu que estou dizendo que não é natural ...
Creio na morte, única amante absolutamente fiel,
Creio na estupidez humana, única força com que se pode contar sempre,
E creio no humor, única forma de encarar a primeira e suportar a segunda.
Creio na estupidez humana, única força com que se pode contar sempre,
E creio no humor, única forma de encarar a primeira e suportar a segunda.
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Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
Luis Dantas escreveu:Para mim também, mas eu ainda não consegui ser o ditador tirânico absoluto benevolente da humanidade inteira. Suspeito que mesmo que conseguisse ainda assim muitos não me pediriam permissão para ficar revoltados.
...
Ei, EU não defendo essa idéia (obrigado por lembrar, Flávio). Só acho ingenuidade temerária ignorar a realidade dos fatos: a revolta existe e não vai ser fácil dialogar com os radicais.
Também não defendo a idéia de estados soberanos, mas não vou deixar de reconhecer que existem exércitos por isso, independentemente da minha aprovação.
Não é preciso dizer que ficar revoltado é direito de todo mundo que se sinta ofendido na sua idolatria, mas nem pra ser pseudo-politicamente-correto deve aceitar que seja natural que por causa dessa revolta aquele povinho (que na verdade não deixam de ser uns bárbaros) tenham o direito de fazerem aquela arruaça e até mesmo estejam matando por conta disso...
PS.: Não estou dizendo que o Luis dá razão pr'aqueles "não civilizados", eu que estou dizendo que não deve-se aceitar que seja natural ...
Editado pela última vez por DaviDeMogi em 16 Fev 2006, 07:33, em um total de 1 vez.
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Creio na estupidez humana, única força com que se pode contar sempre,
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Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
DaviDeMogi escreveu:Eu não disse que ele está dizendo isso, eu disse o que sinto sobre o assunto...
Então não diga "Francamente, Luis".

The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006
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- DaviDeMogi
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Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
Flavio Costa escreveu:DaviDeMogi escreveu:Eu não disse que ele está dizendo isso, eu disse o que sinto sobre o assunto...
Então não diga "Francamente, Luis".
Eu disse isso à ele, simplesmente na intenção de admoestá-lo (esta não a palavra ideal, mas!) de que não se pode aceitar-se que seja natural matar ou ferir por ter-se sido ofendido na crença; mesmo que o Luis apenas tenha dito que é apenas um fato natural que a reação dos fundamentalistas não poderia ser diferente da que eles estão tendo.
Creio na morte, única amante absolutamente fiel,
Creio na estupidez humana, única força com que se pode contar sempre,
E creio no humor, única forma de encarar a primeira e suportar a segunda.
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- Flavio Costa
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Re: Re.: A Favor da Blasfêmia
DaviDeMogi escreveu:Eu disse isso à ele, simplesmente na intenção de admoestá-lo (esta não a palavra ideal, mas!)
Mas falou bonito, é o que importa.

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