Parlamento do Mercusul começa a funcionar em 2006
Parlamento do Mercusul começa a funcionar em 2006
Parlamento do Mercosul começa a funcionar em 2006
Mais um passo para a consolidação do Mercosul foi dado neste mês. Os presidentes dos países-membros do bloco assinaram, no dia 9 de dezembro, o protocolo que criou o Parlamento do Mercosul. Em entrevista exclusiva ao site da ADB, o presidente da seção-Brasil da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, senador Sérgio Zambiase (PTB-RS), conta como será o funcionamento desse organismo.
Segundo Zambiase, o Parlamento do Mercosul será instalado definitivamente até o final de 2006. Os parlamentares serão, de inicio, indicados e depois eleitos em cada país. A eleição conjunta deve começar apenas quando a instituição estiver consolidada.
A criação desse braço parlamentar do Mercosul, segundo o senador Zambiase, pode facilitar a implantação de uma moeda única nos países que compõem o bloco comercial. “Essa é uma antiga demanda dos exportadores. O parlamento poderia desempenhar papel importante por meio da realização de audiências públicas sobre o tema, com a participação dos setores interessados. Essa iniciativa certamente traria visibilidade à questão”, explica.
O recém-criado Parlamento do Mercosul não irá legislar. Quais serão suas atribuições?
Sen. Sergio Zambiase - O Parlamento substituirá a Comissão Parlamentar Conjunta, e será instalado definitivamente em 31 de dezembro de 2006. Ele terá o papel de caixa de ressonância para as reivindicações dos setores que vêm recebendo os impactos do processo de integração. Também será o canal de comunicação entre o público em geral e as instâncias governamentais negociadoras. Nesse sentido, o Parlamento cumprirá importante papel na agilidade de normas adotadas pelos órgãos decisórios de cada um dos Estados Partes. Assim, contribuirá para oferecer ao bloco o clima de segurança jurídica necessário à atração de investimentos diretos e indiretos.
Quem irá compor o parlamento? Como serão escolhidos os membros? Quantos serão do Brasil? E quando começa a funcionar?
Zambiase - O processo de construção e implantação definitiva do Parlamento terá uma primeira etapa de transição, que compreenderá o período entre 31 de dezembro de 2006 e 31 de dezembro de 2010, e uma segunda etapa, entre 1º de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2014. Na primeira etapa da transição, o Parlamento será integrado por dezoito (18) parlamentares de cada Estado, indicados pelos respectivos Parlamentos Nacionais, de acordo com os critérios particulares de cada país. Antes da conclusão da primeira etapa da transição os Estados-Membros deverão efetuar eleições por sufrágio direto, universal e secreto de Parlamentares, cuja realização será de acordo com a agenda eleitoral nacional de cada Estado. A partir da segunda etapa da transição, todos os parlamentares deverão ter sido eleitos por meio de sufrágio direto, universal e secreto, buscando assegurar uma adequada representação por gênero, etnias e regiões conforme as realidades de cada Estado. Ao final das etapas de transição, por proposta do Parlamento, o Conselho do Mercado Comum estabelecerá, antes do final de 2012, o "Dia do Mercosul Cidadão", para que a eleição dos parlamentares seja realizada de forma simultânea em todos os Estados-Parte, também por sufrágio direto, universal e secreto dos cidadãos.
Esse é o primeiro passo para a unificação das economias, e a criação de uma moeda única, ou não se cogita isso?
Zambiase - É verdade que, ainda nos primórdios da integração, à época ainda bilateral, entre Argentina e Brasil, pensou-se em uma moeda única para os dois países que se chamaria "gaucho". A existência de uma moeda comum, ainda que apenas escritural, nos moldes do antigo "ecu" da União Européia, constitui antiga demanda dos exportadores, que estimam que a conversão para o dólar e depois para a moeda do país importador acaba por acarretar prejuízos para o setor. O parlamento poderia desempenhar papel importante em relação a este tipo de demanda, por meio da realização de audiências públicas sobre o tema, com a participação dos setores interessados, iniciativa que certamente traria visibilidade à questão, podendo posteriormente dar origem a uma recomendação dirigida pelo Parlamento ao Conselho do Mercado Comum. Nesse sentido, o Parlamento avança em relação à Comissão Parlamentar Conjunta, uma vez que o Conselho deverá informá-lo periodicamente sobre o tratamento dado às recomendações a ele encaminhadas pelo órgão parlamentar.
Qual é a importância desse parlamento para o bloco do Mercosul?
Zambiase – O Parlamento do Mercosul será um instrumento fundamental e irreversível para a consolidação da democracia em todo o continente e de integração social e humana, em todos os sentidos. O Parlamento também cumprirá, como já dissemos, papel fundamental na agilização do processo de internalização de normas comuns aos países do bloco. Nesse sentido, pesquisa atualizada em 23 de novembro último, realizada pela Secretaria Administrativa Parlamentar Permanente do Mercosul, revela que do total das 74 normas do bloco que implicam trâmite parlamentar, apenas 16 foram aprovadas pelos Congressos dos quatro países membros. No caso do Brasil, como já registramos, já foi aprovado 55% das normas encaminhadas ao exame do Congresso. Particularmente neste ano, encerramos as atividades da Comissão do Mercosul com todas as pautas aprovadas. Mais do que apenas um projeto de integração econômico, ou limitado aos agora cinco Países-Membros, o Mercosul é um caminho aberto para a construção real, ampla e solidária da unidade dos povos da América do Sul.
Mais um passo para a consolidação do Mercosul foi dado neste mês. Os presidentes dos países-membros do bloco assinaram, no dia 9 de dezembro, o protocolo que criou o Parlamento do Mercosul. Em entrevista exclusiva ao site da ADB, o presidente da seção-Brasil da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, senador Sérgio Zambiase (PTB-RS), conta como será o funcionamento desse organismo.
Segundo Zambiase, o Parlamento do Mercosul será instalado definitivamente até o final de 2006. Os parlamentares serão, de inicio, indicados e depois eleitos em cada país. A eleição conjunta deve começar apenas quando a instituição estiver consolidada.
A criação desse braço parlamentar do Mercosul, segundo o senador Zambiase, pode facilitar a implantação de uma moeda única nos países que compõem o bloco comercial. “Essa é uma antiga demanda dos exportadores. O parlamento poderia desempenhar papel importante por meio da realização de audiências públicas sobre o tema, com a participação dos setores interessados. Essa iniciativa certamente traria visibilidade à questão”, explica.
O recém-criado Parlamento do Mercosul não irá legislar. Quais serão suas atribuições?
Sen. Sergio Zambiase - O Parlamento substituirá a Comissão Parlamentar Conjunta, e será instalado definitivamente em 31 de dezembro de 2006. Ele terá o papel de caixa de ressonância para as reivindicações dos setores que vêm recebendo os impactos do processo de integração. Também será o canal de comunicação entre o público em geral e as instâncias governamentais negociadoras. Nesse sentido, o Parlamento cumprirá importante papel na agilidade de normas adotadas pelos órgãos decisórios de cada um dos Estados Partes. Assim, contribuirá para oferecer ao bloco o clima de segurança jurídica necessário à atração de investimentos diretos e indiretos.
Quem irá compor o parlamento? Como serão escolhidos os membros? Quantos serão do Brasil? E quando começa a funcionar?
Zambiase - O processo de construção e implantação definitiva do Parlamento terá uma primeira etapa de transição, que compreenderá o período entre 31 de dezembro de 2006 e 31 de dezembro de 2010, e uma segunda etapa, entre 1º de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2014. Na primeira etapa da transição, o Parlamento será integrado por dezoito (18) parlamentares de cada Estado, indicados pelos respectivos Parlamentos Nacionais, de acordo com os critérios particulares de cada país. Antes da conclusão da primeira etapa da transição os Estados-Membros deverão efetuar eleições por sufrágio direto, universal e secreto de Parlamentares, cuja realização será de acordo com a agenda eleitoral nacional de cada Estado. A partir da segunda etapa da transição, todos os parlamentares deverão ter sido eleitos por meio de sufrágio direto, universal e secreto, buscando assegurar uma adequada representação por gênero, etnias e regiões conforme as realidades de cada Estado. Ao final das etapas de transição, por proposta do Parlamento, o Conselho do Mercado Comum estabelecerá, antes do final de 2012, o "Dia do Mercosul Cidadão", para que a eleição dos parlamentares seja realizada de forma simultânea em todos os Estados-Parte, também por sufrágio direto, universal e secreto dos cidadãos.
Esse é o primeiro passo para a unificação das economias, e a criação de uma moeda única, ou não se cogita isso?
Zambiase - É verdade que, ainda nos primórdios da integração, à época ainda bilateral, entre Argentina e Brasil, pensou-se em uma moeda única para os dois países que se chamaria "gaucho". A existência de uma moeda comum, ainda que apenas escritural, nos moldes do antigo "ecu" da União Européia, constitui antiga demanda dos exportadores, que estimam que a conversão para o dólar e depois para a moeda do país importador acaba por acarretar prejuízos para o setor. O parlamento poderia desempenhar papel importante em relação a este tipo de demanda, por meio da realização de audiências públicas sobre o tema, com a participação dos setores interessados, iniciativa que certamente traria visibilidade à questão, podendo posteriormente dar origem a uma recomendação dirigida pelo Parlamento ao Conselho do Mercado Comum. Nesse sentido, o Parlamento avança em relação à Comissão Parlamentar Conjunta, uma vez que o Conselho deverá informá-lo periodicamente sobre o tratamento dado às recomendações a ele encaminhadas pelo órgão parlamentar.
Qual é a importância desse parlamento para o bloco do Mercosul?
Zambiase – O Parlamento do Mercosul será um instrumento fundamental e irreversível para a consolidação da democracia em todo o continente e de integração social e humana, em todos os sentidos. O Parlamento também cumprirá, como já dissemos, papel fundamental na agilização do processo de internalização de normas comuns aos países do bloco. Nesse sentido, pesquisa atualizada em 23 de novembro último, realizada pela Secretaria Administrativa Parlamentar Permanente do Mercosul, revela que do total das 74 normas do bloco que implicam trâmite parlamentar, apenas 16 foram aprovadas pelos Congressos dos quatro países membros. No caso do Brasil, como já registramos, já foi aprovado 55% das normas encaminhadas ao exame do Congresso. Particularmente neste ano, encerramos as atividades da Comissão do Mercosul com todas as pautas aprovadas. Mais do que apenas um projeto de integração econômico, ou limitado aos agora cinco Países-Membros, o Mercosul é um caminho aberto para a construção real, ampla e solidária da unidade dos povos da América do Sul.
Cris*
"Um homem não é outra coisa senão o que faz de si mesmo.” Jean-Paul Sartre
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Não gosto do Mercosul.O Brasil vive fazendo concessões a Argentina, mas quando o livre-comércio é com países do norte, vem a cautela e o protecionismo.Na verdade, o Brasil deve esquecer que ele vai tirar proveito do comércio global, se dedicando apenas ao comércio sul-sul.
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”
Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)
"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."
John Maynard Keynes
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"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."
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Re: Parlamento do Mercusul começa a funcionar em 2006
Cris escreveu:Parlamento do Mercosul começa a funcionar em 2006
Dios nos libre!
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
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- Claudio Loredo
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O fortalecimento do Mercosul, que possui 220 milhões de habitantes, é uma oportunidade de crescimento para as economias da região.
Hoje, em torno de 35% das importações argentinas são provenientes do Brasil, enquanto quase 10% das exportações brasileiras têm como destino a Argentina. A facilitação das trocas comerciais aumentaria e muito este comércio.
A região abrangida pelo mercosul é uma área do globo privilegiada, pois aqui não temos problemas com guerras, conflitos etnicos ou religiosos. Além de tudo temos regimes democráticos e pacíficos instalados nos países da região. Temos um mercado consumidor subaproveitado que pode ser melhor aproveitado com a integração das economias. Tudo isto facilita e incentiva investimentos externos na região.
Só o Brasil e a Argentina juntos representam um PIB de um trilhão de dólares. O que potencializa os ganhos de escala para as empresas brasileiras e argentinas , caso os dois países integrem mais suas economias.
A adoção de um parlamento do mercosul e da moeda única são essenciais para que as economias desses países funcionem como uma só, trazendo todos os beneficios do ganho de escala e da eliminação das fronteiras para o comércio.
Re.: Parlamento do Mercusul começa a funcionar em 2006
A tendência hoje é negociar em blocos.
Negociar individualmente apenas nos mantém refém de interesses alheios. Não é atoa que os Eua são completamente contra o Mercosul. Afinal, é muito mais fácil manter o controle negociando individualmente com cada país.
Imaginem só que absurdo... negociando em bloco o Brasil pode voltar a crescer economicamente, diminuir sua dependência para com os Eua e não ficar mais subordinado aos interesses norte americanos.
Que trágico!
E antes o Mercosul do que a Alca, que é literalmente uma tentativa de estupro generalizado.
Afinal de contas, os Eua são extremamente liberais.
Nós temos de aceitar os produtos deles aqui sem taxa-los.
Eles, podem e taxam nossos produtos a torto e a direito.
O último a ser taxado em mais de 70% foi nosso suco de laranja que é de muito melhor qualidade que o norte americano, além de ser mais barato.
E segundo o bom e velho liberalismo, no qual o Estado não interfere no mercado, os Eua taxaram violentamente nosso suco para salvar os seus produtores.
Lindo! salve o liberalismo! salve o livre mercado!
Negociar individualmente apenas nos mantém refém de interesses alheios. Não é atoa que os Eua são completamente contra o Mercosul. Afinal, é muito mais fácil manter o controle negociando individualmente com cada país.
Imaginem só que absurdo... negociando em bloco o Brasil pode voltar a crescer economicamente, diminuir sua dependência para com os Eua e não ficar mais subordinado aos interesses norte americanos.
Que trágico!
E antes o Mercosul do que a Alca, que é literalmente uma tentativa de estupro generalizado.
Afinal de contas, os Eua são extremamente liberais.
Nós temos de aceitar os produtos deles aqui sem taxa-los.
Eles, podem e taxam nossos produtos a torto e a direito.
O último a ser taxado em mais de 70% foi nosso suco de laranja que é de muito melhor qualidade que o norte americano, além de ser mais barato.
E segundo o bom e velho liberalismo, no qual o Estado não interfere no mercado, os Eua taxaram violentamente nosso suco para salvar os seus produtores.
Lindo! salve o liberalismo! salve o livre mercado!
"Uau! O Brasil é grande"
Reação de Bush, quando Lula mostrou um mapa do Brasil. Essa frase foi finalista em 2006 do site StupidityAwards.com, na categoria "Afirmação mais estúpida de Bush".
Reação de Bush, quando Lula mostrou um mapa do Brasil. Essa frase foi finalista em 2006 do site StupidityAwards.com, na categoria "Afirmação mais estúpida de Bush".
- Claudio Loredo
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Re.: Parlamento do Mercusul começa a funcionar em 2006
Para termos uma rápida idéia de como o Mercosul pode ser benéfico para o Brasil, basta imaginarmos cada unidade da federação brasileira sendo um país, onde cada um tivesse sua própria moeda e governo soberano e ainda houvesse controle nas fronteiras. A vida com certeza seria bem pior em cada UF, pois não teríamos a mesma integração que temos hoje com os outros estados.
Agora, imagina se a América Latina tivesse uma só moeda e não houvesse controle nas fronteira, imagina o tanto que ganharíamos em intercâmbios de todos os tipos com os nossos vizinhos e eles conosco. Falamos um idioma similar, ou até igual, tirando o Brasil, temos um passado em comum, temos uma cultura em comum, temos também problemas e soluções em comum. Não há porque continuarmos divididos.
O Parlamento do Mercosul servirá para coordenar o relacionamento entre interesses opostos ou convergentes dentro do Bloco. Ele é um organismo supranacional que visa coordenar as relações entre os diferentes atores que integram a região.
Existem problemas que não possuem fronteiras nacionais e por isso devem ser resolvidos por organismo supranacionais. Alguns exemplos de problemas que estão além dos estados nacionais: biodiversidade, meio-ambiente, imigração, tributação, direitos trabalhistas entre muitos outros.
Já não faz mais sentido a concorrência entre os países, pois está acaba prejudicando uns em benefício de outros, ou acaba prejudicando a todos. O saldo comercial favorável de um país pode representar o saldo deficitário de outro.
O fato desses adotarem diferentes moedas também é prejudicial para suas economias, pois a conversão cambial gera custos e dificulta o intercambio.
Os países devem coordenar suas atividades econômicas para obter o melhor resultado. Assim, por exemplo, a produção agrícola de uma nação pode ser coordenada com a de outra para que ambas se completem e nenhuma saia perdendo. O mesmo se aplica a industria e ao comercio. Todos esses setores devem padronizar e harmonizar suas atividades para gerar um ganho de produtividade cada vez maior. Uns colaborando com outros ganham muito mais do que competindo entre si.
Devido ao avanço da internet e das telecomunicações, que tornou as pessoas muito próximas uma das outras em escala global, é difícil barrar a integração entre os países latinos. Cada vez mais o turismo, as trocas comerciais e de serviços irão aumentar. Cabe então aos governos desses países facilitar a vida dos seus cidadãos.
O Mercosul servirá para dar mais força a sociedade civil. Pois este ente está além dos governos nacionais e das forças de mercado. Ele serve a sociedade civil a medida que é um regulador das relações humanas.
Com o surgimento das corporações transnacionais, as grandes empresas deixaram de depender dos governos nacionais para a garantia do seu mercado consumidor. Elas passaram a ser mais fortes que os governos e passaram a exigir mais benefícios destes. Colocando uns países contra outros. Ameaçando transferir suas operações para os países que lhes dêem mais benefícios.
É ai que entra a importância dos blocos econômicos. Eles existem para que o Estado possa retomar sua força diante da força dos grandes conglomerados transnacionais. Através dos blocos, os governos deixam de ser reféns das grandes corporações e passam a ter mais independência para exercer seu papel.
A sociedade civil ganha com os organismos supranacionais porque o poder passa a ser mais dividido e enquanto mais dividido for este poder, mas a sociedade civil terá vez e voz. Não será refém do mercado e nem será refém do governo. Com a multiplicação do poder entre entidades diversas que se sobrepõe ou se complementam, a democracia e as liberdades individuais podem ser melhor exercidas.

Re: Re.: Parlamento do Mercusul começa a funcionar em 2006
Perseus escreveu:Nós temos de aceitar os produtos deles aqui sem taxa-los.
Eles, podem e taxam nossos produtos a torto e a direito.
Perseus,
Me explique duas coisas:
Quais produtos americanos são aceitos sem taxação no Brasil?
Se o comércio bilateral Brasil x Estados Unidos é um estupro generalizado contra nós, por que este comércio é historicamente superavitário para o Brasil?
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
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Huxley escreveu:Não gosto do Mercosul.O Brasil vive fazendo concessões a Argentina, mas quando o livre-comércio é com países do norte, vem a cautela e o protecionismo.Na verdade, o Brasil deve esquecer que ele vai tirar proveito do comércio global, se dedicando apenas ao comércio sul-sul.
A participação no Mercosul não impede que o Brasil tenha acordos bilaterais com outros países.
O que faz com que o Brasil invista no comércio sul-sul é o fato do nosso país ter uma industria desenvolvida e um gigantesco parque industrial. Só que o problema é que não temos para quem vender nossa produção. Falta mais demanda para produtos brasileiros. Abrir mercados é uma forma de aumentar as potencialidades do nosso parque industrial.
É mais fácil para o Brasil abrir mercados para seus produtos industrializados nos países do hemisfério sul, pois os países do hemisfério norte já estão tão ou mais industrializados do que o Brasil, tornando nossa competição com eles difícil. Daí, abrirmos mercados onde é mais fácil.
Com a ampliação do mercosul poderemos dobrar o mercado consumidor que nossas industrias já possuem.
Quando pessoas tentam entrar em acordos para iniciar um empreendimento sempre há divergências e uma parte tem que ceder aqui, outra parte cede ali, bem assim acontece na integração entre os países. É necessário que eles abram mão de seus ganhos temporariamente para receberem um benefício maior no futuro. A Argentina reclama que os produtos industrializados brasileiros invadem seu mercado, mas em compensação este país pode invadir nosso pais com sua produção agrícola. Daí, a importância de um órgão supranacional que zele pela harmonização dessas trocas.
Não gosto muito do nome Mercosul, preferia que o nome fosse mudado. Pois o Mercosul é muito mais do que um simples mercado. Ele representa a união de povos e a integração econômica, política e social de países. Por isso chamar de mercado é pouco. Quando o Mercosul atingir o nível de União Política e Monetária, espero que o nome do Bloco mude para talvez União Latino-americana.
Re.: Parlamento do Mercusul começa a funcionar em 2006
A defesa do Mercosul se apoia nos discursos grandiloquentes de defesa da unidade latino-americana, mas dificilmente encontra apoio nos números, que são pífios em todos os sentidos, principalmente considerando que o Brasil só tem tomado na cabeça no comércio bilateral com a Argentina desde que este acordo foi firmado.
Alguns fatos:
1. Não existe Mercosul, já que Paraguai e Uruguai economicamente não servem nem para troco. O que há é um acordo de comércio bilateral Brasil x Argentina;
2. Este acordo bilateral desde que foi firmado gerou déficit para o lado brasileiro, sendo que só nos últimos anos o resultado inverteu;
3. Bastou que o Brasil obtivesse superavit após anos e anos de déficit para que os argentinos protestassem e exigissem medidas protecionistas contra os produtos brasileiros, sendo que o governo brasileiro - inexplicavelmente - concordou;
4. Não faz sentido um acordo de livre comércio cujas regras são mantidas enquanto a Argentina tem superávit e mudadas quando o superávit passa a ser brasileiro. Para nuestros hermanos livre comércio é bom quando beneficia a nosotros e ruim quando beneficia a eles;
5. A América Latina mal saiu de um período de hiperinflação e até hoje não consolidou suas moedas nacionais, que são inconversíveis e instáveis. Querer criar uma moeda internacional é uma aventura megalomaníaca, que só pode resultar em desastre econômico.
5. As exportações brasileiras para Argentina são principalmente de produtos que os fornecedores argentinos não conseguem prover em quantidade ou qualidade suficiente, enquanto muitas das exportações argentinas são de produtos com semelhantes brasileiros melhores e mais baratos (como por exemplo componentes automotivos) que poderiam ser melhor providos pela indústria nacional, não fossem as manobras corporativas e políticas para manter vivos estes setores na Argentina.
6. O Chile, que fugiu do Mercosul, apresenta desempenho econômico muito superior ao de seus vizinhos.
7. Hugo Chavez.
8. O sucesso da União Européia e sua capacidade de produzir enriquecimento mútuo provém do fato de além de incrementar o comércio, a União movimentou poupanças internas, transferindo recursos na forma de investimento dos países mais ricos como Alemanha, Inglaterra, França e Italia, para os mais pobres como Portugal, Espanha e Irlanda.
O que os brasileiros podem esperar de um bloco econômico cujo país mais rico é o Brasil?
Alguns fatos:
1. Não existe Mercosul, já que Paraguai e Uruguai economicamente não servem nem para troco. O que há é um acordo de comércio bilateral Brasil x Argentina;
2. Este acordo bilateral desde que foi firmado gerou déficit para o lado brasileiro, sendo que só nos últimos anos o resultado inverteu;
3. Bastou que o Brasil obtivesse superavit após anos e anos de déficit para que os argentinos protestassem e exigissem medidas protecionistas contra os produtos brasileiros, sendo que o governo brasileiro - inexplicavelmente - concordou;
4. Não faz sentido um acordo de livre comércio cujas regras são mantidas enquanto a Argentina tem superávit e mudadas quando o superávit passa a ser brasileiro. Para nuestros hermanos livre comércio é bom quando beneficia a nosotros e ruim quando beneficia a eles;
5. A América Latina mal saiu de um período de hiperinflação e até hoje não consolidou suas moedas nacionais, que são inconversíveis e instáveis. Querer criar uma moeda internacional é uma aventura megalomaníaca, que só pode resultar em desastre econômico.
5. As exportações brasileiras para Argentina são principalmente de produtos que os fornecedores argentinos não conseguem prover em quantidade ou qualidade suficiente, enquanto muitas das exportações argentinas são de produtos com semelhantes brasileiros melhores e mais baratos (como por exemplo componentes automotivos) que poderiam ser melhor providos pela indústria nacional, não fossem as manobras corporativas e políticas para manter vivos estes setores na Argentina.
6. O Chile, que fugiu do Mercosul, apresenta desempenho econômico muito superior ao de seus vizinhos.
7. Hugo Chavez.
8. O sucesso da União Européia e sua capacidade de produzir enriquecimento mútuo provém do fato de além de incrementar o comércio, a União movimentou poupanças internas, transferindo recursos na forma de investimento dos países mais ricos como Alemanha, Inglaterra, França e Italia, para os mais pobres como Portugal, Espanha e Irlanda.
O que os brasileiros podem esperar de um bloco econômico cujo país mais rico é o Brasil?
Editado pela última vez por Acauan em 16 Fev 2006, 10:39, em um total de 1 vez.
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Re: Re.: Parlamento do Mercusul começa a funcionar em 2006
Acauan escreveu:Perseus escreveu:Nós temos de aceitar os produtos deles aqui sem taxa-los.
Eles, podem e taxam nossos produtos a torto e a direito.
Perseus,
Me explique duas coisas:
Quais produtos americanos são aceitos sem taxação no Brasil?
Se o comércio bilateral Brasil x Estados Unidos é um estupro generalizado contra nós, por que este comércio é historicamente superavitário para o Brasil?
Me refiro a Alca, Acauan.
E mesmo este comércio sendo superavitário para nós, eles podem proteger seus produtores taxando nossos produtos que em muitos casos, são muito melhores e mais baratos que os deles.
Nós, não.
Re: Re.: Parlamento do Mercusul começa a funcionar em 2006
Perseus escreveu:E mesmo este comércio sendo superavitário para nós, eles podem proteger seus produtores taxando nossos produtos que em muitos casos, são muito melhores e mais baratos que os deles.
Nós, não.
Perseus,
Se olharmos os números da CACEX veremos que as coisas não são assim, mas não precisamos ser tão técnicos.
Basta checar porque cada vez que alguém chega de Miami traz notebooks, câmaras digitais e video-games comprados pela metade do preço que pagaria aqui.
A resposta clara é que estes produtos são supertaxados no Brasil, que segundo dados da Organização Mundial do Comércio tem suas tarifas alfandegárias médias entre as mais altas do mundo.
Neste caso, pegar exemplos isolados não dá uma idéia correta da realidade.
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Re.: Parlamento do Mercusul começa a funcionar em 2006
VIVA O MERCOCOTAS!
Até o Uruguai já está abandonando essa porcaria.
E o Chile faz piada com a nossa cara.
Pobre Brasil. Até quando?
Até o Uruguai já está abandonando essa porcaria.
E o Chile faz piada com a nossa cara.
Pobre Brasil. Até quando?
O ENCOSTO
http://www.manualdochurrasco.com.br/
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Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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Claudio Loredo escreveu:
O fortalecimento do Mercosul, que possui 220 milhões de habitantes, é uma oportunidade de crescimento para as economias da região.
Hoje, em torno de 35% das importações argentinas são provenientes do Brasil, enquanto quase 10% das exportações brasileiras têm como destino a Argentina. A facilitação das trocas comerciais aumentaria e muito este comércio.
A região abrangida pelo mercosul é uma área do globo privilegiada, pois aqui não temos problemas com guerras, conflitos etnicos ou religiosos. Além de tudo temos regimes democráticos e pacíficos instalados nos países da região. Temos um mercado consumidor subaproveitado que pode ser melhor aproveitado com a integração das economias. Tudo isto facilita e incentiva investimentos externos na região.
Só o Brasil e a Argentina juntos representam um PIB de um trilhão de dólares. O que potencializa os ganhos de escala para as empresas brasileiras e argentinas , caso os dois países integrem mais suas economias.
A adoção de um parlamento do mercosul e da moeda única são essenciais para que as economias desses países funcionem como uma só, trazendo todos os beneficios do ganho de escala e da eliminação das fronteiras para o comércio.
E o melhor de tudo;
vamos criar mais cargos públicos! Fantástico!
Quem irá sustentar os funcionários desse tal de parlamento do mercocotas?
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Re: Re.: Parlamento do Mercusul começa a funcionar em 2006
Acauan escreveu:A defesa do Mercosul se apoia nos discursos grandiloquentes de defesa da unidade latino-americana, mas dificilmente encontra apoio nos números, que são pífios em todos os sentidos, principalmente considerando que o Brasil só tem tomado na cabeça no comércio bilateral com a Argentina desde que este acordo foi firmado.
O mercosul não é necessário apenas do ponto de vista econômico. Ele é necessário também do ponto de vista humano. Não faz mais sentido as barreiras existentes para o trafego de pessoas, bens, capital e serviços entre países tão semelhantes como o Brasil e a Argentina. O fato é que geograficamente habitamos o mesmo continente e não há porque barrar uma integração maior entre os países. As nações foram construções artificiais feitas para garantir a existência de um mercado avançado dentro de uma fronteira geográfica. Hoje, quando o mundo já é tão interligado, as fronteiras entre os países já não fazem mais sentido. Principalmente entre Brasil e Argentina.
Se hoje há deficit por parte de um e superavit por parte de outro é porque falta avançar mais na integração. Devem existir mecanismos que impeçam que um país perca com a integração. Na União Européia esses mecanismos existem para que os países possam se manter no mesmo nível econômico. Bem assim deve ser feito no Mercosul.
Brasil e Argentina juntos são mais fortes do que individualmente. Juntos eles podem ter mais força nas organizações mundiais e juntos terem um mesmo planejamento para suas exportações e inserção no mundo globalizado.
Acauan escreveu:1. Não existe Mercosul, já que Paraguai e Uruguai economicamente não servem nem para troco. O que há é um acordo de comércio bilateral Brasil x Argentina;
Realmente, Uruguai e Paraguai são pequenas economias, mas no futuro outros países entrarão no Mercosul. Por enquanto esses países são o inicio do bloco. No futuro o Chile, a Bolívia, a Colômbia, o Peru e o Equador, que atualmente são associados, irão se tornar membros também. Quando estes países estiverem preparados para ingressar no Bloco, o que começou com quatro países, será um gigantesco e forte bloco econômico que atrairá o restante dos países latinos e facilitará o comércio do Bloco com outros blocos econômicos e a sua integração mundial.
Acauan escreveu:2. Este acordo bilateral desde que foi firmado gerou déficit para o lado brasileiro, sendo que só nos últimos anos o resultado inverteu;
Por isso é importante a existencia do parlamento latino americano. Ele será um órgão supranacional destinado a resolver conflitos entre as partes.
Acauan escreveu:3. Bastou que o Brasil obtivesse superavit após anos e anos de déficit para que os argentinos protestassem e exigissem medidas protecionistas contra os produtos brasileiros, sendo que o governo brasileiro - inexplicavelmente - concordou;
Certamente Alemanha e França também tiveram que ceder muito até a formação da União Européia, mas hoje esses países são mais fortes devido ao investimento que fizeram na integração com seus vizinhos.
Brasileiros e argentinos precisam perder essa mentalidade de fronteira. São dois países que não podem continuar competindo entre si, quando poderiam se unir e ganhar muito mais com isto. A troca comercial que irá aumentar em virtude disto, só irá enriquecer os dois países.
Acauan escreveu:4. Não faz sentido um acordo de livre comércio cujas regras são mantidas enquanto a Argentina tem superávit e mudadas quando o superávit passa a ser brasileiro. Para nuestros hermanos livre comércio é bom quando beneficia a nosotros e ruim quando beneficia a eles;
É necessário então que os argentinos interiorizem a importância da harmonização das economias. Pode ser que hoje isto seja dificil para eles, mas conforme eles forem vendo os beneficios da união com o Brasil, sua atitude irá mudar.
Acauan escreveu:5. A América Latina mal saiu de um período de hiperinflação e até hoje não consolidou suas moedas nacionais, que são inconversíveis e instáveis. Querer criar uma moeda internacional é uma aventura megalomaníaca, que só pode resultar em desastre econômico.
Hoje as economias do Brasil e da Argentina já estão estabilizadas e não é a adoção de uma moeda única que irá desestabilizá-las. Ao adotar uma moeda única, esta será mais forte do que o Real e o Peso. Além disso a moeda única trará ganhos para o comercio que não irá mais ter o custo das conversões das moedas. Ganha também o turismo e a prestação de serviços que irão aumentar exponencialmente com a moeda única. Moeda única é para facilitar as transações comerciais.
Acauan escreveu:5. As exportações brasileiras para Argentina são principalmente de produtos que os fornecedores argentinos não conseguem prover em quantidade ou qualidade suficiente, enquanto muitas das exportações argentinas são de produtos com semelhantes brasileiros melhores e mais baratos (como por exemplo componentes automotivos) que poderiam ser melhor providos pela indústria nacional, não fossem as manobras corporativas e políticas para manter vivos estes setores na Argentina.
Não podemos mais continuar vendo os argentinos como rivais. Reclamar deles seria o mesmo que o Estado do Rio reclamar de São Paulo porque este esta exportando mais ou vice versa. É necessário entendermos que estamos dentro do mesmo espaço geográfico e temos o mesmo nível de desenvolvimento econômico. Não podemos continuar vendo eles como os outros e eles fazendo o mesmo conosco. É um barrismo sem sentido num mundo sem fronteiras.
Cabe aos dois países sentarem juntos e negociarem, buscarem a cooperação e não a competição. Nos somos latinos americanos e temos que nos ajudar uns aos outros.
Acauan escreveu:6. O Chile, que fugiu do Mercosul, apresenta desempenho econômico muito superior ao de seus vizinhos.
O Chile não fugiu do Mercosul. Ele continua como membro associado. Só que ele possui dois problemas: a cordilheira dos Andes e acordos bilaterais já feitos com outros países e blocos que o está impedindo de integrar-se mais com o Mercosul, mas o importante é que o mercosul vá crescendo aos poucos e aos poucos vá incorporando outros países.
Acauan escreveu:7. Hugo Chavez.
Hugo Chavez que recentemente recebeu um prêmio da Unesco por ser considerado o maior incentivador da integração latino americana, não é um problema para o bloco. Muito pelo contrário. Ele está antenado com o futuro e sabe que o sucesso das economias latinas passa pela sua União. Neste sentido Hugo Chavéz tem se esforçado para construir esta aliança com seus vizinhos. O bom é que a economia venezuelana e brasileira são complementares.
Acauan escreveu:8. O sucesso da União Européia e sua capacidade de produzir enriquecimento mútuo provém do fato de além de incrementar o comércio, a União movimentou poupanças internas, transferindo recursos na forma de investimento dos países mais ricos como Alemanha, Inglaterra, França e Italia, para os mais pobres como Portugal, Espanha e Irlanda.
O que os brasileiros podem esperar de um bloco econômico cujo país mais rico é o Brasil?
No caso do Mercosul não haverá transferencia de renda de um país para outro como houve na União Européia, pelo menos não por enquanto, mas o mais importante é começarmos a agir como a União Europeia agiu. Lá os paises viram que sozinhos eram fracos, mas juntos ficavam mais fortes. Talvez a América Latina não fique tão forte quanto a União Européia, mas com certeza a integração de suas economias tornará cada país do bloco mais forte do que é hoje.
O Mercosul significa a entrado do Brasil na era digital. Significa deixar a era industrial de lado e partir para uma experiência inovadora que tão bem sucedida tem sido na União Européia. O futuro está na cooperação entre os povos e na multigovernabilidade, o Brasil precisa abraçar este futuro. Ser mais do que um país, ser um bloco econômico e como bloco econômico relacionar-se com outros blocos. Navegar junto no mar da globalização é melhor do que navegar sozinho.
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O ENCOSTO escreveu:E o melhor de tudo;
vamos criar mais cargos públicos! Fantástico!
Quem irá sustentar os funcionários desse tal de parlamento do mercocotas?
Atualmente os membros do parlamento do Mercosul são os membros do nosso parlamento mais os membros dos parlamentos dos outros países . O ideal é que no futuro seja feito como na União Européia e os deputados comunitários sejam eleitos diretamente.
Existe um trabalho a ser feito pelos deputados comunitários que é a regulamentação dos relacionamentos entre os povos do bloco. Portanto, é um trabalho importante.
Na União Européia os orgãos comunitários são financiados pelos próprios países membros que destinam 1% da arrecadação do imposto sobre o consumo para a União Européia. No mercosul deve ser feito algo semelhante.
O custo do parlamento do Mercosul é insignificante diante do ganho que este parlamento irá trazer por facilitar o intercâmbio comercial, social e político entre essas nações.
Re: Re.: Parlamento do Mercusul começa a funcionar em 2006
Pois é Claudio,
Exatamente como disse.
A favor do Mercosul apenas discursos grandiloquentes pregando o quanto vai ser lindo nós latino-americanos nos unirmos, mas nenhum dado objetivo ou técnico que demonstre que estes acordos tragam algo de bom para o povo brasileiro.
Dane-se se equatorianos, colombianos e bolivianos vão constituir conosco uma grande família continental.
Estadistas devem decidir com visão e pragmatismo.
Vamos analisar o grau de visão e pragmatismo dos comentários abaixo:
1. As economias do Brasil e Argentina não estão estabilizadas coisa nenhuma.
Em ambos os países as reservas cambiais são voláteis, as moedas nacionais são inconversíveis e a balança de pagamentos é deficitária (a de pagamentos, não a comercial).
Há pouco mais de três anos o PIB da Argentina caiu 11% e a inflação anual chegou a 40%.
Os endividamentos interno e externo, lá e cá, são proporcionalmente altos e não há programas efetivos de controle dos gastos públicos.
Por tudo isto, Brasil e Argentina podem ser a bola da vez do próximo ataque especulativo, que pode dobrar a cotação do dólar nestes países em um ou dois dias.
2. Adotar uma moeda única implica em sincronizar as economias, taxas de juros, câmbio e outros artifícios técnicos que foram extremamente difíceis de operar na geração do Euro e são praticamente impossíveis de operar aqui, onde temos que suportar taxas de juros altíssimos porque esta é a última âncora que restou para conter a inflação.
Se tanto Brasil como Argentina desviarem o foco da manutenção dos indicadores de suas economias do objetivo de conter a inflação para promover artificialmente este sincronismo, o resultado esperado é que não conseguirão sincronismo nenhum e a inflação explodirá de novo, lá e cá.
3. A única forma de uma moeda única sul americana ser mais forte que o Real e o Peso é se por algum milagre for possível a um casal de ratos terem um elefante por filhote. Moedas nacionais fracas não geram moedas únicas fortes.
4. Qual é o custo de conversão de moedas?
Transações em dólar são a rotina do comércio internacional, tão simples, fácil e rápido que é muito possível que o uso de uma nova moeda gere custos muito maiores, como, de imediato, adaptação de todos os softwares integrados de importação e exportação (como o SISCOMEX).
5. Quem tem dinheiro na Argentina e quer fazer turismo em Camboriú ou qualquer outro lugar preferido por eles não tem a menor dificuldade em trocar seus pesos por aqui. Uma política de turismo produzirá muito melhores resultados neste setor que uma moeda única, já que nenhum argentino interessado nas praias brasileiras hoje deixa de vir por conta da diferença de moedas e nenhum que é desinteressado passará a vir se a moeda for única.
Exatamente como disse.
A favor do Mercosul apenas discursos grandiloquentes pregando o quanto vai ser lindo nós latino-americanos nos unirmos, mas nenhum dado objetivo ou técnico que demonstre que estes acordos tragam algo de bom para o povo brasileiro.
Dane-se se equatorianos, colombianos e bolivianos vão constituir conosco uma grande família continental.
Estadistas devem decidir com visão e pragmatismo.
Vamos analisar o grau de visão e pragmatismo dos comentários abaixo:
Claudio Loredo escreveu:Acauan escreveu:5. A América Latina mal saiu de um período de hiperinflação e até hoje não consolidou suas moedas nacionais, que são inconversíveis e instáveis. Querer criar uma moeda internacional é uma aventura megalomaníaca, que só pode resultar em desastre econômico.
Hoje as economias do Brasil e da Argentina já estão estabilizadas e não é a adoção de uma moeda única que irá desestabilizá-las. Ao adotar uma moeda única, esta será mais forte do que o Real e o Peso. Além disso a moeda única trará ganhos para o comercio que não irá mais ter o custo das conversões das moedas. Ganha também o turismo e a prestação de serviços que irão aumentar exponencialmente com a moeda única. Moeda única é para facilitar as transações comerciais.
1. As economias do Brasil e Argentina não estão estabilizadas coisa nenhuma.
Em ambos os países as reservas cambiais são voláteis, as moedas nacionais são inconversíveis e a balança de pagamentos é deficitária (a de pagamentos, não a comercial).
Há pouco mais de três anos o PIB da Argentina caiu 11% e a inflação anual chegou a 40%.
Os endividamentos interno e externo, lá e cá, são proporcionalmente altos e não há programas efetivos de controle dos gastos públicos.
Por tudo isto, Brasil e Argentina podem ser a bola da vez do próximo ataque especulativo, que pode dobrar a cotação do dólar nestes países em um ou dois dias.
2. Adotar uma moeda única implica em sincronizar as economias, taxas de juros, câmbio e outros artifícios técnicos que foram extremamente difíceis de operar na geração do Euro e são praticamente impossíveis de operar aqui, onde temos que suportar taxas de juros altíssimos porque esta é a última âncora que restou para conter a inflação.
Se tanto Brasil como Argentina desviarem o foco da manutenção dos indicadores de suas economias do objetivo de conter a inflação para promover artificialmente este sincronismo, o resultado esperado é que não conseguirão sincronismo nenhum e a inflação explodirá de novo, lá e cá.
3. A única forma de uma moeda única sul americana ser mais forte que o Real e o Peso é se por algum milagre for possível a um casal de ratos terem um elefante por filhote. Moedas nacionais fracas não geram moedas únicas fortes.
4. Qual é o custo de conversão de moedas?
Transações em dólar são a rotina do comércio internacional, tão simples, fácil e rápido que é muito possível que o uso de uma nova moeda gere custos muito maiores, como, de imediato, adaptação de todos os softwares integrados de importação e exportação (como o SISCOMEX).
5. Quem tem dinheiro na Argentina e quer fazer turismo em Camboriú ou qualquer outro lugar preferido por eles não tem a menor dificuldade em trocar seus pesos por aqui. Uma política de turismo produzirá muito melhores resultados neste setor que uma moeda única, já que nenhum argentino interessado nas praias brasileiras hoje deixa de vir por conta da diferença de moedas e nenhum que é desinteressado passará a vir se a moeda for única.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
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Re.: Parlamento do Mercusul começa a funcionar em 2006
Existem problemas, mas a União Monetária do Mercosul não é um empreendimento para amanhã. Provavelmente ainda levará vários anos até que Brasil e Argentina estejam em condições de ter uma moeda única. Até lá, o terreno tem que ser preparado com o objetivo de se atingir este alvo. Ter um meta estabelecida é uma forma de direcionar a econômia para um bom objetivo. A construção do parlamento do Mercosul já é um avanço neste sentido.