RELIGIÃO, a fonte da discórdia
RELIGIÃO, a fonte da discórdia
O Islã é de guerra
Pedro Dória
18.02.2006 | Nos primeiros dias após o Onze de Setembro, imperou a confusão. Ali naquela primeira semana, Osama bin Laden foi revelado mandante do crime, apontado entre os Talibãs afegãos e a operação de diplomacia e guerra teve início. Hoje chamamos de Guerra contra o Terror – mas o primeiro nome que teve foi Cruzada contra o Terror. É que algum gênio esqueceu o sentido original da palavra Cruzada. Como não se tratava de uma guerra entre civilizações, o presidente norte-americano foi à televisão e disse que "o Islã é uma religião de paz" e mudou o nome para guerra.
O problema é que o Islã não é uma religião de paz. Nunca foi em sua história, tampouco é agora. Não é uma característica intrínseca do Islã, um defeito genético particular: isto tem a ver com religiões. Religiões não são de paz. Os católicos moveram as Cruzadas sangrentas e queimaram muita gente na fogueira; os Protestantes também queimaram muita gente entre a Alemanha e os EUA. É só ouvir um único discurso do rabino Ovadia Yosef, de Israel, para saber o que um judeu religioso em fúria e com poder poderia fazer. Aliás, não é hábito do Dalai Lama contar sobre o sistema escravagista e bárbaro que a teocracia tibetana mantinha antes da igualmente bárbara invasão maoísta. Religiões derramam sangue.
O que acontece, certamente, é que em determinadas fases da história elas ficam mais calmas – ou melhor, a população ao redor gera anticorpos, fica intolerante ao barbarismo. A Igreja Católica não abandonou a Inquisição porque quis. Foi forçada a isto porque a população começou a se afastar dela.
Governos laicos ou religiosos, na Ásia Central, Oriente Médio e Norte da África têm se mostrado permissivos. Mulás, xeques – até aiatolás no caso iraniano – têm incrível liberdade para condenar alguém à morte. E um incrível número de pessoas considera que uma ordem destas tem valor de lei. Então, mais do que um exercício de liberdade de expressão, uma fatwa é um ato legislativo, uma ordem judicial que, naturalmente, opõe-se à Declaração Universal dos Direitos Humanos. Um líder religioso que condene alguém à morte é um líder fora do sistema de legalidade.
Incrivelmente, o crime que atiça mais a fúria dos religiosos do Islã é o crime de opinião, de manifestar uma idéia. Fora as diferenças óbvias na quantidade de talento, qual a diferença entre a blasfêmia de Salmon Rushdie e a dos cartunistas dinamarqueses? Nenhuma. E, coerentemente, cartunistas e escritor foram condenados à morte. Quem decidiu considerar diferentes os casos são todos os que, pós Onze de Setembro, chegaram à conclusão de que certas coisas a respeito do Islã não podem ser ditas.
O Islã é uma religião organizada de tal forma, hoje, que líderes religiosos podem sair condenando qualquer um à morte, ou ao apedrejamento, ou a chibatadas, e ninguém questiona. Isso não é liberdade de culto, é barbarismo. Há um contexto, claro que há.
Os árabes foram conquistadores por boa parte de sua história e, quase sempre, bateram de frente com cristãos conquistadores de origem européia. A experiência do colonialismo árabe no subcontinente indiano é igualzinha à experiência africana com a metrópole européia. Imperialismo é igual em toda parte. Só que houve um momento em que o império árabe ruiu e os árabes viraram, eles próprios, colonos. Os traços de fronteiras impostos por Inglaterra e França no Oriente Médio, ao longo do século 20, são canhestros.
Pior, provavelmente, é a escolha de líderes para cada um destes países feita por europeus e, após a Segunda Guerra, por norte-americanos. Entre ditadores laicos e teocratas, acaba tudo mais ou menos igual. Os ditadores laicos, seja no Iraque, seja no Egito, ou Síria – onde for – acabam fechando os olhos para o que dizem os líderes religiosos porque não querem ficar mal com o povo. Os religiosos fazem o que acham que têm de fazer.
É claro que há um bocado de demagogia em todo o processo – usar a religião e um inimigo externo para entorpecer o povo, fazer com que esqueça de suas próprias agruras, não tem nada de novidade. Por outro lado, olhar com desconfiança para EUA e Europa não tem nada de artificial. A experiência que todo o povo do Oriente Médio tem com os estrangeiros em sua terra é ruim. Se os demagogos exploram o desejo de um inimigo externo por um lado, o inimigo externo não é artificial.
Só que não basta ter razão. Muito se falou da falta de bom senso dos editores dinamarqueses. Nada se falou da falta de bom senso dos muçulmanos, mundo afora, que andaram pelas ruas matando-se uns aos outros, incendiando prédios. Por quê? Não são crianças. Cobrar bom senso dos dinamarqueses para não provocar é mais ou menos como dizer que eles, dinamarqueses, que são adultos, deveriam agir responsavelmente já que as crianças não podem. É como os jesuítas olhavam os índios. Ou seja, cobrar bom senso dos dinamarqueses é pensar de forma imperialista.
No mundo real, não há crianças. Há adultos, todos capazes de exercitar bom senso. E há um mundo no qual todos vivemos, cada qual com o seu quinhão de herança cultural, cada um absolutamente capaz de compreender e até de admirar os costumes alheios. Não basta dizer que a Guerra do Iraque é um despropósito, embora seja. Os erros não são apenas norte-americanos. Os críticos, culpadíssimos, costumam dizer que ninguém deixa espaço para que muçulmanos moderados apareçam.
Quem não deixa espaço? Na Europa eles aparecem, embora raramente. Até porque, como todas as outras pessoas, a maioria dos muçulmanos moderados carregam suas religiões como não mais que um detalhe de suas vidas. Se estes mesmos moderados não aparecem na Arábia Saudita, ou na Síria, ou no Irã, não é por culpa dos EUA, ou da França, ou de Israel. Quem não abre espaço são os fundamentalistas ou os ditadores – ou, o que é mais comum, ambos.
Toda mulher muçulmana tem o direito de usar a burka se quiser. Mas o problema é que, em muitos países, elas não têm o direito de não usá-la. Toda mulher muçulmana tem o direito de casar com quem seu pai escolher. E se ela preferir escolher por si? E se o marido escolher tratá-la a chibatadas? Toda religião, se absoluta, é arcaica. Em algumas partes do mundo, conseguimos enjaular as religiões, tirar delas o grosso de seu poder político. Em outras partes, não conseguimos. O Islã não precisa acabar. Precisa é ser enjaulado de forma que só quem o siga é quem tem a escolha de segui-lo ou não.
O que surpreende, muitas vezes, é gente à esquerda com simpatia pelo Hamas. Defendendo Saddam Hussein. Achando que o governo iraniano tem muitas razões. É o raciocínio torpe de que o inimigo de meu inimigo é amigo. Só que não é. O Hamas ou a atual liderança iraniana são forças reacionárias, machistas. Estão à direita de boa parte dos Republicanos nos EUA. São eleitos, também, então que se procure uma conversa, e conversa é possível sempre. Para isto existe liberdade de expressão: para que as pessoas possam conversar, deixar sempre muito claro onde estão para aí encontrar algum tipo de forma de coabitação pacífica.
A coabitação pacífica é possível. Mas de que cada um está disposto a abrir mão para que viver nos seja agradável a todos? Não se desenhar mais Maomé? É razoável. Não dizer mais que o Islã, hoje, é assassino? Talvez. Deixar que, entre eles, se matem? Desde que seja entre eles. Que proíbam? Que não tenham mais música? Que usem escravos? Crianças escravas? Que matem mulheres por ciúmes? São extremos, claro. Isto não se dá em todo país muçulmano e o cristianismo conviveu até há bem pouco tempo com o mesmo grau de barbárie.
Ainda assim, se nos calamos por conta dos protestos, com que direito nos denominamos civilizados? Daqui de baixo, não parece que os dinamarqueses perderam o bom senso. Quem se mata por caricaturas é que perdeu.
Pedro Dória
18.02.2006 | Nos primeiros dias após o Onze de Setembro, imperou a confusão. Ali naquela primeira semana, Osama bin Laden foi revelado mandante do crime, apontado entre os Talibãs afegãos e a operação de diplomacia e guerra teve início. Hoje chamamos de Guerra contra o Terror – mas o primeiro nome que teve foi Cruzada contra o Terror. É que algum gênio esqueceu o sentido original da palavra Cruzada. Como não se tratava de uma guerra entre civilizações, o presidente norte-americano foi à televisão e disse que "o Islã é uma religião de paz" e mudou o nome para guerra.
O problema é que o Islã não é uma religião de paz. Nunca foi em sua história, tampouco é agora. Não é uma característica intrínseca do Islã, um defeito genético particular: isto tem a ver com religiões. Religiões não são de paz. Os católicos moveram as Cruzadas sangrentas e queimaram muita gente na fogueira; os Protestantes também queimaram muita gente entre a Alemanha e os EUA. É só ouvir um único discurso do rabino Ovadia Yosef, de Israel, para saber o que um judeu religioso em fúria e com poder poderia fazer. Aliás, não é hábito do Dalai Lama contar sobre o sistema escravagista e bárbaro que a teocracia tibetana mantinha antes da igualmente bárbara invasão maoísta. Religiões derramam sangue.
O que acontece, certamente, é que em determinadas fases da história elas ficam mais calmas – ou melhor, a população ao redor gera anticorpos, fica intolerante ao barbarismo. A Igreja Católica não abandonou a Inquisição porque quis. Foi forçada a isto porque a população começou a se afastar dela.
Governos laicos ou religiosos, na Ásia Central, Oriente Médio e Norte da África têm se mostrado permissivos. Mulás, xeques – até aiatolás no caso iraniano – têm incrível liberdade para condenar alguém à morte. E um incrível número de pessoas considera que uma ordem destas tem valor de lei. Então, mais do que um exercício de liberdade de expressão, uma fatwa é um ato legislativo, uma ordem judicial que, naturalmente, opõe-se à Declaração Universal dos Direitos Humanos. Um líder religioso que condene alguém à morte é um líder fora do sistema de legalidade.
Incrivelmente, o crime que atiça mais a fúria dos religiosos do Islã é o crime de opinião, de manifestar uma idéia. Fora as diferenças óbvias na quantidade de talento, qual a diferença entre a blasfêmia de Salmon Rushdie e a dos cartunistas dinamarqueses? Nenhuma. E, coerentemente, cartunistas e escritor foram condenados à morte. Quem decidiu considerar diferentes os casos são todos os que, pós Onze de Setembro, chegaram à conclusão de que certas coisas a respeito do Islã não podem ser ditas.
O Islã é uma religião organizada de tal forma, hoje, que líderes religiosos podem sair condenando qualquer um à morte, ou ao apedrejamento, ou a chibatadas, e ninguém questiona. Isso não é liberdade de culto, é barbarismo. Há um contexto, claro que há.
Os árabes foram conquistadores por boa parte de sua história e, quase sempre, bateram de frente com cristãos conquistadores de origem européia. A experiência do colonialismo árabe no subcontinente indiano é igualzinha à experiência africana com a metrópole européia. Imperialismo é igual em toda parte. Só que houve um momento em que o império árabe ruiu e os árabes viraram, eles próprios, colonos. Os traços de fronteiras impostos por Inglaterra e França no Oriente Médio, ao longo do século 20, são canhestros.
Pior, provavelmente, é a escolha de líderes para cada um destes países feita por europeus e, após a Segunda Guerra, por norte-americanos. Entre ditadores laicos e teocratas, acaba tudo mais ou menos igual. Os ditadores laicos, seja no Iraque, seja no Egito, ou Síria – onde for – acabam fechando os olhos para o que dizem os líderes religiosos porque não querem ficar mal com o povo. Os religiosos fazem o que acham que têm de fazer.
É claro que há um bocado de demagogia em todo o processo – usar a religião e um inimigo externo para entorpecer o povo, fazer com que esqueça de suas próprias agruras, não tem nada de novidade. Por outro lado, olhar com desconfiança para EUA e Europa não tem nada de artificial. A experiência que todo o povo do Oriente Médio tem com os estrangeiros em sua terra é ruim. Se os demagogos exploram o desejo de um inimigo externo por um lado, o inimigo externo não é artificial.
Só que não basta ter razão. Muito se falou da falta de bom senso dos editores dinamarqueses. Nada se falou da falta de bom senso dos muçulmanos, mundo afora, que andaram pelas ruas matando-se uns aos outros, incendiando prédios. Por quê? Não são crianças. Cobrar bom senso dos dinamarqueses para não provocar é mais ou menos como dizer que eles, dinamarqueses, que são adultos, deveriam agir responsavelmente já que as crianças não podem. É como os jesuítas olhavam os índios. Ou seja, cobrar bom senso dos dinamarqueses é pensar de forma imperialista.
No mundo real, não há crianças. Há adultos, todos capazes de exercitar bom senso. E há um mundo no qual todos vivemos, cada qual com o seu quinhão de herança cultural, cada um absolutamente capaz de compreender e até de admirar os costumes alheios. Não basta dizer que a Guerra do Iraque é um despropósito, embora seja. Os erros não são apenas norte-americanos. Os críticos, culpadíssimos, costumam dizer que ninguém deixa espaço para que muçulmanos moderados apareçam.
Quem não deixa espaço? Na Europa eles aparecem, embora raramente. Até porque, como todas as outras pessoas, a maioria dos muçulmanos moderados carregam suas religiões como não mais que um detalhe de suas vidas. Se estes mesmos moderados não aparecem na Arábia Saudita, ou na Síria, ou no Irã, não é por culpa dos EUA, ou da França, ou de Israel. Quem não abre espaço são os fundamentalistas ou os ditadores – ou, o que é mais comum, ambos.
Toda mulher muçulmana tem o direito de usar a burka se quiser. Mas o problema é que, em muitos países, elas não têm o direito de não usá-la. Toda mulher muçulmana tem o direito de casar com quem seu pai escolher. E se ela preferir escolher por si? E se o marido escolher tratá-la a chibatadas? Toda religião, se absoluta, é arcaica. Em algumas partes do mundo, conseguimos enjaular as religiões, tirar delas o grosso de seu poder político. Em outras partes, não conseguimos. O Islã não precisa acabar. Precisa é ser enjaulado de forma que só quem o siga é quem tem a escolha de segui-lo ou não.
O que surpreende, muitas vezes, é gente à esquerda com simpatia pelo Hamas. Defendendo Saddam Hussein. Achando que o governo iraniano tem muitas razões. É o raciocínio torpe de que o inimigo de meu inimigo é amigo. Só que não é. O Hamas ou a atual liderança iraniana são forças reacionárias, machistas. Estão à direita de boa parte dos Republicanos nos EUA. São eleitos, também, então que se procure uma conversa, e conversa é possível sempre. Para isto existe liberdade de expressão: para que as pessoas possam conversar, deixar sempre muito claro onde estão para aí encontrar algum tipo de forma de coabitação pacífica.
A coabitação pacífica é possível. Mas de que cada um está disposto a abrir mão para que viver nos seja agradável a todos? Não se desenhar mais Maomé? É razoável. Não dizer mais que o Islã, hoje, é assassino? Talvez. Deixar que, entre eles, se matem? Desde que seja entre eles. Que proíbam? Que não tenham mais música? Que usem escravos? Crianças escravas? Que matem mulheres por ciúmes? São extremos, claro. Isto não se dá em todo país muçulmano e o cristianismo conviveu até há bem pouco tempo com o mesmo grau de barbárie.
Ainda assim, se nos calamos por conta dos protestos, com que direito nos denominamos civilizados? Daqui de baixo, não parece que os dinamarqueses perderam o bom senso. Quem se mata por caricaturas é que perdeu.
- Luis Dantas
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Infelizmente o autor do artigo, apesar de um tanto parcial, está basicamente correto.
O problema é a frase final. Não devíamos nos perguntar quem ganhou ou perdeu, porque esses conflitos não tem como beneficiar a quem quer que seja.
O problema é a frase final. Não devíamos nos perguntar quem ganhou ou perdeu, porque esses conflitos não tem como beneficiar a quem quer que seja.
"Faça da tua vida um reflexo da sociedade que desejas." - Mahatma Ghandi
"First they ignore you, then they laugh at you, then they fight you, then you win." - describing the stages of establishment resistance to a winning strategy of nonviolent activism
http://dantas.editme.com/textos http://luisdantas.zip.net http://www.dantas.com
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- Fernando Silva
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Re.: RELIGIÃO, a fonte da discórdia
CONFUSÃO ENTRE RELIGIÃO E POLÍTICA
"O Globo" 16/02/2006
Oconflito internacional detonado pelo cartunista do jornal dinamarquês “Jyllands-Posten” não se reduz a uma disputa entre diferentes valores. Não são a liberdade de expressão ou a defesa da dignidade religiosa que estão em discussão. É uma questão muito mais importante, com a qual o mundo civilizado não pode conviver ou compactuar. Até agora, no entanto, esta questão permanece na obscuridade talvez por conta da extrema complexidade de sua solução.
A pergunta a nos fazermos é: se a legislação em vigor no país onde um muçulmano vive permite que sejam publicadas caricaturas de Maomé, com que direito um cidadão de fé muçulmana que nele viva pode se indignar e proferir ameaças às instituições deste país?
Não há qualquer problema no fato de cidadãos da Arábia Saudita ou do Irã, por exemplo, não aceitarem publicações de charges com Maomé nos jornais de seus respectivos países. Se a legislação de seus Estados assim o estabelecer, não existe argumento válido, mesmo que em defesa da liberdade de expressão, para defender o direito à publicação. Certamente, em muitos países islâmicos o cartunista do jornal “Jyllands-Posten” não encontraria espaço para publicar seu material. Mas isso não seria problema nenhum, nem seria objeto legítimo de protesto, já que ele não é um sujeito de direito nesses países.
Além disso, devemos considerar que cartunistas ocidentais batem à vontade em todos os símbolos sagrados de qualquer cultura, inclusive do cristianismo. Não se trata, portanto, de campanha antiislâmica, mas sim de um rotineiro trabalho daqueles cujo ofício consiste em fazer-nos rir com seus desenhos.
De que se trata, então?
Num mundo onde grupos islâmicos, alguns dos quais apelando para a morte e a destruição de indivíduos que não vivem de acordo com a sua fé, vivem em países que não participam da mesma crença religiosa, o escândalo criado em torno do episódio, politicamente insignificante, revela algo mais que intolerância. Revela uma confusão entre religião e política, entre Igreja e Estado. E isso o mundo ocidental não pode negociar.
A natureza íntima de uma religião é expressar a palavra de Deus, explicando os mistérios da existência humana num plano transcendente. Desde sua origem, a Igreja Católica fez clara distinção entre o que é de César e o que é de Deus - e a última encíclica do Papa Bento XVI, “Deus caritas est”, é mais um claro exemplo disso. O desenvolvimento da civilização ocidental tem como base a distinção entre Igreja e Estado: nem o Estado pode impor a religião, nem a Igreja pode pretender que o Estado faça o que é de seu exclusivo interesse. Jacob Burckhardt, um dos maiores historiadores do século XIX, nas suas “Reflexões sobre a História Universal” mostra que a atual situação não é uma novidade. Segundo ele, a fusão entre Igreja e Estado é um dado essencial do islamismo. Assim sendo, seu sistema de Estado é “inevitavelmente despótico”. Burckhardt chega mais longe e se pergunta até que ponto o islamismo comporta algum tipo de Estado, isto é, algum tipo de Estado de Direito, tal como se entende no Ocidente.
Não parece, portanto, existir conflito de valores entre Ocidente e o islamismo no que diz respeito às charges com Maomé. Conflito de valores é um fenômeno que apenas pode existir em países que separam religião e política, como acontece no Ocidente. Na maioria dos países islâmicos, não existem nem podem existir conflitos de valores precisamente pela preeminência do fator religioso na vida política. Nessas condições, o conflito de valores é decodificado como declaração de guerra e só pode concluir com a eliminação do “inimigo”. Tal como ensinava Max Weber, a política desaparece quando ela é subordinada a uma ética da convicção de tipo único. A importância do problema que enfrenta hoje o Ocidente deriva da importância da convicção religiosa para os cidadãos dos países islâmicos. Sem uma convicção forte na pluralidade dos valores e na separação Igreja-Estado, nem o Ocidente poderá se defender eficientemente dos ataques dos muçulmanos radicais, nem tampouco poderá ajudar os cidadãos dessa fé a viver no mundo atual.
HÉCTOR RICARDO LEIS é professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
"O Globo" 16/02/2006
Oconflito internacional detonado pelo cartunista do jornal dinamarquês “Jyllands-Posten” não se reduz a uma disputa entre diferentes valores. Não são a liberdade de expressão ou a defesa da dignidade religiosa que estão em discussão. É uma questão muito mais importante, com a qual o mundo civilizado não pode conviver ou compactuar. Até agora, no entanto, esta questão permanece na obscuridade talvez por conta da extrema complexidade de sua solução.
A pergunta a nos fazermos é: se a legislação em vigor no país onde um muçulmano vive permite que sejam publicadas caricaturas de Maomé, com que direito um cidadão de fé muçulmana que nele viva pode se indignar e proferir ameaças às instituições deste país?
Não há qualquer problema no fato de cidadãos da Arábia Saudita ou do Irã, por exemplo, não aceitarem publicações de charges com Maomé nos jornais de seus respectivos países. Se a legislação de seus Estados assim o estabelecer, não existe argumento válido, mesmo que em defesa da liberdade de expressão, para defender o direito à publicação. Certamente, em muitos países islâmicos o cartunista do jornal “Jyllands-Posten” não encontraria espaço para publicar seu material. Mas isso não seria problema nenhum, nem seria objeto legítimo de protesto, já que ele não é um sujeito de direito nesses países.
Além disso, devemos considerar que cartunistas ocidentais batem à vontade em todos os símbolos sagrados de qualquer cultura, inclusive do cristianismo. Não se trata, portanto, de campanha antiislâmica, mas sim de um rotineiro trabalho daqueles cujo ofício consiste em fazer-nos rir com seus desenhos.
De que se trata, então?
Num mundo onde grupos islâmicos, alguns dos quais apelando para a morte e a destruição de indivíduos que não vivem de acordo com a sua fé, vivem em países que não participam da mesma crença religiosa, o escândalo criado em torno do episódio, politicamente insignificante, revela algo mais que intolerância. Revela uma confusão entre religião e política, entre Igreja e Estado. E isso o mundo ocidental não pode negociar.
A natureza íntima de uma religião é expressar a palavra de Deus, explicando os mistérios da existência humana num plano transcendente. Desde sua origem, a Igreja Católica fez clara distinção entre o que é de César e o que é de Deus - e a última encíclica do Papa Bento XVI, “Deus caritas est”, é mais um claro exemplo disso. O desenvolvimento da civilização ocidental tem como base a distinção entre Igreja e Estado: nem o Estado pode impor a religião, nem a Igreja pode pretender que o Estado faça o que é de seu exclusivo interesse. Jacob Burckhardt, um dos maiores historiadores do século XIX, nas suas “Reflexões sobre a História Universal” mostra que a atual situação não é uma novidade. Segundo ele, a fusão entre Igreja e Estado é um dado essencial do islamismo. Assim sendo, seu sistema de Estado é “inevitavelmente despótico”. Burckhardt chega mais longe e se pergunta até que ponto o islamismo comporta algum tipo de Estado, isto é, algum tipo de Estado de Direito, tal como se entende no Ocidente.
Não parece, portanto, existir conflito de valores entre Ocidente e o islamismo no que diz respeito às charges com Maomé. Conflito de valores é um fenômeno que apenas pode existir em países que separam religião e política, como acontece no Ocidente. Na maioria dos países islâmicos, não existem nem podem existir conflitos de valores precisamente pela preeminência do fator religioso na vida política. Nessas condições, o conflito de valores é decodificado como declaração de guerra e só pode concluir com a eliminação do “inimigo”. Tal como ensinava Max Weber, a política desaparece quando ela é subordinada a uma ética da convicção de tipo único. A importância do problema que enfrenta hoje o Ocidente deriva da importância da convicção religiosa para os cidadãos dos países islâmicos. Sem uma convicção forte na pluralidade dos valores e na separação Igreja-Estado, nem o Ocidente poderá se defender eficientemente dos ataques dos muçulmanos radicais, nem tampouco poderá ajudar os cidadãos dessa fé a viver no mundo atual.
HÉCTOR RICARDO LEIS é professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
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A Política motiva a discórdia,a religiâo mascara a discórdia.Na verdade a Política é a própria geratirz da discórdia,nâo pode haver discórdia que nâo seja essencialmente de caráter político.
Quem nâo é de direita,elabora uma cisâo revolucionária e implanta um regime esquerdista ou entâo arma um bloco de resistência ideológica aos pressupostos da direita.A discórdia surge da dissidência ideológica e dissidência ideológica é o berço de onde a própria Política nasce.Nâo há Poítica sem discórdia e disssidência.A Religiâo é usada no processo como meio de unificar a Política pois a Religiâo por seu próprio sentido etmológico significa Re-Uniâo(o oposto de discórdia) e a Religiâo costuma ser um grande agregador de massas.
No entanto a Religiâo em si nâo tem potencial ideológico para motivar a discórdia e a desuniâo,a nâo ser a Religiâo Politizada,completamente absorvida por ideais Políticos.
Quem nâo é de direita,elabora uma cisâo revolucionária e implanta um regime esquerdista ou entâo arma um bloco de resistência ideológica aos pressupostos da direita.A discórdia surge da dissidência ideológica e dissidência ideológica é o berço de onde a própria Política nasce.Nâo há Poítica sem discórdia e disssidência.A Religiâo é usada no processo como meio de unificar a Política pois a Religiâo por seu próprio sentido etmológico significa Re-Uniâo(o oposto de discórdia) e a Religiâo costuma ser um grande agregador de massas.
No entanto a Religiâo em si nâo tem potencial ideológico para motivar a discórdia e a desuniâo,a nâo ser a Religiâo Politizada,completamente absorvida por ideais Políticos.
- Carlos Castelo
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- Registrado em: 31 Out 2005, 15:59
O problema é que o Islã não é uma religião de paz. Nunca foi em sua história, tampouco é agora. Não é uma característica intrínseca do Islã, um defeito genético particular: isto tem a ver com religiões. Religiões não são de paz. Os católicos moveram as Cruzadas sangrentas e queimaram muita gente na fogueira; os Protestantes também queimaram muita gente entre a Alemanha e os EUA. É só ouvir um único discurso do rabino Ovadia Yosef, de Israel, para saber o que um judeu religioso em fúria e com poder poderia fazer. Aliás, não é hábito do Dalai Lama contar sobre o sistema escravagista e bárbaro que a teocracia tibetana mantinha antes da igualmente bárbara invasão maoísta. Religiões derramam sangue.
Infelizmente na cabeça dos seguidores dessas religiões o que importa é o que diz os seus livros sagrados, seus líderes religiosos, e nesses países mulçumanos, o papel desses parasitas tem muitíssima importancia. As pessoas simplesmente ficam cegas, mesmo conhecendo um passado de tantas atrocidades e não há como elas se comportarem diferente, pois estão cobertas por um véu, onde o que predomina é uma fé cega e irracional.
Nós também sabemos o quanto a verdade é muitas vezes cruel, e nos perguntamos se a ilusão não é mais consoladora.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.
Não é que o islã seja de guerra, seus seguidores são de guerra.
O imenso império arabe que conseguiu dominar até a Ibéria foi construido com guerra mas ninguem mandou, os próprios arabes tomaram a decissão.
O islã é muito interessante e depois da religião do antigo Egito é a que eu mais gosto de estudar.
O islã uniu as tribos arabes formando uma grande nação e sociedade muito estranha, exotica e interessante, o islã prega a paz e o avançõ da palavra de Ala mas os arabes acharam mais facil pela guerra.
O imenso império arabe que conseguiu dominar até a Ibéria foi construido com guerra mas ninguem mandou, os próprios arabes tomaram a decissão.
O islã é muito interessante e depois da religião do antigo Egito é a que eu mais gosto de estudar.
O islã uniu as tribos arabes formando uma grande nação e sociedade muito estranha, exotica e interessante, o islã prega a paz e o avançõ da palavra de Ala mas os arabes acharam mais facil pela guerra.
Morando aqui nessa cidade enfrentamos muitos delinquentes
Em alta velocidade no carro robo gigante.
Eu, me amaro, robos gigantes
Nós, lutamos, robos gigantes
E as gatas, tambem, robos gigantes
...
Demais

Em alta velocidade no carro robo gigante.
Eu, me amaro, robos gigantes
Nós, lutamos, robos gigantes
E as gatas, tambem, robos gigantes
...
Demais

Não é que o islã seja de guerra, seus seguidores são de guerra.
O imenso império arabe que conseguiu dominar até a Ibéria foi construido com guerra mas ninguem mandou, os próprios arabes tomaram a decissão.
O islã é muito interessante e depois da religião do antigo Egito é a que eu mais gosto de estudar.
O islã uniu as tribos arabes formando uma grande nação e sociedade muito estranha, exotica e interessante, o islã prega a paz e o avançõ da palavra de Ala mas os arabes acharam mais facil pela guerra.
O imenso império arabe que conseguiu dominar até a Ibéria foi construido com guerra mas ninguem mandou, os próprios arabes tomaram a decissão.
O islã é muito interessante e depois da religião do antigo Egito é a que eu mais gosto de estudar.
O islã uniu as tribos arabes formando uma grande nação e sociedade muito estranha, exotica e interessante, o islã prega a paz e o avançõ da palavra de Ala mas os arabes acharam mais facil pela guerra.
Morando aqui nessa cidade enfrentamos muitos delinquentes
Em alta velocidade no carro robo gigante.
Eu, me amaro, robos gigantes
Nós, lutamos, robos gigantes
E as gatas, tambem, robos gigantes
...
Demais

Em alta velocidade no carro robo gigante.
Eu, me amaro, robos gigantes
Nós, lutamos, robos gigantes
E as gatas, tambem, robos gigantes
...
Demais

o pensador escreveu:A Política motiva a discórdia,a religiâo mascara a discórdia.Na verdade a Política é a própria geratirz da discórdia,nâo pode haver discórdia que nâo seja essencialmente de caráter político.
Quem nâo é de direita,elabora uma cisâo revolucionária e implanta um regime esquerdista ou entâo arma um bloco de resistência ideológica aos pressupostos da direita.A discórdia surge da dissidência ideológica e dissidência ideológica é o berço de onde a própria Política nasce.Nâo há Poítica sem discórdia e disssidência.A Religiâo é usada no processo como meio de unificar a Política pois a Religiâo por seu próprio sentido etmológico significa Re-Uniâo(o oposto de discórdia) e a Religiâo costuma ser um grande agregador de massas.
No entanto a Religiâo em si nâo tem potencial ideológico para motivar a discórdia e a desuniâo,a nâo ser a Religiâo Politizada,completamente absorvida por ideais Políticos.
Pra variar, Pensador, experimente pensar!!!
Será que não é a religião, a que fornece a fôrma de que é feita a política, a ideologia, etc...?
Será coincidência que todas elas se ergam em cima de suas doutrinas?
Não teriam todas este espírito agregador que as religiões tem?
Unidade, meu caro, só pode surgir através da verdade, iluminando cada ser, em sua individualidade.
E isso só é possível quando as instituições humanas respeitarem e defenderem o direito de livre pensar de cada um.
Só dou um exemplo desse atributo agregador da religião:
O CRISTIANISMO,
...dividido em milhares de seitas, todas elas se confrontando.
Abraços!
zencem
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zencem escreveu:
Pra variar, Pensador, experimente pensar!!!
Será que não é a religião, a que fornece a fôrma de que é feita a política, a ideologia, etc...?
Será coincidência que todas elas se ergam em cima de suas doutrinas?
Não teriam todas este espírito agregador que as religiões tem?
Unidade, meu caro, só pode surgir através da verdade, iluminando cada ser, em sua individualidade.
E isso só é possível quando as instituições humanas respeitarem e defenderem o direito de livre pensar de cada um.
Só dou um exemplo desse atributo agregador da religião:
O CRISTIANISMO,
...dividido em milhares de seitas, todas elas se confrontando.
Abraços!
zencem
Pra variar,Zencem,vc continua muito arrogante.
Mas tudo bem,vamos pensar...Que dado poderia ratificar se é realmente a Religiâo que dá suporte ideológico às desavenças da Política e nâo vice-versa?
Etmologicamente,por exemplo,Religiâo significa Re-uniâo e nâo separatismo e segregacionismo.Nem mesmo luta por classes.A única classe que a Religiâo propôe é a classe dos salvos.Os perdidos nâo sâo necessariamente perdidos e tem a mesma natureza humana e os mesmos direitos fundamentais que os remidos.
Em segundo lugar,a Política se caracteriza eseencialmente pela Busca do Poder e a Conquista da Influência na esfera material.
A Religiâo,pelo contrário,busca a finco a completa libertaçâo das condiçôes materiais da existência e um transporte para a dimensâo do Espírito,onde todas as qualidades monetárias e classistas nâo existem.Nâo há Elitismo no Reino Espiritual,todos os que nele adentram partilham das riquezas espirituais de igual modo.Logo nâo há Política e nem luta do proletariado na Religiâo Espiritual,há sim Liberdade e Vida.
Luis Dantas escreveu:Infelizmente o autor do artigo, apesar de um tanto parcial, está basicamente correto.
Concordo.
Já defendi, em alguns debates, a necessidade da existência de religiões. Um mundo sem religião é utopia, é conto de fadas. Elas não podem e não vão acabar. Existem desde o tempo das cavernas, quando nossos ancestrais atribuíam poderes sobrenaturais ao Sol, à Lua e tudo o mais que fugisse à sua compreensão. Viramos milhares de páginas no livro da evolução e as religiões apenas se tornaram mais fortes e mais populares. Será assim por toda a eternidade, enquanto existirmos sobre a face da Terra.
Assim sendo, aqueles que nasceram destinados a fazer diferença, fazer história, como outros no passado, devem direcionar seus esforços na reforma das igrejas – termo empregado displicentemente, em referência a qualquer ideologia religiosa –, na diminuição de seus poderes e na razoabilidade da aplicação de seus dogmas.
Por razoabilidade entenda-se que ninguém deveria ser punido por expressar suas idéias; ninguém deveria ser obrigado a fazer o que não quer ou aceitar que perspectivas de outros lhe sejam impostas; ninguém deveria ser morto por fazer escolhas religiosas diferentes, apresentar comportamento sexual diverso, ou qualquer outro motivo que seja. Religiões não devem derramar sangue, a elas não compete julgar ou condenar. Religiões deveriam se restringir a conduzir e orientar a busca espiritual de seus integrantes e, por que não?, colaborar com a construção moral do cidadão. Elas dão esse suporte e ele é necessário para quem não consegue caminhar seus próprios passos ou, por outros motivos, encontram nelas o seu refúgio.
Enquanto os líderes religiosos e seus seguidores continuarem confundindo seu papel nessa intricada e perigosamente instável relação do homem com o sobrenatural, enquanto continuarem extrapolando as esferas em que deveriam limitar-se, é inevitável concordar com os senhores: Religião É veneno!
Mais que isso. Em casos como esses, especificamente, elas se transformam em um grande problema social.
A grande verdade precisa ser dita e foi dita nesse artigo: o Islã autoriza o uso da violência.O que me impressiona é que hajam tão poucos dissidentes da religião nesses países mulçumanos.
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”
Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)
"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."
John Maynard Keynes
Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)
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Avatar escreveu:Luis Dantas escreveu:Infelizmente o autor do artigo, apesar de um tanto parcial, está basicamente correto.
Concordo.
Já defendi, em alguns debates, a necessidade da existência de religiões. Um mundo sem religião é utopia, é conto de fadas. Elas não podem e não vão acabar. Existem desde o tempo das cavernas, quando nossos ancestrais atribuíam poderes sobrenaturais ao Sol, à Lua e tudo o mais que fugisse à sua compreensão. Viramos milhares de páginas no livro da evolução e as religiões apenas se tornaram mais fortes e mais populares. Será assim por toda a eternidade, enquanto existirmos sobre a face da Terra.
Assim sendo, aqueles que nasceram destinados a fazer diferença, fazer história, como outros no passado, devem direcionar seus esforços na reforma das igrejas – termo empregado displicentemente, em referência a qualquer ideologia religiosa –, na diminuição de seus poderes e na razoabilidade da aplicação de seus dogmas.
Por razoabilidade entenda-se que ninguém deveria ser punido por expressar suas idéias; ninguém deveria ser obrigado a fazer o que não quer ou aceitar que perspectivas de outros lhe sejam impostas; ninguém deveria ser morto por fazer escolhas religiosas diferentes, apresentar comportamento sexual diverso, ou qualquer outro motivo que seja. Religiões não devem derramar sangue, a elas não compete julgar ou condenar. Religiões deveriam se restringir a conduzir e orientar a busca espiritual de seus integrantes e, por que não?, colaborar com a construção moral do cidadão. Elas dão esse suporte e ele é necessário para quem não consegue caminhar seus próprios passos ou, por outros motivos, encontram nelas o seu refúgio.
Enquanto os líderes religiosos e seus seguidores continuarem confundindo seu papel nessa intricada e perigosamente instável relação do homem com o sobrenatural, enquanto continuarem extrapolando as esferas em que deveriam limitar-se, é inevitável concordar com os senhores: Religião É veneno!
Mais que isso. Em casos como esses, especificamente, elas se transformam em um grande problema social.
Em síntese,deve haver uma dissociaçâo e disjunçâo radical e completa entre o mundo secular e a experiência transcedental da Religiâo.
É precisdamente esta ideologia simbiótica que defendo ferrenhamente,pois por seus princípios a Religiâo nâo influi nas camadas sociais e nem nos empreendimentos culturais,mas sim especificamente na existência individual de cada um que experiencia a vida religiosa em sua plenitude.Neste sentido peculiar a Religâo claramente nâo é e nem pode ser má nem ambivalente.
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Huxley escreveu:A grande verdade precisa ser dita e foi dita nesse artigo: o Islã autoriza o uso da violência.O que me impressiona é que hajam tão poucos dissidentes da religião nesses países mulçumanos.
Como o Avatar disse,qualquer Religiâo nâo deve ter a pretensâo de usurpar o papel que a Política desempenha a nível social,e sim transformar o indivíduo que tem uma convicçâo religiosa particular.Isso nâo inviabiliza totalmente a prática da evangelizaçâo,somente a acrisola e a aperfeiçoa.
Huxley escreveu:A grande verdade precisa ser dita e foi dita nesse artigo: o Islã autoriza o uso da violência.O que me impressiona é que hajam tão poucos dissidentes da religião nesses países mulçumanos.
O que seria o Islã, Huxley? Se você se refere ao Corão, a Bíblia também permite. Daí a necessidade de se evoluir pessoalmente...
...e adotar a moral individualista vigente.
o pensador escreveu:zencem escreveu:
Pra variar, Pensador, experimente pensar!!!.
***
Pra variar,Zencem,vc continua muito arrogante.
Meu consolo é saber que a verdade, também, não é vista com muito simpatia
Mas tudo bem,vamos pensar...
Pô!!! Mas você precisa, então, descobrir o caminho do pensar.
Você continua iludido e iludindo, pelo proselitismo.
Continua se drogando com ilusões que servem muito à essas intenções proselitistas, mas que em nada contribui para a transformação espiritual do homem.
Pense bem, a grande massa está perdida na alienação, enganada pelos mercadores de ilusões e transformando insuportável esse mundo de burros.
A salvação não está em adorar Cristo, ou Allah, ou venerar Maomé, mas na conquista da inteligência e da sabedoria.
Esta é a verdadeira religião, que as instiuições organizadas não podem corromper.
O homem não precisa de gurús, mas de usar do seu cérebro, que é a ferramenta natural que recebeu e que o habilita para solucionar os seus problemas.
As religiões transformaram esse cérebro em uma máquina incapaz, irracional e dependente de seus venenos.
Você precisa explicar esse cristianismo tão dividido e conflituoso.
Não adianta fugir da realidade, mesmo que a ache arrogante.
Ela está aí, para você ver... e pensar.
- Carlos Castelo
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Huxley escreveu:
A grande verdade precisa ser dita e foi dita nesse artigo: o Islã autoriza o uso da violência.O que me impressiona é que hajam tão poucos dissidentes da religião nesses países mulçumanos.
O medo em abandonar ou se opor contra esses regimes totalitários e teocráticos, é um dos fatores que lavam as pessoa a pensarem duas vezes ante de tomar qualquer decisão.
Nós também sabemos o quanto a verdade é muitas vezes cruel, e nos perguntamos se a ilusão não é mais consoladora.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.
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Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.
Samael escreveu:Huxley escreveu:A grande verdade precisa ser dita e foi dita nesse artigo: o Islã autoriza o uso da violência.O que me impressiona é que hajam tão poucos dissidentes da religião nesses países mulçumanos.
O que seria o Islã, Huxley? Se você se refere ao Corão, a Bíblia também permite. Daí a necessidade de se evoluir pessoalmente...
...e adotar a moral individualista vigente.
Realmente me referi ao Corão.E você deve saber que em uma religião monoteísta, o que o livro sagrado diz é 99% da religião, a menos que alguém ignore alguns versículos deles que indicam isso.Não vejo como ser diferente, seja na Bíblia , seja no Corão.
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”
Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)
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John Maynard Keynes
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Carlos Castelo escreveu:Huxley escreveu:
A grande verdade precisa ser dita e foi dita nesse artigo: o Islã autoriza o uso da violência.O que me impressiona é que hajam tão poucos dissidentes da religião nesses países mulçumanos.
O medo em abandonar ou se opor contra esses regimes totalitários e teocráticos, é um dos fatores que lavam as pessoa a pensarem duas vezes ante de tomar qualquer decisão.
Realmente, eu já tinha pensado nisso.Mas e quanto a ser indiferente ao Islã, será que existe castigo oficial para isso?
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”
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D.E.P. escreveu:Islão não permite a violência.
Islão permite o ser humano a defender-se, o muçulmano NUNCA deve ser o iniciador da violência.
Talvez seja por isso que não existe assim tantas "dissidências".
Nota: Se lerem o comentário passem em diante, não vim dar aulas...
O problema é que maometanos tem a incrivel capacidade de criar inimigos fantasmas (ocidente). E boa parte adora se passar por vitima de perseguição.
Logo, os motivos para a reação, que conhecemos tão bem, existem.
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Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
Tinha que dizer isto.
Ainda andas com a esquizofrenia de ocidente Vs muçulmanos
Esqueces que sou ocidental
Deixa de inventar questões fantasma, rapaz
A guerra ocidente Vs Islão é coisa de quem busca fantasmas, podem ser ateus ou muçulmanos...entre outros...
agora o ódio aos muçulmanos em geral é bem real...existe a negação no subconsciente europeu ( e possivelmente noutros continentes) de que os muçulmanos não são parte integrante do que se chama OCIDENTE, mas o problema é que fazem parte
ok, aceito sua desistência

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A guerra ocidente Vs Islão é coisa de quem busca fantasmas, podem ser ateus ou muçulmanos...entre outros...
agora o ódio aos muçulmanos em geral é bem real...existe a negação no subconsciente europeu ( e possivelmente noutros continentes) de que os muçulmanos não são parte integrante do que se chama OCIDENTE, mas o problema é que fazem parte

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D.E.P. escreveu:Tinha que dizer isto.
Ainda andas com a esquizofrenia de ocidente Vs muçulmanos![]()
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A guerra ocidente Vs Islão é coisa de quem busca fantasmas, podem ser ateus ou muçulmanos...entre outros...
agora o ódio aos muçulmanos em geral é bem real...existe a negação no subconsciente europeu ( e possivelmente noutros continentes) de que os muçulmanos não são parte integrante do que se chama OCIDENTE, mas o problema é que fazem parte![]()
ok, aceito sua desistência![]()
E dizem que não há "Muçulmanos-duas-faces"... O cara que escreveu isso estava redondamente enganado.
PUG, "Ocidente e Islã? O islã é melhor"

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"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
Re.: RELIGIÃO, a fonte da discórdia
quem escreveu isso? "Ocidente e Islã? O islã é melhor"
Agora, se estás a fazer alusão á expressão:
"Oriente ou Ocidente, islão é o melhor!"
Ou seja, nem ocidente, nem oriente o que importa a um muçulmano é a sua religião...as guerras e choques de civilizações ficam para os caçadores de fantasmas
Agora, se estás a fazer alusão á expressão:
"Oriente ou Ocidente, islão é o melhor!"
Ou seja, nem ocidente, nem oriente o que importa a um muçulmano é a sua religião...as guerras e choques de civilizações ficam para os caçadores de fantasmas
