Irracionalidade Cristã ou tendenciosidade atéia?
- user f.k.a. Cabeção
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Irracionalidade Cristã ou tendenciosidade atéia?
Irracionalidade cristã ou tendenciosidade atéia?
Por user f.k.a. Cabeção
Nota Inicial: Devo dizer, antes de começar, que nunca fui cristão, nem me tornei cristão agora. Minha qualidade de observador permitiu-me tecer esses comentários que talvez não sejam a completa expressão da realidade cristã, mas é como a percebo. Também cabe afirmar que as visões dos ateus expostas aqui sobre os cristãos podem não cobrir toda a fauna ideológica ateísta, mas pretende abarcar a maior parte dela.
Cristãos em geral não compreendem como ateus podem simplesmente negar a Deus, ser supremo e provedor daquilo que é Bom no espírito humano, e por isso tendem a supor que ateus não existem. Ou então, que são dominados pelo mal ou pelo relativismo, já que negam o Bem.
Ateus, por sua vez, não entendem como cristãos possam devotar seu amor incondicional a um ser punitivo, moralmente inconstante e por vezes pérfido e mesquinho, chegando até mesmo ao genocídio sistemático, segundo algumas interpretações da Bíblia Sagrada.
Tanto cristãos como ateus não compreendem ou têm ressalvas em aceitar a existência de racionalidade na defesa do argumento contrário. Cristãos vêem o ateísmo chafurdar na irracionalidade e na rebeldia para algo que consideram transcender a qualquer tipo de aceitação, já ateus vêem cristãos como prisioneiros de uma fé que os cega para a realidade. Já advoguei muito pelo lado dos ateus, apresentando a racionalidade nessa posição, segundo meu ponto de vista. Não retiro uma palavra do que disse, no que diz respeito a isso, mas agora apresentarei o (um) conceito de racionalidade cristã.
Pode-se notar uma grande incompatibilidade entre as concepções de Deus por parte dos teístas e dos ateus. O deus que os ateus afirmam não existir (ou não acreditar) definitivamente não é o mesmo que os cristãos têm como o Criador.
Por mais que leituras bíblicas possam sugerir (principalmente em leituras apressadas ou previamente sugestionadas) que os ateus tenham sua razão, o que há na verdade é muito mais uma incompreensão no sentimento cristão para com seu Deus. Ateus costumam reduzir Deus a um simples produto do raciocínio conhecido como Aposta de Pascal. Um fictício monstro psicótico onipotente adicto à adoração humana e cruel a ponto de legar uma eternidade de sofrimento lancinante a quem ousar não o louvar corretamente (entenda-se, não se filiar à religião certa, uma dentre milhares de erradas criações demoníacas).
Talvez essa seja uma imagem coerente com algumas correntes fundamentalistas derivadas do cristianismo, mas é incompatível com a real noção de Deus que se pode extrair dos valores cristãos e de sua teologia, chegando a ser ridícula de tão superficial e distorcida, quando se propõe a estender-se a todo o cristianismo.
Outros tendem a escolher a versão de que Deus seria a muleta psicológica necessária às mentes menos dotadas (que às deles). Há um tanto de pretensão e congratulação própria nessa posição. Ao considerar-se superior às massas de desvalidos, que clamam por algo que os dê sentido para viver, sente-se próximo de um super-homem, desvencilhando-se das necessidades vis dos seres abaixo dele. A ironia é que esse tipo de pensamento muitas vezes não passa de um pedestal e de uma viseira psicológica, pois serve aos interesses de elevar o ego daquele ateu, além de fechar seus olhos para a complexidade do quadro, que não se restringe apenas àquilo que ele quer ver.
Essas duas visões de Deus, que muitas vezes caminham de mãos dadas, é que impedem o ateu de vislumbrar alguma racionalidade na perspectiva cristã, mas isso se dá simplesmente porque o ateu construiu habilmente um fantoche, e o atacou sem se dar conta que nem sequer se aproximou do verdadeiro conceito cristão de Deus.
Deus, diante dos olhos do cristão não-fundamentalista, é um antropomorfismo daquilo que é, e deve ser, considerado moralmente válido, justo e verdadeiro. Antes de ser um ente supremo sedento de pecadores para condenar à punição infinita, Ele é a semente do que é Bom, daquilo que o espírito humano necessita para se fortalecer e ser livre e sábio. Pois é exatamente nisso que se traduzem os valores cristãos, bondade e justiça (pois ambos não existem em separado), e finalmente liberdade. Deus é feito desses valores, eles são idênticos.
Adorar a Deus, nessa perspectiva, não seria uma forma de adquirir créditos que se acumulariam e no final da vida garantiriam um passe para o paraíso. Seria entrar em contato com tudo aquilo que se tem por Bom, Belo e Verdadeiro, e procurar se tornar um ser humano melhor.
Esse cristão, afinal, não precisa prescindir do ceticismo ou da racionalidade para aceitar seu Deus, pois nada disso é incompatível entre si. Através da racionalidade podemos chegar a valores universais, a uma moral intrinsecamente superior, e dar a esses valores contornos antropomórficos não é perverter a realidade deles, é apenas uma das formas de se compreender a Verdade. Pois a Verdade pode se vestir nas mais variadas formas, desde que como resultado conduza para valores fundamentalmente bons.
Talvez, para o verdadeiro cristão, aquele mais interessado no que os valores da sua religião transmitem de importante e belo, ao invés da compreensão ipsis literis de determinada passagem bíblica, esteja pouco preocupado se essa personificação é uma construção mental sua, uma alegoria. Até porque, faz pouca ou nenhuma diferença. A única coisa que esse cristão sabe, é que esse Ser existe, pois é feito da reunião de valores e coisas verdadeiras, por essência, e cuja natureza está sim ao alcance da mente humana.
Talvez convenha separarmos religiosidade de outros subprodutos, talvez repulsivos e irracionais que geralmente andam acompanhados da religião, como parasitas. Se subtrairmos ideários de teor venenoso claramente manipuladores, produtos do Mal e da falta de Fé dos homens que ironicamente valem-se da Fé alheia para se perpetrarem, o que restará é um sentimento que anda muito em falta na humanidade. O sentimento de uma moral absoluta, de algo a contrapor tanto relativismo quanto o fundamentalismo que corroem a sociedade. Seja na forma de Deus, seja sob qualquer ótica preferível. Pois até mesmo o ateísmo, recoberto da sua aura de cientificidade e racionalismo, por tantas vezes defendida com fervor religioso, pode acompanhar-se de elementos tão ou mais perniciosos que àquilo que vemos de pior nas religiões organizadas.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem
Re.: Irracionalidade Cristã ou tendenciosidade atéia?
Legal o texto, mas acredito ser utopia alcançar essa moral "intrinsecamente superior" por meio da racionalidade. Até porque existem certas vertentes ideológicas que ignoram ou atacam a razão...
Não que nós não devamos tentar, obviamente. Dessas teorias morais é que deve partir o direito.
Deixaste de ser ateu, Vitor?
Não que nós não devamos tentar, obviamente. Dessas teorias morais é que deve partir o direito.
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- user f.k.a. Cabeção
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Re.: Irracionalidade Cristã ou tendenciosidade atéia?
Não, no estrito senso eu continuo sendo ateu, já que não acredito em deuses pessoais.
Mas acho que essa é apenas a minha forma de encarar uma verdade.
Mas acho que essa é apenas a minha forma de encarar uma verdade.
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Re: Irracionalidade Cristã ou tendenciosidade atéia?
Cabeção,
Por um dever de justiça, escrevo estas palavras.
O brilhantismo de seu texto me impressionou. O nível de sinceridade que você atingiu, ao escrevê-lo, é tudo pelo qual eu tenho lutado neste fórum. Por si, essa sinceridade seria suficiente para merecer qualquer elogio. Não bastasse isso, o texto é mais do que excelente.
Como eu disse, faço isso por justiça. Não poderia, diante de tão belo e profundo texto, ficar calado.
Meus parabéns. Estou muito (bem) impressionado.
- Flavio Costa
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D.E.P. escreveu:Um new born a caminho ou talvez não.
"ou talvez não"! haha É pensador, você não entende nada de Pug.

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- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006
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Re.: Irracionalidade Cristã ou tendenciosidade atéia?
Notável Cabeção,
Ou, como dizem em São Paulo, matou a pau.
A maioria dos ateus tem por modelo de cristão os fundamentalistas tapados, desprezando ou ignorando que durante os séculos da Idade Média toda a filosofia Ocidental concentrou esforços para conciliar a condição e realidade humana aos preceitos do cristianismo, resultando num sistema de pensamento extremamente sofisticado, tão sofisticado que, por absurdo que pareça, continuaria consistente mesmo que Deus não existisse.
A grande sacada deles foi perceber que os antigos judeus tinham uma percepção moral extremamente apurada, mas como desconheciam recursos intelectuais mais elaborados, como a definição, exprimiam estes conceitos na forma de longas narrativas.
Os Escolásticos retrabalharam o ideário moral judaico com as ferramentas da filosofia ocidental, culminando em Santo Tomás de Aquino que incorporou ao processo os elementos aristotélicos.
O resultado foi a cosmovisão que colocou o indivíduo no centro do Universo, origem do valor fundamental do ocidente: a dignidade humana individual, base de tudo que veio depois, da Magna Carta à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e, claro, a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América.
Por isto que a visão tacanha do fundamentalismo literalista cristão atenta antes contra as bases históricas do cristianismo.
E por isto que bater em fundamentalista é o mesmo que bater em bêbado.
Ou, como dizem em São Paulo, matou a pau.
A maioria dos ateus tem por modelo de cristão os fundamentalistas tapados, desprezando ou ignorando que durante os séculos da Idade Média toda a filosofia Ocidental concentrou esforços para conciliar a condição e realidade humana aos preceitos do cristianismo, resultando num sistema de pensamento extremamente sofisticado, tão sofisticado que, por absurdo que pareça, continuaria consistente mesmo que Deus não existisse.
A grande sacada deles foi perceber que os antigos judeus tinham uma percepção moral extremamente apurada, mas como desconheciam recursos intelectuais mais elaborados, como a definição, exprimiam estes conceitos na forma de longas narrativas.
Os Escolásticos retrabalharam o ideário moral judaico com as ferramentas da filosofia ocidental, culminando em Santo Tomás de Aquino que incorporou ao processo os elementos aristotélicos.
O resultado foi a cosmovisão que colocou o indivíduo no centro do Universo, origem do valor fundamental do ocidente: a dignidade humana individual, base de tudo que veio depois, da Magna Carta à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e, claro, a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América.
Por isto que a visão tacanha do fundamentalismo literalista cristão atenta antes contra as bases históricas do cristianismo.
E por isto que bater em fundamentalista é o mesmo que bater em bêbado.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
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- Flavio Costa
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Re: Irracionalidade Cristã ou tendenciosidade atéia?
user f.k.a. Cabeção escreveu:Outros tendem a escolher a versão de que Deus seria a muleta psicológica necessária às mentes menos dotadas (que às deles). Há um tanto de pretensão e congratulação própria nessa posição. Ao considerar-se superior às massas de desvalidos, que clamam por algo que os dê sentido para viver, sente-se próximo de um super-homem, desvencilhando-se das necessidades vis dos seres abaixo dele. A ironia é que esse tipo de pensamento muitas vezes não passa de um pedestal e de uma viseira psicológica, pois serve aos interesses de elevar o ego daquele ateu, além de fechar seus olhos para a complexidade do quadro, que não se restringe apenas àquilo que ele quer ver.
Para mim, este é o clímax do texto.
A farsa do argumento da muleta é a ilusão de que o ateu tem menos dependências simplesmente por não acreditar em "Deus". Isso é algo tão "grandioso" quanto se gabar por não fumar. É algo bom? A princípio sim, mas só a arrogância é capaz de transformar isso num critério de superioridade pessoal.
Tire a família, os amigos ou o trabalho de um ateu e logo fica evidente se ele é tão "sem muletas" quanto lhe agrada proclamar.
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- Luis Inácio, 20/10/2006
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- Fabricio Fleck
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Re: Irracionalidade Cristã ou tendenciosidade atéia?
Flavio Costa escreveu:
A farsa do argumento da muleta é a ilusão de que o ateu tem menos dependências simplesmente por não acreditar em "Deus". Isso é algo tão "grandioso" quanto se gabar por não fumar. É algo bom? A princípio sim, mas só a arrogância é capaz de transformar isso num critério de superioridade pessoal.
Tire a família, os amigos ou o trabalho de um ateu e logo fica evidente se ele é tão "sem muletas" quanto lhe agrada proclamar.
mas não vejo problema nenhum em um ateu admitir que sua família, amigos e trabalho constituem suas "muletas psicológicas", ele apenas não faz uso da muleta divina, muleta essa que muitos teístas afirmam ser obrigatória para uma vida moral.
- Flavio Costa
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Re: Irracionalidade Cristã ou tendenciosidade atéia?
Fabricio Fleck escreveu:mas não vejo problema nenhum em um ateu admitir que sua família, amigos e trabalho constituem suas "muletas psicológicas", ele apenas não faz uso da muleta divina, muleta essa que muitos teístas afirmam ser obrigatória para uma vida moral.
Algo tão importante quanto se gabar por não fumar. O problema não é ter muletas, é criticar os outros como se não tivesse.
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- O ENCOSTO
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Re: Irracionalidade Cristã ou tendenciosidade atéia?
Flavio Costa escreveu:user f.k.a. Cabeção escreveu:Outros tendem a escolher a versão de que Deus seria a muleta psicológica necessária às mentes menos dotadas (que às deles). Há um tanto de pretensão e congratulação própria nessa posição. Ao considerar-se superior às massas de desvalidos, que clamam por algo que os dê sentido para viver, sente-se próximo de um super-homem, desvencilhando-se das necessidades vis dos seres abaixo dele. A ironia é que esse tipo de pensamento muitas vezes não passa de um pedestal e de uma viseira psicológica, pois serve aos interesses de elevar o ego daquele ateu, além de fechar seus olhos para a complexidade do quadro, que não se restringe apenas àquilo que ele quer ver.
Para mim, este é o clímax do texto.
A farsa do argumento da muleta é a ilusão de que o ateu tem menos dependências simplesmente por não acreditar em "Deus". Isso é algo tão "grandioso" quanto se gabar por não fumar. É algo bom? A princípio sim, mas só a arrogância é capaz de transformar isso num critério de superioridade pessoal.
Tire a família, os amigos ou o trabalho de um ateu e logo fica evidente se ele é tão "sem muletas" quanto lhe agrada proclamar.
Isso serve para qualquer um.
É praticamente o mesmo que você afirmar "tire o oxigenio, a água e comida e vejamos se o ateu vive sem muletas".
É um erro classificar o "ganha pão" de alguém como muleta, já que em nossa sociedade vendemos o tranalho para ganhar nosso sustento. É assim que funciona.
Como os crentes também vivem no mesmo mundo dos ateus, estão automaticamente sujeitos a isso.
Posso afirmar então que, enquanto o ateu precisa de UMA muleta, o crente precisa de DUAS?

O ENCOSTO
http://www.manualdochurrasco.com.br/
http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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Re: Irracionalidade Cristã ou tendenciosidade atéia?
Flavio Costa escreveu:Fabricio Fleck escreveu:mas não vejo problema nenhum em um ateu admitir que sua família, amigos e trabalho constituem suas "muletas psicológicas", ele apenas não faz uso da muleta divina, muleta essa que muitos teístas afirmam ser obrigatória para uma vida moral.
Algo tão importante quanto se gabar por não fumar. O problema não é ter muletas, é criticar os outros como se não tivesse.
deletado
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Re: Irracionalidade Cristã ou tendenciosidade atéia?
Flavio Costa escreveu:Fabricio Fleck escreveu:mas não vejo problema nenhum em um ateu admitir que sua família, amigos e trabalho constituem suas "muletas psicológicas", ele apenas não faz uso da muleta divina, muleta essa que muitos teístas afirmam ser obrigatória para uma vida moral.
Algo tão importante quanto se gabar por não fumar. O problema não é ter muletas, é criticar os outros como se não tivesse.
Não é questão de se gabar Flávio, mas de explicar que podemos (e conseguimos) viver sem essa muleta específica(crença em Deus), muleta essa, volto a afirmar, que muitos religiosos usam como referência na hora de se avaliar a moral de uma pessoa! Para ele se você tem crença é bom se não tem é mal. Quantas e quantas vezes já passei por isso em minha vida. A última vez foi há duas semanas na festa de aninersário do meu pai. Lá conheci um professor de história, e conversamos sobre os mais variados assuntos, e em um determinado momento ele perguta "deculpa perguntar...qual é a sua religião?", e eu respondi"nenhuma, eu sou ateu", ele fez uma pausa e disse "que é isso Fabricio...você não ACREDITA em DEUS!!?? Como pode voê me parecia um bom garoto..."
- Flavio Costa
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Re: Irracionalidade Cristã ou tendenciosidade atéia?
O ENCOSTO escreveu:Isso serve para qualquer um.
Claro, estamos falando de humanos.
O ENCOSTO escreveu:É praticamente o mesmo que você afirmar "tire o oxigenio, a água e comida e vejamos se o ateu vive sem muletas".
Não, pois essas são necessidades fisiológicas. É melhor nos atermos às psicológicas.
O ENCOSTO escreveu:É um erro classificar o "ganha pão" de alguém como muleta, já que em nossa sociedade vendemos o tranalho para ganhar nosso sustento. É assim que funciona.
Se quisermos excluir a questão da renda (que é utilizada inclusive para a manutenção das funções biológicas), pensemos numa promoção na empresa. A frustação de não ser promovido não está ligada a "ganha pão", mas o prestigio profissional é tão muleta quanto.
O ENCOSTO escreveu:Como os crentes também vivem no mesmo mundo dos ateus, estão automaticamente sujeitos a isso.
Posso afirmar então que, enquanto o ateu precisa de UMA muleta, o crente precisa de DUAS?
Crentes E ateus têm VÁRIAS muletas. Os exemplos que eu dei foram dramáticos, mas existem muitos. O que eu estou questionando é: porque a implicância com apenas uma dessas muletas? Ou é arrogância, ou é porque os crentes enchem o saco dos infiéis por causa dessa e o ateu reconhece: não preciso disso. Aí tudo bem, isso é uma verdade. Mas quando ele começa a se sentir pertencente a uma "casta intelectualmente superior", ele está sendo fruto de uma ilusão, sobrevalorizando algo que não tem tanto valor assim.
Editado pela última vez por Flavio Costa em 20 Fev 2006, 22:35, em um total de 1 vez.
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