A esquerda morreu?
- Flavio Costa
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A esquerda morreu?
Esquerda, direita. Essas noções já fizeram mais sentido. Estou falando, evidentemente, dos conceitos políticos e não das referências espaciais, as quais, apesar das rápidas transformações por que o mundo vem passando, permanecem relativamente claras.
Explicarei melhor aonde quero chegar. Na semana passada, meu amigo Marcos Augusto Gonçalves, que agora edita a Folha Ilustrada, pautou, co-escreveu e publicou uma interessante reportagem em que falava do surgimento de uma nova direita no Brasil. A crise que atingiu o PT estaria fazendo com que as pessoas perdessem o medo de declarar-se "de direita".
Não entro no debate para afirmar ou negar que estejam ocorrendo mudanças na percepção do balanço de forças das correntes ideológicas nem discuto o mérito das figuras escolhidas para emblematizar a "nova direita", algumas das quais prezo bastante. Meu objetivo é ao mesmo tempo mais simples e mais ambicioso. Pergunto-me se a dicotomia que divide a política em esquerda e direita faz sentido e, em caso, afirmativo, como definir esses conceitos.
Comecemos com um pouco de história. Tudo teve início na França do século 18, quando o rei Luís 16 --aquele mesmo que perderia a cabeça com a Revolução-- se viu obrigado pelas circunstâncias a convocar os Estados Gerais, uma espécie de assembléia nacional ampliada. Provavelmente por acaso, os dois primeiros "estados", isto é, a nobreza e o clero, se sentaram à direita da cadeira reservada ao rei. Ao terceiro estado, a burguesia, restou o lado esquerdo. Como nobres e padres defendiam e apoiavam idéias conservadoras, "direita", por metonímia, passou a designar o grupo dos que se opõem a mudanças políticas; "esquerda", por sua vez, passou a indicar os que são favoráveis a alterações.
Diga-se, "en passant", que essa divisão nunca foi muito "justa" com a direita. Afinal, são muito poucos os que olham para o mundo tal como ele é, com todas as suas injustiças e pequenas e grandes perversidades, e concluem que não há nada a melhorar. Além disso, mesmo aqueles empenhados apenas em manter seus privilégios de classe sempre souberam que era preciso muitas vezes ceder. A essência desse pensamento foi captada na tão magistral quanto surrada fórmula de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, em "O Leopardo": "Se vogliamo che tutto rimanga come è, bisogna che tutto cambi. Mi sono spiegato?" ("Se queremos que tudo permaneça como está, é preciso que tudo mude. Fiz-me entender?").
É claro que as coisas se sofisticaram um pouco dos anos 1780 para cá. Depois da profusão de correntes anarquistas e socialistas que surgiram e ganharam ímpeto no século 19, ser "de esquerda" passou quase que automaticamente pertencer a uma delas. Especularmente, todas as linhas de pensamento que não defendiam ou bem a revolução ou a transformação radical da sociedade por meio de mudanças na forma de organização social se viram colocadas no campo da direita.
E as coisas só se complicaram depois da queda do Muro de Berlim, em 1989, e do ocaso da velha União Soviética, em 1991. O marxismo, é evidente, sofreu um tremendo de um baque. A idéia de revolução, se não foi sepultada, foi colocada num gelado gulag, onde permanece até hoje. Órfãos de uma teleologia, militantes da esquerda começaram a refazer seus cálculos políticos, de modo a encontrar aliados para seguir enfrentado aqueles que enxergavam como seus adversários do momento. Surgiram daí misturas improváveis, como a que juntou autoproclamados representantes da esquerda a grupos religiosos ou a tecnófobos antitransgênicos. O resultado é uma baita de uma confusão, pois nesse processo foram sacrificadas algumas das bandeiras tradicionais da esquerda, como o direito ao aborto e a confiança no progresso científico, hoje tomadas como teses "liberais" (pelo menos no Brasil, um outro nome para a direita).
Se quisermos salvar a distinção direita-esquerda, tarefa que se afigura árdua, precisamos antes de mais nada de um fundamento que vá além de banalidades do tipo conservador/progressista ou amigo/inimigo da mudança, que dizem pouco e explicam menos ainda. Acho que a melhor diferenciação já proposta é de teor filosófico, baseando-se no modo como cada lado avalia a noção de natureza humana.
O direitista clássico seria aquele que aposta numa natureza humana imutável e nada bonita. As pessoas têm forte inclinação a ser ruins, e tudo o que se pode fazer é tentar refrear pela força seus apetites naturais, de modo a tornar a convivência pelo menos possível. Leis rígidas e o apego a uma moral severa é só o que nos impede de decair na selvageria. A economia nada mais é do que a tradução em termos monetários e financeiros dos apetites humanos. Tudo o que tenda a alterar as inclinações naturais das pessoas está fadado ao fracasso.
Já para a esquerda, a natureza humana, se existe, seria pelo menos bastante maleável. O homem é o reflexo de seu ambiente, que pode ser alterado segundo projetos racionais. Obras de engenharia social e intervenções do Estado na economia são possíveis e desejáveis, de modo a tornar o mundo um lugar melhor, e as pessoas, mais felizes.
Não vou entrar no mérito das experiências históricas inspiradas por ambas as correntes. Basta dizer que regimes totalitários prosperaram sob as duas --o nazi-fascismo e o comunismo são exemplares-- e o que de mais notável produziram foram pilhas e pilhas de cadáveres.
Alguns vêem nesses e em outros eventos históricos pouco abonadores para nossa espécie a prova insofismável de que a natureza humana é ruim, o que daria razão à direita. De minha parte, que sempre torci para a esquerda _assim como nasci e cresci corintiano, fui educado num lar de esquerda_, acho que precisamos matizar um pouco esse fatalismo.
Não há dúvida de que o homem pode ser profunda e visceralmente mau. Freqüentemente o é, mas nem sempre. É verdade que um miliciano hutu pode mutilar uma criancinha tutsi em Ruanda apenas "por prazer", para ver como ela fica sem seus membros, mas, ao mesmo tempo, encontramos também povos vivendo em relativa harmonia e prosperidade, como os escandinavos hoje. A menos que acreditemos que a diferença nas atitudes sociais entre um sueco e um ruandense seja dada pela genética --e a simples lembrança das barbáries cometidas pelos vikings na Europa ocidental durante a Idade Média prova que não é--, torna-se forçoso concluir que fatores ambientais têm algo a ver com a diferença de comportamento. Ainda que exista uma natureza humana nada apreciável, parece haver também circunstâncias sociais que exacerbam ou contêm nossas piores tendências. Quais são essas condições e como reproduzi-las é uma questão em aberto. De minha parte, custa-me crer que elementos como educação, repartição das riquezas e a sensação de não ser vítima de injustiça não contribuam para evitar situações como a de Ruanda.
Em tempos nos quais tudo é especialmente confuso e conceitos que nos foram familiares como o de direita e esquerda parecem perder o sentido, julgo oportuno tentar resgatá-los, ainda que para defini-los em outros termos. Não será recorrendo à noção de natureza humana que conseguiremos salvar teses ou teorias políticas em particular, mas repensar velhas idéias sob um novo ângulo é um exercício normalmente útil.
Quanto à esquerda, parece-me precipitado decretar sua morte. É claro que praticamente todas as previsões que Marx, os socialistas e os anarquistas fizeram se revelaram grandissíssimos equívocos, mas isso não significa que a humanidade resista todo o tempo aos apelos da razão.
Ao final da Idade do Bronze, um ser humano vivia em média 25 anos. Sucumbia a doenças, predadores e à violência de seus pares. De lá para cá, aprendemos a organizar-nos um pouquinho mais racionalmente e hoje ultrapassamos facilmente as sete décadas de vida em condições algo mais favoráveis. Encontramos meios de moldar a natureza (não sem efeitos colaterais deletérios) e até de curar algumas doenças que nos acompanhavam desde que descemos das árvores. Parece-me prova suficiente de que o homem é capaz de aprender com a observação do meio que o cerca e de oferecer respostas racionais a problemas sociais concretos. Diria até que, ao longo da história da espécie, que se mede na escala das dezenas de milhares de anos, dedicou-se a essa atividade com bastante sucesso. Assim, pelo menos à luz da definição proposta, é cedo para assinar o atestado de óbito da esquerda.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pens ... u234.shtml
Explicarei melhor aonde quero chegar. Na semana passada, meu amigo Marcos Augusto Gonçalves, que agora edita a Folha Ilustrada, pautou, co-escreveu e publicou uma interessante reportagem em que falava do surgimento de uma nova direita no Brasil. A crise que atingiu o PT estaria fazendo com que as pessoas perdessem o medo de declarar-se "de direita".
Não entro no debate para afirmar ou negar que estejam ocorrendo mudanças na percepção do balanço de forças das correntes ideológicas nem discuto o mérito das figuras escolhidas para emblematizar a "nova direita", algumas das quais prezo bastante. Meu objetivo é ao mesmo tempo mais simples e mais ambicioso. Pergunto-me se a dicotomia que divide a política em esquerda e direita faz sentido e, em caso, afirmativo, como definir esses conceitos.
Comecemos com um pouco de história. Tudo teve início na França do século 18, quando o rei Luís 16 --aquele mesmo que perderia a cabeça com a Revolução-- se viu obrigado pelas circunstâncias a convocar os Estados Gerais, uma espécie de assembléia nacional ampliada. Provavelmente por acaso, os dois primeiros "estados", isto é, a nobreza e o clero, se sentaram à direita da cadeira reservada ao rei. Ao terceiro estado, a burguesia, restou o lado esquerdo. Como nobres e padres defendiam e apoiavam idéias conservadoras, "direita", por metonímia, passou a designar o grupo dos que se opõem a mudanças políticas; "esquerda", por sua vez, passou a indicar os que são favoráveis a alterações.
Diga-se, "en passant", que essa divisão nunca foi muito "justa" com a direita. Afinal, são muito poucos os que olham para o mundo tal como ele é, com todas as suas injustiças e pequenas e grandes perversidades, e concluem que não há nada a melhorar. Além disso, mesmo aqueles empenhados apenas em manter seus privilégios de classe sempre souberam que era preciso muitas vezes ceder. A essência desse pensamento foi captada na tão magistral quanto surrada fórmula de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, em "O Leopardo": "Se vogliamo che tutto rimanga come è, bisogna che tutto cambi. Mi sono spiegato?" ("Se queremos que tudo permaneça como está, é preciso que tudo mude. Fiz-me entender?").
É claro que as coisas se sofisticaram um pouco dos anos 1780 para cá. Depois da profusão de correntes anarquistas e socialistas que surgiram e ganharam ímpeto no século 19, ser "de esquerda" passou quase que automaticamente pertencer a uma delas. Especularmente, todas as linhas de pensamento que não defendiam ou bem a revolução ou a transformação radical da sociedade por meio de mudanças na forma de organização social se viram colocadas no campo da direita.
E as coisas só se complicaram depois da queda do Muro de Berlim, em 1989, e do ocaso da velha União Soviética, em 1991. O marxismo, é evidente, sofreu um tremendo de um baque. A idéia de revolução, se não foi sepultada, foi colocada num gelado gulag, onde permanece até hoje. Órfãos de uma teleologia, militantes da esquerda começaram a refazer seus cálculos políticos, de modo a encontrar aliados para seguir enfrentado aqueles que enxergavam como seus adversários do momento. Surgiram daí misturas improváveis, como a que juntou autoproclamados representantes da esquerda a grupos religiosos ou a tecnófobos antitransgênicos. O resultado é uma baita de uma confusão, pois nesse processo foram sacrificadas algumas das bandeiras tradicionais da esquerda, como o direito ao aborto e a confiança no progresso científico, hoje tomadas como teses "liberais" (pelo menos no Brasil, um outro nome para a direita).
Se quisermos salvar a distinção direita-esquerda, tarefa que se afigura árdua, precisamos antes de mais nada de um fundamento que vá além de banalidades do tipo conservador/progressista ou amigo/inimigo da mudança, que dizem pouco e explicam menos ainda. Acho que a melhor diferenciação já proposta é de teor filosófico, baseando-se no modo como cada lado avalia a noção de natureza humana.
O direitista clássico seria aquele que aposta numa natureza humana imutável e nada bonita. As pessoas têm forte inclinação a ser ruins, e tudo o que se pode fazer é tentar refrear pela força seus apetites naturais, de modo a tornar a convivência pelo menos possível. Leis rígidas e o apego a uma moral severa é só o que nos impede de decair na selvageria. A economia nada mais é do que a tradução em termos monetários e financeiros dos apetites humanos. Tudo o que tenda a alterar as inclinações naturais das pessoas está fadado ao fracasso.
Já para a esquerda, a natureza humana, se existe, seria pelo menos bastante maleável. O homem é o reflexo de seu ambiente, que pode ser alterado segundo projetos racionais. Obras de engenharia social e intervenções do Estado na economia são possíveis e desejáveis, de modo a tornar o mundo um lugar melhor, e as pessoas, mais felizes.
Não vou entrar no mérito das experiências históricas inspiradas por ambas as correntes. Basta dizer que regimes totalitários prosperaram sob as duas --o nazi-fascismo e o comunismo são exemplares-- e o que de mais notável produziram foram pilhas e pilhas de cadáveres.
Alguns vêem nesses e em outros eventos históricos pouco abonadores para nossa espécie a prova insofismável de que a natureza humana é ruim, o que daria razão à direita. De minha parte, que sempre torci para a esquerda _assim como nasci e cresci corintiano, fui educado num lar de esquerda_, acho que precisamos matizar um pouco esse fatalismo.
Não há dúvida de que o homem pode ser profunda e visceralmente mau. Freqüentemente o é, mas nem sempre. É verdade que um miliciano hutu pode mutilar uma criancinha tutsi em Ruanda apenas "por prazer", para ver como ela fica sem seus membros, mas, ao mesmo tempo, encontramos também povos vivendo em relativa harmonia e prosperidade, como os escandinavos hoje. A menos que acreditemos que a diferença nas atitudes sociais entre um sueco e um ruandense seja dada pela genética --e a simples lembrança das barbáries cometidas pelos vikings na Europa ocidental durante a Idade Média prova que não é--, torna-se forçoso concluir que fatores ambientais têm algo a ver com a diferença de comportamento. Ainda que exista uma natureza humana nada apreciável, parece haver também circunstâncias sociais que exacerbam ou contêm nossas piores tendências. Quais são essas condições e como reproduzi-las é uma questão em aberto. De minha parte, custa-me crer que elementos como educação, repartição das riquezas e a sensação de não ser vítima de injustiça não contribuam para evitar situações como a de Ruanda.
Em tempos nos quais tudo é especialmente confuso e conceitos que nos foram familiares como o de direita e esquerda parecem perder o sentido, julgo oportuno tentar resgatá-los, ainda que para defini-los em outros termos. Não será recorrendo à noção de natureza humana que conseguiremos salvar teses ou teorias políticas em particular, mas repensar velhas idéias sob um novo ângulo é um exercício normalmente útil.
Quanto à esquerda, parece-me precipitado decretar sua morte. É claro que praticamente todas as previsões que Marx, os socialistas e os anarquistas fizeram se revelaram grandissíssimos equívocos, mas isso não significa que a humanidade resista todo o tempo aos apelos da razão.
Ao final da Idade do Bronze, um ser humano vivia em média 25 anos. Sucumbia a doenças, predadores e à violência de seus pares. De lá para cá, aprendemos a organizar-nos um pouquinho mais racionalmente e hoje ultrapassamos facilmente as sete décadas de vida em condições algo mais favoráveis. Encontramos meios de moldar a natureza (não sem efeitos colaterais deletérios) e até de curar algumas doenças que nos acompanhavam desde que descemos das árvores. Parece-me prova suficiente de que o homem é capaz de aprender com a observação do meio que o cerca e de oferecer respostas racionais a problemas sociais concretos. Diria até que, ao longo da história da espécie, que se mede na escala das dezenas de milhares de anos, dedicou-se a essa atividade com bastante sucesso. Assim, pelo menos à luz da definição proposta, é cedo para assinar o atestado de óbito da esquerda.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pens ... u234.shtml
The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
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- user f.k.a. Cabeção
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Re.: A esquerda morreu?
Então se eu te mostrar um texto pró-Bush da Folha, o Jornal passa automaticamente a ser de direita?
Tipo... dia 'sim' dia 'não'?
Uma coisa são matérias escritas pelos redatores do jornal, na redação, e que passam por conselho editorial.
Outra coisa, são colunas escritas por colunistas.
Daqui a pouco vai te neguinho dizendo que Carlos Heitor Cony é comunista...
Tipo... dia 'sim' dia 'não'?
Uma coisa são matérias escritas pelos redatores do jornal, na redação, e que passam por conselho editorial.
Outra coisa, são colunas escritas por colunistas.
Daqui a pouco vai te neguinho dizendo que Carlos Heitor Cony é comunista...
"Uau! O Brasil é grande"
Reação de Bush, quando Lula mostrou um mapa do Brasil. Essa frase foi finalista em 2006 do site StupidityAwards.com, na categoria "Afirmação mais estúpida de Bush".
Reação de Bush, quando Lula mostrou um mapa do Brasil. Essa frase foi finalista em 2006 do site StupidityAwards.com, na categoria "Afirmação mais estúpida de Bush".
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Minha posiçâo poítica atual é o Centrismo embora eu confesse minhas antigas simpatias pelo esquerdismo.O Centrismo agora me parece um posicionamento ideológico menos arrogante e presunçoso e mais equilibrado;nâo pretende demonizar e nem dogmatizar.Eu o enxergo como a habilidade de julgar o que é adequado para o desenvolvimento humano em ambas posiçôes políticas majoritárias sem ter nenhum vínculo necessário com suas propostas.
O Centrismo funde o respeito pela liberdade e igualdade de direitos ao respeito pela Lei e pela Ordem harmonizante oriunda da Lei.Isto inclui em seu bojo discursivo o debate sobre o valor intrinsecamente populista e democrático do cógido legislativo e judiciário,e a plausibilidade de uma renovaçâo sistêmica quando necessário,visando atingir os ideais da democracia.Ao mesmo tempo, esta ideologia defende o caráter máximo da instituiçâo do Estado e de sua absoluta autoridade.
A instituiçâo do Estado nâo necessita ser abolida e nem a autoridade e poderio do governo central e da Lei minimizadas ou minadas,ela somente precisa com urgência de uma bússola adequada para guiar seus caminhos e direcionar moralmente sua gestâo.
O Centrismo funde o respeito pela liberdade e igualdade de direitos ao respeito pela Lei e pela Ordem harmonizante oriunda da Lei.Isto inclui em seu bojo discursivo o debate sobre o valor intrinsecamente populista e democrático do cógido legislativo e judiciário,e a plausibilidade de uma renovaçâo sistêmica quando necessário,visando atingir os ideais da democracia.Ao mesmo tempo, esta ideologia defende o caráter máximo da instituiçâo do Estado e de sua absoluta autoridade.
A instituiçâo do Estado nâo necessita ser abolida e nem a autoridade e poderio do governo central e da Lei minimizadas ou minadas,ela somente precisa com urgência de uma bússola adequada para guiar seus caminhos e direcionar moralmente sua gestâo.
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Pelo menos o textinho porco, messiânico e manipulador serve para um propósito: mostrar que eu não mentia quando disse que a Folha era um jornal de orientação claramente esquerdista.
Também achei o texto fraco, mas por quê "porco" e "manipulador"?
Quando você elogia o Mídia Sem Máscara seu critério é outro...
- Pumpkinhead
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Re.: A esquerda morreu?
Porquê o texto é fraco? Que falsidades ele contém...
Re: Re.: A esquerda morreu?
Pumpkinhead escreveu:Porquê o texto é fraco? Que falsidades ele contém...
Não é fraco por falsidades, é fraco por generalizar a direita, é fraco por não abarcar bem todos os ideários marxistas, é fraco por atirar os anarquistas no meio sem o mínimo conhecimento de causa.
Mas para um jornal popular, não poderia ser melhor nem mais completo do que isso.
Mas ele aborda um problema que eu ando lendo sobre ultimamente: a diferença básica entre uma esquerda capitalista e uma direita capitalista. E elas diferem entre o néo-liberalismo e a social democracia.
- Pumpkinhead
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Re.: A esquerda morreu?
Ah... ele associa anarquismo á esquerda. Mas há anarquismo de direita. Os chamado tecnocapitalistas, odeiam o estado e qualquer regulação que ele faça do mercado. São puros anarquistas, porque acham que é possível a autoregulação sem que haja qualquer tipo de autoridade. São individualistas extremos...
Editado pela última vez por Pumpkinhead em 23 Fev 2006, 13:48, em um total de 1 vez.
Re: Re.: A esquerda morreu?
Pumpkinhead escreveu:Ah... ele associa anarquismo á esquerda. Mas há anarquismo de direita. Os chamado tecnocapitalistas, odeiam o estado e qualquer regulação que ele faça do mercado. São puros anarquistas, porque acham que é possível a autoregulação sem que haja qualquer tipo de autoridade.
Associações de "esquerdas" e "direitas" são sempre complicadas. São termos muito genéricos para abordar uma infinidade de critérios diferentes.
- Pumpkinhead
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Re: Re.: A esquerda morreu?
Samael escreveu:Pumpkinhead escreveu:Ah... ele associa anarquismo á esquerda. Mas há anarquismo de direita. Os chamado tecnocapitalistas, odeiam o estado e qualquer regulação que ele faça do mercado. São puros anarquistas, porque acham que é possível a autoregulação sem que haja qualquer tipo de autoridade.
Associações de "esquerdas" e "direitas" são sempre complicadas. São termos muito genéricos para abordar uma infinidade de critérios diferentes.
Vero. Mas a ideia geral é que a esquerda é coletivista e a direita é individualista. Na anarquia o que é comum a todos é o desejo que não haja uma autoridade central. Para os anarquistas da esquerda a sociedade seria um conjunto de comunidades autoreguladas. Aqui temos o coletivismo. Mas para um anarquista de direita, cada individuo é uma comunidade que pode se reinventar como quiser. Aqui temos o individualismo.
- Flavio Costa
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Re.: A esquerda morreu?
Miguel, faz logo a sua galeria de avatares para a gente contemplá-los.
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- Pumpkinhead
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Re.: A esquerda morreu?
Não tenho paciência. 

- Flavio Costa
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Re.: A esquerda morreu?
Uma lista de URLs já tá valendo. 

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- Pumpkinhead
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Re: Re.: A esquerda morreu?
Flavio Costa escreveu:Uma lista de URLs já tá valendo.
http://www.deviantart.com
http://www.olhares.com
http://www.terradreams.de
http://www.gfxartist.com
http://artworks.avalonweb.net
http://pixelcatalyst.plastiqueweb.com// ... index.html
- Flavio Costa
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Re: Re.: A esquerda morreu?
Pumpkinhead escreveu:www.deviantart.com
http://www.olhares.com
http://www.terradreams.de
http://www.gfxartist.com
http://artworks.avalonweb.net
http://pixelcatalyst.plastiqueweb.com// ... index.html
OK, apesar de não serem seus avatares, são as fontes.

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- Pumpkinhead
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Re: Re.: A esquerda morreu?
Flavio Costa escreveu:Pumpkinhead escreveu:www.deviantart.com
http://www.olhares.com
http://www.terradreams.de
http://www.gfxartist.com
http://artworks.avalonweb.net
http://pixelcatalyst.plastiqueweb.com// ... index.html
OK, apesar de não serem seus avatares, são as fontes.
A maioria dos Avantares eu retiro da Deviantart, que está em constante mutação. Para cada opção, seleciona favoritos. Alguns dos Avatares que usei devem aparecer lá...
Esquerda em país desenvolvido é apenas uma facção ligeiramente menos conservadora que serve para ampliar mais rapidamente a redistribuição de renda, quando um governo liberal fez crescer a renda nacional nos governos passados.O Chile (ainda) não é um país desenvolvido, mas já segue esse raciocínio.
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”
Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)
"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."
John Maynard Keynes
Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)
"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."
John Maynard Keynes
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Huxley escreveu:Esquerda em país desenvolvido é apenas uma facção ligeiramente menos conservadora que serve para ampliar mais rapidamente a redistribuição de renda, quando um governo liberal fez crescer a renda nacional nos governos passados.O Chile (ainda) não é um país desenvolvido, mas já segue esse raciocínio.
Ou seja,a esquerda nestes países é somente massa de manobra ideológica,nâo tendo nenhum poder para desintegrar e reformar o Estado,mas sim para manter a base da desilguadade social.
Deprimente realidade.
- Claudio Loredo
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Re.: A esquerda morreu?
Quem é a esquerda de hoje, pode ser a direita de amanhã. A burguesia do século dezoito era a esquerda, pois dizia que estava do lado do povo, mas quando a burguesia tomou o poder, passou a ser contra o povo e virou direita. Ou seja, como até hoje, o poder se toma com a esquerda e se exerce com a direita.