Ao o pensador...

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Simão_Bacamarte
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Re.: Ao o pensador...

Mensagem por Simão_Bacamarte »

o pensador, nas situações adversas os seres humanos unem-se, então porque não seria válido então cenário? E além do mais, como teriam a eternidade, eles poderiam elaborar um sistema de governo decente algum dia. Eternidade meu caro, eternidade.

o pensador
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Re: Re.: Ao o pensador...

Mensagem por o pensador »

Simão_Bacamarte escreveu:o pensador, o seu remendo emergencial, é bem interessante, porém ele necessita que a porra do livre-abitrio não exista no inferno, pois, como eu já disse, as pessoas podem evoluir, será possível que após milênios os estupradores continuarão a ser estupradores e os assassinos continuaram assassinando mesmo vendo que é a menor perda de tempo, e que as suas vitimas irão se vingar deles? Será que os argentinos continuarão a ser egocêntricos? (risos) Não. Eles perceberam após milênios que a única forma é estarem unidos, para que o seu modelo seja válido, Deus, tem que impedir que os seres humanos reformulem seus pensamentos, desta forma, sim, a sua teoria é válida. :emoticon4:


Digamos entâo que os seres humanos se reformem de práticas abomináveis.Isto nâo impedirá que a frustraçâo e o desgosto seja o estágio derradeiro de suas vidas.Que bem pode durar eternamente?

Será que um estuprador se contentará em nâo ser estuprador por toda a eternidade,mesmo sem conseguir realizar sua sede de sexo?

Mesmo que a restauraçâo proposta por vc ocorra(o que é possível) a transiçâo intercalada de prazeres e ideologias de vida terminarâo por definitivamente fazer o homem adentrar num estao de solidâo e trivialidade.Que novo gozo ou prazer poderia entâo libertar o homem da sua infinda sede pelo desconhecido e pela renovaçâo e aprimoramento de sensaçôes?

A resposta é nenhum porque tudo já terá sido experimentado e o homem já considerará sua situaçâo maçante e insuficiente.

Daí vem o choro e o ranger de dentes.

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Simão_Bacamarte
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Re.: Ao o pensador...

Mensagem por Simão_Bacamarte »

Mais um acréscimo... esse seu inferno será igual a terra, com a diferença de que nele todos terão a vida eterna... e como foi citado que nele haverá cerveja, então haverá tudo o que tem na terra.Então já estamos no inferno e não sabemos... hehehehe...

E outra, nesse sistema infernal, caso haja discordância, podem-se formar países, República do Oriente Infernal, e por ai vai... :emoticon7:

o pensador
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Re: Re.: Ao o pensador...

Mensagem por o pensador »

Simão_Bacamarte escreveu:o pensador, nas situações adversas os seres humanos unem-se, então porque não seria válido então cenário? E além do mais, como teriam a eternidade, eles poderiam elaborar um sistema de governo decente algum dia. Eternidade meu caro, eternidade.


Porque o ser humano se cansa muito facilmente do ordinário e tem aversâo pela monotomia.O homem quer sempre mais e busca sempre mais.O homem quer o extraordinário..

o pensador
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Re: Re.: Ao o pensador...

Mensagem por o pensador »

Simão_Bacamarte escreveu:Mais um acréscimo... esse seu inferno será igual a terra, com a diferença de que nele todos terão a vida eterna... e como foi citado que nele haverá cerveja, então haverá tudo o que tem na terra.Então já estamos no inferno e não sabemos... hehehehe...

E outra, nesse sistema infernal, caso haja discordância, podem-se formar países, República do Oriente Infernal, e por ai vai... :emoticon7:


O que diferencia o inferno da Terra é a presença de Deus,ainda viva e poderosa na Terra segundo a ótica cristâ.

o pensador
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Mensagem por o pensador »

Há..naquele episódo da Liga da Justiça o Savage evolui em altruísmo exatamente porque seu interior estava corroído pela angústia e pelo remorso.momento cultural :emoticon16:

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Ayyavazhi
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Re: Re.: Ao o pensador...

Mensagem por Ayyavazhi »

o pensador escreveu:
Avatar escreveu:
O inferno, se existisse tal lugar, estaria cheio de crentes, maometanos, ateus, escolhidos, salvos, ímpios, adoradores e opositores de todas a deidades. O mesmo se pode dizer do “céu”.



E porque?Por causa da imperfeiçâo inata à todos os seres humanos?A imperfeiçâo moral e metafísica do homem nâo é motivo suficiente para que o destino eterno de alguém seja o inferno.Exatamente em livrar o homem desta condiçâo é que reside a virtude do poder regenerador da salvaçâo de Cristo.


Pensador,

Exatamente por essa imperfeição, o inferno não pode existir. Deus seria imensuravelmente injusto se nos condenasse ao inferno, sabendo que as faltas cometidas foram frutos de fraquezas e imperfeições que Ele nos deu. Minha colocação hipotética foi apenas uma resposta ao Acauan, que considerou uma tremenda injustiça que crentes merecessem o céu, mesmo tendo vivido como filhos da puta. Alguém pode discordar disso?

A visão egocêntrica e equivocada de muitos religiosos é que, além de sua religião ser a única certa, eles terão seu lugar garantido no céu, mesmo que vivam suas vidas de forma espúria. Muitos seres humanos, por um motivo ou outro, concluíram que Deus não existe. Entre esses há pessoas de bem, pessoas honradas, leais aos seus princípios e obedientes ao conjunto de normas e leis da sociedade onde se acham inseridos. Esses iriam para o inferno, pois passaram a vida inteira longe de Deus, enquanto religiosos amorais de toda sorte estariam salvos. Foi sobre esse despropósito, e apenas esse, a que fiz referência.

Talvez você não pense dessa forma, mas isso não invalidada minha crítica, uma vez que esse é o pensamento da maioria religiosa. Sem querer ser chato, e já sendo, do mesmo modo como você se sente seguro na presença do Cristo, todos os outros religiosos se sentem seguros diante de seus profetas/enviados/salvadores, etc. E, para eles, você é quem vai para o inferno.


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Makaveli
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Re: Re.: Ao o pensador...

Mensagem por Makaveli »

o pensador escreveu:
Makaveli escreveu:Mas o problema, irmão, é que o próprio Jesus fala sobre a severidade do juízo punitivo, falando até mesmo sobre diferentes graus de castigo... a idéia do inferno é realmente horripilante, e as descrições d Jesus sobre o mesmo não ajudaram muito. Me converti no adventismo e aprendi a doutrina sabática e a aniquilacionista... me afastei da igreja adventista pelos 18 anos, até os 20... dos 18 aos 20 vivi cuidando apenas de mim, ainda orando a Deus, mas sem igreja... depois de uma série de dificuldades busquei a Deus novamente, revi meus conceitos e passei a servi-lo na igreja do nazareno (de doutrina basicamente wesleyana, ou seja, que admite a existencia do inferno) mas confesso a vc que a ideia é tão horripilante que sinto vontade de desbancar para o aniquilacionismo, mas Jesus falou mui claramente sobre a punição eterna... sua visão de inferno é interessante, compatível com a atual visão da igreja Católica, e com a Igreja de Boston (movimento da restauração bíblica) com a qual tive certo contato. Para ver mais sobre a igreja de Boston acesse http://www.cacp.org.br e procure sobre a igreja de boston... sua visão de inferno consegue ser "ainda mais light" que as supra citadas... TOMARA QUE SEJA ASSIM MESMO!!!!!!! :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


Makeveli,

Se vc está se referindo à este endereço (http://www.cacp.org.br/inferno.htm) no referido site,onde vc encontrou semelhança em qualquer grau com a minha visâo de inferno :emoticon5: ?O texto em voga se trata meramente de uma defesa apologética contra o aniquilacionismo.E o texto defende a visâo tradicional de inferno.


Não, não era este texto... vá no "pesquisar" no site e digite "igreja de Boston"...
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o pensador
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Re: Re.: Ao o pensador...

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Avatar escreveu:
Pensador,

Exatamente por essa imperfeição, o inferno não pode existir. Deus seria imensuravelmente injusto se nos condenasse ao inferno, sabendo que as faltas cometidas foram frutos de fraquezas e imperfeições que Ele nos deu. Minha colocação hipotética foi apenas uma resposta ao Acauan, que considerou uma tremenda injustiça que crentes merecessem o céu, mesmo tendo vivido como filhos da puta. Alguém pode discordar disso?

A visão egocêntrica e equivocada de muitos religiosos é que, além de sua religião ser a única certa, eles terão seu lugar garantido no céu, mesmo que vivam suas vidas de forma espúria. Muitos seres humanos, por um motivo ou outro, concluíram que Deus não existe. Entre esses há pessoas de bem, pessoas honradas, leais aos seus princípios e obedientes ao conjunto de normas e leis da sociedade onde se acham inseridos. Esses iriam para o inferno, pois passaram a vida inteira longe de Deus, enquanto religiosos amorais de toda sorte estariam salvos. Foi sobre esse despropósito, e apenas esse, a que fiz referência.

Talvez você não pense dessa forma, mas isso não invalidada minha crítica, uma vez que esse é o pensamento da maioria religiosa. Sem querer ser chato, e já sendo, do mesmo modo como você se sente seguro na presença do Cristo, todos os outros religiosos se sentem seguros diante de seus profetas/enviados/salvadores, etc. E, para eles, você é quem vai para o inferno.



Avatar,

Respeito teu pensamento.Contudo eu acredito que o maior bem que existe para o ser humano é a sua liberdade e o prazer indistinguível de gozar de plena liberdade em sua existência.

Nâo há valor que mais se identifique com o ser humano do que a crença inabalável na Liberdade e nâo há convicçâo mais enraizada no coraçâo humano do que a certeza de que nasceu para ser livre e de que a Felicidade verdadeira só pode em última instância ser alcançada com a posse da Liberdade.

Mesmo o Niilista,que apregoa aos quatro ventos nâo crer em nenhum fundamento de valor e relevância para a existência humana e geral,considera a Liberdade em crer desta maneira um direito fundamental e uma idiossincracia justificável(e completamente necessária) em seu sistema filosófico.Ceifar uma existência consciente do Dom de existir e de guiar sua consciência conforme os ditames de seus desejos seria um atitude extremamente castradora e irretificável.

Apagar um nome da existência é o violar o direito à Liberdade de existir eternamente tendo o direito de ser quem desejar sem nenhuma coerçâo externa que impeça o fluxo de seus almejos.

Neste sentido a pior maldade que poderia haver é uma divindade suprema cortar arbitrariamente o direito humanao à existência e à plenificaçâo de sua Liberdade.A coexistência sim biótica entre os semelhantes humanos seria pautada sobre o princípio universal e totalmente invioável do valor absoluto da Liberdade,baseado no qual a liberdade de um termina onde começa a do outro.


Mas a intromissâo um Ser superior e Onipotente contra o qual nâo houvessse discussâo e que determinasse a aniquilaçâo de todos os seres livres e conscientes contra a própria vontade seria um ato quase cruel de Sua parte.


Meu inferno preserva aos humanos o direito de viver e de nâo se sentir oprimido e subjugado,em suas habilidades conscientes e racionais,por um Ser superior de qualquer ordem.Deus entâo respeita a opiniâo e a decisâo do homem e o homem aceita em colher os resultados nada agradáveis de sua escolha a longo prazo.


Abc.

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Ayyavazhi
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Re: Re.: Ao o pensador...

Mensagem por Ayyavazhi »

o pensador escreveu:Avatar,

Respeito teu pensamento.Contudo eu acredito que o maior bem que existe para o ser humano é a sua liberdade e o prazer indistinguível de gozar de plena liberdade em sua existência.

Nâo há valor que mais se identifique com o ser humano do que a crença inabalável na Liberdade e nâo há convicçâo mais enraizada no coraçâo humano do que a certeza de que nasceu para ser livre e de que a Felicidade verdadeira só pode em última instância ser alcançada com a posse da Liberdade.

Mesmo o Niilista,que apregoa aos quatro ventos nâo crer em nenhum fundamento de valor e relevância para a existência humana e geral,considera a Liberdade em crer desta maneira um direito fundamental e uma idiossincracia justificável(e completamente necessária) em seu sistema filosófico.Ceifar uma existência consciente do Dom de existir e de guiar sua consciência conforme os ditames de seus desejos seria um atitude extremamente castradora e irretificável.

Apagar um nome da existência é o violar o direito à Liberdade de existir eternamente tendo o direito de ser quem desejar sem nenhuma coerçâo externa que impeça o fluxo de seus almejos.

Neste sentido a pior maldade que poderia haver é uma divindade suprema cortar arbitrariamente o direito humanao à existência e à plenificaçâo de sua Liberdade.A coexistência sim biótica entre os semelhantes humanos seria pautada sobre o princípio universal e totalmente invioável do valor absoluto da Liberdade,baseado no qual a liberdade de um termina onde começa a do outro.


Mas a intromissâo um Ser superior e Onipotente contra o qual nâo houvessse discussâo e que determinasse a aniquilaçâo de todos os seres livres e conscientes contra a própria vontade seria um ato quase cruel de Sua parte.


Meu inferno preserva aos humanos o direito de viver e de nâo se sentir oprimido e subjugado,em suas habilidades conscientes e racionais,por um Ser superior de qualquer ordem.Deus entâo respeita a opiniâo e a decisâo do homem e o homem aceita em colher os resultados nada agradáveis de sua escolha a longo prazo.

Abc.


Pensador,

Que isso não tenha a conotação de uma crítica, mas, observe o quanto sua análise parece conter um desejo, uma necessidade de que SEJA assim. Você imagina um inferno (destino) àqueles que não conseguiram viver de acordo com os preceitos religiosos e, inocentando-os de certa forma, recria esse destino com moderação e piedade. É preciso considerar que Deus possa não corresponder a esses anseios e isso necessariamente não é bom nem mau. Podemos observar isso todos os dias, quando as crianças se aborrecem com os pais por não serem atendidas em seus desejos infantis. Os pais sabem os motivos por trás das decisões, muito embora a inocência, própria da tenra idade, negue essa compreensão à criança.

Eu não creio na existência do inferno – utilizo o termo “crer” por força da necessidade de comunicação – e acho que essa é uma resposta muito mais justa, dentro da relação Deus/homem. Fere ainda menos a liberdade que você tão bem descreveu. Sobre essa liberdade (novamente criando, mesmo que involuntariamente, um conflito) eu tenho algo a dizer: ela não existe. Desde o seu primeiro segundo de vida, você foi conduzido por um imenso processo sociocultural até chegar onde está hoje. Os “livres pensadores” são livres para pensar dentro do micro universo em que vivem. Eu não entendo isso como liberdade. Fazendo uma analogia barata, seria como um peixe que pode nadar “livremente” em seu aquário; ele pode descer, subir, ir para a direita ou para a esquerda, ficar parado ou nadar rapidamente. Isso o faz sentir-se extremamente livre... dentro de seu aquário.

Um abraço.

o pensador
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Re: Re.: Ao o pensador...

Mensagem por o pensador »

Avatar escreveu:
Pensador,

Que isso não tenha a conotação de uma crítica, mas, observe o quanto sua análise parece conter um desejo, uma necessidade de que SEJA assim. Você imagina um inferno (destino) àqueles que não conseguiram viver de acordo com os preceitos religiosos e, inocentando-os de certa forma, recria esse destino com moderação e piedade. É preciso considerar que Deus possa não corresponder a esses anseios e isso necessariamente não é bom nem mau. Podemos observar isso todos os dias, quando as crianças se aborrecem com os pais por não serem atendidas em seus desejos infantis. Os pais sabem os motivos por trás das decisões, muito embora a inocência, própria da tenra idade, negue essa compreensão à criança.

Eu não creio na existência do inferno – utilizo o termo “crer” por força da necessidade de comunicação – e acho que essa é uma resposta muito mais justa, dentro da relação Deus/homem. Fere ainda menos a liberdade que você tão bem descreveu. Sobre essa liberdade (novamente criando, mesmo que involuntariamente, um conflito) eu tenho algo a dizer: ela não existe. Desde o seu primeiro segundo de vida, você foi conduzido por um imenso processo sociocultural até chegar onde está hoje. Os “livres pensadores” são livres para pensar dentro do micro universo em que vivem. Eu não entendo isso como liberdade. Fazendo uma analogia barata, seria como um peixe que pode nadar “livremente” em seu aquário; ele pode descer, subir, ir para a direita ou para a esquerda, ficar parado ou nadar rapidamente. Isso o faz sentir-se extremamente livre... dentro de seu aquário.

Um abraço.


Olá Avatar,

Vc inicia por tentar me fazer refletir sobre se a minha crença,
na falta de termo melhor, nâo é simplesmente uma projeçâo de minha imaginaçâo e de meus sentimentos.Eu entâo lhe digo enfaticamente que minha crença está bem fundamentada na bíblia e em seus ensinamentos doutrinários.Foge ao escopo do tópico fazer um compêndio bíblico de textos que corroborem com minha visâo,mas se futuramente vc desejar um embate teológico(saudável e amigável) eu aceito na hora.

Em segundo lugar,vc corretamente relaciona nossa liberdade aos processos sócio-culturais do qual somos parte integrante.O que vc aparenta nâo reconhecer é a vasta gama de definiçôes que o termo Livre Arbítrio abarca.Livre Arbítrio nâo significa necessariamente indeterminismo e ausência de encadeamento causal,até porque nada surge sem uma causa adequada.

O Livre Arbítrio ao qual me refiro é o poder de se auto determinar,ou mais especificamente,é o poder inerente ao ser humano de determinar livremente suas atitudes e conduta por intermédio de sua consciência.Os fatores sócio-culturais condicionam grandemente o homem e limitam o raio de açâo de sua liberdade,mas eles nâo suficientes para minar e destruir completamente a sua liberdade humana.Sou brasileiro e nâo poso mudar isto;homem e nâo posso deixar de ser homem;afro-ítalo-judaico descendente e nâo posso mudar isso,etc.Mas existe algo que posso mudar e sobre o qual tenho total controle e manipulaçâo:Meu futuro.

Posso decidir agir completamente de forma contrária à minha bagagem sócio cultural e ninguém pode me impedir.Ou vc por acaso pensa que a cultura sempre foi basicamente polibasal e que portanto os homens nunca tiveram liberdade de açâo?Pelo contrário,os primeiros traços culturais da humanidade foram nitidamente monolíticos e uniformes.

Isto implica na conclusâo de que o homem primitivo teve a liberdade incondicionada de criar novas tendências e padrôes culturais sem estar causalmente fundado em uma base cultural vigente.Logo o homem sempre foi livre para agir de forma contrária ou diferente à pregada pela sociedade,e inovar completamente a cultura,por originar criativamente novas formas de expressar o comportamento,baseado estritamente no poder da própria imaginaçâo

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Ayyavazhi
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Re: Re.: Ao o pensador...

Mensagem por Ayyavazhi »

o pensador escreveu:
Olá Avatar,

Vc inicia por tentar me fazer refletir sobre se a minha crença,
na falta de termo melhor, nâo é simplesmente uma projeçâo de minha imaginaçâo e de meus sentimentos.Eu entâo lhe digo enfaticamente que minha crença está bem fundamentada na bíblia e em seus ensinamentos doutrinários.Foge ao escopo do tópico fazer um compêndio bíblico de textos que corroborem com minha visâo,mas se futuramente vc desejar um embate teológico(saudável e amigável) eu aceito na hora.

Em segundo lugar,vc corretamente relaciona nossa liberdade aos processos sócio-culturais do qual somos parte integrante.O que vc aparenta nâo reconhecer é a vasta gama de definiçôes que o termo Livre Arbítrio abarca.Livre Arbítrio nâo significa necessariamente indeterminismo e ausência de encadeamento causal,até porque nada surge sem uma causa adequada.

O Livre Arbítrio ao qual me refiro é o poder de se auto determinar,ou mais especificamente,é o poder inerente ao ser humano de determinar livremente suas atitudes e conduta por intermédio de sua consciência.Os fatores sócio-culturais condicionam grandemente o homem e limitam o raio de açâo de sua liberdade,mas eles nâo suficientes para minar e destruir completamente a sua liberdade humana.Sou brasileiro e nâo poso mudar isto;homem e nâo posso deixar de ser homem;afro-ítalo-judaico descendente e nâo posso mudar isso,etc.Mas existe algo que posso mudar e sobre o qual tenho total controle e manipulaçâo:Meu futuro.

Posso decidir agir completamente de forma contrária à minha bagagem sócio cultural e ninguém pode me impedir.Ou vc por acaso pensa que a cultura sempre foi basicamente polibasal e que portanto os homens nunca tiveram liberdade de açâo?Pelo contrário,os primeiros traços culturais da humanidade foram nitidamente monolíticos e uniformes.

Isto implica na conclusâo de que o homem primitivo teve a liberdade incondicionada de criar novas tendências e padrôes culturais sem estar causalmente fundado em uma base cultural vigente.Logo o homem sempre foi livre para agir de forma contrária ou diferente à pregada pela sociedade,e inovar completamente a cultura,por originar criativamente novas formas de expressar o comportamento,baseado estritamente no poder da própria imaginaçâo


Pensador,

Eu não neguei ao homem o livre arbítrio. Falta-me compreensão suficiente para situar o livre arbítrio dentro de qualquer certeza inequívoca. Não obstante, ele pode existir, mesmo onde não exista liberdade. Se vincularmos o livre arbítrio ao conceito de liberdade, estaremos dizendo que os escravos, naqueles fatídicos tempos, eram autômatos programados. O simples fato de haver consciência e discernimento, permite o surgimento do livre arbítrio. Vamos ousar um pouco mais:

Uma pessoa que esteja tetraplégica, um vegetal humano, impossibilitado de qualquer movimento ou ação, possui livre arbítrio? Ela se alimentaria somente do que lhe fosse administrado, tomaria banho quando outros decidissem fazê-lo, não teria nenhum controle sobre suas necessidades fisiológicas, não poderia proferir uma única palavra de aprovação ou reprovação por quaisquer motivo que seja. Existirá aí livre arbítrio?

Sim, se houver consciência! Ela pode escolher sofrer ou não com essa terrível situação. Ela pode escolher aceitar tal condição e aprender com ela, o quanto lhe for possível, ou pode definhar até à morte. É um exemplo absurdo e extremo, o que eu busquei, mas encontraremos nesse estado de total dependência um tanto de possibilidades, relacionadas à consciência e às escolhas.

Nosso peixinho, lembre-se, possui livre arbítrio dentro do aquário. Ninguém diz a ele o que fazer ou para onde ir. Suas escolhas determinam esquerda, direita, subir, descer.

Mas em um ponto eu concordo com você, caro Pensador: o vidro do aquário pode ser quebrado e o oceano pode ser conhecido. Aí, verdadeiramente e pela primeira vez na vida, o peixinho será livre.


o pensador
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Re: Re.: Ao o pensador...

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Avatar escreveu:
Pensador,

Eu não neguei ao homem o livre arbítrio. Falta-me compreensão suficiente para situar o livre arbítrio dentro de qualquer certeza inequívoca. Não obstante, ele pode existir, mesmo onde não exista liberdade. Se vincularmos o livre arbítrio ao conceito de liberdade, estaremos dizendo que os escravos, naqueles fatídicos tempos, eram autômatos programados. O simples fato de haver consciência e discernimento, permite o surgimento do livre arbítrio. Vamos ousar um pouco mais:

Uma pessoa que esteja tetraplégica, um vegetal humano, impossibilitado de qualquer movimento ou ação, possui livre arbítrio? Ela se alimentaria somente do que lhe fosse administrado, tomaria banho quando outros decidissem fazê-lo, não teria nenhum controle sobre suas necessidades fisiológicas, não poderia proferir uma única palavra de aprovação ou reprovação por quaisquer motivo que seja. Existirá aí livre arbítrio?

Sim, se houver consciência! Ela pode escolher sofrer ou não com essa terrível situação. Ela pode escolher aceitar tal condição e aprender com ela, o quanto lhe for possível, ou pode definhar até à morte. É um exemplo absurdo e extremo, o que eu busquei, mas encontraremos nesse estado de total dependência um tanto de possibilidades, relacionadas à consciência e às escolhas.

Nosso peixinho, lembre-se, possui livre arbítrio dentro do aquário. Ninguém diz a ele o que fazer ou para onde ir. Suas escolhas determinam esquerda, direita, subir, descer.

Mas em um ponto eu concordo com você, caro Pensador: o vidro do aquário pode ser quebrado e o oceano pode ser conhecido. Aí, verdadeiramente e pela primeira vez na vida, o peixinho será livre.



Oi Avatar,

Pelo que notei vc desvincula totalmente o conceito de Livre Arbítrio do conceito de Liberdade.É a doutrina da livre agência em contraposiçâo ao livre arbítrio.Nâo vejo pessoalmente quaquer dualidade etmológica nas duas expressôes idiomáticas.

Vc diz que o livre arbítrio é redutível à propriedade da consciência e que a Liberdade é determinada por fatores de ordem externa,mais particularmente de ordem sócio-econômica-cultural.Livre Arbítrio,no entanto,significa somente decidir que motivaçôes,sentimentos e parâmetos morais nortearâo a vida porque é um atributo muito complexo.

É absolutamente certo que de dentro do coraçâo brotam os rios de vida que saltam para a vida eterna,e que o livre arbítrio é a determinaçâo efetiva por aquele comportamento específico como também notamos que é deduzível nesta situaçâo que o Livre arbítrio claramente incorpora no processo qualidades intrinsecas à Liberdade.


Como ter livre arbítrio se a liberdade de pensar e racionar livremente e de decidir conscientemente entre opçôes me for negada?Impossível.Logo livre arbítrio é liberdade,muito embora o conceito de liberdade nâo se esgote no significado de livre arbítrio.

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Ayyavazhi
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Re: Re.: Ao o pensador...

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o pensador escreveu:Oi Avatar,

Pelo que notei vc desvincula totalmente o conceito de Livre Arbítrio do conceito de Liberdade.É a doutrina da livre agência em contraposiçâo ao livre arbítrio.Nâo vejo pessoalmente quaquer dualidade etmológica nas duas expressôes idiomáticas.

Vc diz que o livre arbítrio é redutível à propriedade da consciência e que a Liberdade é determinada por fatores de ordem externa,mais particularmente de ordem sócio-econômica-cultural.Livre Arbítrio,no entanto,significa somente decidir que motivaçôes,sentimentos e parâmetos morais nortearâo a vida porque é um atributo muito complexo.

É absolutamente certo que de dentro do coraçâo brotam os rios de vida que saltam para a vida eterna,e que o livre arbítrio é a determinaçâo efetiva por aquele comportamento específico como também notamos que é deduzível nesta situaçâo que o Livre arbítrio claramente incorpora no processo qualidades intrinsecas à Liberdade.


Como ter livre arbítrio se a liberdade de pensar e racionar livremente e de decidir conscientemente entre opçôes me for negada?Impossível.Logo livre arbítrio é liberdade,muito embora o conceito de liberdade nâo se esgote no significado de livre arbítrio.


Não, não é totalmente.

A liberdade de pensar e racionar livremente cria as condições para o surgimento do livre arbítrio. Mais que isso, essa liberdade, quanto mais abrangente for, mais expandirá os horizontes de nossas escolhas. Pode haver livre arbítrio em um escravo, pode haver livre arbítrio em quem esteja totalmente impossibilitado de agir ou tomar decisões, pode haver livre arbítrio em um peixe dentro de um aquário. Por mais que se cerceie a liberdade de alguém, levando essa idéia ao extremo, ainda assim haverá livre arbítrio. É somente nesse contexto que eu o desvinculo de liberdade.

Você colocou muito bem: “o conceito de liberdade não se esgota no significado de livre arbítrio”. E eu completaria dizendo que o conceito de livre arbítrio não se esgota no significado (relativo) de liberdade. Ambos possuem suas próprias e insondáveis possibilidades. Estou falando sempre a partir de uma perspectiva humana. Reduzindo o conceito de liberdade, eu concluiria que o peixe dentro do aquário não é livre. Se você me responder que o “coração” desse ser é livre, alcançando outra dimensão para o conceito de liberdade, restar-me-á a anuência.

Por fim, atingindo finalmente o oceano, restará a liberdade, posto que o conceito relativo de livre arbítrio, conquanto nos sirva adequadamente, não resistirá ao aniquilamento final das pequenas verdades humanas.

Talvez não estejamos falando de coisas diferentes, faltando apenas ajustar a cor da lente. Ou não... como diria o Rapha.

Um abraço.

o pensador
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Re: Re.: Ao o pensador...

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o pensador escreveu:Oi Avatar,

Pelo que notei vc desvincula totalmente o conceito de Livre Arbítrio do conceito de Liberdade.É a doutrina da livre agência em contraposiçâo ao livre arbítrio.Nâo vejo pessoalmente quaquer dualidade etmológica nas duas expressôes idiomáticas.

Vc diz que o livre arbítrio é redutível à propriedade da consciência e que a Liberdade é determinada por fatores de ordem externa,mais particularmente de ordem sócio-econômica-cultural.Livre Arbítrio,no entanto,significa somente decidir que motivaçôes,sentimentos e parâmetos morais nortearâo a vida porque é um atributo muito complexo.

É absolutamente certo que de dentro do coraçâo brotam os rios de vida que saltam para a vida eterna,e que o livre arbítrio é a determinaçâo efetiva por aquele comportamento específico como também notamos que é deduzível nesta situaçâo que o Livre arbítrio claramente incorpora no processo qualidades intrinsecas à Liberdade.


Como ter livre arbítrio se a liberdade de pensar e racionar livremente e de decidir conscientemente entre opçôes me for negada?Impossível.Logo livre arbítrio é liberdade,muito embora o conceito de liberdade nâo se esgote no significado de livre arbítrio.


Não, não é totalmente.

A liberdade de pensar e racionar livremente cria as condições para o surgimento do livre arbítrio. Mais que isso, essa liberdade, quanto mais abrangente for, mais expandirá os horizontes de nossas escolhas. Pode haver livre arbítrio em um escravo, pode haver livre arbítrio em quem esteja totalmente impossibilitado de agir ou tomar decisões, pode haver livre arbítrio em um peixe dentro de um aquário. Por mais que se cerceie a liberdade de alguém, levando essa idéia ao extremo, ainda assim haverá livre arbítrio. É somente nesse contexto que eu o desvinculo de liberdade.

Você colocou muito bem: “o conceito de liberdade não se esgota no significado de livre arbítrio”. E eu completaria dizendo que o conceito de livre arbítrio não se esgota no significado (relativo) de liberdade. Ambos possuem suas próprias e insondáveis possibilidades. Estou falando sempre a partir de uma perspectiva humana. Reduzindo o conceito de liberdade, eu concluiria que o peixe dentro do aquário não é livre. Se você me responder que o “coração” desse ser é livre, alcançando outra dimensão para o conceito de liberdade, restar-me-á a anuência.

Por fim, atingindo finalmente o oceano, restará a liberdade, posto que o conceito relativo de livre arbítrio, conquanto nos sirva adequadamente, não resistirá ao aniquilamento final das pequenas verdades humanas.

Talvez não estejamos falando de coisas diferentes, faltando apenas ajustar a cor da lente. Ou não... como diria o Rapha.

Um abraço.


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Basicamente o teor de meu argumento é demonstrar que se nâo tívessemos a Liberdade em se deleitar no atributo do Livre Arbítrio nâo teríamos Livre Arbítrio.

A Liberdade para pensar,refletir e tomar decisôes morais interiores nos foi outorgada.Sem esta Liberdade seríamos como os animais.Portanto a Liberdade de possuir e usufruir do Livre Arbítrio nos foi doada e sem esta Liberdade nâo teríamos Livre Arbítrio.Logo o ser humano é livre.

Trancado