
Uma técnica de minitubos de calor, desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para resfriar satélites espaciais, será levada a bordo da nave Soyuz, que parte no próximo dia 30 com o astronauta brasileiro Marcos Cesar Pontes ao espaço.
Márcia Barbosa Mantelli, pesquisadora da UFSC, comemora o feito. "Agora nosso experimento poderá durar quatro dias seguidos e, quem sabe, convencer os fabricantes de que está qualificado para equipar satélites", diz.
A técnica vem sendo utilizada para aperfeiçoar a produção de pães, mantendo rígido controle de temperatura sobre o forno. Márcia também defende o uso da tecnologia para esse fim. ''Hoje, você vai numa padaria qualquer e, numa mesma fornada, você encontra aquele pão branquinho, quase cru, e aquele torrado, escuro. Com o forno equipado com nossos tubos de calor, os pães saíram todos assados por igual'', disse a pesquisadora.
De acordo com a Folha de S.Paulo, o uso da tecnologia, que ainda espera por sua prova de fogo a bordo da Estação Espacial Internacional, começou no Labsolar (Laboratório de Energia Solar e Núcleo de Controle Térmico para Satélites), voltado para a criação de tecnologias nacionais que permitissem fazer a refrigeração de componentes em espaçonaves.
Alguns testes com os minitubos de calor - pequenas estruturas que controlam a temperatura ao "diluí-la" uniformemente - já foram realizados em vôos suborbitais de foguetes, mas os sistemas seguem sem certificação suficiente para servir de opção aos construtores de satélites. Hoje, todos os artefatos espaciais produzidos pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) têm a temperatura controlada por equipamentos importados.
Redação Terra