Acauan escreveu:Vitor Moura escreveu:Acauan escreveu:Vitor Moura escreveu:Para você prova da existência só pode ser por meio de detecção?Se vc ler os debates que indiquei, verá evidências que fazem pender a balança para a conclusão da existência de espíritos.
Se sua pergunta é apenas uma pergunta, então minha resposta é "não" e deconsidere o parágrafo imediatamente abaixo.
Bom, foi isso que considerei. Então, porque vc disse:
'Provar cientificamente a existência do espírito pede uma descrição do que seja espírito a partir de variáveis que possam ser medidas, da mesma forma que se descreve a queda de um corpo por sua velocidade, aceleração e trajetória.
Sem isto não é possível chegar a conclusões científicas a partir da experimentação.
Se você diz que espíritos são "parte de nossa consciência e personalidade que sobreviveriam à morte", para tornar esta hipótese testável precisa complementá-la com hipóteses sobre onde esta consciência e personalidade residem, sem um corpo físico que as sustente. Só assim poderíamos ter um ente pesquisável, capaz de ser descrito por variáveis mensuráveis. '
Só por meio da detecção isso seria possível. Se agora vc diz que provar a existência de algo não precisa ser meramente por meio de detecção, como ficamos?
O que parece não ter ficado claro até agora é que uso termos como "prova científica" para deixar clara a diferenciação entre tais provas e "prova de existência".
Note que coisas que são "cientificamente provadas" podem não existir e coisas que nunca foram cientificamente provadas, com toda certeza existem.
Que eu saiba nenhum cientista pesquisou a minha própria existência, ninguém levantou e mediu variáveis que provam que eu existo, analisou e teorizou sobre estas variáveis, concluiu pela minha existência, publicou o trabalho e o teve corretamente reproduzido e aceito pela comunidade científica.
No entanto, eu existo. Isto é uma verdade autoevidente que dispensa prova científica.
Por outro lado, os efeitos da gravidade são cientificamente provados, mas sua existência não. A gravidade é uma teoria que explica os movimentos que ocorrem nas cercanias da matéria.
O ponto aqui é se os espíritas querem provar cientificamente a existência do espírito devem cumprir os requisitos do método científico atualmente mais aceito que é o experimental-dedutivo de abordagem Popperiana.
Dentro destes requisitos, provar cientificamente que espíritos existem significa cumprir uma seqüência metódica de isolar e caracterizar fenômenos, defini-los em variáveis mensuráveis, medir e analisar as variáveis, interpretar as medições, levantar hipóteses que expliquem as medições, selecionar as hipóteses viáveis, desenvolver um modelo teórico que dê sustentação à hipótese, testar o modelo teórico, concluir, publicar, obter repetibilidade e reprodutibilidade, homologar os resultados e conclusões junto à comunidade científica e então, e só então, afirmar que se têm uma prova científica válida.
Os espíritas, como demonstrado até aqui, em geral param na caracterização e descrição de fenômenos.
Discordo, há, por exemplo, avanços teóricos na teoria da reencarnação, de quando o espírito se ligaria no corpo físico, etc. Nas materilizações houve medições do peso do médium e do fantasma materializado várias vezes (replicação), criação de teorias, observação de leis, etc.
Acauan escreveu:Mas a prova definitiva da existência de qualquer ente, que não se dê por auto-evidência, extrapola o conceito de prova científica. Uma prova científica apenas endossa o fato que as teorias sobre a existência do ente cumpriram todos os requisitos do método, o que não implica que o ente exista, pois o método não é infalível e não se diz ser.
Prova da existência em um contexto mais amplo se dá dentro de uma cosmovisão, na qual o significado mais profundo do que seria existir é racionalmente trabalhado e a partir disto se constrói um sistema de conhecimento, que inclui a ciência experimental, mas não se limita a ela.
Os desdobramentos filosóficos disto são amplos demais para serem tratados aqui, mas dão uma idéia do significado limitado que a falsa dicotomia detecção-não detecção tem no ato de provar a existência de algo.
Continuo achando que testes feitos com médiuns e crianças que lembram vidas passadas, ou mesmo pessoas que passaram por uma NDE, vendo e ouvindo coisas por meios não normais, quando o cérebro estava 'desligado', podem servir de prova da existência do espírito.
Acauan escreveu:Vitor Moura escreveu:É interessante e bom o seu texto, mas continuo achando que certeza 100% de alguma coisa é impossível.
Repetindo o exemplo, qual é o seu grau de certeza sobre sua própria existência.
Note que para duvidar de sua própria existência é preciso que você exista.
Mas qual existência? Virtual? Real? O mundo e seus habitantes todos podem fazer parte de uma Matrix gigantesca.
Acauan escreveu: Vitor Moura escreveu:Acauan escreveu: Note que você redefiniu anjos e demônios segundo seus próprios critérios.
Lógico, vc não define, eu tenho que definir!Quando vc definiu anjos aqui?
Não defini por que foi você e não eu quem colocou e defendeu uma tese baseada na comparação da complexidade entre os dois entes e a definição kardecista de espírito. Cabe a quem põe a tese definir os termos e não a quem a critica.Vitor Moura escreveu:Acauan escreveu:...e não segundo os critérios da teologia que os define, assim como tenta falsear passagens bíblicas conforme sua interpretação e não conforme a interpretação da exegese e hermenêutica que lhes dão sustentação filosófica.
Defina anjos.
Acho que a partir do momento em que se tem uma definição clara e precisa, é possível se elaborar testes. Se vc define que os deuses gregos moram no alto do monte olimpo, uma expedição indo lá e não encontrando nada permite falsear a hipótese de zeus.
Você no exemplo dado e nas suas tentativas anteriores esbarra em dois problemas, um intra-método e outro extra-método.
O problema intra-método é como você vai obter a definição clara e precisa. Os exemplos anteriores mostram sua dificuldade em definir um ente de um sistema de pensamento sem contamina-lo com idéias que pertencem ao sistema de pensamento de quem define. Esta contaminação, por si só, já invalida a aplicação do método.
O problema extra-método é que o falseamento é um requisito do método Popperiano, aplica-lo a outros sistemas, que se baseiam em outras premissas é inadequado, uma vez que o falseamento Popperiano se destina a estabelecer conclusões relativas enquanto a teologia se dedica a alcançar verdades absolutas.
Quanto à definição de anjos, segundo a teologia cristã são seres espirituais criados por Deus para servi-lo.
Pronto, colocou Deus na jogada. Dois entes pelo preço de um. Fico com minha definição, que não implica a existência de Deus. Aliás, defina Deus.Ele é onipotente?
Acauan escreveu:Vitor Moura escreveu:Se vc define demônios como espíritos maus, defina espíritos.
Você quer que eu defina segundo que sistema de pensamento?
Católicos romanos, protestantes fundamentalistas, muçulmanos, animistas tribais etc têm cada um sua própria definição do que seria espírito.
Se quer apenas a versão teológica cristã fundamentalistas, pode-se dizer que espírito é a essência dos seres conscientes.
Bem, somos feitos essencialmente de água, 65% de nosso corpo, para ser mais preciso. É isso o espírito? Água?
Bom, agora a pergunta: o que demônios podem fazer? Como refutar a hipótese de demônios? Eu sei como refutar a de espíritos. Se vc não sabe refutar a hipótese de demônios, é preferível usar uma hipótese que permita falseamente a uma que não permita.
Acauan escreveu:Vitor Moura escreveu: Acauan escreveu:Vitor Moura escreveu: Acauan escreveu:Resposta típica de crentes dogmáticos.
Pelo contrário, crentes dogmáticos possuem certezas inabaláveis. Ou seja, vc nem sabe do que está falando...
E os demais que vem acompanhando seu desempenho neste debate concluirão sobre isto melhor que você.
Não respondeu.
Não respondi porque nenhuma pergunta foi colocada.
Eu disse que duvidava, vc disse que isso era uma reesposta de crentes dogmáticos. Eu disse que crentes tinham certezas absolutas, não dúvidas. Pergunta: seu exemplo não foi inadequado?
Acauan escreveu:Vitor Moura escreveu:Ah, pouca fé...bom, e como medir a fé? Como saber? Isso torna infalseável a hipótese. Espíritos permite ao menos algum falseamento, e portanto é preferível usar a demônios.
Você insiste em aplicar o método Popperiano do falseamento a um sistema teológico, quer misturar um sistema que opera conhecimento relativo com outro que prega verdades absolutas.
Ambos são como água e óleo, não tem cabimento tentar mistura-los. É esta bobagem que os ditos "criacionistas científicos" fazem e assim viram motivo de piada.
Quanto à medição da Fé, dentro de seu sistema os fundamentalistas bíblicos tem referências às quais se apegar, como a comparação entre Fé e o grão de mostarda, feitas em uma passagem que estabelece uma unidade de medida e um método comparativo, mesmo que metafóricos.
Então prefiro usar o método Popperiano aplicado a espíritos, tornando a hipótese mais falseável que demônios. Espíritos na minha definição permite testes que o refutem, demônios não.Espírito é científico, demônios não.Fim da história.
Acauan escreveu:Vitor Moura escreveu:Não, o 'demônio' do Wiseman tentou fazer isso mas não deu certo, houve diferenças marcantes.
Este exemplo não pertence à teologia fundamentalista cristã.
Que seja, trabalho com aquilo que permite testes.
Acauan escreveu:Vitor Moura escreveu:Mesmo assuntos e afirmações teológias podem ser falseadas. Por exemplo, o espírito se une ao corpo no momento da fecundação? Isso pode ser falseado.
E o fato de ser falseado só estabelece uma verdade válida dentro de um significado Popperiano, que é irrelevante dentro da cosmovisão que a teologia cristã sustenta.
Então trabalhemos dentro do significado Popperiao, é preferível.
Acauan escreveu:Vitor Moura escreveu:Bom, Acauan estou disposto a tentar algo mais produtivo no próximo post. Peço apenas que leia os textos para termos uma discussão mais produtiva e voltarmos ao assunto.
Por que não?
OK.