Lula escolhe padrão Japonês para TV digital.

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Andarilho
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Re: Re.: Lula escolhe padrão Japonês para TV digital.

Mensagem por Andarilho »

Cap escreveu:
Andarilho escreveu:
Cap escreveu:
Johnny escreveu:Pergunta ao CAP. Li a respeito da TV digital Com pode uma coisa que reduz a quantidade de definição em mais de 50% ter uma qualidade de imagem melhor?

Johnny:
É possível transmitir em diversos tipos de de definições, desde que se use canais apropriados para isso.
Por exemplo, se o governo mantiver o espectro atual, cada operadora de tv terá 6MHz de banda. Em 6MHz é possível transmitir 2 canais alta definição (HDTV) simultâneamente, ou 1 canal HDTV e dois standard(o televisor da sua casa) ou ainda 4 canais standard.
A diferença é que a definição dos televisores comuns tem 525 linhas e os televisores HDTV têm 1080 (pode ser entrelaçado ou não).
O que chamam de "qualidade melhor" é com relação à recepção do sinal. No sistema digital não existem fantasmas ou imagens sobrepostas, porque a recepção digital elimina a chamada propagação multipercurso, além de não existirem chuviscos ou imagens sem sintonia, porque o sistema só funciona com um nível mínimo de sinal.

Espero ter esclarecido.


Eu li na folha , e o texto estava muito "cru", que o digital ou pega 100% ou não pega, e o texto da folha foi muito superficial, para dizer o mínimo, e que o sistema japones levaria vantagem nesse aspecto, poderia esclarecer isso?

E seja bem vindo !!

Andarilho:
Imagine o seguinte: no sistema analógico vc tem aplificadores e filtros analógicos na entrada da tv. Para excitar estes circuitos vc precisa de um nível mínimo, mas este nivel mínimo não necessariamente apresenta uma imagem de boa qualidade. Ele consegue excitar os circuitos da tv, mas "meia-boca", sem o que chamamos de "máxima excursão do sinal". O sinal meia-boca vai aparecer com chuviscos (causados por descargas atmosféricas e/ou interferência eletromágnética), fantasmas (multipercurso do sinal), ausência de cor (sinal com baixa intensidade), entre outros.
No padrão digital, para que vc consiga recuperar um frame do MPEG, é preciso que o sinal tenha tbém uma certa intensidade, mas com a diferença que se o sinal estiver abaixo do sinal mínimo, o decoder de vídeo simplesmente não consegue recuperar. Fazendo uma analogia, imagine a porta serial de um micro (ô coisa véia
:emoticon12: ). Pelo padrão da porta, ela tem um tamanho máximo do cabo, por causa da perda de sinal. Se vc usar um cabo curto, o sinal da porta chega até o receptor com alta potência; se o cabo estiver no limite, o sinal perde potência com relação ao anterior, porém tem valor suficiente para excitar os circuitos dos receptores e os dados serials chegam sem problemas. Se o cabo for comprido demais, a potência é muito baixa e, ou o sinal simplesmenta não excita o receptor ou ele distorce tanto que o receptor, apesar de saber que está chegando alguma coisa, não pode precisar que coisa seria isso.
O comportamento é o mesmo da TV por assinatura digital. Quando vc está assistindo algo e por algum motivo o sinal congela na tela e depois parece que pula para um frame mais à frente, pode ser que o receptor tenha perdido o sinal e não conseguiu decodificar o frame naquele instante, mas quando a intensidade do sinal voltou ao normal ele recebeu o frame pouco mais à frente.

Acho que escreví demais, desculpe.
Espero ter esclarecido.


Esclareceu sim e muito obrigado mesmo, não escreveu demais não, pode ter certeza disso.

Obrigado pela explicação.
"Um homem sem religião é como um peixe sem bicicleta"

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Johnny
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TV Digital: Mudanças à vista?

Mensagem por Johnny »

Embaixadores de seis países da Europa reuniram-se hoje com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, para afirmar que têm interesse em implantar uma fábrica de semicondutores no Brasil. Eles disseram que vão atuar para que seja feita uma proposta formal do investimento, tal como quer o governo brasileiro. Amanhã, a ministra recebe os representantes da empresa franco-italiana ST Microeletronics, que seria a responsável pela nova fábrica. Os embaixadores acenaram com a possibilidade de buscar financiamento em seus países para viabilizar o investimento.
A reação dos europeus, numa disputa que era dada como ganha pelos japoneses, fez com que o governo adiasse a escolha da tecnologia de TV digital no País. Originalmente, os ministros envolvidos nas negociações dariam sua opinião na sexta-feira passada e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciaria a decisão no início desta semana. No entanto, a movimentação dos europeus animou os ministros a pedir a Lula mais tempo para negociar. O adiamento deverá ser de algumas semanas...

continua

Agencia Estado
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spink
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Re.: Lula escolhe padrão Japonês para TV digital.

Mensagem por spink »

LUÍS NASSIF

De mão beijada, não

O fim de semana foi pródigo em versões rocambolescas sobre as negociações em torno do padrão de televisão digital -em quase todas aparecendo como herói o ministro das Comunicações, Hélio Costa. De acordo com uma das versões, em uma reunião do comitê ministerial incumbido de escolher o sistema, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, teria ponderado que o padrão deveria permitir a exportação de produtos pelo Brasil. E o indômito Hélio, defensor do padrão japonês, teria liquidado a discussão argumentando que as empresas japonesas exportam para o mundo todo.
Apesar de todos os balões de ensaio disparados, definitivamente não há decisão sobre o sistema de TV digital. Ainda está em fase de consulta, e pelo menos parte dos ministros envolvidos tem recomendado ao presidente ir mais devagar, inclusive abrindo para consulta pública, por duas razões muito simples. Primeiro, porque dá tempo para melhorar os "off-sets" (as contrapartidas exigidas dos competidores) e legitimar a escolha. Segundo, porque o sistema japonês para celular nem sequer foi para o ar ainda e o teste do sistema europeu, na semana passada, não foi bem-sucedido.
Ontem, seis embaixadores europeus tiveram uma reunião de emergência com os ministros incumbidos de definir o padrão. O das Comunicações não compareceu. Compareceram o da Fazenda, Antonio Palocci Filho, Furlan e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Na reunião ficaram claras as regras do jogo. Para um padrão ser escolhido, o ponto-chave será a fábrica de semicondutores. O que se pretende não é uma fábrica qualquer, uma encapsuladora, como a implantada pela Intel em Costa Rica, mas uma fábrica de inovação, como a Intel está montando em Israel. A primeira é uma mera CKD, uma montadora de componentes importados. Já a fábrica de inovação permite o domínio da tecnologia de queimar o chip e criar o algoritmo -isto é, de gerar a inteligência. Permitirá criar inovações para televisores, geladeiras, eletrônica embarcada e queimar o chip correspondente.
A idéia é que em torno dessa fábrica de chip seja instalada toda uma estrutura de empresas de designers de chips -ou seja, aquelas que montam os sistemas inteligentes que, depois, serão encapsulados.
Outro ponto é que a empresa terá que ser uma joint venture com capitais nacionais privados. E, de preferência, financiado pelos países detentores da tecnologia.
Essa mesma proposta foi feita para os japoneses. No caso europeu, a STM -maior empresa de semicondutores da Europa- se ofereceu para estudar se implantar no Brasil. Até agora, há mera manifestação de intenção. Para levar o sistema, o competidor terá que apresentar uma proposta firme.
A divisão, agora, é apenas entre os ministros que querem decisão rápida e os que julgam mais prudente dar um tempo maior. Pode dar europeu, pode dar japonês. Mas o padrão Hélio Costa de entregar o mercado brasileiro de mão beijada está definitivamente descartado.
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).

Trancado