Muito além do cidadão Kane
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Re.: Muito além do cidadão Kane
Explicando sobre o que se trata:
A saga do filme "Além do Cidadão Kane"
Por Eu estive lá 09/08/2003 às 21:59
Como a celeuma em torno da censura ao documentário "Além do Cidadão Kane" ajudou a transformar o filme num cult.
Foi há exatamente dez anos, em 1993. O documentário “Além do Cidadão Kane”, da BBC havia sido apresentado em uma única sessão no Museu da Imagem e do Som (MIS). Até aí, tudo bem, e a repercussão do filme não teria nada de extraordinário, não fosse a decisão do então secretário da cultura do estado, Ricardo Ohtake, de demitir o programador do MIS, Geraldo Anhaia Mello, por ordens diretas do então governador Fleury, o “marechal do Carandiru”. Para quem não é de São Paulo, o governo Fleury é considerado um dos mais corruptos da história do estado, só perdendo para o de seu padrinho político Orestes Quércia. A justificativa de Ohtake era que o filme estaria sendo exibido sem a autorização de seu diretor, Simon Hartog, mas todos diziam que o motivo real eram as pressões vindas diretamente de Roberto Marinho.
Imediatamente inicia-se violenta polêmica na imprensa, e Geraldo Anhaia Mello, longe de se intimidar, parte para o contra-ataque através do jornal “Folha de São Paulo”. Tão logo toma conhecimento do caso, o próprio Simon Hartog envia autorização liberando a veiculação irrestrita do documentário em território nacional, e assim o pretexto para censurar o filme cai por terra. Não resta ao MIS outra alternativa senão realizar sessões gratuitas do filme, que atraem multidões que nunca teriam tomado conhecimento do documentário sem a celeuma em torno de sua censura. Eu fui uma das pessoas que compareceu a uma dessas sessões sempre lotadas, e apesar de ir muito ao cinema, foi o único filme a que assisti até hoje que foi aplaudido de pé no final. Homenagem mais do que merecida, não só ao filme (que dizia o que ninguém no Brasil tinha peito de dizer), mas à coragem e determinação do jornalista Geraldo Anhaia Mello.
Só para finalizar, queria dizer que nunca o Império Globo teria o poder que tem sem o apoio pra lá de camarada da ditadura militar. Se a Globo é hoje essa unanimidade de maquiavelismo e de prejuízo à liberdade de informação do povo brasileiro, devemos essa não só ao Roberto Marinho mas principalmente, ao regime canalha e assassino que a concebeu, regime que entregou em 1985 um país quebrado, arrasado, humilhado, cheio de cadáveres insepultos de estudantes e operários. Hoje, novamente a Globo encontra um parceiro poderoso na pessoa de Rupert Murdoch, o porta-voz de Bush, que faz da parceria Globo/ Time-Life uma mixaria. Nós brasileiros, precisamos estar de olho para não ficarmos à mercê por outros 40 anos da lavagem cerebral e manipulação do monopólio do plim-plim. Que a história não se repita jamais.
http://www.midiaindependente.org/pt/blu ... 0569.shtml
O documentário demonstra fatos interessantes, como o apoio que a Globo deu à ditadura militar, o fato da Globo ter ignorado a manifestação pelas "Diretas já" em 1984 e a manipulação do debate entre Lula e Collor, nas eleições de 1989.
A saga do filme "Além do Cidadão Kane"
Por Eu estive lá 09/08/2003 às 21:59
Como a celeuma em torno da censura ao documentário "Além do Cidadão Kane" ajudou a transformar o filme num cult.
Foi há exatamente dez anos, em 1993. O documentário “Além do Cidadão Kane”, da BBC havia sido apresentado em uma única sessão no Museu da Imagem e do Som (MIS). Até aí, tudo bem, e a repercussão do filme não teria nada de extraordinário, não fosse a decisão do então secretário da cultura do estado, Ricardo Ohtake, de demitir o programador do MIS, Geraldo Anhaia Mello, por ordens diretas do então governador Fleury, o “marechal do Carandiru”. Para quem não é de São Paulo, o governo Fleury é considerado um dos mais corruptos da história do estado, só perdendo para o de seu padrinho político Orestes Quércia. A justificativa de Ohtake era que o filme estaria sendo exibido sem a autorização de seu diretor, Simon Hartog, mas todos diziam que o motivo real eram as pressões vindas diretamente de Roberto Marinho.
Imediatamente inicia-se violenta polêmica na imprensa, e Geraldo Anhaia Mello, longe de se intimidar, parte para o contra-ataque através do jornal “Folha de São Paulo”. Tão logo toma conhecimento do caso, o próprio Simon Hartog envia autorização liberando a veiculação irrestrita do documentário em território nacional, e assim o pretexto para censurar o filme cai por terra. Não resta ao MIS outra alternativa senão realizar sessões gratuitas do filme, que atraem multidões que nunca teriam tomado conhecimento do documentário sem a celeuma em torno de sua censura. Eu fui uma das pessoas que compareceu a uma dessas sessões sempre lotadas, e apesar de ir muito ao cinema, foi o único filme a que assisti até hoje que foi aplaudido de pé no final. Homenagem mais do que merecida, não só ao filme (que dizia o que ninguém no Brasil tinha peito de dizer), mas à coragem e determinação do jornalista Geraldo Anhaia Mello.
Só para finalizar, queria dizer que nunca o Império Globo teria o poder que tem sem o apoio pra lá de camarada da ditadura militar. Se a Globo é hoje essa unanimidade de maquiavelismo e de prejuízo à liberdade de informação do povo brasileiro, devemos essa não só ao Roberto Marinho mas principalmente, ao regime canalha e assassino que a concebeu, regime que entregou em 1985 um país quebrado, arrasado, humilhado, cheio de cadáveres insepultos de estudantes e operários. Hoje, novamente a Globo encontra um parceiro poderoso na pessoa de Rupert Murdoch, o porta-voz de Bush, que faz da parceria Globo/ Time-Life uma mixaria. Nós brasileiros, precisamos estar de olho para não ficarmos à mercê por outros 40 anos da lavagem cerebral e manipulação do monopólio do plim-plim. Que a história não se repita jamais.
http://www.midiaindependente.org/pt/blu ... 0569.shtml
O documentário demonstra fatos interessantes, como o apoio que a Globo deu à ditadura militar, o fato da Globo ter ignorado a manifestação pelas "Diretas já" em 1984 e a manipulação do debate entre Lula e Collor, nas eleições de 1989.
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Re.: Muito além do cidadão Kane
Beyond Citizen Kane, ou Muito além do Cidadão Kane (br), é um documentário de Simon Hartog produzido em 1993.
O filme, que conta a história da Rede Globo de Televisão, foi proibido no Brasil desde 1994 graças a uma ação judicial movida por Roberto Marinho. Atualmente existem poucas cópias em circulação no Brasil. Foi produzido pela tv inglesa Channel Four. O documentário conta com a participação de alguns artistas, políticos, e especialistas como Chico Buarque, Leonel Brizola e Washington Olivetto. Foi lançado em 1993. O documentário jamais esteve no circuito de cinemas brasileiros e a exibição que ocorreria no Museu de Arte Moderna - MAM, do Rio de Janeiro, foi proibida pelo, na época, presidente da República, Itamar Franco.
O título original é Beyond Citizen Kane. Ele teve origem no personagem de Orson Welles, Cidadão Kane ou Charles Foster Kane , criado no final da década de 40, como protótipo do magnata dono de um império de comunicação. O personagem Cidadão Kane foi criado por Wells para o filme sobre William Randolph Hearst, magnata da comunicação nos EUA.
Simon Hartog, ao focar Roberto Marinho como magnata, faz um paralelo no seu documentario com o filme de Wells onde o focado é o magnata Hearst .
O documentário é dividido em 4 partes:
* Na primeira parte ele mostra a parceria da Rede Globo de Televisão com o regime da ditadura militar, no qual se vê fatos sociais que ocorram no país em decorrência do regime autoritário.
* Na segunda parte apresenta a sociedade firmada entre a Rede Globo e o Grupo Time-life (empresa norte americana de mídia), assim com a expansão da Rede Globo em decorrência dessa.
* A terceira parte do vídeo evidencia o poder do proprietário da Rede Globo, Roberto Marinho. Por outro lado, mostra também, o apoio da Rede Globo à transição do regime militar, na figura do candidato à presidência da República Tancredo Neves. Nessa parte também se evidenciam as negociações ilícitas e manipuladas favorecendo a Rede Globo realizadas por políticos amigos do sr. Marinho.
* Especialmente provocativa é a quarta e última parte do vídeo, na qual fica demonstrada a manipulação de informações por parte da Rede Globo na defesa dos interesses dos grupos considerados "dominantes".
http://pt.wikipedia.org/wiki/Beyond_Citizen_Kane
O filme, que conta a história da Rede Globo de Televisão, foi proibido no Brasil desde 1994 graças a uma ação judicial movida por Roberto Marinho. Atualmente existem poucas cópias em circulação no Brasil. Foi produzido pela tv inglesa Channel Four. O documentário conta com a participação de alguns artistas, políticos, e especialistas como Chico Buarque, Leonel Brizola e Washington Olivetto. Foi lançado em 1993. O documentário jamais esteve no circuito de cinemas brasileiros e a exibição que ocorreria no Museu de Arte Moderna - MAM, do Rio de Janeiro, foi proibida pelo, na época, presidente da República, Itamar Franco.
O título original é Beyond Citizen Kane. Ele teve origem no personagem de Orson Welles, Cidadão Kane ou Charles Foster Kane , criado no final da década de 40, como protótipo do magnata dono de um império de comunicação. O personagem Cidadão Kane foi criado por Wells para o filme sobre William Randolph Hearst, magnata da comunicação nos EUA.
Simon Hartog, ao focar Roberto Marinho como magnata, faz um paralelo no seu documentario com o filme de Wells onde o focado é o magnata Hearst .
O documentário é dividido em 4 partes:
* Na primeira parte ele mostra a parceria da Rede Globo de Televisão com o regime da ditadura militar, no qual se vê fatos sociais que ocorram no país em decorrência do regime autoritário.
* Na segunda parte apresenta a sociedade firmada entre a Rede Globo e o Grupo Time-life (empresa norte americana de mídia), assim com a expansão da Rede Globo em decorrência dessa.
* A terceira parte do vídeo evidencia o poder do proprietário da Rede Globo, Roberto Marinho. Por outro lado, mostra também, o apoio da Rede Globo à transição do regime militar, na figura do candidato à presidência da República Tancredo Neves. Nessa parte também se evidenciam as negociações ilícitas e manipuladas favorecendo a Rede Globo realizadas por políticos amigos do sr. Marinho.
* Especialmente provocativa é a quarta e última parte do vídeo, na qual fica demonstrada a manipulação de informações por parte da Rede Globo na defesa dos interesses dos grupos considerados "dominantes".
http://pt.wikipedia.org/wiki/Beyond_Citizen_Kane
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Re.: Muito além do cidadão Kane
Pô, isso é velho, hein? Já deve ser o 15o tópico que vejo a respeito em uns, sei lá, cinco anos.
Si Pelé es rey, Maradona es D10S.
Ciertas cosas no tienen precio.
¿Dónde está el Hexa?
Retrato não romantizado sobre o Comun*smo no século XX.
A child, not a choice.
Quem Henry por último Henry melhor.
O grito liberalista em favor da prostituição já chegou à este fórum.
Lamentável...
O que vem de baixo, além de não me atingir, reforça ainda mais as minhas idéias.
The Only Difference Between Suicide And Martyrdom Is Press Coverage
Ciertas cosas no tienen precio.
¿Dónde está el Hexa?
Retrato não romantizado sobre o Comun*smo no século XX.
A child, not a choice.
Quem Henry por último Henry melhor.
O grito liberalista em favor da prostituição já chegou à este fórum.
Lamentável...
O que vem de baixo, além de não me atingir, reforça ainda mais as minhas idéias.
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Re.: Muito além do cidadão Kane
Provas de que existem outros tópicos sobre isto no RV?????
Nunca vi um só. Se tiver, me mostre por favor.
E nunca é demais ver o Lula antigo e comparar com o Lula novo...
Ver o Lula fazendo discurso de comunista é engraçado...

Nunca vi um só. Se tiver, me mostre por favor.
E nunca é demais ver o Lula antigo e comparar com o Lula novo...



Ver o Lula fazendo discurso de comunista é engraçado...



