Botanico escreveu:Vitor, desculpe-me, mas isso para mim é um total contra-senso. Fazendo uma comparação grosseira, é como um fabricante de armas que quer vender um canhão às forças armadas. Certo, sabe-se que canhões podem causar muita destruição, mas o canhão em questão não funciona às vezes; outras dá um disparo chocho; quando acerta, não tem força nem para furar uma chapa de zinco... Enfim é um produto de qualidade ruim. É assim que eu vejo essa tal de PSI, pois atribui-se a ela poderes incríveis (os dos bons canhões), mas na hora do experimento, é como o canhão ruim. ESSA ESTORIETA DE NÃO SE PODER IMPOR LIMITES É SÓ UMA DESCULPA PARA EXPLICAR OS RESULTADOS FABULOSOS OBTIDOS FORTUITAMENTE PELOS MÉDIUNS EM CONFRONTO COM OS RESULTADOS PÍFIOS DE LABORATÓRIO.
Não, é simplesmente a lógica de trabalho em ciência. Sem se conhecer os limites, não podemos dizer quando se termina um fenômeno e se inicia outro (lembre-se dos limites da audição...)
Botanico escreveu:A questão, Vitor, não é impor limites, mas sim atribuir a UM MESMO fenômeno efeitos ilimitados, os quais não se conseguem obter em condições controladas. É aqui que está o meu pé atrás com relação a essa tal PSI.
mais uma vez, as situações controladas NÃO SÃO AS MESMAS DAS SITUAÇÕES NORMAIS.
Botanico escreveu:É sim. Afinal como explicar que um telepata pode rastrear informações difusas, em mentes espalhadas por aí, coletar as informações corretas e de tudo isso tirar uma mensagem inteligível e verdadeira... Mas na hora de fazer o teste no laboratório, desenha par de olhos em vez da bicicleta? Está percebendo, Vitor, que o problema é que o defensor da PSI NÃO ESTÁ ME APRESENTANDO A PROVA DA GRANDE AMPLITUDE DA PES e sim apenas exigindo que eu creia que ela exista?
Crença por crença, eu fico com os espíritos.
Vc não precisa "acreditar" na PES, os testes em laboratório mostram que ela existe. E como não conhecemos seus limites, não poderíamos saber quando termina PES e quando começa espíritos.
Botanico escreveu:Já disse alguém em algum lugar neste fórum que devemos ter a mente aberta... mas não tão aberta a ponto dos nossos cérebros caírem ao chão!
A questão dos experimentos, é que o experimento tem de reproduzir o que se alega ser produzido (lembra aquele texto que eu traduzi, do cara que dizia imitar o teste elétrico do Varley? Aquilo era só um piada...). Não tenho motivos para crer que complexidade de números aleatórios seja a mesma da complexidade de centenas de mentes, com bilhões de informações as quais teriam de ser rastreadas e compostas as mensagens inteligíveis. Sinceramente, a menos que se invente um aparelho que possa ver a mente esvoaçante e segui-la e ver o que ela faz, rastreia, etc e tal, essa hipótese vai dar muito trabalho para ser testada.
Mas a questão é que vc não pode eliminá-la! E não necessariamente PES ecessite correr atrás de mentes...Há teorias, como a Teoria da Holorressonância, em que dizem que uma informação que ocorreu no Japão pode estar bem acessível do seu lado...
Leia este artigo: Introdução à Teoria da Holorressonância
O artigo está disponível aqui:
http://www.pesquisapsi.com/content/view/2214/41/"A não-localidade propõe que particulas sejam capazes de interagir umas com as outras de modo instantâneo e
independente da distância que as separa teve origem em uma experiencia proposta por Einstein, Podolsky e Rosen para demonstrar que a mecânica quântica era absurda."
" Os resultados dos experimentos até então realizados sugerem que o sinal psi realmente seja fraco pois o número de acertos registrados em sessões ganzfeld desvia-se pouco do esperado pelo acaso. É notável, no entanto,
o aparecimento de acertos extraordinários onde ricos detalhes do alvo são relatados pelo receptor (Silva et al 2004). Este fato sugere que o sinal psi não seja necessariamente fraco mas que apenas não seja usualmente percebido com clareza. "
Botanico escreveu:Juntando como o que você disse acima, eu ainda não entendi se você quis dizer se a psi não liga (ou seja, não tá nem aí) para a complexidade da tarefa ou então se ela não SE liga (ou seja, complicou um pouquinho ela já se perde toda). Aliás, pelo que vi, nem simplificando muito ela acerta. Onde se viu o camarada estar vendo uma bicicleta e o telepata desenhar um par de olhos? Tarefa difícil essa.
Como mostrado acima, acertos extraordinários foram conseguidos também.
Botanico escreveu:"]Agora se você estava querendo afirmar a primeira coisa, então está claro que a PSI se confunde com coisas simples, então vamos propor pro Zangari uma tarefa mais complexa. Por exemplo, em vez de UMA PESSOA VENDO UMA BICICLETA, colocam-se 40 pessoas vendo 40 vídeos no mesmo dia, hora e minuto em suas casas. Cada vídeo é diferente do outro e em cada vídeo foi colocado um frame com um quadrinho de uma estória em quadrinhos do Bolinha & Luluzinha (ou então uma estorinha qualquer de 1800 e antigamente, com pouquissimas chances dos espectadores dos vídeos terem-na lido na íntegra). Aí então o telepata só terá de compor a estória em quadrinhos, que os espectadores, individualmente, viram um dos quadros por imagem subliminar.
Acho realmente que vc perdeu esse desafio.No "Psi Wars" do Journal of Consciousness Studies, há um artigo do prestigioso pesquisador psi Adrian Parker entitulado "We Ask, Does Psi Exist? But is This the Right Question and Do We Really Want an Answer Anyway?". Nesse artigo, Parker descreve um episódio de uma sessão de Ganzfeld (onde obviamente havia o rigor máximo) no qual a pessoa que estava "recebendo" a mensagem afirmou ao mesmo tempo em que aquele que estava "enviando" via um filme no qual uma mulher corre por um campo e cai de barriga (e de cara) no chão pedregoso: "Someone falls and hit their face on stony ground". Esse comentário foi dito pelo receptor no exato momento em que a queda da pessoa estava sendo visualizada pelo emissor!
Pronto, venci!
Lembre-se: vc mesmo propos o desafio e acho francamente que o satisfiz totalmente. Qualquer negativa sua sobre minha vitória só mostrará desonestidade intelectual!
Botanico escreveu:Se uma personificação dá informações erradas sobre si própria, então era só uma personificação e não vejo o que é que a PSI tem a ver com isso.
Phinuit dava informações corretas sobre os outros.
Botanico escreveu:[color=#ffff00]Agora quem era esse Phinuit?
Dizia-se um médico francês. Só que não sabia francês.
Botanico escreveu:Foi alguém que Piper conheceu em vida?
Sim e não. Parecia ser uma cópia de um espírito guia de um médium que era cego, Finney (semelhante a Phinuit, perceba).
Botanico escreveu:Ou algum Phinuit que ela simplesmente inventou e alguém achou um Phinuit qualquer cujos dados não conferiam com o Phinuit inventado pela Piper?
Ninguém achou Phinuit algum, apesar das intensas buscas.
Botanico escreveu:Acho muito estranho um médium como a Piper personificar e ter informações corretas de pessoas as quais nem conheceu e também personificar e falhar como no caso desse Phinuit. Aliás, quantas falhas mais ela tem sobre isso? Lembra-me apenas que Richet criticava o abuso de seu colega, Achilles Delmas, que, citando Jules Bois, encontrou um erro em Leonore Piper. Um erro em 5 grossos volumes que resumiam 15 anos de pesquisa. É arrasador para o Espiritismo, não acha?
Tem MUITO, mas MUITO mais de um erro. Essa informação sua é totalmente equivocada.
Botanico escreveu:Já discutimos sobre isso e só você é que acha que ela mandava em tudo e conduzia ela própria o experimento. Mesmo os mágicos precisam armar o seu palco, senão a mágica não sai...
Eu continuo discordando de vc. Eu e a Juliana Mesquita. Vc ainda não comprou o livro dela, nada pode opinar nessa questão enquanto não ler o livro.
Botanico escreveu:Tá e quais são os ambientes naturais onde essa tal PSI ocorre e porque os Zangaris da vida não conseguem atuar lá?
Já lhe mostrei um artigo de Wiseman que mostra os inúmeros problemas que ocorrem em situações naturais, com a falta de controle etc. Os médiuns não se saíram bem naquele estudo, lembre-se! Sobre as diferenças entre as situações naturais e as de laboratório, pode-se citar o fator religiosidade, como nos grupos de umbanda, que tem um monte de gente cantando, e o médium exerce um papel social para atender essas pessoas. No laboratório não se reproduz isso. Vc pode conferir outros probleas aqui:
http://br.geocities.com/existem_espiritos/hafstexp.htmlBotanico escreveu:Não sabia que o número 3 era infinito...
Referente ao nome do mascate, Doyle assim aborda a questão:
“Há um ou dois pontos que merecem discussão. O primeiro é que um homem com um nome tão notável como Charles B. Rosma jamais foi citado, apesar da publicidade que o caso mereceu. Então a coisa teria tido uma enorme objeção, embora, com os nossos conhecimentos atuais, possamos avaliar quanto é difícil nas mensagens ter os nomes corretos. Aparentemente um nome é puramente convencional e, como tal, difere muito de uma idéia.. Todo espírita praticante tem recebido mensagens corretas, com os nomes trocados. É possível que o verdadeiro nome fosse Ross, ou mesmo Rosner, e que esse erro tivesse possibilitado a identificação.”
De fato, encontramos na literatura sobre o assunto diversos casos em que os espíritos não apresentam seus verdadeiros nomes para evitar constrangimentos à família. Há ainda a possibilidade de Rosma não ter dado seu nome verdadeiro para evitar que seu assassino fosse para a cadeia. Seja qual fosse o objetivo de sua manifestação (talvez apenas que sua história não passasse em branco), não seria vingança, porque à pergunta sobre se o assassino podia ser punido pela lei, se podia ser levado ao Tribunal, nenhuma resposta foi dada.
Há mais problemas quanto à identificação do nome do mascate. Gabriel Dellanne, em sua obra “O Espiritismo perante a Ciência”, diz que o nome do mascate era Charles Ryan, no entanto o autor deste artigo já encontrou outros nomes para o mascate, como Joseph Ryan e Charles Haynes.
Rene Caillié, Vice presidente da sociedade de estudos psicológicos de Paris, num resumo feito da obra de Roustaing, em 1884, faz uma citação da obra de Eugene Nus, Choses de l’autre monde, que informa que o nome do mascate era Charles Rosna.
Bem mais que 3!
Botanico escreveu:A moça que era empregada dos Bell testemunhou que viu o mascate e até queria fazer algumas compras, mas estava sem dinheiro na ocasião e então ficou de encontrá-lo no dia seguinte. Só que aí quando ela chegou na manhã seguinte, o mascate "já tinha ido embora". Não acha estranho ele dispensar uma venda?
Já vi também uma estorieta (acho que deve estar aí no livro do Palmés) de o tal mascate foi apresentado VIVO, junto com sua família. O que vem aí ontra contradição: na sua confissão a Margareth Fox lamenta que com sua estória acharam um tal de sr Bell, que foi acusado de assassinato do mascate e ficou arruinado por conta disso, etc e tal. Mas se o mascate foi encontrado vivo, como o sr Bell foi acusado de assassinato? E faltou explicar o esqueleto e a caixa de mascate encontrada naquele chalé em 1905...
Mas não sabemos se foi mesmo um espírito ou psi! Lembre-se, ganhei o desafio!
Botanico escreveu:De qualquer forma, isso não interessa ao caso: a questão é que se estivermos na igreja evangélica, qualquer fenômeno mediúnico por lá será o Demo ou Espírito Santo falando, mas NUNCA DEFUNTOS. Se é numa Igreja Católica, aí então é Jesus, é os santos tais e quais, a Virgem, etc e tal; MAS NUNCA DEFUNTOS. Mas do que se conhece, você sabe muito bem que a coisa não funciona assim.
Ué, é como então?
Botanico escreveu:E personalidades secundárias explicam personalidades que realmente existiram e deram informações corretas?
Sim. Como disse, personificação + psi dá conta.
Botanico escreveu:Respeito até posso mostrar, mas se o vinho não mostra nada do que promete, por que sou obrigado a ser tão reverente?
Ganhei o seu desafio, espero amanhã um garrafão de vinho na porta da minha casa para eu comemorar a páscoa!
Abraço,
Vitor