Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no Brasil
- Luis Dantas
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Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no Brasil
Fonte: Correio Braziliense
Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no Brasil
Paloma Oliveto
Do Correio Braziliense
13/11/2005
10h46
Mais de 500 anos após a ação de padres jesuítas, a cultura dos índios brasileiros está novamente ameaçada por crenças religiosas do homem branco. Agora, são missionários ligados a igrejas evangélicas que aproveitam a ausência do Estado em várias aldeias para prestarem assistência social e, ao mesmo tempo, propagarem a religião cristã entre os indígenas. Para evitar um novo etnocídio, a Fundação Nacional do Índio (Funai) vai recadastrar, até o final do ano, as missões que atuam entre essas populações. Uma das motivações do órgão foi a ação dos agentes da Jovens com uma Missão (Jocum), que em abril retiraram da aldeia oito índios zuruahá – considerados totalmente isolados e tutelados pelo estado – sem a autorização do governo e os levaram para São Paulo.
Na sede da Funai, há 54 missões religiosas cadastradas, mas o número pode ser maior, já que muitos missionários conseguem se infiltrar entre os indígenas, sem o conhecimento do órgão. Com um orçamento anual de pouco mais de R$ 100 milhões, a fundação reconhece a dificuldade de fiscalizar todas as 257 terras indígenas do país. E também assume que as missões acabam encontrando brechas nos lugares onde a assistência do governo é falha. “As missões não têm como finalidade levar saúde e educação aos índios. O que querem é ‘salvar almas’. Terminam fazendo trabalhos pontuais nessas áreas como moeda de troca”, acusa o indigenista Izanoel Sodré, coordenador regional da Amazônia Ociental.
Segundo a Funai, a estratégia dos missionários é contactar pequenos grupos, que acabam levando a religião para dentro das aldeias. O modelo jesuíta de traduzir a Bíblia para as línguas indígenas ainda é adotado pelas organizações, como forma de aproximação cultural. Em alguns casos, a resistência é grande.
Proibições
Durante cinco anos, o mairuna André Chapiama foi atraído por missionários da Assembléia de Deus e da Igreja Batista. Para isso, teve de abandonar sua cultura. “Eles não deixavam de jeito nenhum a gente se pintar nem fazer nossos rituais”, conta. André tentou ajudá-los a construir templos dentro da aldeia, próxima a Atalaia do Norte (AM), mas os pajés destruíram as obras. “Era uma minoria que aceitava a religião evangélica”, conta o índio, que desistiu da igreja dos brancos. “Hoje não freqüento mais, tenho a crença do meu povo”, garante.
Donos de um dos rituais funerários mais bonitos e misteriosos dos índios brasileiros, os bororo, nação que vive no Mato Grosso, foram, há 100 anos, proibidos de seguir sua cultura e falar a língua própria, depois que os padres salesianos começaram a evangelizar a etnia, em 1910. Hoje, a igreja católica continua presente entre eles, mas não interfere nos ritos. Os bororos conseguiram recuperar as tradições e voltaram a realizar funeral. “Agora, os xamãs tentam resgatar a cultura, mas continua havendo missas dentro das aldeias”, critica o xavante Jurandir Siridiwê, presidente do Instituto das Tradições Indígenas, organização não-governamental que promove o patrimônio cultural indígena.
Siridiwê, que trabalha em um projeto de revitalização da cultura dos bororo, conta que, entre os xavante, a investida das missões também é grande. “Das oito reservas, apenas duas não têm contato com missionários”, diz. “O resto, fala e canta em gospel. É muito contraditório com as tradições dos nossos povos”, critica.
Pecado
“Esse tipo de evangelização está acabando com a nossa cultura”, decreta Marinaldo Macuxi, coordenador do Conselho Indigenista de Roraima. Ele diz que os missionários evangélicos impõem a religião à medida que trabalham junto às comunidades a noção de pecado. “Na cultura indígena, não existe pecado. Mas eles dizem que comer determinada comida é pecado, beber um tipo de bebida é pecado, fazer um ritual é pecado. Isso é um absurdo, eles não podem interferir”, diz.
Marinaldo reconhece, porém, a importância de uma missão católica, o Conselho Indigenista Missionário, na luta pela homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol. “Eles (do Cimi) não fazem interferência cultural, respeitam nossas tradições”, avisa.
O coordenador da regional norte do Cimi, Günther Loebens, diz que, hoje, a Igreja Católica não presta mais o papel de conquistadora espiritual dos índios, como fez no passado. “Nosso interesse é defender a vida e a cultura dos povos. Tentar substituir as crenças indígenas por outros valores é uma agressão”, reconhece.
Já o presidente da missão evangélica New Tribes no Brasil, Eduardo Luz, não vê problemas em evangelizar os índios. “Não impomos nada. Apresentamos o evangelho e deixamos que ele faça a escolha”, justifica. Quanto às mudanças na tradição decorrentes dessa escolha, Luz defende que a cultura não é estática. “Tem razão. Mas somente quando os elementos que pertencem a essa cultura busquem a mutação, e não sejam induzidos, como acontece com as missões”, rebate Izanoel Sodré.
Fundada em 1953, a norte-americana New Tribes é uma das maiores missões evangélicas em atuação no Brasil e está presente em 47 aldeias de todas as regiões do país. Um grupo de 498 missionários atuam entre os índios, investindo também nas áreas de saúde e educação. Segundo Eduardo Luz, no ano que vem, haverá um encontro com quatro mil índios que se transformaram em pastores evangélicos.
Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no Brasil
Paloma Oliveto
Do Correio Braziliense
13/11/2005
10h46
Mais de 500 anos após a ação de padres jesuítas, a cultura dos índios brasileiros está novamente ameaçada por crenças religiosas do homem branco. Agora, são missionários ligados a igrejas evangélicas que aproveitam a ausência do Estado em várias aldeias para prestarem assistência social e, ao mesmo tempo, propagarem a religião cristã entre os indígenas. Para evitar um novo etnocídio, a Fundação Nacional do Índio (Funai) vai recadastrar, até o final do ano, as missões que atuam entre essas populações. Uma das motivações do órgão foi a ação dos agentes da Jovens com uma Missão (Jocum), que em abril retiraram da aldeia oito índios zuruahá – considerados totalmente isolados e tutelados pelo estado – sem a autorização do governo e os levaram para São Paulo.
Na sede da Funai, há 54 missões religiosas cadastradas, mas o número pode ser maior, já que muitos missionários conseguem se infiltrar entre os indígenas, sem o conhecimento do órgão. Com um orçamento anual de pouco mais de R$ 100 milhões, a fundação reconhece a dificuldade de fiscalizar todas as 257 terras indígenas do país. E também assume que as missões acabam encontrando brechas nos lugares onde a assistência do governo é falha. “As missões não têm como finalidade levar saúde e educação aos índios. O que querem é ‘salvar almas’. Terminam fazendo trabalhos pontuais nessas áreas como moeda de troca”, acusa o indigenista Izanoel Sodré, coordenador regional da Amazônia Ociental.
Segundo a Funai, a estratégia dos missionários é contactar pequenos grupos, que acabam levando a religião para dentro das aldeias. O modelo jesuíta de traduzir a Bíblia para as línguas indígenas ainda é adotado pelas organizações, como forma de aproximação cultural. Em alguns casos, a resistência é grande.
Proibições
Durante cinco anos, o mairuna André Chapiama foi atraído por missionários da Assembléia de Deus e da Igreja Batista. Para isso, teve de abandonar sua cultura. “Eles não deixavam de jeito nenhum a gente se pintar nem fazer nossos rituais”, conta. André tentou ajudá-los a construir templos dentro da aldeia, próxima a Atalaia do Norte (AM), mas os pajés destruíram as obras. “Era uma minoria que aceitava a religião evangélica”, conta o índio, que desistiu da igreja dos brancos. “Hoje não freqüento mais, tenho a crença do meu povo”, garante.
Donos de um dos rituais funerários mais bonitos e misteriosos dos índios brasileiros, os bororo, nação que vive no Mato Grosso, foram, há 100 anos, proibidos de seguir sua cultura e falar a língua própria, depois que os padres salesianos começaram a evangelizar a etnia, em 1910. Hoje, a igreja católica continua presente entre eles, mas não interfere nos ritos. Os bororos conseguiram recuperar as tradições e voltaram a realizar funeral. “Agora, os xamãs tentam resgatar a cultura, mas continua havendo missas dentro das aldeias”, critica o xavante Jurandir Siridiwê, presidente do Instituto das Tradições Indígenas, organização não-governamental que promove o patrimônio cultural indígena.
Siridiwê, que trabalha em um projeto de revitalização da cultura dos bororo, conta que, entre os xavante, a investida das missões também é grande. “Das oito reservas, apenas duas não têm contato com missionários”, diz. “O resto, fala e canta em gospel. É muito contraditório com as tradições dos nossos povos”, critica.
Pecado
“Esse tipo de evangelização está acabando com a nossa cultura”, decreta Marinaldo Macuxi, coordenador do Conselho Indigenista de Roraima. Ele diz que os missionários evangélicos impõem a religião à medida que trabalham junto às comunidades a noção de pecado. “Na cultura indígena, não existe pecado. Mas eles dizem que comer determinada comida é pecado, beber um tipo de bebida é pecado, fazer um ritual é pecado. Isso é um absurdo, eles não podem interferir”, diz.
Marinaldo reconhece, porém, a importância de uma missão católica, o Conselho Indigenista Missionário, na luta pela homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol. “Eles (do Cimi) não fazem interferência cultural, respeitam nossas tradições”, avisa.
O coordenador da regional norte do Cimi, Günther Loebens, diz que, hoje, a Igreja Católica não presta mais o papel de conquistadora espiritual dos índios, como fez no passado. “Nosso interesse é defender a vida e a cultura dos povos. Tentar substituir as crenças indígenas por outros valores é uma agressão”, reconhece.
Já o presidente da missão evangélica New Tribes no Brasil, Eduardo Luz, não vê problemas em evangelizar os índios. “Não impomos nada. Apresentamos o evangelho e deixamos que ele faça a escolha”, justifica. Quanto às mudanças na tradição decorrentes dessa escolha, Luz defende que a cultura não é estática. “Tem razão. Mas somente quando os elementos que pertencem a essa cultura busquem a mutação, e não sejam induzidos, como acontece com as missões”, rebate Izanoel Sodré.
Fundada em 1953, a norte-americana New Tribes é uma das maiores missões evangélicas em atuação no Brasil e está presente em 47 aldeias de todas as regiões do país. Um grupo de 498 missionários atuam entre os índios, investindo também nas áreas de saúde e educação. Segundo Eduardo Luz, no ano que vem, haverá um encontro com quatro mil índios que se transformaram em pastores evangélicos.
"Faça da tua vida um reflexo da sociedade que desejas." - Mahatma Ghandi
"First they ignore you, then they laugh at you, then they fight you, then you win." - describing the stages of establishment resistance to a winning strategy of nonviolent activism
http://dantas.editme.com/textos http://luisdantas.zip.net http://www.dantas.com
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Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no Brasi
Por estas e outras que a última guerra dos Tupis foi a dos guajajaras contra missionários cristãos (qualquer dia conta a história toda).
A empáfia desta gente que tanto fala em humildade não tem limites.
Não respeitam a lei, invadem terras indígenas sem permissão dos órgãos competentes e, muito pior, muitos deles são estrangeiros que cagam e andam para a soberania de nossa bandeira e acham que aqui é uma república de bananas à qual eles fazem o favor de levar sua palavra salvadora.
Missionários tem que ser rigidamente controlados em terras indígenas.
Os que desrespeitam a lei, principalmente os estrangeiros, devem ser sumariamente expulsos, não só das reservas como do país. Muitos destes missionários estrangeiros são mantidos por ONG's e empresas multinacionais que têm interesses de natureza nem um pouco espiritual em fincar o pé em nosso interior. Só os Ianomâmis possuem um território maior que a maioria dos países da América Central. E muitas comunidades Ianomâmis têm mais contato com missionários estrangeiros do que com a FUNAI. Somem dois mais dois e concluam sobre os riscos.
Esta gente é perigosa aos Índios por muitos motivos.
São especialistas hipertreinados em técnicas modernas de convencimento que confrontarão culturas primitivas sem qualquer condição de resistência.
Utilizam uma pseudo assistência material para se aproximar e produzir dependência nos Índios e os tornar presa fácil.
Introduzem o conceito de culpa cristã em mentes despreparadas para lidar com isto. O Ocidente levou séculos para desenvolve-lo e assimilá-lo. Jogar este peso do dia para noite sobre quem nunca conheceu este sentimento é de uma perversidade terrível.
Missionários, principalmente os que se embrenham no meio na selva, são gente recrutada entre os membros mais fanáticos das igrejas. Uma pergunta simples, gente normal se apresenta voluntariamente para este tipo de trabalho? A resposta é não. Entre os seus, tais missionários são tidos como heróis ou mártires por se sacrificarem pelo "Ide". Para quem olha de fora é gente esquisita, com a qual se deve tomar muito cuidado.
Há entre os defensores destes missionários quem diga que a pregação do Evangelho a todos os povos é um preceito cristão, então faz parte de seu direito de liberdade religiosa pregar aos Índios.
Que idiotice.
Quer dizer que alguma religião que tenha como preceito o sacrifício humano, implica que possuem o direito de liberdade religiosa de sair por aí arrancando o coração dos outros para oferecer aos deuses deles.
A empáfia desta gente que tanto fala em humildade não tem limites.
Não respeitam a lei, invadem terras indígenas sem permissão dos órgãos competentes e, muito pior, muitos deles são estrangeiros que cagam e andam para a soberania de nossa bandeira e acham que aqui é uma república de bananas à qual eles fazem o favor de levar sua palavra salvadora.
Missionários tem que ser rigidamente controlados em terras indígenas.
Os que desrespeitam a lei, principalmente os estrangeiros, devem ser sumariamente expulsos, não só das reservas como do país. Muitos destes missionários estrangeiros são mantidos por ONG's e empresas multinacionais que têm interesses de natureza nem um pouco espiritual em fincar o pé em nosso interior. Só os Ianomâmis possuem um território maior que a maioria dos países da América Central. E muitas comunidades Ianomâmis têm mais contato com missionários estrangeiros do que com a FUNAI. Somem dois mais dois e concluam sobre os riscos.
Esta gente é perigosa aos Índios por muitos motivos.
São especialistas hipertreinados em técnicas modernas de convencimento que confrontarão culturas primitivas sem qualquer condição de resistência.
Utilizam uma pseudo assistência material para se aproximar e produzir dependência nos Índios e os tornar presa fácil.
Introduzem o conceito de culpa cristã em mentes despreparadas para lidar com isto. O Ocidente levou séculos para desenvolve-lo e assimilá-lo. Jogar este peso do dia para noite sobre quem nunca conheceu este sentimento é de uma perversidade terrível.
Missionários, principalmente os que se embrenham no meio na selva, são gente recrutada entre os membros mais fanáticos das igrejas. Uma pergunta simples, gente normal se apresenta voluntariamente para este tipo de trabalho? A resposta é não. Entre os seus, tais missionários são tidos como heróis ou mártires por se sacrificarem pelo "Ide". Para quem olha de fora é gente esquisita, com a qual se deve tomar muito cuidado.
Há entre os defensores destes missionários quem diga que a pregação do Evangelho a todos os povos é um preceito cristão, então faz parte de seu direito de liberdade religiosa pregar aos Índios.
Que idiotice.
Quer dizer que alguma religião que tenha como preceito o sacrifício humano, implica que possuem o direito de liberdade religiosa de sair por aí arrancando o coração dos outros para oferecer aos deuses deles.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
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Liberdade! Liberdade!
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Re: Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no B
Acauan escreveu:Por estas e outras que a última guerra dos Tupis foi a dos guajajaras contra missionários cristãos (qualquer dia conta a história toda).
***
Há entre os defensores destes missionários quem diga que a pregação do Evangelho a todos os povos é um preceito cristão, então faz parte de seu direito de liberdade religiosa pregar aos Índios.
Que idiotice.
Quer dizer que alguma religião que tenha como preceito o sacrifício humano, implica que possuem o direito de liberdade religiosa de sair por aí arrancando o coração dos outros para oferecer aos deuses deles.
Nada como boas bordunadas, para melhorar essa interpretação do evangelho.
É só quebrar as costelas de uns 3 ou 4 missionários, para a fé não ficar tão misturada com a picaretagem.

Anauê, Acauan
zencem, Tupiabaré!
Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no Brasi
certo dia, no ano passado, eu vi essa perola maligna num forum crente:
Deus salve os Kayapó. Areruya!!
JINGOL BEL, JINGOL BEL DENNY NO COTEL...
i am gonna score... h-hah-hah-hah-hah-hah...
plante uma arvore por dia com um clic

i am gonna score... h-hah-hah-hah-hah-hah...
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Re: Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no B
Hrrr escreveu:certo dia, no ano passado, eu vi essa perola maligna num forum crente:Deus salve os Kayapó. Areruya!!


Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no Brasi
pra terem uma ideia dos gravissimos estragos que os cristaos fizeram na cultura indigena nacional:
vejam so
vejam so
Quanto à religião, a maioria dos índios é católica, mas o percentual de fiéis desta religião perdeu força na década de 1990. A proporção de indígenas católicos apostólicos romanos em 2000 atingiu 58,9% da população, mas é inferior aos 64,3% verificados em 1991.
O restante das declarações, 41,1%, mostra uma proporção de 20% de evangélicos e 14,4% que se declararam sem religião. Entre os 6,7% restantes estariam, além de outras religiões, como espíritas, umbanda e candomblé, as chamadas "tradições indígenas", que representam somente 1,4%.
A análise comparativa dos dois censos mostra o crescimento dos evangélicos, principalmente os de origem pentecostal (em 1991, 7,7%, e em 2000, 11,9%) e no conjunto das outras religiões o crescimento dos declarados espíritas, de 0,3% em 1991 para 0,8% em 2000.
De um modo geral, as maiores concentrações de evangélicos, para a população como um todo, estão no extremo norte do país. Para os indígenas, excetuando a região Nordeste, que apresenta proporção de evangélicos de 12,7%, as demais regiões oscilaram entre 21,9%, na região Centro-Oeste, e 22,5% na região Sul.
JINGOL BEL, JINGOL BEL DENNY NO COTEL...
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Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no Brasi
mais um motivo pra desejar uma emenda constitucional do que tange a liberdade religiosa no Brasil
nao pra acabar com a liberdade de crença, mas regulamenta-la de modo que uma crença nao ameace a outra e que sub-religioes picaretas deixem de enganar os mais credulos
nao pra acabar com a liberdade de crença, mas regulamenta-la de modo que uma crença nao ameace a outra e que sub-religioes picaretas deixem de enganar os mais credulos
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Re: Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no B
Hrrr escreveu:mais um motivo pra desejar uma emenda constitucional do que tange a liberdade religiosa no Brasil
nao pra acabar com a liberdade de crença, mas regulamenta-la de modo que uma crença nao ameace a outra e que sub-religioes picaretas deixem de enganar os mais credulos
Não vai sobrar pedra sobre pedra...
Editado pela última vez por Apocaliptica em 18 Dez 2006, 01:10, em um total de 1 vez.
- videomaker
- Mensagens: 8668
- Registrado em: 25 Out 2005, 23:34
Re: Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no B
Acauan, falando nisso, o que vc acha de que em grande parte de aldeias já existam parabolicas e ate dvd?
Como dizer sou Indio!, se meu filho joga video game na aldeia?
onde esta a fidelidade e a tradição?
Como dizer sou Indio!, se meu filho joga video game na aldeia?

Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)
Re: Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no B
videomaker escreveu: Acauan, falando nisso, o que vc acha de que em grande parte de aldeias já existam parabolicas e ate dvd?
Como dizer sou Indio!, se meu filho joga video game na aldeia?onde esta a fidelidade e a tradição?
Esta é uma confusão comum, misturar identidade indígena com primitivismo civilizacional.
Toda civilização deve progredir tecnicamente.
Europeus e chineses não deixaram de ser europeus e chineses depois que desenvolveram a escrita, artes e ciências.
No caso das culturas indígenas é óbvio que não faz sentido ver índios tentando inventar a roda, logo não há porque não absorver uma cultura mais avançada já disponível, desde que preservados os fundamentos de sua identidade, como lingua, tradição oral, história e costumes admissíveis.
Os japoneses fizeram isto quando absorveram a tecnologia do ocidente, sem abrir mão de ser japoneses.
Com os índios poderia ser a mesma coisa, desde que guiados por lideranças mais honestas do que as que temos visto por aí.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
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Re: Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no B
Acauan escreveu:videomaker escreveu: Acauan, falando nisso, o que vc acha de que em grande parte de aldeias já existam parabolicas e ate dvd?
Como dizer sou Indio!, se meu filho joga video game na aldeia?onde esta a fidelidade e a tradição?
Esta é uma confusão comum, misturar identidade indígena com primitivismo civilizacional.
Toda civilização deve progredir tecnicamente.
Europeus e chineses não deixaram de ser europeus e chineses depois que desenvolveram a escrita, artes e ciências.
No caso das culturas indígenas é óbvio que não faz sentido ver índios tentando inventar a roda, logo não há porque não absorver uma cultura mais avançada já disponível, desde que preservados os fundamentos de sua identidade, como lingua, tradição oral, história e costumes admissíveis.
Os japoneses fizeram isto quando absorveram a tecnologia do ocidente, sem abrir mão de ser japoneses.
Com os índios poderia ser a mesma coisa, desde que guiados por lideranças mais honestas do que as que temos visto por aí.
Duvido que hoje seja diferente, mas lá nos anos 1960, uma professora da USP, que foi minha professora inclusive, estava dando palestras numa faculdade lá no Pará e se deparou com um grupo de missionários americanos. Fluente em inglês ela conversou com eles, sem se identificar e conversa solta para cá e para lá, ela então foi vendo algo estranho nesses missionários. De um grupo de 10, só dois eram de fato pastores. Dos outros, havia geólogos, engenheiros florestais, um farmacêutico, um químico...
Sentiu o drama?
Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no Brasi
Essas ONGs sãp poderosíssimas; haja vista a gritaria que fizeram quando o governo Putin resolveu fazer um cadastramento mais sistemático. Além disso, têm ramificações em todos os setores do capital e em muitas organizações sociais.
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).
- Mucuna
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Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no Brasi
Isto é um dos grandes absurdos que temos.
Reconheço que a tribos já bem descaracterizadas, mas há outras que permanecem isoladas geograficamente e culturalmente.
Ninguem aqui lembra dos merdas dos missionários que levaram uma índia com os filhos para São Paulo?
A tradição da tribo era de que crianças nascidas com deficiencias que as impediam de realizar as tarefas normais dentro da tribo, eram largadas na floresta. Os missionários insistiram que isto era pecado e que teria uma maneira de salvar os bebês. Tem gente que achou bonito, mas não deveriam nem estar lá, deixa as pessoas de lá quietas, fazendo o que elas julgam ser melhor.
Reconheço que a tribos já bem descaracterizadas, mas há outras que permanecem isoladas geograficamente e culturalmente.
Ninguem aqui lembra dos merdas dos missionários que levaram uma índia com os filhos para São Paulo?
A tradição da tribo era de que crianças nascidas com deficiencias que as impediam de realizar as tarefas normais dentro da tribo, eram largadas na floresta. Os missionários insistiram que isto era pecado e que teria uma maneira de salvar os bebês. Tem gente que achou bonito, mas não deveriam nem estar lá, deixa as pessoas de lá quietas, fazendo o que elas julgam ser melhor.
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Re: Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no B
Mucuna escreveu:A tradição da tribo era de que crianças nascidas com deficiencias que as impediam de realizar as tarefas normais dentro da tribo, eram largadas na floresta. Os missionários insistiram que isto era pecado e que teria uma maneira de salvar os bebês. Tem gente que achou bonito, mas não deveriam nem estar lá, deixa as pessoas de lá quietas, fazendo o que elas julgam ser melhor.
As tradições (e as picuinhas com religiosos), neste caso, que vão a merda.
A vida das crianças tinha precedência sobre a valorização dos costumes.
O problema naquele episódio é que a ação de assumir a guarda e proteção das meninas cabia ao poder público, que foi incompetente e omisso, abrindo caminho para que os missionários evangélicos aparecessem como os heróis da história, sendo inegável que, nas circunstâncias, pior teria sido se assim não fizessem.
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Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no Brasi
Claro que não... Deixa os indios seguirem a cultura e continuar fazendo seleção genetica. Pq isso? Considera o costume deles um ato bárbaro tambem?
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Re: Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no B
Mucuna escreveu:Claro que não... Deixa os indios seguirem a cultura e continuar fazendo seleção genetica. Pq isso? Considera o costume deles um ato bárbaro tambem?
Abandonar crianças para morrer é bárbaro por definição.
E Índios nunca fizeram seleção genética.
Estes costumes foram estabelecidos quando o que estava na balança era a sobrevivência de um indivíduo contra a sobrevivência da tribo. Em um ambiente de escassez extrema, manter inaptos não era considerado alternativa viável.
No caso em questão, o que estava na balança era a sobrevivência de um indivíduo contra a manutenção de um costume. Podemos discutir até onde a sobrevivência coletiva tem precedência sobre a individual, mas não há fundamento lógico em defender que costumes, por si só, devam ser colocados acima da vida humana, principalmente de crianças.
No mais, tradições e costumes se adaptam ao tempo.
Dificilmente um Índio daquela tribo recusaria roupas, utensílios ou comida industrializada alegando que tais ofertas ofendem seus costumes ancestrais.
Se podem ser tolerantes quando o que está em jogo são confortos e comodidades secundárias, podem muito bem ser flexíveis quanto a deixar menininhas morrer sós, apavoradas e famintas na mata.
No mais, guerreiros honrados defendem os fracos de seu povo.
Não os exterminam.
Tradição por tradição, esta é melhor.
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Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no Brasi
A forma que vc preza a vida é um fator da sua cultura. Vc acha bárbaro abandonar um recem nascido na floresta pq vc foi educado desta forma. Algo cultural também.
Aceitar presentinhos e conforto, obvio que aceitam. Foi justamente por causa disto que foram dizimados.
EDIT: Na verdade por causa disto, não. Isto foi usado para engana-los no começo.
Aceitar presentinhos e conforto, obvio que aceitam. Foi justamente por causa disto que foram dizimados.
EDIT: Na verdade por causa disto, não. Isto foi usado para engana-los no começo.
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Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no Brasi
Só sei que algumas coisas não se justificam pela falácia da cultura. Tem muita coisa nas culturas adotadas por uns e rejeitadas por outros, dentro do próprio grupo
. Não concordo com nenhuma forma de violência. O amor, o cuidado e a proteção ( não superproteção ) é o que constrói uma sociedade e uma cultura capazes de se manter unidas e abertas APENAS a valores novos que não os submetam ou não os deixem suscetíveis à formas variadas de violação externa.
Culturas que se fecham demais ou apenas protegem seus indivíduos na hora da ameaça externa, não estão na verdade se protegendo.
Quanto aos Evangélicos...deveriam ser eliminados. Religião invadindo cultura , ainda mais com os objetivos claros que eles têm , é caso de polícia.
. Não concordo com nenhuma forma de violência. O amor, o cuidado e a proteção ( não superproteção ) é o que constrói uma sociedade e uma cultura capazes de se manter unidas e abertas APENAS a valores novos que não os submetam ou não os deixem suscetíveis à formas variadas de violação externa.
Culturas que se fecham demais ou apenas protegem seus indivíduos na hora da ameaça externa, não estão na verdade se protegendo.
Quanto aos Evangélicos...deveriam ser eliminados. Religião invadindo cultura , ainda mais com os objetivos claros que eles têm , é caso de polícia.
Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no Brasi
"Mucuna escreveu:A forma que vc preza a vida é um fator da sua cultura.
Qual "minha cultura", cara pálida?
"Mucuna escreveu:Vc acha bárbaro abandonar um recem nascido na floresta pq vc foi educado desta forma. Algo cultural também.
Como disse, matar crianças é um ato bárbaro por definição, pela própria acepção do adjetivo:
HOUAISS escreveu:BÁRBARO
2 Derivação: por extensão de sentido.
que ou quem é cruel, desumano, feroz
Desconheço que relativismo cultural permita definir o abandono de crianças à própria morte como um ato clemente, humano e manso.
O máximo que podemos encontrar são situações específicas em que o balanço entre as conseqüências do ato e de suas alternativas o tornaria necessário e justificado, segundo o julgamento dos perpetradores do ato.
Isto não altera em nada o barbarismo do ato, apenas o define, dentro da realidade em que foi cometido, como um mal menor, segundo o julgamento dos que optaram por ele.
O relativismo cultural pode ser utilizado para analisar o julgamento dos que entenderam o ato como necessário e justificado, mas não para classificar o ato em si, que é obviamente bárbaro em quaisquer circunstâncias, simplesmente porque não há como negar a veracidade da definição.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
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Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
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Re: Re.: Missões evangélicas ameaçam a cultura indígena no B
Este tópico estava muito bom. 

"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.

VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.