salgueiro escreveu:Vou discordar de vc, Carmen. Meu pai, se fosse vivo teria 88 anos, era filho de beata e foi obrigado a estudar em seminário. O "normal" teria sido se ordenar, e isso nunca aconteceu. A "lavagem cerebral" apesar de intensa nem chegou a fazer mossa. Nunca o vi nem ir a missa
No universo em que eu vivia, seria impensável eu dizer "não quero ir à missa". A idéia nunca me passou pela cabeça.
Por outro lado, meu ceticismo latente não deixou que eu me envolvesse emocionalmente com minha crença.
Religião para mim era um troço burocrático. Tem que ser feito, então vamos fazer.
A única emoção envolvida era o sentimento de ser um "grande pecador", mas daí eu me confessava e estava tudo resolvido. E eu começava a "pecar" de novo. Já com uma certa idade, eu percebi que aquilo era idiota: que valor tinha a confissão se eu já sabia que iria pecar de novo?
Daí, eu parei de me confessar (e, em consequência, de comungar), mas continuei indo à missa todos os domingos e rezando tudo o que tinha que rezar.
Outro detalhe é que eu nunca tive ímpetos proselitistas. Pelo contrário: eu sentia que não tinha argumentos fortes o bastante para converter alguém ou para defender minha crença, portanto evitava até falar sobre o assunto.
Eu era católico praticante, os outros eram não-praticantes ou parcialmente praticantes e ponto final.