Análise Psicológica dos Céticos

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Vitor Moura
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Análise Psicológica dos Céticos

Mensagem por Vitor Moura »

PSICOLOGIA DOS INCRÉDULOS

Os céticos

Ordinariamente, os céticos pertencem a duas categorias: ou são pessoas demasiado malignas, e que não ocultam essa qualidade; ou são indivíduos tão sábios que imaginam que nada está acima da ciência deles. Aferrados às suas teorias, não consentem em abandona-las; a cavaleiro nas suas teses, desdenham descer dessas alturas, e majestosamente se revestem do que chamam ciência oficial.
Com eles perdem-se inutilmente o tempo e a lógica; porque, a todas as provas que se lhes fornece, respondem: “É impossível!”
Se uma notabilidade científica afirmar a um cético ter visto em condições de rigorosa observação (estando o médium seguro pelos pés e pelos braços) uma cadeira ou qualquer outro objeto mover-se sem contacto, ele retorquirá incrédulo: “Tendes certeza de que vistes isto? Pois, se assim é, trazei-me o médium para que eu verifique por mim mesmo o fenômeno.”
É pretensão habitual do cético ver melhor que os demais.
Se concedido for o que ele pede, de duas uma: ou o fenômeno se produzirá, e ele explicaria simplesmente como uma alucinação; ou (o que muitas vezes acontece) o fenômeno não poderá reproduzir-se, e ele tratará o médium de charlatão.
Seja como for, o cético apenas se convencerá de que pretenderam zombar dele, e é mesmo possível que conserve um secreto ressentimento contra aquele que pretendeu operá-lo da catarata materialista.
A este propósito, escreve Florence Marryat, escritora distinta, filha de conhecido capitão e romancista inglês:
Há duas categorias de pessoas cuja influência prejudicial relativamente ao espiritualismo tem sido incontestavelmente maior que o auxílio que lhes têm prestado muitos homens de ciência: são os entusiastas e os céticos. Os primeiros crêem em tudo o que vêem ou ouvem, sem se darem ao trabalho de obter provas da realidade dos fenômenos: vão de casa em casa referindo as suas experiências, de um modo tão ingênuo que parecem absurdas.
“Acreditam em tudo o que dizem os Espíritos, como se estes fossem semi-deuses, em vez de serem, como na maioria dos casos, Espíritos de natureza menos elevada do que a nossa, e que não puderam erguer-se acima da esfera celeste”.
É a esta categoria de espiritualistas que os jornais satírico têm procurado ridicularizar, com razão talvez:
Entre outras histórias, o Punch falava duma viúva inconsolável que um médium fizera entrar em comunicação com o finado esposo.
- John, és feliz? murmurava ela.
- Oh, sim! Muito mais feliz do que na Terra, quando vivia contigo.
- Então deves estar no Paraíso; não é assim?
- Ah! não. Pelo contrário.
Que marido indelicado para com a sua pobre viúva!
Compõe-se dos puros céticos a segunda categoria de que fala Fl. Marryat.
“Eles não fazem tanto mal como os ingênuos; porque, em regra geral, se acham tão endurecidos ou têm a inteligência tão estreita, que vão além do seu fito e invalidam completamente as suas opiniões.
“O cético nega tudo, porque, talvez uma única vez, constatou uma fraude. Se um médium mente, todos os médiuns devem mentir. Se uma experiência falha, todas devem falhar. Se ele não pode obter uma prova de identidade dos Espíritos, ninguém, depois dele, poderá consegui-la.
“Um cético julga que o seu testemunho deve ser aceito e crido; porém nunca acreditará no testemunho alheio. Quando vai assistir a uma experiência psíquica, é sempre com a preocupação de descobrir a fraude. Toda a sua inteligência converge para esse resultado maravilhoso, e, se ele nada consegue descobrir, acredita que o iludiram habilmente. Julgando sempre por antecipação, está certo do que vai acontecer, sem se dar ao trabalho de experimentar qualquer coisa que seja.”
De tal modo se acham os céticos convencidos da sua infabilidade, que duvidam mesmo do testemunho dos seus sentidos.
De uma feita, perguntou Fl. Marryat ao Dr. H..., seu amigo, o que pensaria ele se visse experiências concludentes; e ficou estupefata ouvindo-o declarar que não acreditaria nos seus olhos e nos seus ouvidos.
“Entretanto não podeis saber que existo – retorquiu ela – senão me vendo, tocando, ouvindo.
“Quem vos garante que neste momento os vossos sentidos não vos enganam, como numa experiência psíquica?”
A este argumento claro e preciso (ad hominem, poder-se-ia dizer) o Dr. H. apenas respondeu com um sorriso desdenhoso, com o qual significava, sem dúvida, que a julgava muito fraca de espírito para merecer uma discussão; mas, realmente, o bom doutor não sabia responder.
A verdade é que, afinal de contas, o Dr. H., como muitos outros sábios, não desejava ser convencido.
Um dia confessou-o ele nestes termos: “Se eu acreditasse na realidade desses fenômenos, isso derrubaria todas as teorias sobre as quais se baseia a minha ciência” É o modelo de cético científico. Ele não quer mudar as suas teorias e os seus hábitos, porque isso o constrange, e lhe parece mais cômodo negar tudo.
Quando falais a um cético sobre os fenômenos psíquicos, ele toma um ar zombeteiro.
Se lhe sois simpático, pergunta-vos com comiseração: “Como podeis acreditar em tais coisas?” Se o cético tem espírito prático, logo fala em tolice e futilidade. Se não está bem disposto, chama-vos espírita, o que é, segundo ele, a maior das injúrias. La Rochefoucault visava evidentemente os céticos de certa ordem, quando dizia:
“As inteligências medíocres condenam ordinariamente tudo o que lhes excede o alcance”.
O cético científico, em geral, fala de cima.
Quando se digna falar um instante desses fenômenos, mal os menciona, pois esses fatos vulgares, diz ele, não merecem que neles se insista. Se alguns deles condescendem em tratar de tais coisas, fazem-no geralmente de muito mau humor ou vos oferecem toda a espécie de banalidades habituais em se tratando de semelhantes assuntos.
Um filósofo cético escreveu uma vez longo artigo em que confundia as coisas psíquicas mais elementares. É o filósofo sem o saber... oculto.
Existe ainda uma espécie de céticos que declaram não conhecer o artifício usado pelos médiuns, mas que esse artifício existe, e se entregam a gracejos cuja leveza lembra perfeitamente um elefante caminhando entre ovos.
Outro tipo de cético, é o do discursador de salão ou de clube. Esbraveja contra a credulidade ilimitada ou contra o pseudo-misticismo que, na sua opinião, nos torna joguetes dos médiuns e dos sonâmbulos. Assim perora o discursador, que geralmente nenhuma palavra sabe das coisas psíquicas, e a torto e a direito delas fala, como um cego pode falar das cores. Nada diverte tanto como ouvi-lo falar sobre fenômenos dos quais em nenhum está suficientemente firmado. Se, entre todos esses fato – exclama ele com desespero -, um estivesse bem provado, eu me renderia à evidência... mas esse fato não aparece.
Envio essa categoria de incrédulos ao nº de Fevereiro 1893 dos Annales Psychiques, onde encontrarão, não um só fato, porém numerosos fatos, atestados numa ata assinada por tantos quantos sábios, são de corpo e de espírito, se pode desejar.
Apesar de todas as provas possíveis, estou bem certo de que, lendo esse relatório, os céticos encontrarão objeções a todo o instante.
Pelo que dizem certos céticos, logo que se afastam as causas de alucinação ou fraude, os fenômenos não se produzem mais.
Isto é inteiramente falso. Os fenômenos só se produzem em determinadas condições magnéticas e atmosféricas, bem conhecidas dos experimentadores sérios, mas inteiramente desconhecidas dos ignorantes.
A escuridão é necessária a essas manifestações – dizem ironicamente os céticos. A luz impede tudo, e, para ser-se iluminado, devem-se proscrever as lâmpadas.
Outra inexatidão. Os mais simples fenômenos psíquicos (pancadas), como os mais extraordinários (movimentos de objetos sem contato, escrita direta), podem ser produzidos em plena luz, e mesmo em pleno dia.
Provam-no as experiências do Sr. Lemerle e de muitos outros. Eu mesmo tive demonstrações irrecusáveis, nas melhores condições de luz.

Extraído de "O psiquismo experimental"

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Aurelio Moraes
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Re.: Análise Psicológica dos Céticos

Mensagem por Aurelio Moraes »

E os crédulos? Como são?

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Vitor Moura
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Re: Re.: Análise Psicológica dos Céticos

Mensagem por Vitor Moura »

Mr.Hammond escreveu:E os crédulos? Como são?


Vc devia saber, vc é um deles! Vide sua religião materialista!

Mas...se vc tivesse lido o texto com atenção, veria que sua pergunta foi respondida, e não precisaria ter pago essa gafe!

Um abraço,
Vitor

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rapha...
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Re: Re.: Análise Psicológica dos Céticos

Mensagem por rapha... »

Vitor Moura escreveu:Vc devia saber, vc é um deles! Vide sua religião materialista!


Seria o ateísmo, decerto, a "religião materialista".

Demonstre.

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cyrix
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Mensagem por cyrix »

É a esta categoria de espiritualistas que os jornais satírico têm procurado ridicularizar, com razão talvez:
Entre outras histórias, o Punch falava duma viúva inconsolável que um médium fizera entrar em comunicação com o finado esposo.
- John, és feliz? murmurava ela.
- Oh, sim! Muito mais feliz do que na Terra, quando vivia contigo.
- Então deves estar no Paraíso; não é assim?
- Ah! não. Pelo contrário.
Que marido indelicado para com a sua pobre viúva!
Compõe-se dos puros céticos a segunda categoria de que fala Fl. Marryat.


Talvez fosse o marido dela, mesmo. :emoticon12:
Onde há dúvida,há liberdade!
Reencarnação na Bíblia

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Vitor Moura
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Re: Re.: Análise Psicológica dos Céticos

Mensagem por Vitor Moura »

rapha... escreveu:
Vitor Moura escreveu:Vc devia saber, vc é um deles! Vide sua religião materialista!


Seria o ateísmo, decerto, a "religião materialista".

Demonstre.


Não, não é o ateísmo uma religião materialista, vide os budistas, que são ateus e não são materialistas. A religião materialista é aquela cujos adeptos acreditam pia e dogmaticamente que a sobrevivência depois da morte não é e nem não pode ser uma hipótese científica. Os adeptos dessa doutrina zombam de quem pensa assim, e agem exatamente como a descrição acima.

Um abraço,
Vitor

Leo
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Re: Análise Psicológica dos Céticos

Mensagem por Leo »

Vitor Moura escreveu:Ordinariamente, os céticos pertencem a duas categorias: ou são pessoas demasiado malignas, e que não ocultam essa qualidade; ou são indivíduos tão sábios que imaginam que nada está acima da ciência deles.


Que original... :emoticon131:

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Vitor Moura
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Re: Análise Psicológica dos Céticos

Mensagem por Vitor Moura »

Leo Vieira escreveu:
Vitor Moura escreveu:Ordinariamente, os céticos pertencem a duas categorias: ou são pessoas demasiado malignas, e que não ocultam essa qualidade; ou são indivíduos tão sábios que imaginam que nada está acima da ciência deles.


Que original... :emoticon131:


A segunda categoria é bem verdadeira, por sinal...

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Azathoth
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Re.: Análise Psicológica dos Céticos

Mensagem por Azathoth »

Falsa dicotomia.
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o pensador
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Mensagem por o pensador »

O Vitor tem certa razâo.Há muitos céticos metafísicos travestidos de empiricistas e cientifistas.Eles prenunciam a impossibilidade da hipótese do sobrenatural e da existência de espíritos mesmo quando esta hipótese é falseável e cumpre os requisitos fundamentais para ser classsificado como hipótese científica.Infeizmente este tipo de cético é mais dogmático que os "crédulos" e felizmente nem todos sâo assim.

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rapha...
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Re: Re.: Análise Psicológica dos Céticos

Mensagem por rapha... »

Vitor Moura escreveu:(...) a sobrevivência depois da morte não é e nem não pode ser uma hipótese científica.


Eu também acho.

Vitor Moura escreveu:Os adeptos dessa doutrina zombam de quem pensa assim, e agem exatamente como a descrição acima.


Certo, compreendo.

Não vejo compatibilidade para o termo "religião" que impôs.

Leo
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Re: Análise Psicológica dos Céticos

Mensagem por Leo »

Vitor Moura escreveu:A segunda categoria é bem verdadeira, por sinal...


Você conseguiu fazer uma "análise piscológica" minha apenas com uma frase? FANTÁSTICO!!!

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Hugo
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Mensagem por Hugo »

Vitor, eu não entendo nada de parapsicologia, mas acho que algo que vai contra o que sabemos sobre a consciência deveria oferecer provas mais consistentes.Não tenha nada contra a sobrevivência após a morte como hipótese científica, apenas acho que ela deveria ser melhor fundamentada.

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Hugo
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Registrado em: 12 Mar 2006, 12:21

Mensagem por Hugo »

o pensador escreveu:O Vitor tem certa razâo.Há muitos céticos metafísicos travestidos de empiricistas e cientifistas.Eles prenunciam a impossibilidade da hipótese do sobrenatural e da existência de espíritos mesmo quando esta hipótese é falseável e cumpre os requisitos fundamentais para ser classsificado como hipótese científica.Infeizmente este tipo de cético é mais dogmático que os "crédulos" e felizmente nem todos sâo assim.


A homeopatia também é falseável.

o pensador
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Mensagem por o pensador »

Kramer escreveu:
o pensador escreveu:O Vitor tem certa razâo.Há muitos céticos metafísicos travestidos de empiricistas e cientifistas.Eles prenunciam a impossibilidade da hipótese do sobrenatural e da existência de espíritos mesmo quando esta hipótese é falseável e cumpre os requisitos fundamentais para ser classsificado como hipótese científica.Infeizmente este tipo de cético é mais dogmático que os "crédulos" e felizmente nem todos sâo assim.


A homeopatia também é falseável.


Exato.E isto a qualifica como hipótese científica,assim como a correspondência à outros princípios empíricos.

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O ENCOSTO
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Mensagem por O ENCOSTO »

Prefiro material proselitista evangélico:

http://www.cacp.org.br/index_ateu.htm
O ENCOSTO


http://www.manualdochurrasco.com.br/
http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”

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Hugo
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Mensagem por Hugo »

o pensador escreveu:
Kramer escreveu:
o pensador escreveu:O Vitor tem certa razâo.Há muitos céticos metafísicos travestidos de empiricistas e cientifistas.Eles prenunciam a impossibilidade da hipótese do sobrenatural e da existência de espíritos mesmo quando esta hipótese é falseável e cumpre os requisitos fundamentais para ser classsificado como hipótese científica.Infeizmente este tipo de cético é mais dogmático que os "crédulos" e felizmente nem todos sâo assim.


A homeopatia também é falseável.


Exato.E isto a qualifica como hipótese científica,assim como a correspondência à outros princípios empíricos.


Acho que me expressei mal.Pensador, o que eu quero dizer é que qualquer coisa pode ser um hipótese científica, mas se quiser ser reconhecida como séria deve estar bem fundamentada.

o pensador
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Mensagem por o pensador »

O ENCOSTO escreveu:Prefiro material proselitista evangélico:

http://www.cacp.org.br/index_ateu.htm


É..realmente é melhor.. :emoticon14:

o pensador
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Mensagem por o pensador »

Kramer escreveu:
o pensador escreveu:
Kramer escreveu:
o pensador escreveu:O Vitor tem certa razâo.Há muitos céticos metafísicos travestidos de empiricistas e cientifistas.Eles prenunciam a impossibilidade da hipótese do sobrenatural e da existência de espíritos mesmo quando esta hipótese é falseável e cumpre os requisitos fundamentais para ser classsificado como hipótese científica.Infeizmente este tipo de cético é mais dogmático que os "crédulos" e felizmente nem todos sâo assim.


A homeopatia também é falseável.


Exato.E isto a qualifica como hipótese científica,assim como a correspondência à outros princípios empíricos.


Acho que me expressei mal.Pensador, o que eu quero dizer é que qualquer coisa pode ser um hipótese científica, mas se quiser ser reconhecida como séria deve estar bem fundamentada.


Ah sim,neste sentido concordo com vc.Eu quiz dizer que se uma teoria é falseável é empiricamente testável e portanto nâo deve ser descartada apriori.

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Acauan
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Re.: Análise Psicológica dos Céticos

Mensagem por Acauan »

Para uma idéia repetida, uma resposta repetida II:

Acauan, em 26/02/2006 às 15:08, escreveu:Bobagens e mais bobagens.

O autor desta crítica não enxerga ou prefere não enxergar que não existe cético mais extremado que o crente fanático, não importa qual seja o objeto da crença que devota.
Crentes fanáticos são a expressão máxima do ceticismo para tudo o que negue sua própria crença.
Pergunte a um evangélico pentecostal fundamentalista o que ela acha dos milagres atribuídos pelos católicos à Maria e o verá tecer um muito elaborado elenco de argumentos destinados a provar doutrinária ou cientificamente o quanto tais alegações não passam de crendices e boatos.
Redirecione a pergunta para alegações de milagres ocorridos na igreja que este crente freqüenta e veremos que, sem maiores justificativas, as exigências para tomá-los como verdadeiros se tornam consideravelmente menores.

Todo mundo é cético, em maior ou menor grau, excetuados os incapacitados mentais que não possuem lógica suficiente para questionar as coisas que lhe são apresentadas como verdadeiras.
Associar o que hoje em dia se chama de cético aos estereótipos gregos antigos ou simplificações populares do significado do termo é tão desonesto quanto julgar católicos e protestantes atuais com base na Noite de São Bartolomeu ou dos julgamentos de Salém.

Igualmente tolo é mostrar os céticos como pessoas sem qualquer contribuição à humanidade, como se o ceticismo moderno não fosse predominantemente de inspiração científica, sendo que, aqueles que acham que a ciência em nada contribui para suas vidas, que renuncie aos tratamentos médicos (clínicos, cirúrgicos, bioquímicos e instrumentais) e tentem viver o máximo possível apenas com sua Fé e orações.
Como quem escreveu o texto obviamente não é ignorante para desconhecer isto, resta concluir que seja simplesmente desonesto.

A seguir, uma visão atualizada (e honesta) sobre o significado do ceticismo.



O Ceticismo e os Limites da Dúvida
Postado originalmente em 4/5/2003 19:42:27

Por Acauan

O pensamento cético é caracterizado pela aceitação racional da dúvida, sempre que as respostas disponíveis para um dilema não estão fundamentadas por evidências satisfatoriamente consistentes.

A expressão “satisfatoriamente consistente” é necessária à definição para que não caiamos na armadilha que os Céticos da Grécia clássica montaram para si próprios ao entenderem que a prova de uma proposição também tinha de ser provada, criando assim uma sequencia ad infinitum da necessidade de provar a prova da prova da prova..., terminando por concluir que nenhuma certeza, sobre o que quer que seja, poderia ser possível.

Os Céticos gregos refutavam a idéia de que determinadas verdades são auto-evidentes e portanto não precisavam ser provadas. Tal opção condenou seus adeptos a estabelecerem um ramo estéril da Filosofia, pois sendo esta aplicação do pensamento humano focada na busca da Verdade, considerar tal objetivo como inalcançável é o mesmo que jogar a toalha antes do início da luta.

Hoje em dia, dificilmente encontraremos entre as pessoas autodenominadas Céticas, a mesma postura xiita de apologia da dúvida dos seguidores de Pirro. Orientados pelo paradigma do Método Científico, os céticos modernos em geral aceitam que evidências objetivamente demonstradas e comprovadas por várias e diferentes fontes imparciais são suficientes para dar credibilidade à uma proposição. Credibilidade entretanto não significa FÉ, podendo ser derrubada caso novas evidências se sobreponham as antigas.

Livres dos radicalismo de seus antecessores clássicos, os céticos atuais ainda estão sujeitos a pelo menos uma armadilha na qual muitos caem sem perceber: Aceitação racional da dúvida NÃO deve significar conformismo diante da dúvida.

Num entendimento produtivo do ceticismo, a dúvida deve ser visto como uma ferramenta e NUNCA como um objetivo.

Mesmo que aceitemos que determinadas questões não podem ser respondidas no nosso nível de conhecimento atual ou mesmo que esteja claro que o nível de conhecimento que traria a resposta não será alcançado no período de nossas vidas, não há porque concluir que devam existir questões que jamais terão resposta ou que a certeza definitiva quanto a elas não será estabelecida em alguma época futura.

O moderno Ceticismo, portanto, não deve ser entendido como a apologia da dúvida. Pelo contrário, o cético preza tanto a certeza que está disposto a esperar o tempo que for necessário por ela.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

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Re.: Análise Psicológica dos Céticos

Mensagem por Acauan »

Há um que de síndrome do mau perdedor nestes textos pró-espíritas falando mal dos céticos científicos.

Há século e tanto os espíritas procuram reconhecimento pelos requisitos do método científico, requisitos estes que praticamente impõe o ceticismo a qualquer pesquisador que os siga.
Quando não conseguem o reconhecimento que pleiteavam dentro do método científico, que é cético, passam a falar mal do ceticismo científico e dos que o aplicam.

É como se um determinado grupo montasse um time de futebol, entrasse em um campeonato anunciando previamente aos quatro ventos que seriam os campeões e após perder todas as partidas de goleada, saem dizendo que futebol é um esporte idiota, bom mesmo é basquete e que todo mundo que chuta bola não presta.

Vá entender...
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
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Aurelio Moraes
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Re.: Análise Psicológica dos Céticos

Mensagem por Aurelio Moraes »

Fora os ad hominens.

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Vitor Moura
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Re: Re.: Análise Psicológica dos Céticos

Mensagem por Vitor Moura »

Acauan escreveu:O autor desta crítica não enxerga ou prefere não enxergar que não existe cético mais extremado que o crente fanático, não importa qual seja o objeto da crença que devota.


Engano seu. O Randi tem tanta certeza que fenômenos paranormais não existem, que ele aposta 1 milhão de dólares que ninguém ganha o prêmio dele.

Acauan escreveu:Crentes fanáticos são a expressão máxima do ceticismo para tudo o que negue sua própria crença.Pergunte a um evangélico pentecostal fundamentalista o que ela acha dos milagres atribuídos pelos católicos à Maria e o verá tecer um muito elaborado elenco de argumentos destinados a provar doutrinária ou cientificamente o quanto tais alegações não passam de crendices e boatos.
Redirecione a pergunta para alegações de milagres ocorridos na igreja que este crente freqüenta e veremos que, sem maiores justificativas, as exigências para tomá-los como verdadeiros se tornam consideravelmente menores.


Pergunte ao Dawkins o que ele acha dos religiosos, da religião, sabe o que ele dirá? "É hora de termos ódio". Isso é dito no mais recente livro dele.

Pergunte a Andrew Skolnick o que ele acha de TODOS os parapsicólogos. Leia aqui: http://paginas.terra.com.br/educacao/cr ... ch_fit.htm

Acauan escreveu:Todo mundo é cético, em maior ou menor grau, excetuados os incapacitados mentais que não possuem lógica suficiente para questionar as coisas que lhe são apresentadas como verdadeiras.
Associar o que hoje em dia se chama de cético aos estereótipos gregos antigos ou simplificações populares do significado do termo é tão desonesto quanto julgar católicos e protestantes atuais com base na Noite de São Bartolomeu ou dos julgamentos de Salém.


Não estou julgando de acordo com a concepção grega de não sei quantos milhares de anos atrás, mas de apenas cento e poucos anos da participação dos céticos na análise dos fenômenos psíquicos...

Acauan escreveu:Igualmente tolo é mostrar os céticos como pessoas sem qualquer contribuição à humanidade, como se o ceticismo moderno não fosse predominantemente de inspiração científica, sendo que, aqueles que acham que a ciência em nada contribui para suas vidas, que renuncie aos tratamentos médicos (clínicos, cirúrgicos, bioquímicos e instrumentais) e tentem viver o máximo possível apenas com sua Fé e orações.


O ceticismo exarcebardo tem prejudicado bastante o desenvolvimento científico, tudo para manter seu pensamento materialista intacto..vide o caso Natashsa Demkina. A pesquisa conduzida pelos céticos foi tenebrosa.

http://paginas.terra.com.br/educacao/cr ... ticism.htm

Acauan escreveu:Como quem escreveu o texto obviamente não é ignorante para desconhecer isto, resta concluir que seja simplesmente desonesto.


Eu achei o autor do texto , Alfred Erny, extremamente lúcido em suas colocações.O texto dele tem mais de 100 anos e continua atualíssimo!

Acauan escreveu:A seguir, uma visão atualizada (e honesta) sobre o significado do ceticismo.


Pena que são bem poucos os céticos que agem assim...e quando se trata de defender seu paradigma materialista, nenhuma videncia é considerada satisfatória para eles...

Um abraço,
Vitor

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Acauan
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Re: Re.: Análise Psicológica dos Céticos

Mensagem por Acauan »

Vitor Moura escreveu:
Acauan escreveu:O autor desta crítica não enxerga ou prefere não enxergar que não existe cético mais extremado que o crente fanático, não importa qual seja o objeto da crença que devota.


Engano seu. O Randi tem tanta certeza que fenômenos paranormais não existem, que ele aposta 1 milhão de dólares que ninguém ganha o prêmio dele.


Engano meu? Mostre-me onde no texto o autor faz alusão a qualquer coisa parecida com este seu exemplo.

Vitor Moura escreveu:
Acauan escreveu:Crentes fanáticos são a expressão máxima do ceticismo para tudo o que negue sua própria crença.


Pergunte ao Dawkins o que ele acha dos religiosos, da religião, sabe o que ele dirá? "É hora de termos ódio". Isso é dito no mais recente livro dele.

Pergunte a Andrew Skolnick o que ele acha de TODOS os parapsicólogos.


E o que eu tenho a ver com Dawkins ou Skolnick?
No que as opiniões pessoais de dois indivíduos invalidam meu argumento?


Vitor Moura escreveu:
Acauan escreveu:Todo mundo é cético, em maior ou menor grau, excetuados os incapacitados mentais que não possuem lógica suficiente para questionar as coisas que lhe são apresentadas como verdadeiras.


Não estou julgando de acordo com a concepção grega de não sei quantos milhares de anos atrás, mas de apenas cento e poucos anos da participação dos céticos na análise dos fenômenos psíquicos...


Não há ceticismo que resista a uma evidência incontestável.
Ou você já viu alguém duvidando da lei da gravidade?


Vitor Moura escreveu:
Acauan escreveu:Igualmente tolo é mostrar os céticos como pessoas sem qualquer contribuição à humanidade, como se o ceticismo moderno não fosse predominantemente de inspiração científica, sendo que, aqueles que acham que a ciência em nada contribui para suas vidas, que renuncie aos tratamentos médicos (clínicos, cirúrgicos, bioquímicos e instrumentais) e tentem viver o máximo possível apenas com sua Fé e orações.


O ceticismo exarcebardo tem prejudicado bastante o desenvolvimento científico, tudo para manter seu pensamento materialista intacto..vide o caso Natashsa Demkina. A pesquisa conduzida pelos céticos foi tenebrosa.


Não sei o que é ceticismo exacerbado e, sinceramente, nem me interessa.
O pensamento dominante na comunidade científica não é materialista, é naturalista, o que é muito diferente.


Vitor Moura escreveu:
Acauan escreveu:Como quem escreveu o texto obviamente não é ignorante para desconhecer isto, resta concluir que seja simplesmente desonesto.


Eu achei o autor do texto , Alfred Erny, extremamente lúcido em suas colocações.O texto dele tem mais de 100 anos e continua atualíssimo!


Todo mundo tem direito à sua opinião.

Vitor Moura escreveu:
Acauan escreveu:A seguir, uma visão atualizada (e honesta) sobre o significado do ceticismo.


Pena que são bem poucos os céticos que agem assim...e quando se trata de defender seu paradigma materialista, nenhuma videncia é considerada satisfatória para eles...


Como você contou quantos céticos agem assim e quantos não?
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
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Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

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Vitor Moura
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Re: Re.: Análise Psicológica dos Céticos

Mensagem por Vitor Moura »

Acauan escreveu:Engano meu? Mostre-me onde no texto o autor faz alusão a qualquer coisa parecida com este seu exemplo.


"De uma feita, perguntou Fl. Marryat ao Dr. H..., seu amigo, o que pensaria ele se visse experiências concludentes; e ficou estupefata ouvindo-o declarar que não acreditaria nos seus olhos e nos seus ouvidos."

O cara é tão fanático, que nada mudaria sua opinião.


Acauan escreveu:E o que eu tenho a ver com Dawkins ou Skolnick?No que as opiniões pessoais de dois indivíduos invalidam meu argumento?


Mostra que o ceticismo cria 'crentes' tão fanáticos quanto os religiosos, gerando mesmo uma grande carga de ódio.

Vitor Moura escreveu:Não há ceticismo que resista a uma evidência incontestável.
Ou você já viu alguém duvidando da lei da gravidade?


Recentemente saiu na Scientific American um artigo que diz que a gravidade seria uma ilusão. Isso pra mim é duvidar.

Acauan escreveu:Não sei o que é ceticismo exacerbado e, sinceramente, nem me interessa.


O texto de Alfred Enry mostra exatamente o que é. Vc pode ter um excelente exemplo com o Encosto e o Apodman.

Acauan escreveu:O pensamento dominante na comunidade científica não é materialista, é naturalista, o que é muito diferente.


Pode estabelecer as diferenças?

Acauan escreveu:Como você contou quantos céticos agem assim e quantos não?


Contei todos os membros do CSICOP.

Trancado