Pão circo e BBB.
Pão circo e BBB.
http://observatorio.ultimosegundo.ig.co ... =375TVQ003
LAVAGEM CEREBRAL
Pão, circo e BBB
Artur Oliveira (*)
Apesar das mazelas sociais que marginalizam boa parte da população brasileira e a carga de tributos que inflige à classe média uma penosa condição de sobrevivência, o brasileiro em geral parece despreocupado com sua realidade a ponto de dar-se o privilégio de dedicar sua vida ao acompanhamento do enlatado holandês Big Brother Brasil. A lavagem cerebral promovida pelo mencionado programa faz com que as pessoas se sintam "privilegiadas" por acompanharem em tempo real um programa que, conforme frases coletadas na sociedade, é "inteligente, inigualável, antropológico".
Uma televisão, um computador conectado à internet e se pode fazer parte de um movimento nacional de orientação comportamental, que inclui padrões estéticos, sexualidade e hábitos lingüísticos. No BBB, sobretudo os jovens, buscam identificar em que personagens do reality show suas referências são acolhidas. Daí por que os homossexuais e outras minorias são ridicularizados.
O brasileiro é, historicamente, alienado da realidade do país. Com memória curta para qualquer coisa de mínima importância, nulidade motivacional para se organizar em torno de reivindicações e vocação para se exceder em festas desorganizadas, o cidadão brasileiro reclama sem conhecimento de causa e age em escassez. Uma grande massa de brasileiros está encarcerada em uma política cruel, promovida por grandes conglomerados econômicos, de alienação profunda da sociedade brasileira, sobretudo dos jovens, que em tese representam o nosso futuro. A Rede Globo de televisão impõe à infância de grande parte dos brasileiros ídolos como Xuxa Meneguel e Angélica. Com o esvaziamento de tais figuras, a poderosa emissora busca novos atores para desempenhar o papel de orientadores comportamentais. O Big Brother, assim, exerce esse papel de colocar sob os holofotes novas imagens que possam direcionar o comportamento dos jovens do País, desviando-os de assuntos mais relevantes.
A política do "pão e do circo" cai como uma luva nas mãos dos grupos oligárquicos dominantes. Grande parte da população, apesar de viver em condições precárias, se encontra de tal forma alienada, inclusive pela precariedade educacional e por desespero, que medidas assistencialistas tomam grandes proporções a ponto de alçar Lula a uma condição privilegiada nas pesquisas de intenção de voto. A elite não precisa do pão, porque assiste a Big Brother Brasil degustando um saboroso caviar. O circo é o entretenimento diário. Milhões de votos por telefone e pela internet para a escolha do "emparedado", do líder da semana e do eliminado, o que recheia os bolsos da grande patrocinadora do besteirol e de seus anunciantes.
Egoísmo e individualismo
E assim correm pelo Brasil os comentários relacionados com as intrigas diárias promovidas pelos participantes do programa. A brasilidade exposta à exaustão com pitadas grotescas de alienação política e cultural - assuntos completamente esquecidos -, exaltação de atributos físicos, ganância, egoísmo, falsidade e manifestações racistas contra minorias. Ao observarmos o dia-dia da casa do BBB, a imagem de povo educado, receptivo e lutador se desmancham na conveniência de buscar meios fáceis de mudar a vida e nos métodos para a realização de tal intento.
Portanto, abrilhantar a jornada dos 12 ocupantes da casa, sob o argumento de luta para transpor as barreiras da vida e das armadilhas de seus adversários, é fazer apologia ao comodismo, ao egoísmo, à falsidade, à traição e à mentira – ainda mais que muitos que entram na casa não necessitam do prêmio de 1 milhão de dólares para continuar vivendo de forma confortável. O programa dá, sim, vazão a aproveitadores de plantão que vêem no enlatado um meio de se tornar um milionário ou no mínimo de aparecer em cadeia nacional. Ao invés de oferecer ao mais hábil manipulador um milhão de reais, a Rede Globo poderia repartir o montante entre milhares de brasileiros que sequer possui um aparelho de televisão para apreciar as lindas beldades selecionadas. Ou então, no mínimo, a poderosa Rede Globo poderia optar por um formato educativo de reality show, com o recrutamento e seleção de jovens estudantes que, após uma maratona de provas de desempenho, poderiam ganhar bolsas escolares ou universitárias.
Porém, é mais seguro deixar o povo brasileiro imerso na alienação profunda – o que assegurará a manutenção do poder dos grandes grupos oligárquicos – a fazê-lo pensar e refletir sobre a sua condição pessoal e de seu país. Esses grupos dominantes esperam a disseminação desses aproveitadores de momento para que o egoísmo e o individualismo cada vez mais segreguem a população e, dessa forma, não haja possibilidade de um levante social ante a realidade imposta.
(*) Jornalista
LAVAGEM CEREBRAL
Pão, circo e BBB
Artur Oliveira (*)
Apesar das mazelas sociais que marginalizam boa parte da população brasileira e a carga de tributos que inflige à classe média uma penosa condição de sobrevivência, o brasileiro em geral parece despreocupado com sua realidade a ponto de dar-se o privilégio de dedicar sua vida ao acompanhamento do enlatado holandês Big Brother Brasil. A lavagem cerebral promovida pelo mencionado programa faz com que as pessoas se sintam "privilegiadas" por acompanharem em tempo real um programa que, conforme frases coletadas na sociedade, é "inteligente, inigualável, antropológico".
Uma televisão, um computador conectado à internet e se pode fazer parte de um movimento nacional de orientação comportamental, que inclui padrões estéticos, sexualidade e hábitos lingüísticos. No BBB, sobretudo os jovens, buscam identificar em que personagens do reality show suas referências são acolhidas. Daí por que os homossexuais e outras minorias são ridicularizados.
O brasileiro é, historicamente, alienado da realidade do país. Com memória curta para qualquer coisa de mínima importância, nulidade motivacional para se organizar em torno de reivindicações e vocação para se exceder em festas desorganizadas, o cidadão brasileiro reclama sem conhecimento de causa e age em escassez. Uma grande massa de brasileiros está encarcerada em uma política cruel, promovida por grandes conglomerados econômicos, de alienação profunda da sociedade brasileira, sobretudo dos jovens, que em tese representam o nosso futuro. A Rede Globo de televisão impõe à infância de grande parte dos brasileiros ídolos como Xuxa Meneguel e Angélica. Com o esvaziamento de tais figuras, a poderosa emissora busca novos atores para desempenhar o papel de orientadores comportamentais. O Big Brother, assim, exerce esse papel de colocar sob os holofotes novas imagens que possam direcionar o comportamento dos jovens do País, desviando-os de assuntos mais relevantes.
A política do "pão e do circo" cai como uma luva nas mãos dos grupos oligárquicos dominantes. Grande parte da população, apesar de viver em condições precárias, se encontra de tal forma alienada, inclusive pela precariedade educacional e por desespero, que medidas assistencialistas tomam grandes proporções a ponto de alçar Lula a uma condição privilegiada nas pesquisas de intenção de voto. A elite não precisa do pão, porque assiste a Big Brother Brasil degustando um saboroso caviar. O circo é o entretenimento diário. Milhões de votos por telefone e pela internet para a escolha do "emparedado", do líder da semana e do eliminado, o que recheia os bolsos da grande patrocinadora do besteirol e de seus anunciantes.
Egoísmo e individualismo
E assim correm pelo Brasil os comentários relacionados com as intrigas diárias promovidas pelos participantes do programa. A brasilidade exposta à exaustão com pitadas grotescas de alienação política e cultural - assuntos completamente esquecidos -, exaltação de atributos físicos, ganância, egoísmo, falsidade e manifestações racistas contra minorias. Ao observarmos o dia-dia da casa do BBB, a imagem de povo educado, receptivo e lutador se desmancham na conveniência de buscar meios fáceis de mudar a vida e nos métodos para a realização de tal intento.
Portanto, abrilhantar a jornada dos 12 ocupantes da casa, sob o argumento de luta para transpor as barreiras da vida e das armadilhas de seus adversários, é fazer apologia ao comodismo, ao egoísmo, à falsidade, à traição e à mentira – ainda mais que muitos que entram na casa não necessitam do prêmio de 1 milhão de dólares para continuar vivendo de forma confortável. O programa dá, sim, vazão a aproveitadores de plantão que vêem no enlatado um meio de se tornar um milionário ou no mínimo de aparecer em cadeia nacional. Ao invés de oferecer ao mais hábil manipulador um milhão de reais, a Rede Globo poderia repartir o montante entre milhares de brasileiros que sequer possui um aparelho de televisão para apreciar as lindas beldades selecionadas. Ou então, no mínimo, a poderosa Rede Globo poderia optar por um formato educativo de reality show, com o recrutamento e seleção de jovens estudantes que, após uma maratona de provas de desempenho, poderiam ganhar bolsas escolares ou universitárias.
Porém, é mais seguro deixar o povo brasileiro imerso na alienação profunda – o que assegurará a manutenção do poder dos grandes grupos oligárquicos – a fazê-lo pensar e refletir sobre a sua condição pessoal e de seu país. Esses grupos dominantes esperam a disseminação desses aproveitadores de momento para que o egoísmo e o individualismo cada vez mais segreguem a população e, dessa forma, não haja possibilidade de um levante social ante a realidade imposta.
(*) Jornalista
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).
- Poindexter
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Re: Pão circo e BBB.
Apesar das mazelas sociais que marginalizam boa parte da população brasileira
A velha teoria da vitimização, como se as pessoas não pudessem dirigir os rumos das sociedades.
. e a carga de tributos que inflige à classe média uma penosa condição de sobrevivência, o brasileiro em geral parece despreocupado com sua realidade a ponto de dar-se o privilégio de dedicar sua vida ao acompanhamento do enlatado holandês Big Brother Brasil.
Parece mesmo.
A lavagem cerebral promovida pelo mencionado programa faz com que as pessoas se sintam "privilegiadas" por acompanharem em tempo real um programa que, conforme frases coletadas na sociedade, é "inteligente, inigualável, antropológico".
Uma televisão, um computador conectado à internet e se pode fazer parte de um movimento nacional de orientação comportamental, que inclui padrões estéticos, sexualidade e hábitos lingüísticos. No BBB, sobretudo os jovens, buscam identificar em que personagens do reality show suas referências são acolhidas.
Exato.
O brasileiro é, historicamente, alienado da realidade do país. Com memória curta para qualquer coisa de mínima importância, nulidade motivacional para se organizar em torno de reivindicações e vocação para se exceder em festas desorganizadas, o cidadão brasileiro reclama sem conhecimento de causa e age em escassez.
Exato.
Uma grande massa de brasileiros está encarcerada em uma política cruel, promovida por grandes conglomerados econômicos, de alienação profunda da sociedade brasileira, sobretudo dos jovens, que em tese representam o nosso futuro.
A velha teoria da vitimização. A grande massa "nunca tem culpa de nada"... a culpa é sempre "das elites neoliberais subservientes ao imperialismo estadunidense"...
A Rede Globo de televisão impõe à infância de grande parte dos brasileiros ídolos como Xuxa Meneguel e Angélica.
Não. Não impõe. Ela tão somente sugere. Péssima sugestão, com certeza, mas é somente uma sugestão. Jamais vi pais presos pelo fato de seus filhos não estarem assistindo Xuxa ou Angélica.
Com o esvaziamento de tais figuras, a poderosa emissora busca novos atores para desempenhar o papel de orientadores comportamentais.
Exato.
O Big Brother, assim, exerce esse papel de colocar sob os holofotes novas imagens que possam direcionar o comportamento dos jovens do País, desviando-os de assuntos mais relevantes.
Se a intenção da Rede Globo é esta, eu não sei. Talvez seja.
A política do "pão e do circo" cai como uma luva nas mãos dos grupos oligárquicos dominantes.
Talvez para alguns, sim.
A elite não precisa do pão, porque assiste a Big Brother Brasil degustando um saboroso caviar.
De acordo com esta definição, eu não faço parte da elite.
O circo é o entretenimento diário. Milhões de votos por telefone e pela internet para a escolha do "emparedado", do líder da semana e do eliminado, o que recheia os bolsos da grande patrocinadora do besteirol e de seus anunciantes.
Se o povo está tão sem dinheiro, como podem fazer milhões de ligações pagas para uma bobajada destas? Se falta dinheiro para o pão, como os populares adoram alardear, como sobra dinheiro para se fazer uma ligação pedindo que fulano de tal seja eliminado? A conclusão não pode ser outra: para os holofotes, sempre está faltando dinheiro até para o pão, mas, na prática, sempre há "jeitinho" para coisas o "mé", cigarros, loteria e ligação para o BBB.
E assim correm pelo Brasil os comentários relacionados com as intrigas diárias promovidas pelos participantes do programa. A brasilidade exposta à exaustão com pitadas grotescas de alienação política e cultural - assuntos completamente esquecidos -, exaltação de atributos físicos, ganância, egoísmo, falsidade e manifestações racistas contra minorias.
Eu nem preciso assistir este programa para saber que todos estes fatores, exceto o último, aparecem em doses cavalares. Já o último, de manifestações racistas, não tenho como saber e não é pelo que diz este texto e nem perdendo meu tempo para assistir ao tal "programa" que irei saber.
E o fato, quer o Loredo se revire ou não com o que vou dizer, é que a cultura brasileira valoriza muito mesmo algumas destas coisas lamentáveis que o autor do texto está dizendo. Canso de ver a cultura brasileira cada vez indo mais ao buraco!
Ao observarmos o dia-dia da casa do BBB, a imagem de povo educado, receptivo e lutador se desmancham na conveniência de buscar meios fáceis de mudar a vida e nos métodos para a realização de tal intento.
Portanto, abrilhantar a jornada dos 12 ocupantes da casa, sob o argumento de luta para transpor as barreiras da vida e das armadilhas de seus adversários, é fazer apologia ao comodismo, ao egoísmo, à falsidade, à traição e à mentira – ainda mais que muitos que entram na casa não necessitam do prêmio de 1 milhão de dólares para continuar vivendo de forma confortável. O programa dá, sim, vazão a aproveitadores de plantão que vêem no enlatado um meio de se tornar um milionário ou no mínimo de aparecer em cadeia nacional.
Exato.
Ao invés de oferecer ao mais hábil manipulador um milhão de reais, a Rede Globo poderia repartir o montante entre milhares de brasileiros que sequer possui um aparelho de televisão para apreciar as lindas beldades selecionadas.
Muita gente que se diz "sem televisão" assiste na casa de quem tem.
Exato.
Ou então, no mínimo, a poderosa Rede Globo poderia optar por um formato educativo de reality show, com o recrutamento e seleção de jovens estudantes que, após uma maratona de provas de desempenho, poderiam ganhar bolsas escolares ou universitárias.
Não seria obrigação dela, muito embora fosse um bom serviço ao País.
Porém, é mais seguro deixar o povo brasileiro imerso na alienação profunda – o que assegurará a manutenção do poder dos grandes grupos oligárquicos – a fazê-lo pensar e refletir sobre a sua condição pessoal e de seu país.
Se isso assegurar essa manutenção de poder, o responsável por isso é a população.
Esses grupos dominantes esperam a disseminação desses aproveitadores de momento para que o egoísmo e o individualismo cada vez mais segreguem a população e, dessa forma, não haja possibilidade de um levante social ante a realidade imposta.
(*) Jornalista
Talvez alguns membros desses grupos, sim.
De qualquer forma, não considero seres humanos meros animais irracionais, de forma que são os responsáveis pela manutenção ou não desses grupos.
Si Pelé es rey, Maradona es D10S.
Ciertas cosas no tienen precio.
¿Dónde está el Hexa?
Retrato não romantizado sobre o Comun*smo no século XX.
A child, not a choice.
Quem Henry por último Henry melhor.
O grito liberalista em favor da prostituição já chegou à este fórum.
Lamentável...
O que vem de baixo, além de não me atingir, reforça ainda mais as minhas idéias.
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- Fernando Silva
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Re.: Pão circo e BBB.
Se as pessoas realmente quisessem bons programas, assistiriam em peso à TV Educativa e à TV Cultura.
Quem gosta de porcaria, vai procurar porcaria. E, se há procura, há oferta. A TVE e a TV Cultura só sobrevivem porque são financiadas pelo Estado.
Quem gosta de porcaria, vai procurar porcaria. E, se há procura, há oferta. A TVE e a TV Cultura só sobrevivem porque são financiadas pelo Estado.
Re: Re.: Pão circo e BBB.
Fernando Silva escreveu:Se as pessoas realmente quisessem bons programas, assistiriam em peso à TV Educativa e à TV Cultura.
Quem gosta de porcaria, vai procurar porcaria. E, se há procura, há oferta. A TVE e a TV Cultura só sobrevivem porque são financiadas pelo Estado.
Verdade... a realidade é essa.

E se houvesse alguma preocupação por parte da população com a cultura mesmo, as emissoras que só passam porcaria receberiam milhares de pedidos/dia por programas que valessem a pena. Coisa que não acontece.

Mas o caso é que a maioria nem sabe da existência de outra coisa além de programas de auditório, novelas...
E só pra constar, na TV aberta, além da TVE e da Cultura de SP, tem a TV Escola também com programas educativos muito bons.

Beijos
- Poindexter
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Re.: Pão circo e BBB.
Obrigado pela lembraça, penna! 

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- King In Crimson
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Re.: Pão circo e BBB.
Concordo com o Fernando.
Sempre digo que tem muito coisa ótima na TV.
Assiste porcaria quem quer.
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- user f.k.a. Cabeção
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- Contato:
Re: Re.: Pão circo e BBB.
Textinho medíocre, que usa de diversos chavões e faz acusações das quais ele mesmo é culpado.
O autor acusa a programação televisiva de fazer lavagem cerebral quando essa é justamente a intenção dele. Suprimir o direito que o consumidor tem de ser livre para escolher, para impor-lhe algo pré-definido por algum órgão de "controle de qualidade" que nada mais faz do que censura e reengenharia social.
Quando existe livre concorrência e liberdade de escolha, conceitos como imposição e lavagem cerebral perdem o sentido, a menos na mente de quem se sente prejudicado por tal liberdade, ou seja, aqueles que querem infiltrar suas ideologias perniciosas nos meios de divulgação.
E esse tipo de resmungo ainda aparece mesmo com a mídia tendo orientação majoritariamente de esquerda, veja só. Mas sempre exestirão os bolchevistas querendo ser mais bolchevistas que os outros.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem
Re: Re.: Pão circo e BBB.
Fernando Silva escreveu:Se as pessoas realmente quisessem bons programas, assistiriam em peso à TV Educativa e à TV Cultura.
Quem gosta de porcaria, vai procurar porcaria. E, se há procura, há oferta. A TVE e a TV Cultura só sobrevivem porque são financiadas pelo Estado.
Exatamente, Fernando. Por mais que eu veja muita porcaria também nas ditas cujas, já vi programas excelentes, principalmente nos canais universitários.
Re: Re.: Pão circo e BBB.
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Textinho medíocre, que usa de diversos chavões e faz acusações das quais ele mesmo é culpado.
O autor acusa a programação televisiva de fazer lavagem cerebral quando essa é justamente a intenção dele. Suprimir o direito que o consumidor tem de ser livre para escolher, para impor-lhe algo pré-definido por algum órgão de "controle de qualidade" que nada mais faz do que censura e reengenharia social.
Quando existe livre concorrência e liberdade de escolha, conceitos como imposição e lavagem cerebral perdem o sentido, a menos na mente de quem se sente prejudicado por tal liberdade, ou seja, aqueles que querem infiltrar suas ideologias perniciosas nos meios de divulgação.
E esse tipo de resmungo ainda aparece mesmo com a mídia tendo orientação majoritariamente de esquerda, veja só. Mas sempre exestirão os bolchevistas querendo ser mais bolchevistas que os outros.
Será mesmo, Vitor?
Eu ainda creio que você ignora um ponto importante na questão: a propaganda midiática é beeeeeeeeeem coerciva.
E eu realmente não creio que a "total liberdade de escolha" (coloco entre aspas pois "liberdade de escolha é um termo do qual discordo) leve necessariamente a um "bom gosto" por assim dizer. É só observarmos qual é a programação que o "americano médio" assiste. (se você não se referiu à melhora da qualidade em relação ao aumento de liberdade e concorrência, favor ignorar esta última frase)
Mas eu tenho uma opinião (e ela é bem pessoal), de que há uma atração natural àquilo que entrete mais facilmente, que não obriga a refletir, que é de fácil assimilação. Daí o fato dos medíocres tanto adorarem essas porcarias que nós comentamos.
Creio que o Estado mesmo poderia tentar fomentar uma ideologia de valorização cultural: propagandas subsidiadas para eventos de arte, literatura, teatro, etc.
Isso, obviamente, não se aplicaria a Estados pobres como o brasileiro. Eles têm outras "prioridades"...
Sabe, Vitor (e isso também se dirige ao Poindexter, com quem já levantei a questão anteriormente), creio que essa mediocridade crescente se refere a uma valorização negativa do "trabalho". O "trabalho" é colocado como punição, como pena ou como um meio para atingir determinado fim (no caso do sistema capitalista, o salário). Quem foge a isto? Quem vê o próprio trabalho como fim. Quem possui interesse genuíno em fazer algo de construtivo, em escrever, em construir.
Enfim, esse é um assunto que podemos explorar muito.
- Poindexter
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Re.: Pão circo e BBB.
Na boa, pessoal... de onde é que vocês tiram esses tais "bons programas" na TV aberta? Sei que há programas educativos na TVE (sem essa de TV Cultura pois ela não é aberta em todo o Brasil... onde vivo não é), só que há anos eu já nem tinha mais TV por simplesmente não encontrar nada na TV aberta que prestasse.
Canais universitários, Sama? Só se for aí no Rio... ao menos não tenho conhecimento de nenhum que eu possa assistir.
Voltei a ter TV há uns quatro anos atrás e ainda assim só porque era de graça (estavam se desfazendo dela) e, agora eu tenho TV à cabo e, mesmo assim, em geral é difícil achar bons programas... o que se dirá da TV aberta?
Canais universitários, Sama? Só se for aí no Rio... ao menos não tenho conhecimento de nenhum que eu possa assistir.
Voltei a ter TV há uns quatro anos atrás e ainda assim só porque era de graça (estavam se desfazendo dela) e, agora eu tenho TV à cabo e, mesmo assim, em geral é difícil achar bons programas... o que se dirá da TV aberta?
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Re.: Pão circo e BBB.
Rapaz, aqui em casa usamos Net e no "canal universitário", eu já presenciei grandes debates entre "dinossauros" da historiografia brasileira (alguns ídolos pessoais meus
) tratando de vários assuntos interessantíssimos.
(não lembro qual era o canal, mas creio que é na região "abaixo" da globo, entre a tv senado e a tv cultura...)

(não lembro qual era o canal, mas creio que é na região "abaixo" da globo, entre a tv senado e a tv cultura...)
- salgueiro
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Re: Re.: Pão circo e BBB.
Samael escreveu:Rapaz, aqui em casa usamos Net e no "canal universitário", eu já presenciei grandes debates entre "dinossauros" da historiografia brasileira (alguns ídolos pessoais meus) tratando de vários assuntos interessantíssimos.
(não lembro qual era o canal, mas creio que é na região "abaixo" da globo, entre a tv senado e a tv cultura...)
Canal 16
Bjs
Re.: Pão circo e BBB.
Valeu, Sal!
Beijão!
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- Poindexter
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- Registrado em: 18 Nov 2005, 12:59
Re: Re.: Pão circo e BBB.
Samael escreveu:Será mesmo, Vitor?
Eu ainda creio que você ignora um ponto importante na questão: a propaganda midiática é beeeeeeeeeem coerciva.
Como assim?
Você por acaso foi feito um zumbi comprar o chocolate Baton só por causa da propaganda do "compre Baton, compre Baton"? Eu, não.

Samael escreveu:E eu realmente não creio que a "total liberdade de escolha" (coloco entre aspas pois "liberdade de escolha é um termo do qual discordo) leve necessariamente a um "bom gosto" por assim dizer. É só observarmos qual é a programação que o "americano médio" assiste. (se você não se referiu à melhora da qualidade em relação ao aumento de liberdade e concorrência, favor ignorar esta última frase)
Esse "americano médio" assiste o que asiste porque quer, e decide o que comprar por vontade própria!
Samael escreveu:Mas eu tenho uma opinião (e ela é bem pessoal), de que há uma atração natural àquilo que entrete mais facilmente, que não obriga a refletir, que é de fácil assimilação. Daí o fato dos medíocres tanto adorarem essas porcarias que nós comentamos.
Eu não acho que exista esta atração natural para todos. Para mim, por exemplo, atrai mais o que é elaborado do que o simples.
Samael escreveu:Creio que o Estado mesmo poderia tentar fomentar uma ideologia de valorização cultural:
Concordo plenamente.
Samael escreveu: propagandas subsidiadas para eventos de arte, literatura, teatro, etc.
Discordo! Isso, aliás, já é feito hoje: dinheiro público promovendo comunismo disfarçado de "manifestação artística"...
Esta ideologia deveria ser fomentada de outra forma: com melhor Educação, com a volta do canto do Hino Nacional nas escolas, com o encarceramento de torcedores criminosos nos estádios, com a conscientização de que o ato de um altera a vida do outro... com o retorno do ensino de Moral e Cívica!
Samael escreveu:Isso, obviamente, não se aplicaria a Estados pobres como o brasileiro. Eles têm outras "prioridades"...
Sabe, Vitor (e isso também se dirige ao Poindexter, com quem já levantei a questão anteriormente), creio que essa mediocridade crescente se refere a uma valorização negativa do "trabalho". O "trabalho" é colocado como punição, como pena ou como um meio para atingir determinado fim (no caso do sistema capitalista, o salário). Quem foge a isto? Quem vê o próprio trabalho como fim. Quem possui interesse genuíno em fazer algo de construtivo, em escrever, em construir.
Enfim, esse é um assunto que podemos explorar muito.
Acho que tens parte de razão nisso aí, Samael, mas penso que isso aí já é uma das conseqüências intermediárias do processo... isso deve ter ocorrido por causa de algum problema anterior, também.
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Lamentável...
O que vem de baixo, além de não me atingir, reforça ainda mais as minhas idéias.
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Re: Re.: Pão circo e BBB.
Poindexter escreveu:Você por acaso foi feito um zumbi comprar o chocolate Baton só por causa da propaganda do "compre Baton, compre Baton"? Eu, não.![]()

Não exatamente, mas estilos de vida são vendidos. Pegue, por exemplo, esse pessoal que troca de carro anualmente. Qual é a lógica disto? Investir em algo que desvaloriza o tempo todo? Mas se vende a idéia de que aquilo é um símbolo de status. E quem pode compra.
Valendo lembrar, entretanto, que a grande maioria não consegue fazer essa crítica simples que nós estamos fazendo: se entopem de gordura porque um comercial dá água na boca e dão choques no estômago porque outro diz que isso emagrece.
Não descartemos o poder das mentalidades, Guilherme!
Poindexter escreveu:Esse "americano médio" assiste o que asiste porque quer, e decide o que comprar por vontade própria!
Exatamente! E por mais que eu valorize essa liberdade (eita palavra perigosa!), eu vejo que ela não é suficiente para, de uma maneira geral, melhorar a qualidade intelectual da população.
Poindexter escreveu:Eu não acho que exista esta atração natural para todos. Para mim, por exemplo, atrai mais o que é elaborado do que o simples.
Mas não será talvez por você já ter desenvolvido bem suas ideologias e seu intelecto? Essa dúvida paira sobre a minha mente...
Poindexter escreveu:Discordo totalmente! Isso, aliás, já é feito hoje: dinheiro público promovendo comunismo disfarçado de "manifestação artística"...
Esta ideologia deveria ser fomentada de outra forma: com melhor Educação, com a volta do canto do Hino Nacional nas escolas, com o encarceramento de torcedores criminosos nos estádios, com a conscientização de que o ato de um altera a vida do outro... com o retorno do ensino de Moral e Cívica!
Calma, Poindexter. Mesmo os comunistas, os socialistas, os anarquistas, entre outros, tem a liberdade de se expressar.

Esperemos que isso não seja com dinheiro público! Só não entendo por que é que não se pode expressar uma ideologia dessas mas se pode, por outro lado, se expressar ideologias nacionalistas, como a questão do hino.
Aliás, com exceção do hino, estamos de pleno acordo nas propostas. Não gosto do nacionalismo. Prefiro que as escolas tentem valorizar uma "consciência nacional" e um "humanismo geral" na mente das crianças, sem distinção de origem.
Poindexter escreveu:Acho que tens parte de razão nisso aí, Samael, mas penso que isso aí já é uma das conseqüências intermediárias do processo... isso deve ter ocorrido por causa de algum problema anterior, também.
É, o problema dessa minha idéia é que a mesma é um tanto quanto "abstrata" demais para lidar com a realidade empírica. Mas eu acho que ela se envolve muito com a nossa discussão. Os antigos "homens de ciência", "filósofos" ou "homens de letras", hoje são trabalhadores comuns que vêem naquilo apenas uma maneira de se sustentar. E esse, para mim, é um processo anterior ao advento capitalista. Morre, aos poucos, aquela coisa do trabalho enquanto realização artesanal.
Mas, obviamente, esse é um assunto que envolve inúmeras outras variantes.
- user f.k.a. Cabeção
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Samael escreveu:
Eu ainda creio que você ignora um ponto importante na questão: a propaganda midiática é beeeeeeeeeem coerciva.
Em que sentido você pode afirmar isso? Alguma vez a propaganda apontou uma arma para sua cabeça e forçou você a comprar alguma coisa?
Creio que não. Mesmo que você tenha sido levado por "ondas", que tenha adentrado em "modas", que tenha sido seduzido por produtos que não precisava, você só comprou o que optou comprar.
É interessante você ter mencionado isso, pois recentemente, o ministério público obrigou o McDondald's a vender suas bugigangas e brindes que acompanham o McLanche Feliz separadamente.
A alegação era a de que muitos pais eram "obrigados pelos filhos a comprar o lanche apenas em função do brinde".
Isso é uma violação da livre-empresa, é uma medida parcial, pois outras empresas que oferecem brindes não foram sujeitadas a determinações análogas e punitiva quando nenhuma transgressão foi feita a não a de certos pais que não dão limites a seus filhos.
Engraçado como os inimigos do marketing benéfico, daquele produzido pela livre empresa num ambiente de livre escolha, são os mesmos que noutros tempos arquitetaram a mais pérfida máquina de propaganda da História.
Samael escreveu:
E eu realmente não creio que a "total liberdade de escolha" (coloco entre aspas pois "liberdade de escolha é um termo do qual discordo) leve necessariamente a um "bom gosto" por assim dizer. É só observarmos qual é a programação que o "americano médio" assiste. (se você não se referiu à melhora da qualidade em relação ao aumento de liberdade e concorrência, favor ignorar esta última frase)
Samael,
Eu penso que se o tal "bom gosto" não se vender por si próprio, não resistir ao tempo ou não encontrar público a não ser por métodos meramente reeducativos, ele não pode ser chamado de "bom gosto".
Ou seja, eu sou de opinião exatamente oposta à sua. Acho que num ambiente livre de influências, só o que é fundamentalmente bom pode durar. Modismos de qualidade duvidosa podem surgir, e entreter por um certo tempo, sem problemas.
O que eu acho absurdo é tentar formatar noções como gosto, baseando-se em critérios pessoais. Não que eu ache que toda arte é igualmente válida, não acho, mas interferir na aceitação só funcionará para sustentar as formas inválidas.
Samael escreveu:
Mas eu tenho uma opinião (e ela é bem pessoal), de que há uma atração natural àquilo que entrete mais facilmente, que não obriga a refletir, que é de fácil assimilação. Daí o fato dos medíocres tanto adorarem essas porcarias que nós comentamos.
Eu tenho a opinião pessoal de que esse tipo de crítica é presunção disfarçada.
Por que diabos às pessoas deveriam ser obrigadas a escolher entretenimentos culturais, se não é da vontade delas? Não têm as pessoas o direito de escolher com o que se divertir, sem prejudicar outras pessoas, se são elas que pagam por essa diversão?
Engraçado ver auto intitulados liberalistas defendendo a imposição de "valores culturais elevados", que na verdade nada mais são do que filmes iranianos com crianças sem chinelo ou segredos de Brokeback Mountains diversos...
A intelligentzia precisa se reproduzir, e em geral eles não podem ter filhos (questões biológicas, legais e morais os impedem), logo, precisam da coerção cultural (aqui sim, coerção) para produzir novos intelligentzinhos.
O que você precisa perceber, Sama, é que a coerção só existirá quando o direito de escolha for suprimido. Ninguém obrigará você a ouvir bonde do Tigrão, e caso seu vizinho o faça, você sempre pode recorrer a polícia ou a um isolamento acústico na sua propriedade.
Samael escreveu:
Creio que o Estado mesmo poderia tentar fomentar uma ideologia de valorização cultural: propagandas subsidiadas para eventos de arte, literatura, teatro, etc.
Já faz.
A Embrafilmes é um exemplo disso. O imposto que nós pagamos vai direto para Josés Mojicas filmarem suas tranqueiras que não poderiam sobreviver num sistema de mercado, pois não agradam ao público.
A Petrobrás também financia projetos culturais questionáveis.
É difícil decidir o que é arte, Samael. Um Estado mecenas acaba financiando atrocidades e aberrações que ninguém, exceto meia dúzia de intelectuais gosta, usando dinheiro do povo. Ou, por que essas porcarias financiadas seriam arte, e o Big Brother não?
O que acaba ocorrendo é um corporativismo, com os intelectualóides que controlam a verba estatal financiam outros intelectualóides, que acabam por financiá-los, numa espécie de troca de favores com o dinheiro público.
Um exemplo disso é a estipulação de cotas para o cinema nacional nas salas de exibição. Os donos dessas salas, que já amargam prejuízos pelo fraco mercado atual de cinema, ainda são obrigados a exibir essas porcarias que ninguém vê, salvo raras exceções, em nome da "cultura nacional" e da conta bancária desses aproveitadores.
Samael escreveu:
Sabe, Vitor (e isso também se dirige ao Poindexter, com quem já levantei a questão anteriormente), creio que essa mediocridade crescente se refere a uma valorização negativa do "trabalho". O "trabalho" é colocado como punição, como pena ou como um meio para atingir determinado fim (no caso do sistema capitalista, o salário). Quem foge a isto? Quem vê o próprio trabalho como fim. Quem possui interesse genuíno em fazer algo de construtivo, em escrever, em construir.
Eu não vejo mediocridade nenhuma crescente.
Eu acho que sempre houve quem gostasse e quem não gostasse de trabalhar. O segundo grupo sempre foi maioria.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem
Oi Vitor.
Vitor, eu não coloquei em xeque a existência da livre-empresa. Concordo contigo que essa liberdade é essencial e totalmente moral segundo nossos valores.
A minha crítica foi o fato de haver quase uma "coerção passiva" sobre quem compra.
Quer um exemplo? Indústria musical.
Quem tem contatos ou tem dinheiro, tem condições de colocar sus músicas a tocar e a lançar álbuns, e é posteriormente a isso que se "convence" que determinado artista é bom. Nem preciso mencionar essas porcarias do mundo pop que abundam por aí. A última dessa indústria foi esse horrendo "James Blunt" que, sendo um ilustre desconhecido a princípio, surgiu de uma hora para outra e é tocado em toda bendita rádio. Além de ter propaganda massiva nos comerciais.
Como você vê, eu não acho que a "vontade da maioria" determine sempre o mercado. E essa, creio eu, é uma discordância nossa.
E em quê eu discordei de você, rapaz?
Mas esses métodos "meramente reeducativos" são postos em prática constantemente, mesmo que pelo capital privado.
Ah, sim. Há uma discordância entre nós nesse trecho sim: eu não acho que o que é intrínsecamente bom (até porque eu acho que NADA é intrínsecamente bom) irá durar indeterminadamente "vendendo a si próprio".
Creio que aquilo que "é bom" seja "considerado bom" a partir de alguma ideologia ou mentalidade proveniente de determinada época. Ou seja, uma construção histórica com duração indefinida.
A minha crítica fundamental é que há uma "mania" na indústria privada de vender em maior escala o que é simples, o que não aprofunda ideologias, o que é superficial, o "politicamente correto".
Desculpe a presunção, creio que temos o mesmo "vício", Vitor. E, pô, o cinema iraniano é maravilhoso.
Rapaz, nossas concepções de realidade são muito divergentes. Acho que daí vem essa sensação que eu tenho de que nossos debates "andam em círculos".
Eu não defendi a imposição de nada, Vitor. Defendi a construção de uma ideologia cultural que leve àquilo que eu considere "mais elevado". Até porque eu considero que exista, da mesma forma, uma ideologia cultural superficial por parte de determinado ramo da indústria privada que diminui muito qualquer chance de valorização de outros ideários quaisquer.
Enfim, essa questão se remete à nossa diferença de visão do que venha a ser o mercado. E eu creio que já sei qual vai ser sua resposta...
Novamente, outra questão que remete às nossas concepções de mercado e de propaganda. Eu, como bom materialista de base marxista, creio que é o meio que incide sobre o indivíduo quase que determinando seus gostos pessoais.
Acho que realmente existe muita tranqueira no cinema nacional, mas que existe também muita coisa excelente. E se eu acho que a indústria privada pode fomentar determinada ideologia, a indústria pública também pode.
E o Odeon costuma encher bastante, rapaz...acho que essa "inteligentsia" anda se reproduzindo.
Eu acho que discordo dessa posição. Não considero a "preguiça" uma característica imanentes a certos seres, mas sim, uma construção humana, como várias outras.
E acho que, mesmo que você esteja certo e que existam certas pessoas que "naturalmente" não gostam de trabalhar, essas também devem ser afetadas pela "ideologia positiva do trabalho", que eu tanto defendo.
Abraço, Vitor.
Em que sentido você pode afirmar isso? Alguma vez a propaganda apontou uma arma para sua cabeça e forçou você a comprar alguma coisa?
Creio que não. Mesmo que você tenha sido levado por "ondas", que tenha adentrado em "modas", que tenha sido seduzido por produtos que não precisava, você só comprou o que optou comprar.
É interessante você ter mencionado isso, pois recentemente, o ministério público obrigou o McDondald's a vender suas bugigangas e brindes que acompanham o McLanche Feliz separadamente.
A alegação era a de que muitos pais eram "obrigados pelos filhos a comprar o lanche apenas em função do brinde".
Isso é uma violação da livre-empresa, é uma medida parcial, pois outras empresas que oferecem brindes não foram sujeitadas a determinações análogas e punitiva quando nenhuma transgressão foi feita a não a de certos pais que não dão limites a seus filhos.
Engraçado como os inimigos do marketing benéfico, daquele produzido pela livre empresa num ambiente de livre escolha, são os mesmos que noutros tempos arquitetaram a mais pérfida máquina de propaganda da História.
Vitor, eu não coloquei em xeque a existência da livre-empresa. Concordo contigo que essa liberdade é essencial e totalmente moral segundo nossos valores.
A minha crítica foi o fato de haver quase uma "coerção passiva" sobre quem compra.
Quer um exemplo? Indústria musical.
Quem tem contatos ou tem dinheiro, tem condições de colocar sus músicas a tocar e a lançar álbuns, e é posteriormente a isso que se "convence" que determinado artista é bom. Nem preciso mencionar essas porcarias do mundo pop que abundam por aí. A última dessa indústria foi esse horrendo "James Blunt" que, sendo um ilustre desconhecido a princípio, surgiu de uma hora para outra e é tocado em toda bendita rádio. Além de ter propaganda massiva nos comerciais.
Como você vê, eu não acho que a "vontade da maioria" determine sempre o mercado. E essa, creio eu, é uma discordância nossa.
Samael,
Eu penso que se o tal "bom gosto" não se vender por si próprio, não resistir ao tempo ou não encontrar público a não ser por métodos meramente reeducativos, ele não pode ser chamado de "bom gosto".
Ou seja, eu sou de opinião exatamente oposta à sua. Acho que num ambiente livre de influências, só o que é fundamentalmente bom pode durar. Modismos de qualidade duvidosa podem surgir, e entreter por um certo tempo, sem problemas.
O que eu acho absurdo é tentar formatar noções como gosto, baseando-se em critérios pessoais. Não que eu ache que toda arte é igualmente válida, não acho, mas interferir na aceitação só funcionará para sustentar as formas inválidas.
E em quê eu discordei de você, rapaz?
Mas esses métodos "meramente reeducativos" são postos em prática constantemente, mesmo que pelo capital privado.
Ah, sim. Há uma discordância entre nós nesse trecho sim: eu não acho que o que é intrínsecamente bom (até porque eu acho que NADA é intrínsecamente bom) irá durar indeterminadamente "vendendo a si próprio".
Creio que aquilo que "é bom" seja "considerado bom" a partir de alguma ideologia ou mentalidade proveniente de determinada época. Ou seja, uma construção histórica com duração indefinida.
A minha crítica fundamental é que há uma "mania" na indústria privada de vender em maior escala o que é simples, o que não aprofunda ideologias, o que é superficial, o "politicamente correto".
Eu tenho a opinião pessoal de que esse tipo de crítica é presunção disfarçada.
Por que diabos às pessoas deveriam ser obrigadas a escolher entretenimentos culturais, se não é da vontade delas? Não têm as pessoas o direito de escolher com o que se divertir, sem prejudicar outras pessoas, se são elas que pagam por essa diversão?
Engraçado ver auto intitulados liberalistas defendendo a imposição de "valores culturais elevados", que na verdade nada mais são do que filmes iranianos com crianças sem chinelo ou segredos de Brokeback Mountains diversos...
A intelligentzia precisa se reproduzir, e em geral eles não podem ter filhos (questões biológicas, legais e morais os impedem), logo, precisam da coerção cultural (aqui sim, coerção) para produzir novos intelligentzinhos.
O que você precisa perceber, Sama, é que a coerção só existirá quando o direito de escolha for suprimido. Ninguém obrigará você a ouvir bonde do Tigrão, e caso seu vizinho o faça, você sempre pode recorrer a polícia ou a um isolamento acústico na sua propriedade.

Desculpe a presunção, creio que temos o mesmo "vício", Vitor. E, pô, o cinema iraniano é maravilhoso.

Rapaz, nossas concepções de realidade são muito divergentes. Acho que daí vem essa sensação que eu tenho de que nossos debates "andam em círculos".
Eu não defendi a imposição de nada, Vitor. Defendi a construção de uma ideologia cultural que leve àquilo que eu considere "mais elevado". Até porque eu considero que exista, da mesma forma, uma ideologia cultural superficial por parte de determinado ramo da indústria privada que diminui muito qualquer chance de valorização de outros ideários quaisquer.
Enfim, essa questão se remete à nossa diferença de visão do que venha a ser o mercado. E eu creio que já sei qual vai ser sua resposta...
Já faz.
A Embrafilmes é um exemplo disso. O imposto que nós pagamos vai direto para Josés Mojicas filmarem suas tranqueiras que não poderiam sobreviver num sistema de mercado, pois não agradam ao público.
A Petrobrás também financia projetos culturais questionáveis.
É difícil decidir o que é arte, Samael. Um Estado mecenas acaba financiando atrocidades e aberrações que ninguém, exceto meia dúzia de intelectuais gosta, usando dinheiro do povo. Ou, por que essas porcarias financiadas seriam arte, e o Big Brother não?
O que acaba ocorrendo é um corporativismo, com os intelectualóides que controlam a verba estatal financiam outros intelectualóides, que acabam por financiá-los, numa espécie de troca de favores com o dinheiro público.
Um exemplo disso é a estipulação de cotas para o cinema nacional nas salas de exibição. Os donos dessas salas, que já amargam prejuízos pelo fraco mercado atual de cinema, ainda são obrigados a exibir essas porcarias que ninguém vê, salvo raras exceções, em nome da "cultura nacional" e da conta bancária desses aproveitadores.
Novamente, outra questão que remete às nossas concepções de mercado e de propaganda. Eu, como bom materialista de base marxista, creio que é o meio que incide sobre o indivíduo quase que determinando seus gostos pessoais.
Acho que realmente existe muita tranqueira no cinema nacional, mas que existe também muita coisa excelente. E se eu acho que a indústria privada pode fomentar determinada ideologia, a indústria pública também pode.
E o Odeon costuma encher bastante, rapaz...acho que essa "inteligentsia" anda se reproduzindo.
Eu não vejo mediocridade nenhuma crescente.
Eu acho que sempre houve quem gostasse e quem não gostasse de trabalhar. O segundo grupo sempre foi maioria.
Eu acho que discordo dessa posição. Não considero a "preguiça" uma característica imanentes a certos seres, mas sim, uma construção humana, como várias outras.
E acho que, mesmo que você esteja certo e que existam certas pessoas que "naturalmente" não gostam de trabalhar, essas também devem ser afetadas pela "ideologia positiva do trabalho", que eu tanto defendo.
Abraço, Vitor.