TRABALHO ULTRA-SECRETO

[Luis Dantas]

Serve bem para muitas pessoas expressarem e viverem seus conteúdos simbólicos. No fundo é uma religião como qualquer outra.

Seria interessante uma classificação desse seu ponto de vista.

Religiões como todas as outras:
Wicca, Catolicismo, Shintoísmo, ...

Religiões pérfidas:
Espiritismo, Kardecismo, Doutrina Espírita, ...

Não é nada realmente novo, mas já que você pede:

religiões legítimas são as que procuram ensinar seus praticantes a adquirir um certo grau de auto-aceitação e a partir daí contribuir para com a sociedade e formar valores morais razoáveis;

religiões degeneradas, se é que merecem ser chamadas de religiões, são as que não tem inclinação a querer ver o quadro geral e se concentram apenas em "resolver o problema" do praticante em si.

Não é exatamente uma questão de qual denominação ou doutrina se segue, porque a religião não é formada apenas pela doutrina escrita; cada pessoa pratica de sua própria forma (mesmo que possa em muitos casos ser uma forma superficial ou imitativa). Mas definitivamente algumas doutrinas são mais fáceis de implementar em forma construtiva do que outras. A Thelema e o Satanismo são confessadamente "sacanas", por isso não as considero legítimas. O Espiritismo é em alguns sentidos muito pior do que ambas, porque tem uma doutrina ambígua que faz com que muitos sejam egocêntricos sem se dar conta, e encoraja neles a postura hipócrita e arrogante que é tão fácil encontrar no meio kardecista. O mesmo eu digo do movimento do Rajneesh, por motivos até certo ponto parecidos.

Há movimentos hipócritas e egocêntricos dentro das religiões mais tradicionais, mas essas são distorções da doutrina - algo que sempre acaba por acontecer e ser corrigido de uma ou outra forma, a não ser que contamine o cerne da doutrina inteira. Eu não considero religiões animistas como a Umbanda e o Candomblé tão nocivas quanto o kardecismo, porque são pelo menos honestas a seu próprio respeito; não tem a pretensão de ser a "terceira revelação" ou "o futuro das religiões", nem costumam usar a idéia de reencarnação de forma tão interesseira.

[Flavio Costa]

Não é exatamente uma questão de qual denominação ou doutrina se segue, porque a religião não é formada apenas pela doutrina escrita; cada pessoa pratica de sua própria forma (mesmo que possa em muitos casos ser uma forma superficial ou imitativa).

É bom vê-lo reafirmar isso, que a identificação de uma pessoa com uma religião não é, em si, critério para desaboná-la, por pior que a religião seja. A religião é uma construção teórica e a implementação dela na mente das pessoas varia enormemente de indivíduo para indivíduo.

Acho que toda religião, assim como toda ideologia, tem seus riscos. No caso do Espiritismo, por exemplo, seria a pessoa perder noção de efemeridade, individual e doutrinária, e na dificuldade em reconhecer os dogmas disfarçados. Do Protestantismo a intolerância com quem pensa diferente e uma enorme preguiça de aplicar senso crítico às próprias crenças. Do Islamismo, o radicalismo político e o apelo à violência, muitas vezes justificada como jihad. Do Budismo, a arrogância intelectual e o afastamento das trivialidades da existência através de um falso dualismo, falsa superioridade. E assim por diante.

Eu não considero religiões animistas como a Umbanda e o Candomblé tão nocivas quanto o kardecismo, porque são pelo menos honestas a seu próprio respeito;

Como disse recentemente, pelo menos os Umbandistas não acham que estão fazendo ciência.

[Luis Dantas]

De acordo, só não entendi essa questão de falso dualismo. Dualismo não tem muito a ver com o Buddhadhamma, não acha? Aliás, foi você quem mais me enfatizou esse ponto.

[Flavio Costa]

De acordo, só não entendi essa questão de falso dualismo. Dualismo não tem muito a ver com o Buddhadhamma, não acha? Aliás, foi você quem mais me enfatizou esse ponto.

Não faz parte e a armadilha é justamente agir como se fizesse. Como classificar as pessoas entre boas e más, as atitudes em puras e impuras, os conceitos entre libertadores e aprisionantes.

Não que tudo tenha o mesmo mérito, mas a realidade é multifacetada e não se presta bem a essas dicotomias. Poucos admitiriam, mas muitos podem evitar ou condenar diversas coisas em função de enquadrá-las nessas categorias estanques, sendo que em essência elas não são distintas daquilo que condenam.

[Tranca]

Ninguém entrará para a administração, o que farão, os escolhidos, será um pequeno trabalho voluntário que ajudará o foro.

O trabalho ultra-secreto acabou de perder o status de ultra-secreto.

Não deixe a guarda aberta.

Você já sabe qual será o trabalho?

Não.

Porém, sei que é um pequeno trabalho voluntário que não envolve poderes de administração*, cujos escolhidos devem dominar o idioma inglês.

* Para a tristeza ou alegria de alguns, segundo murmúrios ao longo do tópico.

[Miguelito]

Eu domino as duas linguas, mas não estou interessado na oferta do Rapha... pois temo segundas intenções...

[rapha...]

Eu domino as duas linguas, mas não estou interessado na oferta do Rapha... pois temo segundas intenções...

Portugueses estão sumariamente fora do trabalho.

[Tranca]

Esqueci de dizer. Domino muito bem o idioma falado por Goethe e pelo Dr. Fritz quando encarnado (já que depois que este partiu para o mundo espiritual e incorporava o Zé Arigó, o médico alemão se comunicava por meio do idioma "mineiro" e quando incorporava Edson Queiroz ou Rubens de Faria ele falava, respectivamente, os idiomas "recifense" e "paulistano-macarrônico-do-Bexiga").

Exemplo:

Azsgutzkahemm, aszaftzardhem und aszferidziddem. Undzhemorroidzdohem.

Tradução:

As gotas caem, as aftas ardem e as feridas idem. E as hemorróidas dóem.

[Luis Dantas]

Se esse trabalho envolve poderes de administração, automaticamente haverá suspeitas no ar, não importa quem seja escolhido no final.