Ensino e fecundidade.

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spink
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Ensino e fecundidade.

Mensagem por spink »

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opinia ... 200602.htm


ENSINO E FECUNDIDADE

O aumento da escolaridade entre as mulheres é o modo mais eficaz de controlar a fecundidade e a mortalidade infantil. Tal truísmo foi posto em cifras pelo IBGE na "Síntese de Indicadores Sociais -2005" publicada nesta semana.
Em 2004, a probabilidade de uma mulher com oito anos ou mais de estudo optar por um terceiro filho era de pouco mais de 50%. Já para uma mulher com até três anos de estudo, essa probabilidade subia a 90%.
Algo semelhante ocorre na mortalidade infantil: a taxa de mortalidade entre crianças com até 1 ano de idade cujas mães tinham oito anos ou mais de estudo era, nas regiões Sudeste e Sul, de 14 para cada mil nascidos vivos. Entre as crianças com mães que estudaram por até três anos, no Nordeste, a taxa supera 53.
Ampliar o acesso das mulheres à educação é, pois, um imperativo. Como mostram os números do IBGE, a tendência é que passem espontaneamente a ter menos filhos tão logo lhes sejam apresentadas melhores condições de informação -ou, em outros termos, tão logo possam de fato exercer o livre-arbítrio.
Oferecer diretamente às famílias informações e meios para evitar filhos -se este for o seu desejo- é sem dúvida uma função que o Estado deve desempenhar. Programas sociais como o Bolsa-Família, ao aproximar os mais pobres do poder público, criam boas oportunidades para esse tipo de atuação.
Mas o melhor caminho continua a ser o da universalização efetiva do ensino público. Informações sobre cuidados básicos nos primeiros meses de vida da criança, sobre métodos de contracepção e sobre como evitar doenças sexualmente transmissíveis tendem a ser mais bem assimiladas por aqueles com maior bagagem educacional. Campanhas de conscientização por certo têm um papel a cumprir, mas nem se comparam à efetividade de um ensino público sólido e continuado.
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).

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