- Crentes frequentemente se arrogam da glória de pertencerem à seita que melhor entende as santas escrituras, no entanto eles nem tem santas escrituras, tem traduções das mesmas, será que estas traduções são tão confiáveis assim?
- Vejamos um texto tirado de um site apologético:
O NOVO TEXTO GREGO NORMATIVO
Da narrativa precedente o leitor tem podido apreciar como, durante os quatorze séculos em que o Novo Testamento foi transmitido em cópias manuscritas, chegaram a ocorrer em seu texto numerosas mudanças. Dos aproximadamente 5.000 manuscritos gregos do Novo Testamento conhecidos hoje, não existem sequer dois que coincidam em todos os seus detalhes. Ao serem confrontados com esta massa de leituras conflitantes, os editores têm de decidir quais variantes merecem ser incluídas no texto como originais, e quais devem ser colocadas no aparato crítico ao pé da página. Apesar da tarefa de restauração parecer impossível de ser realizada, à primeira vista, por causa das milhares de variantes de leitura envolvidas na decisão, os eruditos têm conseguido desenvolver certos critérios de avaliação que hoje são geralmente aceitos. Tais considerações dependem de probabilidades, como se poderá verificar mais adiante. Em certas ocasiões, o crítico textual deverá pesar um conjunto dessas probabilidades, um contra o outro. Além disto, é preciso advertir que, apesar dos critérios que seguem a continuação terem sido desenvolvidos de forma metódica, ninguém pode pressupor que uma aplicação meramente mecânica ou estereotipada resolverá sempre o problema. As categorias e a complexidade dos dados textuais são tantas, que nenhum sistema de preceitos, por meticuloso que seja, poderá ser jamais aplicado com precisão matemática. Cada uma das variantes textuais deve ser considerada individualmente e não julgada conforme regras fixas. Com esta advertência em mente, o leitor poderá observar que os delineamentos gerais dos critérios são propostos somente como uma conveniente descrição das considerações mais importantes que a Crítica Textual contemporânea teve em mente ao selecionar as variantes textuais.
DELINEAMENTOS DO TEXTO NORMATIVO
Categorias de avaliação:
1. EVIDÊNCIAS EXTERNAS é toda informação textual que tenha a ver com os próprios manuscritos.
2.EVIDÊNCIAS INTERNAS A evidência interna está ligada a dois tipos de considerações: A. Aquelas relativas às probabilidades relacionadas com os hábitos dos escribas, B. Aquelas concernentes às probabilidades relacionadas com o estilo do autor.
NORMAS PARA O ESTABELECIMENTO DO TEXTO NORMATIVO
[center]Evidências Externas[/center]
As considerações que envolvem as evidências externas, dependem de:
1. Data e caráter do manuscrito. Em geral, os manuscritos mais antigos se encontram menos propensos a erros produzidos pela repetição de cópias. Sem dúvida, de maior importância que a antigüidade do próprio documento é a antigüidade e o caráter do tipo de texto que representa, assim como o esmero do copista ao produzir o manuscrito.
2. A relação genealógica de textos e "famílias" dos manuscritos. A quantidade de manuscritos como respaldo de uma variante textual não prova necessariamente sua superioridade sobre essa variante. Por exemplo, se numa oração específica a leitura "y" está respaldada por vinte manuscritos e a leitura "x" por apenas um manuscrito, o respaldo numérico que favorece "y" não serve de muito se for comprovado que os vinte manuscritos são cópias provenientes de um só original que já não existe, cujo escriba introduziu em princípio essa variante particular. Nesse caso, a comparação deverá ser feita entre o manuscrito que contém a leitura "x" e o único manuscrito antepassado dos vinte que contêm a leitura "y".
3. Os manuscritos têm de ser pesados e não contados. Isto é, o princípio enunciado no parágrafo anterior necessita ser elaborado: aqueles manuscritos que são considerados geralmente fiéis em casos específicos, devem ser considerados predominantes nos casos onde os problemas textuais são ambíguos e sua solução incerta. Ao mesmo tempo, entretanto, porque o peso relativo das várias classes de evidências difere das distintas classes de variantes, não deve ser realizada uma simples avaliação mecânica das evidências.
[center]Evidências internas[/center]
A evidência interna envolve duas classes de probabilidades:
1. As probabilidades de transcrição que dependem dos hábitos dos escribas, e das condições paleográficas dos manuscritos:
1.1 Em geral, a leitura mais difícil é preferida, particularmente quando o sentido se mostra errôneo na superfície, porém, em posteriores considerações, prova ser correto. (Aqui, a expressão "mais difícil" significa aquilo que deveria ter sido mais difícil para o escriba, o qual podia ter-se sentido tentado a fazer uma emenda. A maioria das emendas feitas pelos escribas demonstram uma grande superficialidade, combinando a miúde a aparência de melhorar o texto com a ausência de sua realidade [Westcott e Hort]. Obviamente, a categoria "leitura mais difícil" é relativa, e em certas oportunidades se chega a um ponto onde a leitura analisada é tão difícil, que só pode ter surgido por um acidente de transcrição).
1.2. Em geral, a leitura mais curta é preferida, exceto quando: a. Pudesse ocorrer que o olho do copista passasse inadvertidamente de uma palavra para outra por ter uma ordem similar de letras; ou onde b. O escriba pudesse haver omitido material por considerá-lo (1) superficial, (2) tosco, (3) contrário às crenças piedosas, usos litúrgicos ou práticas ascéticas.
1.3. Desde que a tendência dos escribas era, com freqüência, colocar as passagens divergentes em harmonia umas com as outras, em passagens paralelas (nas citações do Antigo Testamento ou em distintas narrativas de um mesmo evento nos Evangelhos), se prefere a leitura que envolve dissidência verbal àquela que é verbalmente concordante.
1.4. Em algumas oportunidades, os escribas:
a) Substituíam uma palavra pouco comum por um sinônimo mais familiar;
b) Alteravam uma forma gramatical tosca ou uma expressão lexicográfica pouco elegante de acordo com as suas preferências de expressão contemporâneas;
c) Acrescentavam pronomes, conjunções e expletivos com a finalidade de "suavizar" o texto.
2. Probabilidades intrínsecas dependentes de considerações a respeito do que o autor pode ter escrito. Nestes casos, o crítico textual leva em conta:
2.1 Em geral: o estilo e vocabulário do autor em todo o livro; o contexto imediato; e a harmonia com o estilo do autor em outras partes;
2.2 Nos Evangelhos: o transfondo do aramaico nos ensinos de Jesus; a prioridade do Evangelho segundo Marcos; e a influência da comunidade cristã sobre a formulação e transmissão da passagem respectiva. É óbvio que nem todos estes critérios são aplicados em cada caso. O crítico textual deve reconhecer quando é necessário dar maior consideração a uma classe de evidência e menos a outra. Visto que a crítica textual é uma arte do tempo mais que uma ciência, é inevitável que em alguns casos os eruditos cheguem a distintas avaliações sobre o significado das evidências. Estas divergências se tornam quase inevitáveis, quando, como às vezes sucede, as evidências estão tão divididas que, por exemplo, a leitura mais difícil é achada nos manuscritos mais recentes, ou a leitura mais longa é achada somente nos manuscritos mais antigos.
FONTE:http://www.labiblia.org/restauracion_pt.htm
Abraços,
O que é uma Tradução da Bíblia
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Re.: O que é uma Tradução da Bíblia
O hebraico escrito não tem vogais, o que requer que o leitor deduza quais são a partir do contexto.
Por exemplo, MLK pode ser "melech" (rei) ou "Moloch" (o deus que exigia sacrifícios humanos).
Ler a Torah, para os judeus, é um exercício de interpretação e eles admitem isto.
Além disto, tentar traduzir um texto de uma cultura desaparecida envolve o risco de erros por desconhecermos o contexto cultural daquele povo e daquela época.
Há muitas referências, por exemplo, que não estão claras, mas que pressupõem que os leitores saibam do que o escritor está falando. Nós, entretanto, milhares de anos depois, não sabemos. Um bom exemplo é a referência a Lilith em Isaías. Tanto na Bíblia como em vários textos antigos, ela é mencionada sem maiores explicações, que certamente não eram necessárias na época.
Os crentes, entretanto, se arrogam o direito de achar que a mensagem de "Deus" sobreviveu intacta a todos esses perigos e mal-entendidos e que a mensagem de uma tribo nômade da Idade do Bronze pode ser entendida por habitantes de metrópolis do século 21, quando o mais provável é que, durante a transmissão oral durante séculos (ou milênios) até que os textos tenham sido registrados por escrito, a partir do século 8 a.C., muitas distorções tenham ocorrido devido ao mau entendimento de uma geração para a outra, de uma sociedade nômade para uma urbana e vice-versa. Cada geração interpretou da maneira que podia o que recebeu da anterior (ou seja, distorceu) e o mesmo aconteceu na geração seguinte.
É claro que algumas histórias são tão universais, tão humanas, que mantêm a força até hoje, mas a mensagem de "Deus" não é humana. É incompreensível, por princípio. Distorcida, fica mais incompreensível ainda.
Por exemplo, MLK pode ser "melech" (rei) ou "Moloch" (o deus que exigia sacrifícios humanos).
Ler a Torah, para os judeus, é um exercício de interpretação e eles admitem isto.
Além disto, tentar traduzir um texto de uma cultura desaparecida envolve o risco de erros por desconhecermos o contexto cultural daquele povo e daquela época.
Há muitas referências, por exemplo, que não estão claras, mas que pressupõem que os leitores saibam do que o escritor está falando. Nós, entretanto, milhares de anos depois, não sabemos. Um bom exemplo é a referência a Lilith em Isaías. Tanto na Bíblia como em vários textos antigos, ela é mencionada sem maiores explicações, que certamente não eram necessárias na época.
Os crentes, entretanto, se arrogam o direito de achar que a mensagem de "Deus" sobreviveu intacta a todos esses perigos e mal-entendidos e que a mensagem de uma tribo nômade da Idade do Bronze pode ser entendida por habitantes de metrópolis do século 21, quando o mais provável é que, durante a transmissão oral durante séculos (ou milênios) até que os textos tenham sido registrados por escrito, a partir do século 8 a.C., muitas distorções tenham ocorrido devido ao mau entendimento de uma geração para a outra, de uma sociedade nômade para uma urbana e vice-versa. Cada geração interpretou da maneira que podia o que recebeu da anterior (ou seja, distorceu) e o mesmo aconteceu na geração seguinte.
É claro que algumas histórias são tão universais, tão humanas, que mantêm a força até hoje, mas a mensagem de "Deus" não é humana. É incompreensível, por princípio. Distorcida, fica mais incompreensível ainda.