A questão da ética com os animais

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Flavio Costa
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Mensagem por Flavio Costa »

Dante, the Wicked escreveu:Agora, qual a opção que temos além de comer animais? Uma alimentação totalmente baseada em vegetais? Só que plantações precisam de agrotóxicos que matam animais.

Por isso que eu digo que é impraticável viver sem matar e qualquer atitude nesse sentido é lucro.
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- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
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- Luis Inácio, 20/10/2006

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Ayyavazhi
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Re: Re.: A questão da ética com os animais

Mensagem por Ayyavazhi »

O ENCOSTO escreveu:
Avatar escreveu:
Clara, eu nunca equiparei a vida de um humano a de um animal. Tantas vezes já disse, neste fórum, que em uma situação inevitável, daria preferência à vida humana. No famoso episódio do acidente nos andes (em 1972, se não me engano) os sobreviventes foram obrigados a comer a carne de seus próprios companheiros. Ou isso ou a morte. Alguém poderia culpa-los? Cessando a condição extrema, o canibalismo volta a ser o ato repugnante que sempre foi. Não estamos perdidos no meio do nada, lutando por nossa sobrevivência. Podemos escolher. Não precisamos da morte do animal para garantir nossa vida. Podemos ter uma vida boa e saudável sem ter que dispor da vida de outros seres. Não é necessário mensurar quem tem mais ou menos direito à vida; respeitar essa vida e deixá-la em paz é suficiente.



Pelo que percebo nesses debates, basta criar animais sem cerebros, tendo em vista que o "grande problema" parece ser o sofrimento.

Já que se pode comer plantas só porque elas não sentem dor, seria mais ético então criar bois e galinhas sem cerebros, sendo alimentados por meio de tubos, sondas, etc.


Essa questão de se evitar a dor e o sofrimento é sempre levantada. É claro que é um tema de suma importância. Por que nos é lícito fechar os olhos ao sofrimento de outros seres? Só porque não são humanos? Evitar que o animal sofra é um grande passo e uma demonstração de humanidade. Mas não é tudo.

Como eu disse em uma resposta à Clara, basta inverter os papéis. Se você fosse condenado à morte mas soubesse que receberia anestesia geral e não sentiria nenhuma dor, isso lhe serviria de consolo? Aplacaria a provável agonia que estaria lhe tirando o sono? Todos querem viver, todos temem a morte, não é uma prerrogativa dos humanos. Mesmo sem sofrimento envolvido, a morte é um evento apavorante e indesejável.

Quando os bois estão na “fila” do matadouro, eles têm plena consciência do que está acontecendo aos seus iguais e sabem que o mesmo lhes acontecerá. Só o especismo, exacerbado e egoísta, pode achar que essa capacidade de intuição e percepção é exclusivamente nossa. Se assim não fosse, não haveria nenhuma necessidade de se lançar mão de choques elétricos para fazê-los avançar (em direção à morte).

É claro que você poderia alegar que um boi sem cérebro, como na hipótese criada, não poderia ter essa consciência e, assim, o sofrimento seria zero. Impossível discordar que essa bizarra idéia é verdadeira. No entanto, o que me ocorre no momento, é o por quê de sermos tão moralmente fracos, que não podemos abrir mão de um mero prazer em nome do respeito à vida. Por que precisamos inventar soluções mirabolantes para justificar a matança de animais, quando a possibilidade de alimentação variada, nutritiva e saborosa existe e pode ser desenvolvida tanto quanto desejarmos?

Se nós criássemos pessoas sem cérebro para servir a qualquer propósito científico, por mais importante que fosse, choveriam protestos e manifestações de repúdio. Ora, essas pessoas não estão sofrendo nada. Qual a diferença?

Especismo puro e simples. Podem inventar dois milhões de motivos e justificativas, mas, no final, serão sempre máscaras para um motivo único.


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Flavio Costa
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Re: Re.: A questão da ética com os animais

Mensagem por Flavio Costa »

Avatar escreveu:Por que precisamos inventar soluções mirabolantes para justificar a matança de animais, quando a possibilidade de alimentação variada, nutritiva e saborosa existe e pode ser desenvolvida tanto quanto desejarmos?

Para a maioria não é tão saborosa assim, além de haver muitos rituais sociais associados a, por exemplo, o churrasco. Largar a carne não é um passo tão trivial na nossa sociedade, talvez seja na Índia. Aliás, falaram que não é todo mundo na Índia que é vegetariano, mas lá também está cheio de muçulmanos.

Avatar escreveu:Se nós criássemos pessoas sem cérebro para servir a qualquer propósito científico, por mais importante que fosse, choveriam protestos e manifestações de repúdio. Ora, essas pessoas não estão sofrendo nada. Qual a diferença?

É o que fizeram na situação apresentada no filme A Ilha, enquanto não tinham cérebro essa situação era considerada aceitável. Nos dias de hoje não seria tão bem aceito assim...
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Ayyavazhi
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Mensagem por Ayyavazhi »

Capitão América escreveu:Esse texto é muito bom, o Hélio acertou no ponto. Sintetizou exatamente o que penso sobre o assunto. Discordo apenas do final, não creio que nossa sensibilização justifique qualquer ação em direção de estabelecer-se alguns "direitos das presas".

Eu também achei o texto incrivelmente bom e certeiro. Só não fico surpreso porque, depois de ouvir por tanto tempo os mesmos argumentos, bem ou mal, a gente acaba acostumando. Ciente da inutilidade de apresentar qualquer contra-argumentação, o farei por mero desencargo de consciência.
Dentre as muitas coisas que não entendo no mundo moderno, uma das que mais me espantam é o vigor dos movimentos em defesa dos animais.

Infelizmente não posso dizer o mesmo. Em nada me espanta a qualidade e os rumos que este texto irá tomar.
Como a maioria das pessoas, enterneço-me com filhotinhos de cães e repudio o sofrimento desnecessário imposto a seres sencientes de todas as espécies.

Eu também. Exatamente por isso sou contra a morte desnecessária dos animais de corte. Se temos tantas opções de alimentação saudável a partir da produção e manipulação de vegetais, dizer que existe “necessidade” de se comer cadáveres é, por baixo, irracional.
O problema é que a defesa incondicional dos direitos dos animais, como a proposta por vários desses grupos, não encontra respaldo filosófico, lógico ou biológico.

Esse é um dos meus preferidos. Basta encontramos uma maneira de fazer o boi entender essa filosofia toda e tudo ficará bem. Ele morrerá feliz, sabendo que seus algozes estão filosoficamente corretos.
Gostemos ou não, o ser humano está mais ou menos no topo da cadeia alimentar. Nossa sobrevivência, como indivíduos e como espécie, depende da destruição de outros viventes. Em quatro palavras, a natureza é cruel.

Esse pensamento infantil defende que, se algo PODE ser feito, então ele DEVE ser feito. Estar no topo da cadeia alimentar não legitima nosso direito de, como bem disse o autor, destruir outros viventes. Hitler também podia fazer o que fez. Força não lhe faltava, mas, será que ele deveria ter feito?
Escrevo essas linhas a propósito da reportagem publicada pela Folha na segunda-feira* a respeito de um novo vídeo que questiona o uso de animais em pesquisa. Exceto pelos patologicamente sádicos --que são sempre uma minoria em qualquer grupo social--, nenhum cientista aprecia sacrificar cobaias, mas existem inúmeras situações em que isso é crucial. Toda nova droga ou vacina que é desenvolvida precisa, a uma dada altura, ser experimentada "in vivo". Parece razoável que, antes de dá-la a humanos, a testemos com ratos. Há mesmo situações que justificam a vivissecção ou o sacrifício do animal. Um exemplo eloqüente é o de experimentos que visam a verificar o efeito da injeção de células-tronco sobre órgãos avariados. Aqui não há como escapar a imolar a cobaia para autopsiar o órgão e saber se houve ou não a regeneração pretendida.

Essa é uma questão muito delicada, talvez a única que mereça alguma consideração neste texto todo. Não vou entrar no mérito por enquanto. O que me parece evidente, é que usar animais foi uma solução fácil e prática para o homem. Sem querer dar uma de psicólogo, percebo que o ser humano tem uma tendência a se acomodar quando suas necessidades, mesmo que parcialmente, são atendidas. Se, por algum motivo, certo recurso lhe for subtraído, ele rapidamente encontra formas alternativas para solucionar o problema. Além dos protestos inócuos dos grupos de defesa dos animais, que outro motivo um cientista teria para abandonar um método (para ele) tão eficiente, simples e prático, e queimar neurônios para encontrar soluções alternativas?

As soluções sempre existem. Mas se faz necessário algum esforço, sincero e compromissado, para que sejam alcançadas. Usar animais em abomináveis experiências científicas não é o único caminho, é apenas o mais fácil.
Um pouco mais complexo é o caso das faculdades de medicina. Cirurgiões não nascem prontos. É recomendável que, antes de abrir a barriga de um humano, o estudante esteja bem adestrado. Nos países ricos, simuladores em 3D e outras parafernálias tecnológicas já substituem a contento os cães e porcos ainda usados por aqui. Acho que é uma questão de tempo até que as vivissecções sejam definitivamente banidas de nossas escolas. Observe-se que a eventual proscrição, a qual aplaudo, não alterará muito a sorte dos bichos. Os porcos continuarão sendo abatidos nos matadouros _e sem anestesia_ para virar salsichas, e os cães seguirão sendo sacrificados pela carrocinha para o necessário controle de zoonoses. A natureza, como já disse, é cruel.

Aí está um exemplo do que eu acabei de dizer. Não precisa me lembrar que nem todo mundo tem tecnologia e recursos para adotar essas soluções. Estou apenas mostrando que soluções alternativas existem e, com certeza, outras mais acessíveis a países como o nosso podem ser encontradas se houver interesses em procurá-las.
Feitas essas observações gerais, procuremos entender melhor os fundamentos filosóficos da questão. Aqueles que se opõem com veemência a todo tipo de experimentação estão basicamente afirmando que existe um impedimento moral absoluto a tudo o que implique sacrifício ou dano a outros seres vivos, que teriam um estatuto jurídico semelhante ao de homens no que diz respeito ao direito à vida. Além de má filosofia, essa é uma posição essencialmente suicida. Como nós humanos não desenvolvemos a capacidade de realizar a fotossíntese, precisamos "roubar" de outros a energia da qual dependemos para viver. Podemos eleger como "vitimas" ou bem vegetais, ou animais ou mesmo humanos, mas o fato é que nossa existência só é possível através da morte de outros seres vivos.

Voltamos a falar de filosofia. É uma pena que os animais não possam participar desse elegante papo filosófico. Seria interessante ouvir o que eles têm a dizer. E, claro, tanto estudo filósofo levou o autor a não enxergar nenhuma diferença entre a “morte” de um pepino e morte de um ser senciente como um mamífero, por exemplo. Não que isso seja especismo, em absoluto, mas ele atribui elevados estatutos jurídicos aos da sua espécie, enquanto nivela bois e pés de alface.
Alguém poderia argumentar que é perfeitamente possível viver apenas de frutas e outras partes de vegetais cujo consumo não implique a morte do espécime. Pode ser, mas apenas em pequena escala. Se os atuais seis bilhões de humanos aceitassem privar-se de todo tipo de carne e concordassem em alimentar-se exclusivamente de frutas e grãos, nós provavelmente teríamos de derrubar o que restou das florestas para cultivar pomares. Com as matas, iria também boa parte da biodiversidade remanescente. Não estamos mais falando do desaparecimento de indivíduos isolados, mas de todos os representantes de várias espécies.

É, parece que filosofia moderna não leva ninguém muito longe, não. Essa visão é tão lamentavelmente equivocada que eu prefiro nem comentar. Sobre isso, já falamos dezenas de vezes aqui neste fórum.
A tese do impedimento absoluto é, portanto, uma asneira. O simples fato de que a morte de outros seres vivos é imprescindível à nossa existência já prova que temos o direito de dispor da vida de animais. E não parece haver muita diferença entre matar um boi para fartar-se num delicioso churrasco ou vivisseccionar um roedor para desenvolver uma vacina que poderá salvar a vida de milhões de criancinhas humanas. Se quisermos, o segundo sacrifício foi biologicamente mais "rentável" do que o primeiro.

Ele se arroga o direito de dispor da vida dos animais e fala em asneiras...
Não podemos tentar fundar um Direito que inclua todos os seres vivos. Quem mais perto chegou de fazê-lo foi o bioeticista australiano Peter Singer. Para ele, seres vivos vão adquirindo "direitos" à medida que se mostram mais conscientes. Assim, um porco seria mais digno de nossa compaixão do que um mosquito; a solidariedade devida ao chimpanzé arrebataria aquela que prestamos a nossos amigos suínos. O efeito colateral dessa argumentação é que fetos humanos e mesmo doentes mentais teriam menos direitos --uma tese que poucos estão dispostos a comprar. Singer, entretanto, coerentemente, defende o aborto, a eugenia e até o infanticídio em determinados casos. Mais informações sobre o instigante pensamento do filósofo australiano podem ser lidas nas colunas "O troféu são Herodes e as amebas", "Só para confundir..." e "Salvem as baleias".

Fundar um Direito que inclua todos os seres vivos?
O homem não criou a vida; ele não tem capacidade para devolver uma vida que se perdeu; ele não tem capacidade para dar vida aos seus engenhos e criações tecnológicas. Mas se acha no direito de legislar sobre uma vida que não lhe pertence e sobre a qual não tem qualquer poder, além de destruí-la. O arrogante ser humano não precisa fundar um Direito que inclua os demais seres vivos: eles já possuem esse direito. Sempre possuíram e somente a força bruta nos permite ignorá-lo.
O fundamento da ética é o reconhecimento do outro como um semelhante e, portanto, titular dos mesmos direitos. E, por razões óbvias, não posso considerar-me igual a meu prato de comida, que é necessariamente um meio para mim.

Falando em arrogância...

O cara reduz um ser senciente a um “prato de comida”, mas questiona a diferença entre animais e vegetais. Para um leão, o autor também é apenas comida. Eu poderia, então, atribuir ao leão um status moral e filosófico bem superior ao dele. Aliás, de minha parte, considere-o feito.
Até concordo que devemos evitar os testes desnecessários e aliviar quanto pudermos o sofrimento de animais envolvidos em pesquisas --não porque eles sejam titulares de direitos, mas para preservar nossa própria sensibilidade, a qual, como bem constatou Singer, vem se expandindo ao longo da história para círculos cada vez mais amplos. Nesse contexto, alguma militância é bem-vinda. O dono da indústria de cosméticos não vai adotar uma tecnologia mais cara se não houver nenhuma pressão social para que o faça.

Que grande ser humano. Que exemplo a ser seguido. Devemos evitar o sofrimento aos animais para preservar nossa própria sensibilidade e não porque eles tenham algum direito. A filosofia fez muito por esse cara.
Os defensores mais entusiasmados da causa animal, entretanto, vão muito além do aceitável, ameaçando até assassinar seres humanos que não pensem como eles. Para ser minimamente coerentes, deveriam dedicar a seus adversários a mesma proteção que pretendem estender a ratos e lesmas: o direito de não sofrer estresse físico e psíquico. Recusam-se, porém, terminantemente a fazê-lo, no que dão mais uma demonstração de quão cruel é a natureza.

Por que? Convença-me que sua vida vale a pena. Engraçado, os defensores dos animais gastam um tempo enorme, e sem muito sucesso, tentando convencer pessoas como o autor desse texto, de que a vida de um animal é importante. Mas devem aceitar sumariamente a importância da vida de assassinos, só porque são humanos.

Não apoio que a vida desses assassinos seja ameaçada. Mas que o argumento do filósofo é conveniente, ah!, isso é.

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Ayyavazhi
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Re: Re.: A questão da ética com os animais

Mensagem por Ayyavazhi »

Flavio Costa escreveu:
Avatar escreveu:Por que precisamos inventar soluções mirabolantes para justificar a matança de animais, quando a possibilidade de alimentação variada, nutritiva e saborosa existe e pode ser desenvolvida tanto quanto desejarmos?

Para a maioria não é tão saborosa assim, além de haver muitos rituais sociais associados a, por exemplo, o churrasco. Largar a carne não é um passo tão trivial na nossa sociedade, talvez seja na Índia. Aliás, falaram que não é todo mundo na Índia que é vegetariano, mas lá também está cheio de muçulmanos.


Flávio, isso é muito fácil de ser explicado. Quando toda uma cultura se desenvolve sobre hábitos alimentares carnívoros, qualquer coisa que fuja desse padrão parecerá desagradável. Além disso, o próprio preparo do alimento requer o cuidado, o zelo e a habilidade que a prática multi-milenar conferiu a essa cultura. Ora, se não temos o hábito de preparar iguarias à base de vegetais, senão como coadjuvantes dos pratos principais, não estaremos, consequentemente, aptos a dar sabor, requinte e atratividade aos mesmos.

Você já experimentou um suflê de legumes? Uma torta de palmito ou de espinafre? As tortas que nossos cozinheiros conhecem precisam de muita carne para ter “sabor”. O conhecimento adquirido nessa área, em algumas culturas, evoluiu tanto quanto o nosso conhecimento no preparo de alimentos à base de carne. Lógico que não se pode mudar da noite para o dia, mas, se o ser humano quisesse, poderia viver muito bem sem causar tanto mal aos animais e ainda preservaria o prazer de dividir um bom almoço ou jantar com os amigos.

Utopia das utopias...


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Flavio Costa
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Re: Re.: A questão da ética com os animais

Mensagem por Flavio Costa »

Avatar escreveu:Você já experimentou um suflê de legumes? Uma torta de palmito ou de espinafre?

Sim, já comi, aprecio.

Avatar escreveu:Lógico que não se pode mudar da noite para o dia, mas, se o ser humano quisesse, poderia viver muito bem sem causar tanto mal aos animais e ainda preservaria o prazer de dividir um bom almoço ou jantar com os amigos.

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O consumo de carne tem implicações sociais, econômicas, culinárias, é mesmo uma utopia achar que um pouco de conscientização basta para fazer as pessoas abrirem mão de tudo isso. Se muitas vezes o ser humano não se importa com o que está do outro lado da fronteira, porque se importaria com outras espécies que são ainda mais distantes?

O único motivo pelo qual o vegetarianismo funcionou na Índia foi a religião. Aliás, o único motivo que é capaz de transformar a cultura de um país é a religião ou uma ideologia desse porte (Iluminismo, Comunismo, etc.). Fora isso, toda forma de proselitismo está fadada ao progresso muito lento, enquanto o movimento luta para sobreviver.
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Aranha
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Mensagem por Aranha »

- Deixar de consumir animais por peninha é ridículo, as galinhas, por exemplo, viveriam muito mais estressadas na natureza, sob risco constante de ser atacadas por predadores, tendo que buscar alimento o tempo todo, sob sol e chuva, batalhando para proteger os filhotes e ao final seriam vítimas de predadores completamente insensíveis ao seu sofrimento, as águias, por exemplo, devoram a presa viva, o veneno das cobras mata por asfixia e/ou necrose dos nervos, ainda haveriam os vírus e as bactérias, a natureza é assim, o vegans aqui falam como se tívessemos de pedir desculpas por isso, as galinhas estão bem melhor sendo criadas e mortas por nós do que na natureza.

Abraços,
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Cris
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Mensagem por Cris »

É bem verdade que o assunto gera sempre uma grande polêmica, comer ou não comer carne. Sobre a questão do abate dos animais, vamos lá... eu por exemplo, desde que visitei a fábrica da sadia, evito a todo custo, comer presunto suíno, mortadela, salsicha...e toda vez que penso no tanto que minha filha gosta de cachorro quente, me embrulha o estômago, um dia ousei tentar explicar como era feita a salsicha ao que ela disse:"Nem vem, não quero saber". A questão toda é: o que é mais saudável? Porque se minhas irmãs disseram uma vez em que eu as questionei, que o melhor mesmo era comer vegetais e cereais, e que havia a questão de castanhas que são ricas em proteínas e gorduras saudavéis, e que carne aprodece no estômago e contém hormônio.Mas aí, vamos conversar com quem é vegetariano agora. Ok, se o melhor mesmo é comer frutas, legumes, cereais, folhas, por ser isso mais saudável, como é que fica a questão do agrotóxico? Porque não sei se alguém já teve oportunidade de ver, mas os tais produtos considerados saudáveis, são muitas vezes contaminados com produtos químicos, para evitar pragas na lavoura. E vamos combinar, o coisa cara é comprar frutas, verduras, legumes sem agrotóxicos não é mesmo? Aqui, em Brasília, existe uma feira muito interessante se eu não estiver enganada em Vicente Pires (Um bairro de chácaras e condomínios), e que são caros! Como disse minha irmã, o melhor é ao chegar em casa, lavar bem as folhas, colocar algumas gotinhas de água sanitária (produto químico) e diz ela que faz com que se tire toda "impureza"...complicado isso né?
Por exemplo, não seria muito mais viável se os pequenos produtores não encarecessem tanto assim os produtos considerados livres de agrotóxicos? E assim, certamente o consumo destes vegetais aumentariam. Se formos pensar por este lado, então estamos no "sal", porque frango contém hormônio, dizem que quando o boi é abatido ele também libera uma quantidade grande de hormônios na corrente sanguínea. Então, o que fazer né?
Editado pela última vez por Cris em 13 Mai 2006, 08:20, em um total de 1 vez.
Cris*
"Um homem não é outra coisa senão o que faz de si mesmo.” Jean-Paul Sartre

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Aranha
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Re.: A questão da ética com os animais

Mensagem por Aranha »

- Porque os vegans não vão para a África proteger as pobres gazelas que sofrem mortes horríveis nas garras dos leões impiedosos? - E os Babuínos? - Eles poderiam muito bem viver com uma dieta vegetariana, mas eles insistem em matar e comer bichinhos indefesos, tem também as matilhas de cães selvagens que caçam grandes animais e os matam a bocadas tirando pedaços.

Abraços,
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Carmen
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Mensagem por Carmen »

Cris escreveu:É bem verdade que o assunto gera sempre uma grande polêmica, comer ou não comer carne. Sobre a questão do abate dos animais, vamos lá... eu por exemplo, desde que visitei a fábrica da sadia, evito a todo custo, comer presunto suíno, mortadela, salsicha...e toda vez que penso no tanto que minha filha gosta de cachorro quente, me embrulha o estômago, um dia ousei tentar explicar como era feita a salsicha ao que ela disse:"Nem vem, não quero saber".


Cris, nojo é um primeiro passo ! :emoticon16:
E é bem verdade, se todo mundo visse aquela gosma cinzenta que vai virar salsicha...

Cris escreveu:A questão toda é: o que é mais saudável? Porque se minhas irmãs disseram uma vez em que eu as questionei, que o melhor mesmo era comer vegetais e cereais, e que havia a questão de castanhas que são ricas em proteínas e gorduras saudavéis, e que carne aprodece no estômago e contém hormônio.Mas aí, vamos conversar com quem é vegetariano agora.


Acho que não tenho a resposta, falando em termos estritamente "científicos". Até porque o fator saúde foi o que menos pesou prá mim, embora tenha certeza de que o vegetarianismo seja a base da minha ser ótima.
Creio que as toxinas da putrefação da carne sejam nocivas, pois nosso trânsito intestinal é mais longo do que dos carnívoros.

Cris escreveu:Ok, se o melhor mesmo é comer frutas, legumes, cereais, folhas, por ser isso mais saudável, como é que fica a questão do agrotóxico?



Alimentação saudável implica em vários fatores, e o consumo maior de fibras, de menos refinados, menos industrializados, pode balancear os agrotóxicos até certo ponto. Penso que não dá para ficar sem vegetais, contaminados ou não, pois são ingredientes fundamentais de qualquer dieta, a não ser que dê prá bancar sómente os orgânicos. Esse problema não está diretamente ligado apenas ao vegetarianismo.

Cris escreveu: Como disse minha irmã, o melhor é ao chegar em casa, lavar bem as folhas, colocar algumas gotinhas de água sanitária (produto químico) e diz ela que faz com que se tire toda "impureza"...complicado isso né?


Essa recomendação da sua irmã é boa, sempre faço isso. E não acho complicado, afinal vai ter que lavar mesmo !

Cris escreveu:Por exemplo, não seria muito mais viável se os pequenos produtores não encarecessem tanto assim os produtos considerados livres de agrotóxicos? E assim, certamente o consumo destes vegetais aumentariam. Se formos pensar por este lado, então estamos no "sal", porque frango contém hormônio, dizem que quando o boi é abatido ele também libera uma quantidade grande de hormônios na corrente sanguínea. Então, o que fazer né?


Cris, essa questão, como disse antes, não tem ligação maior com o vegetarianismo do que com o onivorismo. Seria melhor para todo mundo não ter que ingerir pesticidas, mas tem a política agrícola, os custos, etc.

Beijos !

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Capitão América
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Mensagem por Capitão América »

Avatar escreveu:
Como a maioria das pessoas, enterneço-me com filhotinhos de cães e repudio o sofrimento desnecessário imposto a seres sencientes de todas as espécies.

Eu também. Exatamente por isso sou contra a morte desnecessária dos animais de corte. Se temos tantas opções de alimentação saudável a partir da produção e manipulação de vegetais, dizer que existe “necessidade” de se comer cadáveres é, por baixo, irracional.



Irracional é o sentimento de pena que vocês verdinhos sentem pelos animais presentes abaixo de nós na cadeia alimentar.

Avatar escreveu:
O problema é que a defesa incondicional dos direitos dos animais, como a proposta por vários desses grupos, não encontra respaldo filosófico, lógico ou biológico.

Esse é um dos meus preferidos. Basta encontramos uma maneira de fazer o boi entender essa filosofia toda e tudo ficará bem. Ele morrerá feliz, sabendo que seus algozes estão filosoficamente corretos.



Fugir da razão é a forma mais conveniente ao irracionalista, vide os criacionistas e os espiritóides. E, pelo visto, os verdinhos também embarcam nessa.

Avatar escreveu:
Gostemos ou não, o ser humano está mais ou menos no topo da cadeia alimentar. Nossa sobrevivência, como indivíduos e como espécie, depende da destruição de outros viventes. Em quatro palavras, a natureza é cruel.

Esse pensamento infantil defende que, se algo PODE ser feito, então ele DEVE ser feito. Estar no topo da cadeia alimentar não legitima nosso direito de, como bem disse o autor, destruir outros viventes.


Por que?? Onde você se baseia para afirmar isso? Em que base moral? Em que instituição moral? Deus?

Avatar escreveu:[color=yellow][b]
Hitler também podia fazer o que fez. Força não lhe faltava, mas, será que ele deveria ter feito?


Já estava demorando para colocarem Hitler no meio da conversa, sem nexo algum... É típico.
Porém, aproveitando, Hitler foi o primeiro a tentar equalizar o direito dos animais ao de seres humanos, com uma série de decretos. Depois vimos no que resultou...

Avatar escreveu:
Escrevo essas linhas a propósito da reportagem publicada pela Folha na segunda-feira* a respeito de um novo vídeo que questiona o uso de animais em pesquisa. Exceto pelos patologicamente sádicos --que são sempre uma minoria em qualquer grupo social--, nenhum cientista aprecia sacrificar cobaias, mas existem inúmeras situações em que isso é crucial. Toda nova droga ou vacina que é desenvolvida precisa, a uma dada altura, ser experimentada "in vivo". Parece razoável que, antes de dá-la a humanos, a testemos com ratos. Há mesmo situações que justificam a vivissecção ou o sacrifício do animal. Um exemplo eloqüente é o de experimentos que visam a verificar o efeito da injeção de células-tronco sobre órgãos avariados. Aqui não há como escapar a imolar a cobaia para autopsiar o órgão e saber se houve ou não a regeneração pretendida.

Essa é uma questão muito delicada, talvez a única que mereça alguma consideração neste texto todo. Não vou entrar no mérito por enquanto. O que me parece evidente, é que usar animais foi uma solução fácil e prática para o homem. Sem querer dar uma de psicólogo, percebo que o ser humano tem uma tendência a se acomodar quando suas necessidades, mesmo que parcialmente, são atendidas. Se, por algum motivo, certo recurso lhe for subtraído, ele rapidamente encontra formas alternativas para solucionar o problema. Além dos protestos inócuos dos grupos de defesa dos animais, que outro motivo um cientista teria para abandonar um método (para ele) tão eficiente, simples e prático, e queimar neurônios para encontrar soluções alternativas?


Por que ele teria que abandonar?

Avatar escreveu:[color=yellow]
As soluções sempre existem. Mas se faz necessário algum esforço, sincero e compromissado, para que sejam alcançadas. Usar animais em abomináveis experiências científicas não é o único caminho, é apenas o mais fácil.



Abomináveis por que? O obscurantismo verdinho me irrita.
Acrescentando, é o caminho mais fácil, mais eficiente, mais racional... Não encontra nenhum obstáculo moral, baseado em valores racionais. Qual o mal nessas experiências científicas?

Avatar escreveu:
Um pouco mais complexo é o caso das faculdades de medicina. Cirurgiões não nascem prontos. É recomendável que, antes de abrir a barriga de um humano, o estudante esteja bem adestrado. Nos países ricos, simuladores em 3D e outras parafernálias tecnológicas já substituem a contento os cães e porcos ainda usados por aqui. Acho que é uma questão de tempo até que as vivissecções sejam definitivamente banidas de nossas escolas. Observe-se que a eventual proscrição, a qual aplaudo, não alterará muito a sorte dos bichos. Os porcos continuarão sendo abatidos nos matadouros _e sem anestesia_ para virar salsichas, e os cães seguirão sendo sacrificados pela carrocinha para o necessário controle de zoonoses. A natureza, como já disse, é cruel.


Aí está um exemplo do que eu acabei de dizer. Não precisa me lembrar que nem todo mundo tem tecnologia e recursos para adotar essas soluções. Estou apenas mostrando que soluções alternativas existem e, com certeza, outras mais acessíveis a países como o nosso podem ser encontradas se houver interesses em procurá-las.


[/b]
Não há nenhuma obrigação. Se tivermos que vivissecar animais, qual o problema?

Avatar escreveu:
Feitas essas observações gerais, procuremos entender melhor os fundamentos filosóficos da questão. Aqueles que se opõem com veemência a todo tipo de experimentação estão basicamente afirmando que existe um impedimento moral absoluto a tudo o que implique sacrifício ou dano a outros seres vivos, que teriam um estatuto jurídico semelhante ao de homens no que diz respeito ao direito à vida. Além de má filosofia, essa é uma posição essencialmente suicida. Como nós humanos não desenvolvemos a capacidade de realizar a fotossíntese, precisamos "roubar" de outros a energia da qual dependemos para viver. Podemos eleger como "vitimas" ou bem vegetais, ou animais ou mesmo humanos, mas o fato é que nossa existência só é possível através da morte de outros seres vivos.

Voltamos a falar de filosofia.


E você, voltou a fugir da razão.

Avatar escreveu:[color=yellow]
É uma pena que os animais não possam participar desse elegante papo filosófico. Seria interessante ouvir o que eles têm a dizer.


Eu, ao menos, não discuto com animais que não possuem racionalidade.

Avatar escreveu:[color=yellow]
E, claro, tanto estudo filósofo levou o autor a não enxergar nenhuma diferença entre a “morte” de um pepino e morte de um ser senciente como um mamífero, por exemplo.


Há diferença sim, o primeiro pertence ao nível anterior da cadeia alimentar. Somente essa. De resto, se é senciente ou não, nada disso importa para a Natureza.

Avatar escreveu:[color=yellow]
Não que isso seja especismo, em absoluto, mas ele atribui elevados estatutos jurídicos aos da sua espécie, enquanto nivela bois e pés de alface.


"Elevado jurídico"...

http://www.saudeanimal.com.br/imagens/teia_alimentar2.jpg

Avatar escreveu:
Alguém poderia argumentar que é perfeitamente possível viver apenas de frutas e outras partes de vegetais cujo consumo não implique a morte do espécime. Pode ser, mas apenas em pequena escala. Se os atuais seis bilhões de humanos aceitassem privar-se de todo tipo de carne e concordassem em alimentar-se exclusivamente de frutas e grãos, nós provavelmente teríamos de derrubar o que restou das florestas para cultivar pomares. Com as matas, iria também boa parte da biodiversidade remanescente. Não estamos mais falando do desaparecimento de indivíduos isolados, mas de todos os representantes de várias espécies.

É, parece que filosofia moderna não leva ninguém muito longe, não.


Pelo contrário, a fé cega é que não leva. Principalmente a idealista, dogmática, como no caso dos verdinhos.

Avatar escreveu:[color=yellow]
Essa visão é tão lamentavelmente equivocada que eu prefiro nem comentar. Sobre isso, já falamos dezenas de vezes aqui neste fórum.


Vai fugir? Por que não expõe uma refutação para tal "visão lamentavelmente equivocada"? Não é capaz?

Avatar escreveu:
A tese do impedimento absoluto é, portanto, uma asneira. O simples fato de que a morte de outros seres vivos é imprescindível à nossa existência já prova que temos o direito de dispor da vida de animais. E não parece haver muita diferença entre matar um boi para fartar-se num delicioso churrasco ou vivisseccionar um roedor para desenvolver uma vacina que poderá salvar a vida de milhões de criancinhas humanas. Se quisermos, o segundo sacrifício foi biologicamente mais "rentável" do que o primeiro.

Ele se arroga o direito de dispor da vida dos animais e fala em asneiras...


Direito concedido pela Natureza das coisas, meu amigo! Se você acha que ele fala asneiras, refute-as!

Avatar escreveu:
Não podemos tentar fundar um Direito que inclua todos os seres vivos. Quem mais perto chegou de fazê-lo foi o bioeticista australiano Peter Singer. Para ele, seres vivos vão adquirindo "direitos" à medida que se mostram mais conscientes. Assim, um porco seria mais digno de nossa compaixão do que um mosquito; a solidariedade devida ao chimpanzé arrebataria aquela que prestamos a nossos amigos suínos. O efeito colateral dessa argumentação é que fetos humanos e mesmo doentes mentais teriam menos direitos --uma tese que poucos estão dispostos a comprar. Singer, entretanto, coerentemente, defende o aborto, a eugenia e até o infanticídio em determinados casos. Mais informações sobre o instigante pensamento do filósofo australiano podem ser lidas nas colunas "O troféu são Herodes e as amebas", "Só para confundir..." e "Salvem as baleias".

Fundar um Direito que inclua todos os seres vivos?
O homem não criou a vida; ele não tem capacidade para devolver uma vida que se perdeu; ele não tem capacidade para dar vida aos seus engenhos e criações tecnológicas. Mas se acha no direito de legislar sobre uma vida que não lhe pertence e sobre a qual não tem qualquer poder, além de destruí-la. O arrogante ser humano não precisa fundar um Direito que inclua os demais seres vivos: eles já possuem esse direito. Sempre possuíram e somente a força bruta nos permite ignorá-lo.


Que Direito? Novamente, onde está estabelecido esse Direito? Onde estão fundamentados seus valores? Em Deus? Na Bíblia? Em um sentimento de pena, pessoal?

Avatar escreveu:O fundamento da ética é o reconhecimento do outro como um semelhante e, portanto, titular dos mesmos direitos. E, por razões óbvias, não posso considerar-me igual a meu prato de comida, que é necessariamente um meio para mim.

Falando em arrogância...

O cara reduz um ser senciente a um “prato de comida”, mas questiona a diferença entre animais e vegetais. Para um leão, o autor também é apenas comida.
[/quote]

Bem vindo ao mundo real, Neo.

Avatar escreveu:[color=yellow]
Eu poderia, então, atribuir ao leão um status moral e filosófico bem superior ao dele. Aliás, de minha parte, considere-o feito.


Depois fala em arrogância :emoticon12:
Falou, homem superior!

Avatar escreveu:
Até concordo que devemos evitar os testes desnecessários e aliviar quanto pudermos o sofrimento de animais envolvidos em pesquisas --não porque eles sejam titulares de direitos, mas para preservar nossa própria sensibilidade, a qual, como bem constatou Singer, vem se expandindo ao longo da história para círculos cada vez mais amplos. Nesse contexto, alguma militância é bem-vinda. O dono da indústria de cosméticos não vai adotar uma tecnologia mais cara se não houver nenhuma pressão social para que o faça.

Que grande ser humano. Que exemplo a ser seguido. Devemos evitar o sofrimento aos animais para preservar nossa própria sensibilidade e não porque eles tenham algum direito. A filosofia fez muito por esse cara.


Não, não devemos... Não temos nenhuma obrigação racional para fazer isso.

Avatar escreveu:
Os defensores mais entusiasmados da causa animal, entretanto, vão muito além do aceitável, ameaçando até assassinar seres humanos que não pensem como eles. Para ser minimamente coerentes, deveriam dedicar a seus adversários a mesma proteção que pretendem estender a ratos e lesmas: o direito de não sofrer estresse físico e psíquico. Recusam-se, porém, terminantemente a fazê-lo, no que dão mais uma demonstração de quão cruel é a natureza.

Por que? Convença-me que sua vida vale a pena. Engraçado, os defensores dos animais gastam um tempo enorme, e sem muito sucesso, tentando convencer pessoas como o autor desse texto, de que a vida de um animal é importante. Mas devem aceitar sumariamente a importância da vida de assassinos, só porque são humanos.


Só porque são humanos? Especismo, meu caro, especismo! Um leão também valoriza a vida de outro leão, só porque são leões... Sinto muito, mas a vida real é assim. Não acontece como nos desenhos animados...

Avatar escreveu:[color=yellow]
Não apoio que a vida desses assassinos seja ameaçada. Mas que o argumento do filósofo é conveniente, ah!, isso é.


A razão é uma vela acesa na escuridão, mais ou menos assim dizia muito bem Carl Sagan.
[]'s

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"Se a liberdade significa realmente alguma coisa, significa o direito de dizer às pessoas o que elas não querem ouvir". - George Orwell

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Res Cogitans
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Re.: A questão da ética com os animais

Mensagem por Res Cogitans »

quota essa porra direito.
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.

*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.

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Res Cogitans
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Mensagem por Res Cogitans »

como prometido...

Vamos ao casos marginais...


Vimos que ser de uma espécie, por si só, não é relevante para que se dê um status moral diferenciado aos membros desta espécie.

Indivíduos devem gozar de algumas características para terem um determinado status moral e/ou serem agraciados por determinados direitos.

Como dizer que é de uma espécie X é irrelevante, procuramos por características dos indivíduos dessa espécie que são as verdadeiras responsáveis por seu status moral.

Exemplo: racionalidade.

Seres da espécie homo sapiens têm racionalidade, e é a racionalidade que dá status moral a eles.

Porém, existem humanos que ficam incapacitados de usarem a sua racionalidade (deficiência mental severa). Se o critério é a racionalidade, seres humanos que "não tenham racionalidade" deveriam perder o "status moral humano" e serem considerados iguais a um animal qualquer.

Poderíamos criar humanos com grave deficiência mental para abate.
Poderíamos fazer qualquer espécie de experimento com eles com intuito de salvar humanos cuja "racionalidade" estaja intacta.

Mas essas coisas não ocorrem e até a menção das mesmas gera algum constrangimento em certas pessoas. Mas, se o critério é a racionalide, para sermos coerentes deveríamos nos guiar por ele nos casos citados. E se animais são abatidos e utilizados em experimentos por "não possuirem racionalidade" então qualquer ser humano que não demonstre racionalidade tem o mesmo status moral que os demais animais.

O outro questionamento é a escolha arbitrária da racionalidade. PQ a mesma definira o status moral de um indivíduo?
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.

*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.

Carmen
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Mensagem por Carmen »

Res Cogitans escreveu:Exemplo: racionalidade.

Seres da espécie homo sapiens têm racionalidade, e é a racionalidade que dá status moral a eles.

Porém, existem humanos que ficam incapacitados de usarem a sua racionalidade (deficiência mental severa). Se o critério é a racionalidade, seres humanos que "não tenham racionalidade" deveriam perder o "status moral humano" e serem considerados iguais a um animal qualquer.

Poderíamos criar humanos com grave deficiência mental para abate.
Poderíamos fazer qualquer espécie de experimento com eles com intuito de salvar humanos cuja "racionalidade" estaja intacta.


Exato, Res. Se o critério for este, podemos usar de humanos com racionalidade comprometida, da forma relatada acima.

Mas o que é aceito como sendo racionalidade ? Sendo a capacidade para solucionar problemas, vários animais a tem.
Parece que é um dos fundamentos do "The Great Ape Project", não ?

Res Cogitans escreveu:Mas essas coisas não ocorrem e até a menção das mesmas gera algum constrangimento em certas pessoas.


Nos hipócritas.

Res Cogitans escreveu:Mas, se o critério é a racionalide, para sermos coerentes deveríamos nos guiar por ele nos casos citados. E se animais são abatidos e utilizados em experimentos por "não possuirem racionalidade" então qualquer ser humano que não demonstre racionalidade tem o mesmo status moral que os demais animais.


Perfeito.

Res cogitans escreveu:O outro questionamento é a escolha arbitrária da racionalidade. PQ a mesma definira o status moral de um indivíduo?


Além de ser um critério muito frio, valorizando apenas o mental.
Não adianta, não dá para escapar do reconhecimento de que estar sujeito a sentimentos que provocam sofrimento, como o medo, tem que ser levado em consideração. E esses nós compartilhamos em medida igual com os outros animais.
Se os especistas chamam essa valorização de apelo ao emocional, então estão reforçando a idéia de que não há nada de errado em usar e abusar de humanos "retardados".

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Ayyavazhi
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Re: Re.: A questão da ética com os animais

Mensagem por Ayyavazhi »


Sinceramente... eu esperava uma resposta mais desafiadora. Além da transparente falta de objetividade e precisão nas questões levantadas, sou terminantemente contrário à refutação sistemática, sem compromisso com a verdade.

Capitão América escreveu:Irracional é o sentimento de pena que vocês verdinhos sentem pelos animais presentes abaixo de nós na cadeia alimentar.

VOCÊ considera a compaixão um sentimento irracional. VOCÊ atribui valores absolutos à hierarquia da cadeia alimentar. São considerações estritamente pessoais que, felizmente, não têm a obrigação de corresponder à verdade.
Capitão América escreveu:Fugir da razão é a forma mais conveniente ao irracionalista, vide os criacionistas e os espiritóides. E, pelo visto, os verdinhos também embarcam nessa.

Você não diz absolutamente nada. Não apresenta nenhum argumento. Não demonstra onde estou fugindo da razão. No máximo, infantiliza o debate recorrendo a expressões e apelos patéticos. Se você pretendia me irritar, aviso que será preciso mais do que isso.
Capitão América escreveu:
Avatar escreveu:
Esse pensamento infantil defende que, se algo PODE ser feito, então ele DEVE ser feito. Estar no topo da cadeia alimentar não legitima nosso direito de, como bem disse o autor, destruir outros viventes.

Por que?? Onde você se baseia para afirmar isso? Em que base moral? Em que instituição moral? Deus?

Aqui começa uma série interminável de “por quês”. Onde está sua argumentação? O que você tem a dizer para refutar minhas afirmações?
Capitão América escreveu:Já estava demorando para colocarem Hitler no meio da conversa, sem nexo algum... É típico.
Porém, aproveitando, Hitler foi o primeiro a tentar equalizar o direito dos animais ao de seres humanos, com uma série de decretos. Depois vimos no que resultou...

Tem todo o nexo do mundo. Eu citei Hitler como poderia ter citado Stalin ou qualquer outro ditador maluco. A conexão é evidente: a força nos permite fazer algo, mas não o legitima. A matança perpetrada por ele foi autorizada pela força, em detrimento da razão, tal e qual fazemos com os animais.

Nexo, eu não encontrei no seu argumento. Todo mundo sabe que Hitler era vegetariano e defendia a causa. E? Onde você pretende chegar com essas reticências? Hitler também abominava o cigarro. Isso tem um grande significado. O mundo deve ficar alerta contra esse perigo oculto: os não fumantes! Esse é o primeiro argumento que você apresenta e me parece que você não está disposto a ser tão racional quanto julga ser.
Capitão América escreveu:
Avatar escreveu:
Essa é uma questão muito delicada, talvez a única que mereça alguma consideração neste texto todo. Não vou entrar no mérito por enquanto. O que me parece evidente, é que usar animais foi uma solução fácil e prática para o homem. Sem querer dar uma de psicólogo, percebo que o ser humano tem uma tendência a se acomodar quando suas necessidades, mesmo que parcialmente, são atendidas. Se, por algum motivo, certo recurso lhe for subtraído, ele rapidamente encontra formas alternativas para solucionar o problema. Além dos protestos inócuos dos grupos de defesa dos animais, que outro motivo um cientista teria para abandonar um método (para ele) tão eficiente, simples e prático, e queimar neurônios para encontrar soluções alternativas?

Por que ele teria que abandonar?

Considero-me refutado.
Capitão América escreveu:
Avatar escreveu:
As soluções sempre existem. Mas se faz necessário algum esforço, sincero e compromissado, para que sejam alcançadas. Usar animais em abomináveis experiências científicas não é o único caminho, é apenas o mais fácil.

Abomináveis por que? O obscurantismo verdinho me irrita.

Esse é um problema estritamente seu. E não faz parte de meus interesses...
Capitão América escreveu:Acrescentando, é o caminho mais fácil, mais eficiente, mais racional... Não encontra nenhum obstáculo moral, baseado em valores racionais. Qual o mal nessas experiências científicas?

Dizer que submeter um ser vivo a um regime de estresse e torturas físicas é racional e não encontra obstáculo moral, é apenas a sua opinião, que, como já disse, não está necessariamente atrelada à verdade.

Discorra sobre isso. Mostre com argumentos sensatos que existe alguma justificativa, além do especismo egoísta, para validar suas afirmações.
Capitão América escreveu:
Avatar escreveu:
Aí está um exemplo do que eu acabei de dizer. Não precisa me lembrar que nem todo mundo tem tecnologia e recursos para adotar essas soluções. Estou apenas mostrando que soluções alternativas existem e, com certeza, outras mais acessíveis a países como o nosso podem ser encontradas se houver interesses em procurá-las.

Não há nenhuma obrigação. Se tivermos que vivissecar animais, qual o problema?

Novamente você responde com perguntas. Já foi dito exaustivamente por mim, Res Cogitans, Carmen, Flávio Costa e outros colegas (peço perdão pela omissão) qual o problema. Se você não consegue enxergar qual o problema, depois de tudo o que foi dito, apresente suas considerações. Mostre-nos que estamos errados e, você, certo. Duvido que você consiga, não por duvidar de sua inteligência, mas por duvidar que tal lógica exista. Mesmo assim, você poderia tentar.
Capitão América escreveu:
Avatar escreveu:
Voltamos a falar de filosofia.

E você, voltou a fugir da razão.

Ok. A sua opinião eu já conheço. Falta apenas você apresentar algum argumento, qualquer coisa, que possa dar sentido às suas frases soltas.
Capitão América escreveu:
Avatar escreveu:
É uma pena que os animais não possam participar desse elegante papo filosófico. Seria interessante ouvir o que eles têm a dizer.

Eu, ao menos, não discuto com animais que não possuem racionalidade.

Nós também não. Estamos falando em nome daqueles que não podem fazê-lo. Já que muitos humanos mostram-se incapazes de perceber tanto sofrimento, tentamos traduzir esse sofrimento em uma linguagem acessível a eles. Obviamente é uma tarefa fadada ao insucesso.
Capitão América escreveu:
Avatar escreveu:
E, claro, tanto estudo filósofo levou o autor a não enxergar nenhuma diferença entre a “morte” de um pepino e morte de um ser senciente como um mamífero, por exemplo.

Há diferença sim, o primeiro pertence ao nível anterior da cadeia alimentar. Somente essa. De resto, se é senciente ou não, nada disso importa para a Natureza.

Usar a natureza como desculpa é o expediente mais recorrente entre os comedores de cadáver. Na natureza também existe canibalismo, mas todos vocês se oporiam a essa prática. Resumindo: a estratégia é igualar-se aos animais quando houver conveniência e alegar superioridade quando houver conflito de interesses.
Capitão América escreveu:
Avatar escreveu:
Não que isso seja especismo, em absoluto, mas ele atribui elevados estatutos jurídicos aos da sua espécie, enquanto nivela bois e pés de alface.

"Elevado jurídico"...

http://www.saudeanimal.com.br/imagens/t ... entar2.jpg

Bonita imagem. Ainda estou esperando que você diga alguma coisa...
Capitão América escreveu:
Avatar escreveu:
É, parece que filosofia moderna não leva ninguém muito longe, não.

Pelo contrário, a fé cega é que não leva. Principalmente a idealista, dogmática, como no caso dos verdinhos.

Demonstre. Você não chegará a lugar nenhum, mas, pelo menos, seria uma mudança nessa linha de “argumentação”.
Capitão América escreveu:
Avatar escreveu:
Essa visão é tão lamentavelmente equivocada que eu prefiro nem comentar. Sobre isso, já falamos dezenas de vezes aqui neste fórum.

Vai fugir? Por que não expõe uma refutação para tal "visão lamentavelmente equivocada"? Não é capaz?

Chega a ser engraçado você questionar minha capacidade e falar em fuga depois de tudo o que NÃO escreveu nesta resposta. Já que você costuma não ler o que é escrito, vou repetir: “Sobre isso já falamos dezenas de vezes aqui neste fórum”. Essas dezenas de vezes são, exatamente, as refutações que você solicitou. Algumas, dos colegas supramencionados, são bem interessantes.
Capitão América escreveu:
Avatar escreveu:
Ele se arroga o direito de dispor da vida dos animais e fala em asneiras...

Direito concedido pela Natureza das coisas, meu amigo! Se você acha que ele fala asneiras, refute-as!

Ué? E não é o que tenho feito? Que tal VOCÊ refutar, só uma vez, para variar?
Capitão América escreveu:
Avatar escreveu:
Fundar um Direito que inclua todos os seres vivos?
O homem não criou a vida; ele não tem capacidade para devolver uma vida que se perdeu; ele não tem capacidade para dar vida aos seus engenhos e criações tecnológicas. Mas se acha no direito de legislar sobre uma vida que não lhe pertence e sobre a qual não tem qualquer poder, além de destruí-la. O arrogante ser humano não precisa fundar um Direito que inclua os demais seres vivos: eles já possuem esse direito. Sempre possuíram e somente a força bruta nos permite ignorá-lo.

Que Direito? Novamente, onde está estabelecido esse Direito? Onde estão fundamentados seus valores? Em Deus? Na Bíblia? Em um sentimento de pena, pessoal?

Para quem não diz nada, você faz muitas perguntas. Existe algo de explicitamente lógico em que a vida de um ser lhe pertença. Você contesta uma questão tão óbvia e pede que os outros expliquem por que o vermelho é vermelho.

Eu sou teísta, mas os demais colegas, que pensam exatamente igual a mim, não são. Por que você insiste, com suas perguntas, em levar a questão para o lado religioso? Precisa construir motivos onde não existem?
Capitão América escreveu:
Avatar escreveu:
Falando em arrogância...

O cara reduz um ser senciente a um “prato de comida”, mas questiona a diferença entre animais e vegetais. Para um leão, o autor também é apenas comida.

Bem vindo ao mundo real, Neo.

Obrigado. Novamente, um grande argumento.
Capitão América escreveu:
Avatar escreveu:
Eu poderia, então, atribuir ao leão um status moral e filosófico bem superior ao dele. Aliás, de minha parte, considere-o feito.

Depois fala em arrogância
Falou, homem superior!

Pela primeira vez eu concordo com você. Em meu favor, tenho a dizer que minha arrogância é dirigida a indivíduos como esse, que desprezam tudo o que está abaixo deles na escala evolutiva. Desprezo-os também; não por um motivo tão fútil quanto a capacidade de discernimento e abstração, mas pelo ser humano desprezível que se tornaram.
Capitão América escreveu:
Avatar escreveu:
Que grande ser humano. Que exemplo a ser seguido. “Devemos evitar o sofrimento aos animais para preservar nossa própria sensibilidade e não porque eles tenham algum direito”. A filosofia fez muito por esse cara.

Não, não devemos... Não temos nenhuma obrigação racional para fazer isso.

Não entendi bem o que você está refutando, já que o monstruoso pensamento acima, agora entre aspas, é do filósofo. Repeti-o com a intenção de destacar a aberração e me esqueci de apresentá-lo como citação. Que fique bem claro, a todos que lerem este tópico, que eu jamais diria tal insanidade.
Capitão América escreveu:
Avatar escreveu:
Por que? Convença-me que sua vida vale a pena. Engraçado, os defensores dos animais gastam um tempo enorme, e sem muito sucesso, tentando convencer pessoas como o autor desse texto, de que a vida de um animal é importante. Mas devem aceitar sumariamente a importância da vida de assassinos, só porque são humanos.

Só porque são humanos? Especismo, meu caro, especismo! Um leão também valoriza a vida de outro leão, só porque são leões... Sinto muito, mas a vida real é assim. Não acontece como nos desenhos animados...

É exatamente isso que tenho dito desde o princípio. Especismo! Que bom que você, finalmente, concordou comigo.
Capitão América escreveu:
Avatar escreveu:
Não apoio que a vida desses assassinos seja ameaçada. Mas que o argumento do filósofo é conveniente, ah!, isso é.

A razão é uma vela acesa na escuridão, mais ou menos assim dizia muito bem Carl Sagan.

O universo e a estupidez humana são infinitos, mais ou menos assim dizia muito bem Albert Einstein.

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Mensagem por Ayyavazhi »

Res Cogitans escreveu:Como prometido...

Vamos ao casos marginais...


Res, suas considerações são excelentes. Não espere refutações do mesmo nível.


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clara campos
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Re.: A questão da ética com os animais

Mensagem por clara campos »

:emoticon12:
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Mensagem por spink »

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Carmen
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Mensagem por Carmen »

Avatar, elogiar a sensatez de suas postagens é chover no molhado, mas perante o que escreveu em resposta ao colega "anti-verdinhos", não consegui ficar quieta.

Perfeito !

Além de nunca perder a classe diante de tentativas de provocação.

Beijo !

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Mensagem por Aranha »

Carmen escreveu:Avatar, elogiar a sensatez de suas postagens é chover no molhado, mas perante o que escreveu em resposta ao colega "anti-verdinhos", não consegui ficar quieta.

Perfeito !

Além de nunca perder a classe diante de tentativas de provocação.

Beijo !



- Sensatez?!?!?!? - Chamando consumidores de carne de assassinos !?!?!?!?!?

Beijos,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker

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Re.: A questão da ética com os animais

Mensagem por Samael »

Gostei muito da participação do Leonardo e do Avatar neste tópico. O debate está tão bom que nem está valendo a pena interferir.

Parabéns a vocês. :emoticon1:

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Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

carlos escreveu:Imagem


Essa tirinha, apesar de ter alguns bons momentos, na maioria das vezes descamba para o marxismo escatológico disfarçado de um sarcasmo pueril.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem

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Re.: A questão da ética com os animais

Mensagem por Samael »

Qualquer crítica à sua ideologia é marxismo escatológico, Vitor? :emoticon5:

Carmen
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Mensagem por Carmen »

Abmael escreveu:
Carmen escreveu:Avatar, elogiar a sensatez de suas postagens é chover no molhado, mas perante o que escreveu em resposta ao colega "anti-verdinhos", não consegui ficar quieta.

Perfeito !

Além de nunca perder a classe diante de tentativas de provocação.

Beijo !





- Sensatez?!?!?!? - Chamando consumidores de carne de assassinos !?!?!?!?!?

Beijos,


Abmael, voce pode citar a passagem ?

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Ayyavazhi
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Mensagem por Ayyavazhi »

Carmen escreveu:Avatar, elogiar a sensatez de suas postagens é chover no molhado, mas perante o que escreveu em resposta ao colega "anti-verdinhos", não consegui ficar quieta.

Perfeito !

Além de nunca perder a classe diante de tentativas de provocação.

Beijo !


Obrigado, minha linda.

Um elogio, vindo de você, me deixa muito feliz.

Um beijo.


Trancado