ONDA DE ATAQUES
Rebelião, DPs e casas de civis
são atingidas
Policiais foram principal alvo de atentados e ataques
neste final de semana
O INÍCIO - Horror generalizado. Assim pode ser definida a situação iniciada na noite de sexta-feira (12), quando criminosos promoveram ao menos 55 ataques que tiveram como alvos, na capital, policiais, guardas municipais e agentes penitenciários, em diferentes pontos do Estado. A onda de violência é considerada uma resposta do PCC (Primeiro Comando da Capital) à decisão do governo paulista de isolar líderes da facção criminosa.
Os ataques ocorreram após a transferência, na quinta-feira (11), de 765 presos para a penitenciária de Presidente Venceslau (presídio de segurança máxima mais temido do País).
Na sexta, oito integrantes do PCC foram levados para depoimento no Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), na zona norte de São Paulo, incluindo o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. A facção estaria planejando uma série de crimes e rebeliões.
INTERIOR AMEAÇADO
No interior do Estado vários detentos se amotinaram. As rebeliões foram iniciadas na penitenciária 1 de Avaré e na de Iaras, ambas no interior. As ações de criminosos ganharam força e os motins se espalharam, no sábado, para outras 21 penitenciárias e CDPs (Centros de Detenção Provisória) do Estado.
ASSIS
Durante a rebelião os detentos ficaram em cima de caixas de água com bandeiras contendo a sigla PCC
Em Assis a rebelião foi iniciada na manhã de domingo, 14, às 7 horas, antes do horário de visitas. Treze agentes foram mantidos reféns no momento em que entregavam café da manhã nos pavilhões habitacionais. A polícia militar deu apoio externo, porém, ao contrário do que ocorreu em Paraguaçu Paulista, não adentrou a unidade.
De acordo com o diretor da Penitenciária Estadual de Assis, Mauro Luis Lima, a rendição dos funcionários se deu com o uso de armas improvisadas (estiletes).
Antes de todos os reféns serem libertados, após período de negociação, dois foram soltos, o primeiro em troca de atendimento médico a um preso (com crise de epilepsia); o segundo, sem maiores explicações do diretor, fez parte da negociação.
Durante a rebelião os detentos ficaram em cima de caixas de água com bandeiras contendo a sigla PCC e quebraram o refeitório.
Em Assis o término da rebelião foi às 10h30 e os mais de 1.064 detentos retornaram às celas (o local tem capacidade para 750).
Sobre os prejuízos, o diretor disse que ainda não tinham sido avaliados. “Faremos um levantamento e varredura na unidade”, adiantou.
DAGMAR MARCILIANO
Fonte: http://www.jornalvozdaterra.com.br/poli ... 052006.asp