Avatar, efectivamente tens razão, eu sou uma desconhecedora da realidade brasileira, mas a crónica era burra por demais e fazia umas generalizações completamente absurdas que tentei desmascarar.
Seguem os meus comentários às tuas palavras, não comentarei as realidades cujo meu desconhecimento não me permite ter uma opinião formada.
Avatar escreveu:
As organizações que zelam pelos direitos humanos têm, por definição de humanos, apenas aqueles que vivem à margem da lei. Os cidadãos de bem, as pessoas comuns, aqueles que são as verdadeiras vítimas do crime, são totalmente esquecidos e menosprezados por essas entidades. Preocupam-se com os filhos dos detentos, mas ignoram por completo os órfãos do pai, cidadão e trabalhador, que esse detento exterminou.
Esta afirmação parece-me abusiva e injusta. Em todo o mundo existem dezenas de organizações humanitárias com missões diferentes. No brasil não existem associações de apoio às vítimas? de apoio às crianças, viúvas, e por aí fora?
Acho bem que as crianças filhas de criminosos tenham apoio especial, pois são um grupo de risco, e deve-se fazer de tudo para que não sigam as pisadas dos pais.Chama-se a isto prevenção.
Quanto aos direitos dos presos... enfim, eles ão seres humanos, loucos, psicopatas, crueis, não deixam de ser seres humanos. Embora eu ache que essa é uma luta social secundária.
Avatar escreveu:
Nossas leis dão aos jovens de 16 anos o direito de votar, de escolher o mandatário máximo da nação, de escolher os integrantes do Congresso Nacional, mas não permite que a um jovem seja imputada a responsabilidade por seus crimes. Alguns, crimes hediondos. Verdadeiros assassinos mirins, impunes, acobertados pela lei. Conheço casos que deixariam você horrorizada.
Você mencionou a quantidade de presidiários no Brasil. É verdade, são centenas de milhares. Mas você imagina quanto tempo esses marginais ficarão atrás das grades? No Brasil não há prisão perpétua. A pena máxima, para o pior crime que você possa imaginar, é 30 anos. O preso só precisa cumpri um sexto dessa pena para ter direito ao regime aberto, onde ele passaria o dia fora da cadeia e só precisaria dormir nas famosas casas de albergados. Após cumprir um terço da pena – 10 anos para quem pegou a pena máxima – ele já tem direito à liberdade condicional. Dez anos! E isso ainda não é tudo; eles possuem outros benefícios que podem antecipar sua liberdade.
Concordo quando dizes que se tem idade para votar, tem idade para ser responsabilizado pelas suas acções.
Em Portugal, p.e., só se pode votar aos 18, mas a partir dos 16 (se n estou em erro), já se é julgado praticamente como adulto.
(embora eu n concorde totalmente com isto e, talvez noutro tópico te explique porquê)
Quanto à prisão perpétua... enfim, eu não sou por princípio contra ela. E, mesmo em portugal, so a favor do aumento da pena mínima de muitos crimes (onde é que se admite que um pedífilo só vá dentro 3 anos?)
Já numa discussão anterior com o Poind, eu deixei bem claro que acho que os criminosos devem ser bem punidos e impedidos de voltar a cometer crimes, que me lembre, só nãoaceito tortura e pena e pena de morte.
Quanto a regalias como reduções de pena e visitas intímas... enfim, depende do crime, certamente que um ladrão ou dealer de maconha não devem ser punidos como um assassino ou esturpador, certo?
Quanto aos direitos dos presos, não vamos ser extremistas. Nem considerar que eles devem estar hospedados em hoteis cinco estrelas, nem considerar que devem ser tratados como lixo humano.
Há uma coisa que devem compreender. Quando eu sou contra a tortura e pena de morte, não é por achar que certas pessoas não o mereçam. Já aqui afirmei que, emocionalmente, acho que pedófilos mereciam sofrer agonias horríveis antes de morrer.
A grande questão moral, para mim, é alguém decidir e isso, e alguém executar isso. Eu não posso olhar para um agiota como um justiceiro. Ele será sempre alguém que ganha a vida magoando e matando, e o Estado não pode alinhar nem financiar uma coisa dessas. Uma pessoa a quem é legalmente permitido maltratar, será moralmente corrompida em breve (deves conhecer muitos casos de abuso de poder... eu que nunca lidei directamente com prisões conheço dezenas...).
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)