Poindexter escreveu:Tá uma decadência moral, tomando-se o certo pelo errado e o errado pelo certo.
Libertinagem total, exaltação da prostituição... a Família sendo constantemente atacada.
Não acho que "ficar" seja um ataque a família; seria apenas se pessoas casadas "ficassem" com alguém fora do casamento.
Eu acredito que se hoje em dia aparenta haver uma menor solidez na instituição familiar é porque até a não muito tempo, ela era mantida um tanto a força, por conveniência, por aparências, mas ao mesmo tempo atacada pelas mesmas coisas que atacam hoje. Também sendo potencialmente mais frágil do que uma família originada com uma moralidade um pouco mais permissiva.
Acho que, por exemplo, como o RCAdeBH meio que exemplificou, sempre foi mais aceito que homens dessem seus pulos de cerca mais do que mulheres. Também foram muito mais submissas durante muito tempo. Nesse cenário, os homens chifrando as mulheres não era grande ameaça a família, que se mantinha, a força, apesar disso.
Com as mulheres se vendo mais no direito de igualdade com os homens, disseram "dane-se a uma família de aparências, com um marido que me trái", e o divórcio se tornou mais comum, mas sem que as famílias tenham se tornado realmente piores (apenas pelo ponto de vista dos homens, que não têm tanto mais mulheres corno-mansas).
E quanto ao ficar, as pessoas conhecerem melhor, bíblicamente inclusive, os parceiros antes de um relacionamento mais sério, não acho que isso de forma alguma enfraqueça as famílias, mas tem potencialmente justamente o efeito contrário. As pessoas, depois de casadas, não vão ter mais tanto a curiosidade de saber como seria transar com
qualquer outro(a) parceiro(a), porque o que tiverem não é o único que tiveram a possibilade de conhecer, seja por ter sido casamento escolhido por parentes ou porque casaram só para poder transar, ou porque engravidaram numa transa meio desesperada. Podendo se conhecer melhor, as pessoas podem escolher melhor, e potencialmente ter relacionamentos mais duradouros.
Ou seja, de um lado se tem um relacionamento escolhido praticamente a esmo, ou por interesses familiares, ou no mínimo negligenciando totalmente o lado sexual, e podendo em muitos casos ser mantido só por obrigação mesmo. Do outro, há possibilidade de escolha, procurando parceiros mais compatíveis, sem ser um golpe de sorte ou interesses, cuja manutenção terá mais chance de não se dar apenas por aparência.
E nada tem a ver com prostituição, nem com "libertinagem total".
Mas quanto a essas coisas, enquanto que "libertinagem total" é algo que por definição é negativo, também não vejo grande problema com prostituição, ainda que não chegasse ao ponto de exaltar também. Acho que não tem como ser mais ameaça a família do que mulheres poderem trabalhar de secretária e conseqüentemente serem uma tentação para os chefes casados, e/ou seus chefes serem uma tentação, tendo que se manter uma familia tradicionalíssima, com a mulher em casa, longe de tentação, dependente do marido e assim pensando duas vezes antes de pular a cerca, e o homem trabalhando num ambiente onde só há homens (supondo não haverem gays). Mas mesmo nesse caso entregadores de pizza seriam ameaças a família...