Recordação de Vidas Anteriores

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Vitor Moura
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Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por Vitor Moura »

[center]Recordação de Vidas Anteriores

A sua Importância. Interpretações Possíveis.
[/center]

[center]Parte I[/center]

Nos finais do século XIX (1, 2) e no início do século XX (3-5) só ocasionalmente se dava conta de relatos de crianças que afirmavam ter lembranças de vidas anteriores. Em 1960 publiquei uma análise de 44 casos que me chamaram a atenção. Provinham de várias fontes, sobretudo de livros e revistas (6). Considerei alguns como a evidência do que entendo ser um processo paranormal (de acesso à informação), como defino a possibilidade de as crianças mostrarem conhecimentos acerca da vida de uma pessoa já falecida, desconhecida da sua própria família, sem que estes conhecimentos, pelo menos aparentemente, tenham sido adquiridos através dos meios de comunicação correntes. Recomendei, na altura, que se fizesse um esforço para localizarem e investigar cuidadosamente novos casos idênticos.

Eu mesmo iniciei uma investigação sobre este assunto e publiquei os primeiros relatórios poucos anos mais tarde (7-8). Nos anos seguintes publiquei relatórios adicionais de casos investigados em alguns países (9-13). Na Ásia (Sul, Sudoeste e Oeste Asiático), na África (Oeste Africano), Brasil e na América do Norte (Noroeste Norte-Americano) encontram-se facilmente casos idênticos. Em todas estas áreas é forte a crença na reencarnação. Na Europa Ocidental e noutras zonas da América do Norte também ocorrem alguns, embora com menor freqüência, (14-15).

Nas décadas de 80 e 90 foram identificados por outros investigadores novos casos (16-23). Até 1995 havia cerca de 90 registros pormenorizados de casos deste tipo, selecionados de um número muito mais vasto já investigado – superior a 2500. Muitos deles foram exaustivamente analisados. As entrevistas são o principal método de investigação. São feitas amiudadamente com as pessoas diretamente relacionadas, quer da parte da criança quer do lado da pessoa falecida, se esta tiver ido identificada. Dá-se especial importância à verificação independente das afirmações feitas pela criança, mas também se investigam documentos diversos: certidões de óbito e outros, que se reproduzem sempre.

Na maioria dos casos (67% em 856 casos) conseguiu-se identificar a pessoa falecida e verificou-se que os pormenores da sua vida e morte correspondiam exatamente às afirmações da criança entrevistada (24). Consideramos estes casos como "resolvidos". Os restantes (33% dos referidos 856 casos), são classificados "casos por resolver". Há um pequeno número deles em que o renascimento se relacionava com mortes ocorridas na infância. Esta identificação faz-se com base em marcas de nascimento e sonhos, ainda que a criança analisada nunca se tenha referido a uma vida anterior (21). Todos os casos nestas condições foram designados por "casos silenciosos" e constituem cerca de 5% a 10% do total.

As características dos casos que ocorrem no mesmo grupo cultural são estáveis ao longo de uma ou duas gerações (25). A comparação de casos entre culturas diferentes revela existirem algumas características comuns que persistem regularmente. São elas as seguintes: a criança começa a falar da sua vida anterior em idade precoce (normalmente entre os 2 e os 4 anos de idade); deixa de falar nessa vida anterior muito cedo (entre os 5 e os 7 anos); há, nesses relatos infantis das suas vidas anteriores, elevada incidência de mortes violentas (76%). Outras características variam amplamente segundo a cultura em que vivem as crianças, como a lembrança de terem pertencido a outro sexo (13, 15).

Não se pode considerar significativo da existência de uma vida anterior nenhum caso que não tenha sido expurgado de todas as explicações possíveis. Destas, a mais importante é a da comunicação de informação, à criança, acerca da pessoa falecida, através dos meios correntes, sem que os próprios pais se apercebam (estas ocorrências são muito raras). A informação assim transmitida por meios correntes tem uma probabilidade razoável de acontecer ou, pelo menos, essa possibilidade não deve ser excluída sempre que o caso se relaciona com uma recordação associada a um membro da própria família ou da mesma localidade. Na maior parte destas situações as famílias associadas ao fenômeno viviam em localidades muito afastadas e os informadores (famílias da criança e da pessoa falecida) asseguraram aos investigadores que não se conheciam antes de se iniciar o estudo do caso. Lamentavelmente, o investigador não consegue, muitas vezes, chegar aos ambientes relacionados com um dado caso antes que as famílias se terem encontrado e partilhado as suas informações acerca do relato da criança e de os relacionar com as suas próprias memórias ou com todas as histórias acerca da pessoa falecida. Apesar de tudo, há uma pequena percentagem de casos em que o investigador consegue obter um relato escrito das afirmações da criança antes deste relacionamento poder concretiza-se (7, 9, 22). A comparação destas situações com aquelas em que o investigador só conseguiu obter informações depois de ter havido relacionamento das duas famílias mostrou, todavia, que não existem diferenças entre os dois grupos em tudo o que respeita à qualidade das afirmações.

A investigação já avançou até ao ponto em que a hipótese da existência de vidas anteriores oferece, pelo menos, uma interpretação plausível para muitos casos e, para outros, parece ser a mais consistente. Todavia, o presente artigo não foi orientado para o registro das evidências que comprovam tal hipótese. O leitor interessado nesse estudo e nos métodos de investigação adotados encontrará nas publicações citadas descrições pormenorizadas. A minha intenção foi a de sugerir o fato de a possibilidade da existência de uma vida anterior ter um poder significativo para diversos problemas ainda por resolver, tanto na Medicina como na Psicologia.

O fato de uma criança afirmar que se lembra de uma vida anterior é muito mais importante do que uma simples convicção da existência de vidas pretéritas, possa ou não ser comprovada. As crianças que o afirmam mostram, quase sempre, uma variedade de comportamentos que são pouco vulgares na família a que pertencem, mas que estão de acordo com as características da pessoa falecida de quem se recordam, tanto quanto foi possível registar ou inferir (nos casos resolvidos). Além disso, estas crianças apresentam características físicas notáveis – que correspondem a feridas ou a outros aspectos físicos da pessoa falecida de cuja vida ela parece lembrar-se.

Sabemos muito pouco acerca do número total de crianças que afirmam lembrar-se de vidas anteriores.

[center]Problemas por Resolver na Medicina que a Tese das Vidas Anteriores pode Esclarecer[/center]

Numa série de 387 pessoas que afirmavam lembrar-se de uma vida anterior havia 141, ou 36%, com fobias. Estas fobias estavam quase sempre de acordo com o tipo de morte ocorrido na vida anterior lembrada. Por exemplo: uma criança que afirmava lembrar-se de uma vida em que tinha morrido por afogamento, apresentava uma fobia à imersão na água; a lembrança de uma vida terminada com um tiro de uma arma de fogo, estava associada a uma fobia às armas. A maioria das fobias ocorriam em casos relacionados com mortes violentas, ainda que também se verificassem em situações de morte natural. A relação entre o grau de incidência das fobias e o tipo de morte é variável. Por exemplo, 30 em 47 pessoas (64%), que se lembravam de terem morrido afogadas tinham fobia à água, mas apenas 13, num grupo de 30 (43%) que se lembrava de terem morrido por causa de uma mordedura de uma cobra apresentavam fobias às cobras.

Verifiquei por vezes – embora não tenha estimativas exactas sobre esta particularidade – que uma criança manifestava uma fobia antes de se referir à sua vida anterior. Isto causava natural perplexidade aos pais até que a criança conseguisse dar uma explicação – normalmente o relato do modo como tinha morrido numa vida anterior. Em todos os casos os pais não conseguiam identificar nenhuma e experiência post-natal, nem sequer nenhum comportamento semelhante em qualquer membro da família que pudesse explicar a fobia.

Dada a grande incidência de fobias em crianças que afirmam lembrar-se de uma vida anterior parece razoável admitir que elas possam explicar algumas fobias mesmo nas crianças que não se lembram dessas vidas.

Menzies e Clarke estudaram, na Austrália, 50 casos clínicos de fobia infantil à água. Estes autores interrogaram os pais das crianças acerca da existência de alguma experiência ou modelo de aprendizagem que pudesse estar na base da fobia desenvolvida. Em 28 dos casos (56%) os pais não só não se recordavam de nenhum destes fatores como até afirmavam que a fobia se tinha revelado logo ao primeiro contacto da criança com a água. Admito, por isto, que estas fobias derivem de mortes por afogamento, ainda que as crianças não tenham revelado memória consciente dessas vidas.

[center]Filias da Infância[/center]

Muitas crianças que afirmam lembrar-se de uma vida anterior apresentam desejos – muitas vezes semelhantes ao craving – por uma substância tóxica ou por uma comida que era do particular agrado de uma pessoa já falecida e de quem a criança afirma lembrar-se. Várias destas crianças, que se lembram de vidas de alcoólicos, pediram bebidas alcoólicas ou beberam-nas às escondidas quando eram pequenas. Outras tentavam fumar ou fingiam fazê-lo.

[center]Brincadeiras Invulgares na Infância[/center]

Num grupo de 278 crianças, 66 (24%) adotaram brincadeiras pouco vulgares (estes dados não foram publicados). Estas brincadeiras eram mais freqüentemente relacionadas com a profissão da pessoa falecida de quem se lembravam. Alguns exemplos: uma criança que se lembrava de uma vida como condutor de veículos de tração animal brincava como se andasse a cavalo ou conduzisse uma carroça. Outra, que se recordava da vida de um médico, brincava aos médicos e usava um pauzinho como se fosse um termômetro. Outras ainda brincavam imitando diversas atividades não profissionais, como o jogo de contas (beads). E também havia crianças que davam às bonecas, ou a outros brinquedos, nomes que eram dos filhos da pessoa falecida de quem se lembravam. E também havia crianças que reproduziam, nas suas brincadeiras, a forma como morreram na suposta vida anterior. Em todos estes casos as famílias não forneceram quaisquer modelos para tais brincadeiras.

Admito assim que os interesses e objetivos manifestados precocemente por algumas pessoas, durante a infância e que não resultem de um estímulo anterior, encontrando mesmo oposição na família, possam ter origem em vidas passadas. Exemplos como este ocorreram na infância de George Frederick Handel (o compositor), Florence Nightingale (a fundadora da escola de enfermagem moderna), Elisabeth Fry (uma notável reformadora das prisões), Heinrich Schliemann (o descobridor de Tróia), Jean-François Champollion (o decifrador dos hieroglifos egípcios) e Michael Ventris (o decifrador do linear B). Desconheço se alguma destas pessoas se lembrava de uma vida anterior, mas a precocidade e intensidade da sua persistente vontade de atingir metas pouco vulgares não encontra explicação normal nas suas histórias genéticas ou familiares.

[center]Homossexualidade[/center]

Numerosas crianças lembram-se de uma vida anterior em que pertenciam ao sexo oposto. É freqüente as crianças vestirem roupas e até manifestar preferência por brincadeiras e outras atividades do outro sexo. Por vezes mesmo, as crianças recusam usar as roupas adequadas à sua sexualidade. Tenho conhecimento de dois casos que foram problemáticos, pela recusa, na escola, de usar as roupas adequadas à sua natureza.

Foi possível acompanhar algumas destas crianças até à idade adulta. A maioria acabou por se adaptar ao sexo anatômico, mas uma delas tornou-se intransigentemente homossexual.

Vários investigadores mostraram que o comportamento efeminado em rapazes é preditor, embora com exceções, da homossexualidade quando adulto. Zuger observou este comportamento efeminado em crianças demasiado novas para terem sido influenciadas pelos pais.

Uma geração anterior de psiquiatras culpou os pais pelo desenvolvimento da homossexualidade; mas as suas opiniões têm sido largamente desacreditadas por falta de provas consistentes. Mais recentemente têm sido estudados os fatores genéticos. Os estudos neuro-anatómicos mostraram a existência de uma anormalidade no hipotálamo de alguns homossexuais do sexo masculino, por comparação com heterossexuais do mesmo sexo, mas permanece a dúvida sobre se trata de causa ou efeito.

Os autores de uma revisão recente de literatura sobre a homossexualidade notaram que a sua origem parece ser multifactorial. É admissível que uma vida anterior, vivida no sexo oposto ao da actual, possa desencadear uma dada orientação sexual numa criança sem que, no entanto, venha a fixá-la permanentemente.

[center]
Ian Stevenson
Prof. Catedr. da Universidade de Charlottesville, Virgínia,
E. U. A.
[/center]

[center]Notas[/center]
1. Fielding Hall, H. The Soul of a People. London: Macmillan, 1898.
2. Hearn L. Gleanings in Budha-fields. Boston: Houghton Mifflin, 1897.
3. Gupta L.D.. Sharma, N.R., Mathur T.C. An Inquiry into the case of Shanti Devi. Delhi; International Aryan League, 1936.
4. Sahay K.K.N. Reincarnation: verified cases of re-birthafter death. Bareilly, U.P.: N.I.Gupta, 1927.
5. Sunderlal R. B. S. Cas apparents de reminiscences de vies antérieures. Révue métaphychique. l924; 4; 302-307.
6. Stevenson I. The evidence for survival from claimed memories of former incarnations. J Am Soc Psychical Res 1960, 54: 57-71, 95-117.
7. Stevenson I. Twenty cases suggestive of reincarnation. 2nd rev. edn. Charlottesville: University Press of Virginia, 1974.
8. Stevenson I. Cultural patterns in casessuggestive of reincarnation among the Tlingit Indians of Southeastern Alaska. J Am Soc Psychical Res 1966, 60: 229-243.
9. Stevenson I. Cases of the reincarnation type. Vol I. Ten cases in India. Charlottesville: University Press of Virginia, 1975.
10. Stevenson I. Cases of the reincarnation type. Vol 2. Ten cases in Sri Lanka. Charlottesville: University Press of Virginia, 1977.
11. Stevenson I. Cases of the reincarnation type. Vol 3. Twelve cases in Lebanon and Turkey. Charlottesville: University Press of Virginia, 1980.
12. Stevenson I. Cases of the reincarnation type. Vol 4. Twelve cases in Thailand and Burma. Charlottesville: University Press of Virginia, 1983.
13. Stevenson I. Characteristics of cases of the reincarnation type among the Igbo of Nigeria. J Asian and African Studies 1986; 21: 204-216.
14. Stevenson I. American children who claim to remember previous lives. J nerv Ment Dis 1983; 171: 742-748.
15. Stevenson I. Children who remember previous lives. Vol 1. Charlottesville: University Press of Virginia, 1987.
16. Mills A. A replication study: three cases of children in northern India who are said to remember a previous life. J Sci Expl 1989, 3 (2): 133-184.
17. Mills A. A replication study: three cases of children in northern India who are said to remenber a previous life. J Sci Expl 1989, 3 (2): 133-184.
18. Pasricha S. Claims of reincarnation: na empirica/ study of cases in India. New Delhi. Harman Publishing House, 1990.
19. Pasricha S. Cases of reincarnation type in northern India with birthmarks and birth defects. J Sci Expl 1998; 12 (2): 259-293.
20. Keil J. New cases in Burma, Thailand, na Turkey: a limited field study replication of some aspects of Ian Stevenson research. J Sci Expl 1991; 5 ( I ): 27-59.
21. Keil J. Cases of the reincarnation type: na evaluation of some indirect evidence with examples of "silent cases". J Sci Expl 1996; 10 (4): 467-485.
22. Haraldson E. Children claiming past-life memories: four cases in Sri Lanka. J Sci Expl 1991; 5(2): 233-261.
23. Mills A, Haraldson E., Keil J. Replication studies of cases suggestive of reincarnation by three independent investigators. J Am Soc Psychical Res 1994, 88: 207-219.
24. Cook E., Pasricha S., Samararatne G., Win Maung, Stevenson I. a review na analysis of "unsolved" cases of the reincarnation type. Part II. J Am Soc Psychical Res 1983, 77: 115-135.
25. Pasricha S., Stevenson I. Indian cases of the reincarnation type two generations.

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carlo
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Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por carlo »

Besteirada! Só podia mesmo ter vindo de universidade da roça.

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Vitor Moura
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Re: Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por Vitor Moura »

carlo escreveu:Besteirada! Só podia mesmo ter vindo de universidade da roça.


Como assim? Stevenson é um cientista bastante respeitado por seu trabalho, e a Universidade de Virgínia também é respeitadíssima.

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RCAdeBH
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Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por RCAdeBH »

Belo texto, Vitor.
Várias fobias se apresentam sem histórico ou agente causador desconhecido em quase todos os pacientes. A reencarnaçao explica.
" ...I'm running to stand still... "

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Poindexter
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Re: Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por Poindexter »

RCAdeBH escreveu:Belo texto, Vitor.
Várias fobias se apresentam sem histórico ou agente causador desconhecido em quase todos os pacientes. A reencarnaçao explica.


O Unicórnio Rosa Saltitante também explica.
Si Pelé es rey, Maradona es D10S.

Ciertas cosas no tienen precio.

¿Dónde está el Hexa?

Retrato não romantizado sobre o Comun*smo no século XX.

A child, not a choice.

Quem Henry por último Henry melhor.

O grito liberalista em favor da prostituição já chegou à este fórum.

Lamentável...

O que vem de baixo, além de não me atingir, reforça ainda mais as minhas idéias.

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Aurelio Moraes
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Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por Aurelio Moraes »

Qualquer religião imbecil pode "explicar" qualquer coisa.
Os crentes podem falar que depressão e um monte de coisa sem explicação aparente vêm do diabo.

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Vitor Moura
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Re: Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por Vitor Moura »

Poindexter escreveu:
RCAdeBH escreveu:Belo texto, Vitor.
Várias fobias se apresentam sem histórico ou agente causador desconhecido em quase todos os pacientes. A reencarnaçao explica.


O Unicórnio Rosa Saltitante também explica.


Explica, mas é menos parcimonioso, logo, pode ser descartado pela lâmina de Occam, e ficamos com a reencarnação.

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Vitor Moura
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Re: Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por Vitor Moura »

Aurelio Moraes escreveu:Qualquer religião imbecil pode "explicar" qualquer coisa.
Os crentes podem falar que depressão e um monte de coisa sem explicação aparente vêm do diabo.


Pois é, mas é menos parcimonioso, logo, podemos descartar o diabo e ficar com espíritos.

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Aurelio Moraes
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Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por Aurelio Moraes »

Na SUA opinião a SUA fé na religião espírita é melhor que a fé nas ações do "diabo"..
fique com a sua fé, e os crentes ficam com a fé deles.
Parece que pra você "sem dúvidas" existem espíritos.
Posso estar errado, mas você deixa a entender que "espíritos existem sem dúvidas".

Conan

Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por Conan »

Eu não me lembro de nada...

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Vitor Moura
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Re: Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por Vitor Moura »

Aurelio Moraes escreveu:Na SUA opinião a SUA fé na religião espírita é melhor que a fé nas ações do "diabo"..


Não, é só ver o número de entidades.

Espíritos= alma dos homens

Demônios= anjos decaídos

Anjos= seres alados criados por Deus.

Deus= ser criador do universo.

No sistema espírita vc tem só 1 entidade, no sistema evangélico vc tem 3...

Só digo que espírito é mais parcimonioso comparado com a hipótese evangélica...mesmo se considerarmos espíritos como seres criados por Deus, continua sendo apenas 2 entidades ao invés de 3...

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Vitor Moura
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Re: Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por Vitor Moura »

Conan escreveu:Eu não me lembro de nada...


Então vc tem sorte, vc não morreu de morte violenta na vida anterior..vc morreu dormindo :emoticon19:

Nos casos de Stevenson, a maior parte das crianças que recordam sua vida anterior tiveram morte violenta.

Um abraço,
Vitor

Conan

Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por Conan »

Vitor. Como se explica o milagre da multiplicação dos espíritos se num passado distante o número de seres humanos era apenas de alguns milhares?

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Poindexter
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Re: Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por Poindexter »

Vitor Moura escreveu:Explica, mas é menos parcimonioso, logo, pode ser descartado pela lâmina de Occam, e ficamos com a reencarnação.


A Navalha de Occam é apenas uma opção. Não possui poder de refutação.
Si Pelé es rey, Maradona es D10S.

Ciertas cosas no tienen precio.

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Conan

Re: Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por Conan »

Poindexter escreveu:
Vitor Moura escreveu:Explica, mas é menos parcimonioso, logo, pode ser descartado pela lâmina de Occam, e ficamos com a reencarnação.


A Navalha de Occam é apenas uma opção. Não possui poder de refutação.


É... e aplicando Occan a hipotese mais provável não é que o criador seja um Deus Bondoso, mas um Demónio...

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Poindexter
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Re: Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por Poindexter »

Conan escreveu:Eu não me lembro de nada...


Oi, miguell.
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O ENCOSTO
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Re: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por O ENCOSTO »

Vitor Moura escreveu:[center]Recordação de Vidas Anteriores

A sua Importância. Interpretações Possíveis.
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[center]Parte I[/center]

Nos finais do século XIX (1, 2) e no início do século XX (3-5) só ocasionalmente se dava conta de relatos de crianças que afirmavam ter lembranças de vidas anteriores. Em 1960 publiquei uma análise de 44 casos que me chamaram a atenção. Provinham de várias fontes, sobretudo de livros e revistas (6). Considerei alguns como a evidência do que entendo ser um processo paranormal (de acesso à informação), como defino a possibilidade de as crianças mostrarem conhecimentos acerca da vida de uma pessoa já falecida, desconhecida da sua própria família, sem que estes conhecimentos, pelo menos aparentemente, tenham sido adquiridos através dos meios de comunicação correntes. Recomendei, na altura, que se fizesse um esforço para localizarem e investigar cuidadosamente novos casos idênticos.

Eu mesmo iniciei uma investigação sobre este assunto e publiquei os primeiros relatórios poucos anos mais tarde (7-8). Nos anos seguintes publiquei relatórios adicionais de casos investigados em alguns países (9-13). Na Ásia (Sul, Sudoeste e Oeste Asiático), na África (Oeste Africano), Brasil e na América do Norte (Noroeste Norte-Americano) encontram-se facilmente casos idênticos. Em todas estas áreas é forte a crença na reencarnação. Na Europa Ocidental e noutras zonas da América do Norte também ocorrem alguns, embora com menor freqüência, (14-15).

Nas décadas de 80 e 90 foram identificados por outros investigadores novos casos (16-23). Até 1995 havia cerca de 90 registros pormenorizados de casos deste tipo, selecionados de um número muito mais vasto já investigado – superior a 2500. Muitos deles foram exaustivamente analisados. As entrevistas são o principal método de investigação. São feitas amiudadamente com as pessoas diretamente relacionadas, quer da parte da criança quer do lado da pessoa falecida, se esta tiver ido identificada. Dá-se especial importância à verificação independente das afirmações feitas pela criança, mas também se investigam documentos diversos: certidões de óbito e outros, que se reproduzem sempre.

Na maioria dos casos (67% em 856 casos) conseguiu-se identificar a pessoa falecida e verificou-se que os pormenores da sua vida e morte correspondiam exatamente às afirmações da criança entrevistada (24). Consideramos estes casos como "resolvidos". Os restantes (33% dos referidos 856 casos), são classificados "casos por resolver". Há um pequeno número deles em que o renascimento se relacionava com mortes ocorridas na infância. Esta identificação faz-se com base em marcas de nascimento e sonhos, ainda que a criança analisada nunca se tenha referido a uma vida anterior (21). Todos os casos nestas condições foram designados por "casos silenciosos" e constituem cerca de 5% a 10% do total.

As características dos casos que ocorrem no mesmo grupo cultural são estáveis ao longo de uma ou duas gerações (25). A comparação de casos entre culturas diferentes revela existirem algumas características comuns que persistem regularmente. São elas as seguintes: a criança começa a falar da sua vida anterior em idade precoce (normalmente entre os 2 e os 4 anos de idade); deixa de falar nessa vida anterior muito cedo (entre os 5 e os 7 anos); há, nesses relatos infantis das suas vidas anteriores, elevada incidência de mortes violentas (76%). Outras características variam amplamente segundo a cultura em que vivem as crianças, como a lembrança de terem pertencido a outro sexo (13, 15).

Não se pode considerar significativo da existência de uma vida anterior nenhum caso que não tenha sido expurgado de todas as explicações possíveis. Destas, a mais importante é a da comunicação de informação, à criança, acerca da pessoa falecida, através dos meios correntes, sem que os próprios pais se apercebam (estas ocorrências são muito raras). A informação assim transmitida por meios correntes tem uma probabilidade razoável de acontecer ou, pelo menos, essa possibilidade não deve ser excluída sempre que o caso se relaciona com uma recordação associada a um membro da própria família ou da mesma localidade. Na maior parte destas situações as famílias associadas ao fenômeno viviam em localidades muito afastadas e os informadores (famílias da criança e da pessoa falecida) asseguraram aos investigadores que não se conheciam antes de se iniciar o estudo do caso. Lamentavelmente, o investigador não consegue, muitas vezes, chegar aos ambientes relacionados com um dado caso antes que as famílias se terem encontrado e partilhado as suas informações acerca do relato da criança e de os relacionar com as suas próprias memórias ou com todas as histórias acerca da pessoa falecida. Apesar de tudo, há uma pequena percentagem de casos em que o investigador consegue obter um relato escrito das afirmações da criança antes deste relacionamento poder concretiza-se (7, 9, 22). A comparação destas situações com aquelas em que o investigador só conseguiu obter informações depois de ter havido relacionamento das duas famílias mostrou, todavia, que não existem diferenças entre os dois grupos em tudo o que respeita à qualidade das afirmações.

A investigação já avançou até ao ponto em que a hipótese da existência de vidas anteriores oferece, pelo menos, uma interpretação plausível para muitos casos e, para outros, parece ser a mais consistente. Todavia, o presente artigo não foi orientado para o registro das evidências que comprovam tal hipótese. O leitor interessado nesse estudo e nos métodos de investigação adotados encontrará nas publicações citadas descrições pormenorizadas. A minha intenção foi a de sugerir o fato de a possibilidade da existência de uma vida anterior ter um poder significativo para diversos problemas ainda por resolver, tanto na Medicina como na Psicologia.

O fato de uma criança afirmar que se lembra de uma vida anterior é muito mais importante do que uma simples convicção da existência de vidas pretéritas, possa ou não ser comprovada. As crianças que o afirmam mostram, quase sempre, uma variedade de comportamentos que são pouco vulgares na família a que pertencem, mas que estão de acordo com as características da pessoa falecida de quem se recordam, tanto quanto foi possível registar ou inferir (nos casos resolvidos). Além disso, estas crianças apresentam características físicas notáveis – que correspondem a feridas ou a outros aspectos físicos da pessoa falecida de cuja vida ela parece lembrar-se.

Sabemos muito pouco acerca do número total de crianças que afirmam lembrar-se de vidas anteriores.

[center]Problemas por Resolver na Medicina que a Tese das Vidas Anteriores pode Esclarecer[/center]

Numa série de 387 pessoas que afirmavam lembrar-se de uma vida anterior havia 141, ou 36%, com fobias. Estas fobias estavam quase sempre de acordo com o tipo de morte ocorrido na vida anterior lembrada. Por exemplo: uma criança que afirmava lembrar-se de uma vida em que tinha morrido por afogamento, apresentava uma fobia à imersão na água; a lembrança de uma vida terminada com um tiro de uma arma de fogo, estava associada a uma fobia às armas. A maioria das fobias ocorriam em casos relacionados com mortes violentas, ainda que também se verificassem em situações de morte natural. A relação entre o grau de incidência das fobias e o tipo de morte é variável. Por exemplo, 30 em 47 pessoas (64%), que se lembravam de terem morrido afogadas tinham fobia à água, mas apenas 13, num grupo de 30 (43%) que se lembrava de terem morrido por causa de uma mordedura de uma cobra apresentavam fobias às cobras.

Verifiquei por vezes – embora não tenha estimativas exactas sobre esta particularidade – que uma criança manifestava uma fobia antes de se referir à sua vida anterior. Isto causava natural perplexidade aos pais até que a criança conseguisse dar uma explicação – normalmente o relato do modo como tinha morrido numa vida anterior. Em todos os casos os pais não conseguiam identificar nenhuma e experiência post-natal, nem sequer nenhum comportamento semelhante em qualquer membro da família que pudesse explicar a fobia.

Dada a grande incidência de fobias em crianças que afirmam lembrar-se de uma vida anterior parece razoável admitir que elas possam explicar algumas fobias mesmo nas crianças que não se lembram dessas vidas.

Menzies e Clarke estudaram, na Austrália, 50 casos clínicos de fobia infantil à água. Estes autores interrogaram os pais das crianças acerca da existência de alguma experiência ou modelo de aprendizagem que pudesse estar na base da fobia desenvolvida. Em 28 dos casos (56%) os pais não só não se recordavam de nenhum destes fatores como até afirmavam que a fobia se tinha revelado logo ao primeiro contacto da criança com a água. Admito, por isto, que estas fobias derivem de mortes por afogamento, ainda que as crianças não tenham revelado memória consciente dessas vidas.

[center]Filias da Infância[/center]

Muitas crianças que afirmam lembrar-se de uma vida anterior apresentam desejos – muitas vezes semelhantes ao craving – por uma substância tóxica ou por uma comida que era do particular agrado de uma pessoa já falecida e de quem a criança afirma lembrar-se. Várias destas crianças, que se lembram de vidas de alcoólicos, pediram bebidas alcoólicas ou beberam-nas às escondidas quando eram pequenas. Outras tentavam fumar ou fingiam fazê-lo.

[center]Brincadeiras Invulgares na Infância[/center]

Num grupo de 278 crianças, 66 (24%) adotaram brincadeiras pouco vulgares (estes dados não foram publicados). Estas brincadeiras eram mais freqüentemente relacionadas com a profissão da pessoa falecida de quem se lembravam. Alguns exemplos: uma criança que se lembrava de uma vida como condutor de veículos de tração animal brincava como se andasse a cavalo ou conduzisse uma carroça. Outra, que se recordava da vida de um médico, brincava aos médicos e usava um pauzinho como se fosse um termômetro. Outras ainda brincavam imitando diversas atividades não profissionais, como o jogo de contas (beads). E também havia crianças que davam às bonecas, ou a outros brinquedos, nomes que eram dos filhos da pessoa falecida de quem se lembravam. E também havia crianças que reproduziam, nas suas brincadeiras, a forma como morreram na suposta vida anterior. Em todos estes casos as famílias não forneceram quaisquer modelos para tais brincadeiras.

Admito assim que os interesses e objetivos manifestados precocemente por algumas pessoas, durante a infância e que não resultem de um estímulo anterior, encontrando mesmo oposição na família, possam ter origem em vidas passadas. Exemplos como este ocorreram na infância de George Frederick Handel (o compositor), Florence Nightingale (a fundadora da escola de enfermagem moderna), Elisabeth Fry (uma notável reformadora das prisões), Heinrich Schliemann (o descobridor de Tróia), Jean-François Champollion (o decifrador dos hieroglifos egípcios) e Michael Ventris (o decifrador do linear B). Desconheço se alguma destas pessoas se lembrava de uma vida anterior, mas a precocidade e intensidade da sua persistente vontade de atingir metas pouco vulgares não encontra explicação normal nas suas histórias genéticas ou familiares.

[center]Homossexualidade[/center]

Numerosas crianças lembram-se de uma vida anterior em que pertenciam ao sexo oposto. É freqüente as crianças vestirem roupas e até manifestar preferência por brincadeiras e outras atividades do outro sexo. Por vezes mesmo, as crianças recusam usar as roupas adequadas à sua sexualidade. Tenho conhecimento de dois casos que foram problemáticos, pela recusa, na escola, de usar as roupas adequadas à sua natureza.

Foi possível acompanhar algumas destas crianças até à idade adulta. A maioria acabou por se adaptar ao sexo anatômico, mas uma delas tornou-se intransigentemente homossexual.

Vários investigadores mostraram que o comportamento efeminado em rapazes é preditor, embora com exceções, da homossexualidade quando adulto. Zuger observou este comportamento efeminado em crianças demasiado novas para terem sido influenciadas pelos pais.

Uma geração anterior de psiquiatras culpou os pais pelo desenvolvimento da homossexualidade; mas as suas opiniões têm sido largamente desacreditadas por falta de provas consistentes. Mais recentemente têm sido estudados os fatores genéticos. Os estudos neuro-anatómicos mostraram a existência de uma anormalidade no hipotálamo de alguns homossexuais do sexo masculino, por comparação com heterossexuais do mesmo sexo, mas permanece a dúvida sobre se trata de causa ou efeito.

Os autores de uma revisão recente de literatura sobre a homossexualidade notaram que a sua origem parece ser multifactorial. É admissível que uma vida anterior, vivida no sexo oposto ao da actual, possa desencadear uma dada orientação sexual numa criança sem que, no entanto, venha a fixá-la permanentemente.

[center]
Ian Stevenson
Prof. Catedr. da Universidade de Charlottesville, Virgínia,
E. U. A.
[/center]

[center]Notas[/center]
1. Fielding Hall, H. The Soul of a People. London: Macmillan, 1898.
2. Hearn L. Gleanings in Budha-fields. Boston: Houghton Mifflin, 1897.
3. Gupta L.D.. Sharma, N.R., Mathur T.C. An Inquiry into the case of Shanti Devi. Delhi; International Aryan League, 1936.
4. Sahay K.K.N. Reincarnation: verified cases of re-birthafter death. Bareilly, U.P.: N.I.Gupta, 1927.
5. Sunderlal R. B. S. Cas apparents de reminiscences de vies antérieures. Révue métaphychique. l924; 4; 302-307.
6. Stevenson I. The evidence for survival from claimed memories of former incarnations. J Am Soc Psychical Res 1960, 54: 57-71, 95-117.
7. Stevenson I. Twenty cases suggestive of reincarnation. 2nd rev. edn. Charlottesville: University Press of Virginia, 1974.
8. Stevenson I. Cultural patterns in casessuggestive of reincarnation among the Tlingit Indians of Southeastern Alaska. J Am Soc Psychical Res 1966, 60: 229-243.
9. Stevenson I. Cases of the reincarnation type. Vol I. Ten cases in India. Charlottesville: University Press of Virginia, 1975.
10. Stevenson I. Cases of the reincarnation type. Vol 2. Ten cases in Sri Lanka. Charlottesville: University Press of Virginia, 1977.
11. Stevenson I. Cases of the reincarnation type. Vol 3. Twelve cases in Lebanon and Turkey. Charlottesville: University Press of Virginia, 1980.
12. Stevenson I. Cases of the reincarnation type. Vol 4. Twelve cases in Thailand and Burma. Charlottesville: University Press of Virginia, 1983.
13. Stevenson I. Characteristics of cases of the reincarnation type among the Igbo of Nigeria. J Asian and African Studies 1986; 21: 204-216.
14. Stevenson I. American children who claim to remember previous lives. J nerv Ment Dis 1983; 171: 742-748.
15. Stevenson I. Children who remember previous lives. Vol 1. Charlottesville: University Press of Virginia, 1987.
16. Mills A. A replication study: three cases of children in northern India who are said to remember a previous life. J Sci Expl 1989, 3 (2): 133-184.
17. Mills A. A replication study: three cases of children in northern India who are said to remenber a previous life. J Sci Expl 1989, 3 (2): 133-184.
18. Pasricha S. Claims of reincarnation: na empirica/ study of cases in India. New Delhi. Harman Publishing House, 1990.
19. Pasricha S. Cases of reincarnation type in northern India with birthmarks and birth defects. J Sci Expl 1998; 12 (2): 259-293.
20. Keil J. New cases in Burma, Thailand, na Turkey: a limited field study replication of some aspects of Ian Stevenson research. J Sci Expl 1991; 5 ( I ): 27-59.
21. Keil J. Cases of the reincarnation type: na evaluation of some indirect evidence with examples of "silent cases". J Sci Expl 1996; 10 (4): 467-485.
22. Haraldson E. Children claiming past-life memories: four cases in Sri Lanka. J Sci Expl 1991; 5(2): 233-261.
23. Mills A, Haraldson E., Keil J. Replication studies of cases suggestive of reincarnation by three independent investigators. J Am Soc Psychical Res 1994, 88: 207-219.
24. Cook E., Pasricha S., Samararatne G., Win Maung, Stevenson I. a review na analysis of "unsolved" cases of the reincarnation type. Part II. J Am Soc Psychical Res 1983, 77: 115-135.
25. Pasricha S., Stevenson I. Indian cases of the reincarnation type two generations.



Evidencia anedota com pitadas de hipóteses ad hoc
O ENCOSTO


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Onde houver fé, levarei a dúvida.

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Re: Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por O ENCOSTO »

Vitor Moura escreveu:
Aurelio Moraes escreveu:Na SUA opinião a SUA fé na religião espírita é melhor que a fé nas ações do "diabo"..


Não, é só ver o número de entidades.

Espíritos= alma dos homens

Demônios= anjos decaídos

Anjos= seres alados criados por Deus.

Deus= ser criador do universo.

No sistema espírita vc tem só 1 entidade, no sistema evangélico vc tem 3...

Só digo que espírito é mais parcimonioso comparado com a hipótese evangélica...mesmo se considerarmos espíritos como seres criados por Deus, continua sendo apenas 2 entidades ao invés de 3...



Espiritismo é besteira. Pronto. Não preciso de nenhuma entidade para explicar porcaria nenhuma.

Espiritismo: Deus e Reencarnação.

Explicação do Encosto: TOTALMENTE MATERIALISTA.

Navalha de Occan no espiritismo :emoticon144:
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carlospe
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Re: Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por carlospe »

Conan escreveu:Vitor. Como se explica o milagre da multiplicação dos espíritos se num passado distante o número de seres humanos era apenas de alguns milhares?


Conan,
Há mais espíritos desencarnados do que encarnados. Segundo o espiritismo, temos um anjo da guarda, ou um mentor espiritual, ou um guia de luz... Só isso já igualaria a quantidade de pessoas encarnadas e desencarnadas.
Outra explicação é que nós não vivemos apenas nesta esfera. Há, sim, vida em muitos planetas. Os espíritos transitam de um plano a outro, conforme sua evolução e sua vibração. Assim, poder-se-ia responder seu questionamento supondo que o número de espíritos na Terra tenha sofrido uma variação. Um superávit de espíritos... :emoticon16:
Isso responde sua dúvida? õ.Ô

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Vitor Moura
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Re: Re.: Recordação de Vidas Anteriores

Mensagem por Vitor Moura »

Conan escreveu:Vitor. Como se explica o milagre da multiplicação dos espíritos se num passado distante o número de seres humanos era apenas de alguns milhares?


Essa crítica é conhecida como Objeção da População. Basicamente, há algumas explicações:

a)não há nenhuma exigência de que todos reencarnem. Pode ser que só algumas pessoas reencarnem.

b)não se sabe quando o processo de reencarnação começou. Pode ser que seja um fenômeno que se iniciou recentemente, e não num passado distante.

c) pode ser que espíritos de animais estejam reencarnando em corpos humanos. Há 3 casos registrados que sugerem isso (as crianças se lembravam de vidas como uma lebre, um macaco e um boi).

Um abraço,
Vitor

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carlospe
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Mensagem por carlospe »

Vítor...



a)não há nenhuma exigência de que todos reencarnem. Pode ser que só algumas pessoas reencarnem.

Se colocarmos a possibilidade de apenas alguns reencarnarem, questiona-se a reencarnação como um todo, não?

b)não se sabe quando o processo de reencarnação começou. Pode ser que seja um fenômeno que se iniciou recentemente, e não num passado distante.

Creio que não nos caiba datar a lei da reencarnação, mesmo porque há relatos de reencarnações há milhares e milhares de anos, não acha?

c) pode ser que espíritos de animais estejam reencarnando em corpos humanos. Há 3 casos registrados que sugerem isso (as crianças se lembravam de vidas como uma lebre, um macaco e um boi).

O espiritismo diz que os animais não têm espíritos, apenas uma energia. Quando esse animal morre, essa energia volta a constituir a de outro animal ou, na quantidade e modo necessários, um espírito. As crianças podem até lembrar de passagens como animais, mas como saberemos se elas reamente têm essa lembrança, e de que época essa lembrança é?

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Vitor Moura
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Mensagem por Vitor Moura »

carlospe escreveu:Vítor...

Se colocarmos a possibilidade de apenas alguns reencarnarem, questiona-se a reencarnação como um todo, não?


De fato, não há nenhuma evidência significativa de que todos reencarnem. Jim Tucker expõe assim a questão:

Quando vemos a evidência para a reencarnação, uma reação é pensar sobre como isto pode afetar-nos individualmente. Claramente, iríamos todos adorar a oportunidade de ver nossos entes queridos falecidos outra vez. Podemos pensar sobre as emoções que a mãe de Patrick Christenson deve ter sentido quando determinou que seu primeiro filho, que tinha morrido quando bebê, havia retornado a ela. Uma perda dessa espécie obviamente é devastadora, e ficaríamos todos reconfortados em saber que tamanha perda pode não ser permanente.

Infelizmente, devemos nos lembrar de que o que é verdadeiro para as crianças que relatam memórias de vidas passadas pode não ser verdadeiro para o resto de nós. Elas podem pertencer a um grupo raro, e ainda que tenham reencarnado, ninguém mais o teria feito. Por exemplo, elas podem ter tido questões que as mantiveram ligadas a suas experiências terrenas de modo que voltaram enquanto outras não o fazem. A situação pode ser como a das histórias de casas mal-assombradas em que as pessoas dizem que um fantasma está preso aí por causa de uma morte terrível ou uma razão semelhante. Como discuti mais cedo, 70 por cento das personalidades prévias morreram por meios artificiais em casos onde o modo da morte é conhecido, e naturalmente um número desses mortos por meio natural morreram repentinamente também. Isto sugere que uma morte violenta ou repentina é muito mais provável de produzir um caso futuro de uma criança com memórias de vidas passadas do que outros tipos de mortes. Tal tipo de morte pode ser um fator que pode criar em nossos indivíduos ligações à Terra levando-os a serem exceções à situação normal. Depois da morte, a consciência tipicamente pode se misturar numa consciência universal maior ou sair para outro mundo de existência— o Céu, por exemplo. Por tudo que sabemos, os pareceres Judaico-cristãos tradicionais da vida depois da morte podem estar em geral corretos ainda que nossos casos sejam exemplos legítimos de reencarnação.

Por outro lado, a reencarnação pode ocorrer normalmente mas sem a continuidade das memórias da vida prévia. Nesse caso, podemos todos ter tido vidas prévias mesmo que a maioria de nós não se lembre delas. Se isto é verdadeiro, então o processo normal pode ser rompido tanto por um fator na vida prévia como uma morte inesperada ou por algum fator na próxima vida. Isto pode levar a algumas memórias estarem presentes na próxima vida, e portanto, mesmo que todo o mundo possa reencarnar, nossos casos são raros por causa da presença das memórias.

Os casos não respondem qual possibilidade é a mais provável, se vidas anteriores são incomuns ou se somente as memórias de vidas passadas são raras, mesmo que indiquem que a reencarnação ocorra em algumas circunstâncias. Embora todos nós quiséssemos ver nossos entes queridos retornando a nós, ou nós mesmos retornando aos nossos filhos ou netos depois de nossas mortes, estes casos não respondem à pergunta se a reencarnação é universal. Fornecem evidência que nós podemos reencarnar, ao menos sob certas circunstâncias—o que é certamente um achado significativo—mas eles não indicam se todos nós realmente o fazemos.

Ainda que todos possamos reencarnar, os padrões que nós vemos nos casos com memórias podem não se aplicar ao resto de nós. O tipo de morte ou algum outro fator pode mudar o processo normal para produzir padrões que podem seguir com as memórias duradouras. Por exemplo, as crianças que têm memórias de vidas passadas podem ser mais ligadas a um certo local do que outros seriam. Estas crianças tendem a reencarnar perto de onde a personalidade prévia viveu, mas outras que reencarnaram sem memórias podem não estar ligadas de forma semelhante. Mesmo assim, as crianças que descrevem permanecer em um local particular durante anos entre as vidas podem não ser típicas de todos que reencarnam. Devemos lembrar-nos de que outras diferenças podem ocorrer também entre os casos de crianças que tem memórias de vidas passadas e quaisquer outros que reencarnam sem tais memórias.


carlospe escreveu:Creio que não nos caiba datar a lei da reencarnação, mesmo porque há relatos de reencarnações há milhares e milhares de anos, não acha?


Sim, há, mas isso não quer dizer que tenha surgido ao mesmo tempo em todas as partes do globo.

carlospe escreveu:O espiritismo diz que os animais não têm espíritos, apenas uma energia. Quando esse animal morre, essa energia volta a constituir a de outro animal ou, na quantidade e modo necessários, um espírito. As crianças podem até lembrar de passagens como animais, mas como saberemos se elas reamente têm essa lembrança, e de que época essa lembrança é?


Complicado, né? Aqui tem as descrições dos casos registrados:

Warnasiri Adikari (Stevenson, 1977b) alegou lembrar de quatro vidas prévias, uma delas como uma lebre que comia folhas e tinha sido baleada, e Pratomwan Inthanu (Stevenson, 1983b) acreditava que ela tinha sido um macaco em uma ou duas vidas prévias anteriores às duas humanas que ela se lembrava. Stevenson (1987a, p. 302) em resumo descreve um terceiro caso do tipo, em que uma menina burmesa alegou uma vida intermediária como um boi.

Mais freqüente do que achar indivíduos alegando se lembrarem de vidas como animais, é achar adultos numa sociedade identificando animais como as reencorporações de pessoas mortas, normalmente pela aparição repentina de um animal no momento da morte, ou de alguma semelhança percebida de comportamento entre o animal e a pessoa morta. Fielding Hall (1902, pp. 298-300) registra o caso curioso de uma mulher que poupou a vida de um corço, acreditando ser a reencarnação de seu filho, e então foi processada em corte pelos caçadores que o tinham perseguido. A corte determinou que nenhuma parte tinha feito seu caso, e manteve a custódia. [The court ruled that neither party had made its case, and retained custody].


Bom, como verificar é complicado, ainda mais que tais casos são bem raros! Mas...nada impede que no futuro não seja possível verificar tais casos! Por enquanto, o indício de que animais reencarnam em humanos é bem fraco.

Um abraço,
Vitor

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carlospe
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Mensagem por carlospe »

Sim, é tudo hipotético...
Mas ainda acho que seja assim, realmente...
Dentro do que o espiritismo diz, há lógica... Se a razão ñ pode verificar se Deus existe ou não, se reencarnamos ou não e afins, não há porque não acreditar Nele...
Realmente... quem sabe um dia poderemos por isso tudo à prova?

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Hugo
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Mensagem por Hugo »

carlospe escreveu:Dentro do que o espiritismo diz, há lógica... Se a razão ñ pode verificar se Deus existe ou não, se reencarnamos ou não e afins, não há porque não acreditar Nele...


:emoticon5:

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carlospe
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Registrado em: 04 Mai 2006, 12:36

Mensagem por carlospe »

Kramer escreveu:
:emoticon5:



Leia-se: :emoticon12: ¬¬

Trancado