Indiferença

Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico. Combate ao fanatismo e ao fundamentalismo religioso.
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Re: Re.: Indiferença

Mensagem por ... »

O ENCOSTO escreveu:
Sketch escreveu:
O ENCOSTO escreveu:

Então você se considera desumano e ganancioso?


Não fiz quote disto, porque não percebi o sentido da pergunta...

Aliás, não percebo porque resolveste te atirar a mim como um cão raivoso só porque dei uma opinião...

Mas estou cagando e andando... :emoticon14:



Vamos lá, portuga: Depois que parar de cagar e andar, mostre que a minha interpertação para a sua resposta está errada. Vou postar a sua mensagem novamente para refrescar a sua memória:

Sketch escreveu:
Fernando Silva escreveu: Na verdade, tenho raiva deles.


É um sentimento frequente numa sociedade consumista, eficiente, desumana, veloz, e em que a palavra ganância foi substituída pela palavra sucesso...



Comente.


Estive a pensar... tens razão... esqueçam...

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Res Cogitans
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Re: Re.: Indiferença

Mensagem por Res Cogitans »

Fernando Silva escreveu:Nossa sociedade é imperfeita como tudo o mais.


Não me diga.

O ponto aqui é: a culpa não é minha.


Isso é discutível. Mas, a título de argumentação vou aceitar que você não tem absolutamente nenhuma responsabilidade na manutenção da sociedade.

Assim como não é minha culpa quando alguém nasce deficiente físico. Não vou me sentir culpado por ter saúde.


Não é necessário se sentir culpado. Eu não sou doador de sangue pq me sinto culpado pelos acidentes que as pessoas se metem.
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.

*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.

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Re.: Indiferença

Mensagem por ... »

Mesmo assim acho que a ideia de que o individuo não pode fazer diferença é errada... por causa da Teoria do Caos, que se aplica a tudo quanto é complexidade. Por vezes ajudar uma pessoa, pode ser ajudar a pessoa certa... e isso pode pôr em andamento uma espécie de efeito dominó... Uma mosca pode fazer a diferença... nunca se sabe...

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Re: Re.: Indiferença

Mensagem por Res Cogitans »

O ENCOSTO escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Realmente, dizer isso é burrice. A nossa sociedade é muito anti-meritocrática, em grande parte porque as pessoas ainda acreditam que se deva fazer "justiça social" usando o bolso alheio.



Não só isso.

Querem também sensibilidade, mas com os sentimentos alheios.


Cara, esse negócio de sensibilidade pra mim é irrelevante. Tenta outra coisa.
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.

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Re.: Indiferença

Mensagem por Res Cogitans »

Kbeça escreveu:Realmente, dizer isso é burrice. A nossa sociedade é muito anti-meritocrática, em grande parte porque as pessoas ainda acreditam que se deva fazer "justiça social" usando o bolso alheio.


Nossa sociedade é ameritocrática, pq meritocracia faz sentido quando as oportunidades ambientais estão mais niveladas.
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.

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Re.: Indiferença

Mensagem por Res Cogitans »

Cara, de vez em quando eu faço doações para creches e eles me convidam para conhecer as crianças que eu ajudo. Mas eu nunca vou e nunca irei. Não me interessa olhar para essas crianças. Tb não faço por culpa da minha situação melhor.
Faço por princípios utilitaristas.
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.

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Fernando Silva
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Re: Re.: Indiferença

Mensagem por Fernando Silva »

Res Cogitans escreveu:
Fernando Silva escreveu:O ponto aqui é: a culpa não é minha.

Isso é discutível. Mas, a título de argumentação vou aceitar que você não tem absolutamente nenhuma responsabilidade na manutenção da sociedade.

Embora não pareça, eu faço minha parte ao trabalhar e pagar impostos. Dá a impressão de que eu estou cuidando apenas dos meus interesses, mas, ao fazê-lo, estou contribuindo para a coletividade.
E também procuro votar direito.

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Re: Re.: Indiferença

Mensagem por Fernando Silva »

Vitor Moura escreveu:
Fernando Silva escreveu:Essa gente acha que eu sou um babaca que guarda dinheiro para o futuro ("depois você morre e não aproveitou nada") em vez de aproveitar a vida aqui e agora.

Uma vez um professor de economia me disse: "Vcs sempre devem ter ouvido o conselho de que se deve guardar para o futuro, não é? Pois bem, se todo mundo seguisse esse conselho, sabe o que aconteceria? A economia não cresceria! Não tem ninguém comprando, tá todo mundo poupando!"

Você entendeu o que eu quis dizer.
Eu poupei para ter paz de espírito em relação ao meu futuro e também para realizar meus sonhos. Hoje, tenho casa própria e carro. Tenho uma reserva para emergências e sei de onde virá minha próxima refeição. Nunca fui dormir preocupado com dívidas.

Enquanto isto, colegas que tiveram as mesmas chances não se preocuparam com o futuro e gastaram tudo o que lhes caiu nas mãos. Hoje vivem da mão para a boca. Se perderem o emprego, passarão fome ou terão que voltar para a casa dos pais.
Pagam aluguel e, se o carro deles enguiça, ficam sem carro até poderem pagar o conserto.
Entretanto, assim que entra algum dinheiro, correm para gastar num carro novo ou em besteiras.
E tenho exemplos assim na minha própria família.

Essa gente não entende que não terão emprego para sempre, que vão ficar velhos, doentes e cansados, que um dia podem querer mudar de vida. Mas agem como se aquele dinheirinho no fim do mês fosse garantido. E gastam tudo, como se o dinheiro lhe queimasse as mãos.
Para eles, é inconcebível deixar dinheiro guardado.

Não se trata de poupar tudo, como esse professor disse. Trata-se de investir no futuro, como na fábula da cigarra e da formiga.
Minha tranquilidade vale ouro. Se não é assim para os outros, então não se queixem quando estiverem sem dinheiro. Assumam as consequências.

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Samael
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Re: Re.: Indiferença

Mensagem por Samael »

Res Cogitans escreveu:
Kbeça escreveu:Realmente, dizer isso é burrice. A nossa sociedade é muito anti-meritocrática, em grande parte porque as pessoas ainda acreditam que se deva fazer "justiça social" usando o bolso alheio.


Nossa sociedade é ameritocrática, pq meritocracia faz sentido quando as oportunidades ambientais estão mais niveladas.


Perfeito.

Além disso, "mérito" é uma valoração extremamente arbitrária. E nenhuma sociedade até hoje estabelecida me parece realmente meritocrática.

Me parece, certamente, uma ótima desculpa para manter a renda social mal distribuída e revigorar determinados privilégios de classe.

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Mussolim Bucetê
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Re.: Indiferença

Mensagem por Mussolim Bucetê »

Fernando, e no que se refere à não estar nem aí, para aqueles inconsequentes que não usam camisinha. Na sua opinião, o que pode ser feito dos frutos dessa inconseqüência (Filhos)?

Pois o assunto da marginalidade não interessa a ninguém, até que nós sejamos assaltados... não é verdade...?
Números 15; Oséias 13:16; Deuteronômio 13; Numeros 16:49; Numeros 25:9; Numeros 21:35 Numeros 21:35; Numeros 25:4; Juízes 14:19; Josué 10:11.
“Não se deve explicar o que não se sabe por meio do que não se vê, pois nunca rejeite a opinião de alguém só porque é diferente da sua. Os dois podem estar errados...”

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spink
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Re: Re.: Indiferença

Mensagem por spink »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Res Cogitans escreveu:Pra quem nasceu em bom berço é fácil dizer que nossa sociedade é meritocrática e bastava que o muleque que estudou em CIEP ter mais força de vontade que seu futuro está garantido.



Realmente, dizer isso é burrice. A nossa sociedade é muito anti-meritocrática, em grande parte porque as pessoas ainda acreditam que se deva fazer "justiça social" usando o bolso alheio.


Você acha que o "berço" não influencia????
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).

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Ayyavazhi
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Re: Re.: Indiferença

Mensagem por Ayyavazhi »


Cris,

O Flavio já havia me ajudado a perceber o mal entendido, mas agradeço sua consideração em fornecer explicações tão detalhadas. Não cotei sua mensagem para não esticar muito o post, mas estou de pleno acordo com você e retribuirei a gentileza, explicando melhor meus pontos de vista.

Fico imaginando que alguns colegas devam tomar minhas declarações por demagogia. É um risco que corro, assim como todos os que expressam publicamente suas opiniões. A questão é que não posso deixar de observar como o ser humano é suscetível ao erro e, ao mesmo tempo, tão severo e crítico com as falhas alheias.

Na realidade, nós sempre sabemos porque cometemos esse ou aquele erro. Sabemos o quê nos motivou. Conhecemos cada etapa em que a situação, as referências em nossa mente, os sentimentos envolvidos nos conduziram à ação imperfeita. Isso, de alguma forma, alivia a cobrança interna e nos faz parecer menos culpados. Nós nos perdoamos muito facilmente e, a bem da verdade, nunca enxergamos nossos erros com tanto rigor. Em contrapartida, negamos ao outro os mesmos direitos. Esquecemos que ele também foi envolvido por uma trama complexa de pequenos detalhes e motivações que culminaram na ação desastrosa. Os adjetivos vêm fácil numa hora dessas. O ser humano é um saco de imperfeições equipado com grande capacidade de perceber e rotular o erro dos outros.

Quando alguém está em dificuldades a frase mais comum que escutamos é “se fosse comigo eu faria desse modo”. Ora, que interessante, a pessoa que fala isso também tem problemas e, quando os têm, não encontra soluções tão fáceis. Percebe onde quero chegar? Nossos erros são menores e mais aceitáveis, nossos problemas são maiores e mais difíceis de solucionar. Tudo, nos outros, é diferente, e sempre pior. Essa autocondescendência é plenamente compreensível no homem, mas é uma mentira que o ajuda a suportar sua inevitável imperfeição. Na impossibilidade de crucificar a si próprio, o homem projeta sua imperfeição no próximo e não economiza nas críticas.

Por ter percebido tudo isso, e esse é o mundo que está ao meu redor, tenho procurado julgar cada vez menos os outros... e mais a mim mesmo. Não significa que eu consiga sempre, mas considero uma questão de honra tentar.

É isso.

Um abraço.


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Lúcifer
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Re.: Indiferença

Mensagem por Lúcifer »

Eu concordo e até entendo o que o Fernando quis dizer.

Em primeiro lugar, em relação a fechar as´"fabricas" de fazer filhos dos pobres; eu já vivenciei o que a Cris viveu com pessoas que trabalharam na campanha da natalidade e, mesmo depois de várias explicações, as mulherada continuava dando pílula para os maridos ou enfiando na vagina.

Como foi respondido em um post acima, os pobres tem muitos filhos com a ilusão que terã alguém para cuidar deles quando ficarem mais velhos e, muitos dos homens pobres são, sem discriminação, nordestinos, cujo ensinamento tiveram dos pais é que, homem que é homem, tem por obrigação ter muitos filhos. Só que essa raça nunca pensa nos custos que tem para cuidar dos filhos, mesmo vivendo em uma situação miserável.

Curiosidade: Já repararam que é difícil ter algum mendigo filhos de italiano, alemão, japonês, etc? Por que será? Será que é porque eles tiveram uma educação mais rígida? Imaginem...Esses imigrantes saíram de seus países de origem e vieram para um país sem vínculo nenhum e eles lutaram para conseguirem sobreviver, sem depender de ninguém e de nenhum governo. É com a força de vontade deles que conseguiram vencer, mesmo não tendo nenhum tostão no bolso no início. Mas os nossos conterrâneos do Norte e do Nordeste (sem falar de outras regiões) por mais que queiram lutar para vencer, não tem a mesma estrutura familiar que as famílias de imigrantes tiveram. Ora porque os pais não se importam ou estão muitos cansados. Ou seja, se os pais dessem um pequeno apoio para os filhos e os ensinassem a lutar e a estudar, mesmo que por conta própria, dificilmente ficariam nesse estado.
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Ayyavazhi
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Re: Re.: Indiferença

Mensagem por Ayyavazhi »

Fernando Silva escreveu:
Res Cogitans escreveu:Pra quem nasceu em bom berço é fácil dizer que nossa sociedade é meritocrática e bastava que o muleque que estudou em CIEP ter mais força de vontade que seu futuro está garantido.

Nossa sociedade é imperfeita como tudo o mais.
O ponto aqui é: a culpa não é minha.
Assim como não é minha culpa quando alguém nasce deficiente físico. Não vou me sentir culpado por ter saúde.


Não estou bem lembrado onde eu vi isto, mas gostei imensamente:

“Se você não puder fazer tudo... faça tudo o que puder”

É claro que eu não posso assumir a responsabilidade por todos os problemas sociais ou apresentar alguma solução mágica para resolvê-los. Mas acredito que qualquer esforço sincero no sentido de oferecer uma ajuda, minimizar, mesmo que por um instante, o sofrimento de outrem, transcende discussões acerca de responsabilidades e culpas. Se eu puder oferecer um prato de comida a alguém no dia de hoje, isso não irá resolver o problema dele amanhã, mas, quem sabe, amanhã outra coisa acontece e essa pessoa encontra outro prato de comida.

Não estou apresentando nenhuma solução e não estou apontando diretrizes a serem seguidas. Acredito na compaixão. Acredito nas pequenas ações. Acredito na bondade. Ainda...


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clara campos
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Re.: Indiferença

Mensagem por clara campos »

Confundir miséria com parasitismo ou indolência parece-me pernicioso.
Muitas pessoas são como são porque infelizmente não tiveram acesso a uma educação decente, só assim se pode explicar o desgoverno completo, a ignorância, a incapacidade de raciocinar a longo prazo.
Não somos culpados disso, nem devemos compactuar com parasitsmos. O Fernando está certo quando diz que prefere dar um pão que dar o dinheiro, parece-me um bom princípio.

Neste fórum disse-se uma vez que que "dizer que a pobreza é a principal causa de criminalidade" é uma ofensa aos pobres, pois parece-me igualmente ofensivo considerar que pobre é perguiçoso, malandro, parasita, digno de raiva e desprezo.

Mais aberrante ainda parece-me essa ideia que se vem vindo falando de "esterlização obrigatória", terei percebido bem? Acaso são as pessoas pragas??? teríeis coragem de decretar que uma mulher, contra a sua vontande, jamais poderia ter mais filhos? poderá alguém defender uma coisa destas??

Como muitas, mas pelos vistos não suficientes, vezes o Flávio tentou dizer, a "proliferação" desmesurada é típica de classes mais desfavorecidas, não por serem burras, más, etc, mas por serem ignorantes. E a ignorância só se cura com Educação, e por isso, em vez se discutirem critérios de mutilação da dignidade humana, deveriam ser discutidas formas de educar as pessoas, de obrigar as pessoas a educar os seus filhos, ainda que ofereçam resistência.

Palavra d'honra... um dia ainda tenho uma ataque cardíaco em frente a este fórum...
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)

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user f.k.a. Cabeção
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Re: Re.: Indiferença

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Res Cogitans escreveu:
Kbeça escreveu:Realmente, dizer isso é burrice. A nossa sociedade é muito anti-meritocrática, em grande parte porque as pessoas ainda acreditam que se deva fazer "justiça social" usando o bolso alheio.


Nossa sociedade é ameritocrática, pq meritocracia faz sentido quando as oportunidades ambientais estão mais niveladas.


Justamente.

Só que aqueles que poderiam dar alguma oportunidade, que são os empresários, são violentados pelo Estado.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem

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Flavio Costa
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Re: Re.: Indiferença

Mensagem por Flavio Costa »

user f.k.a. Cabeção escreveu:Como eu disse, a abrangência da definição de mercadoria é estritamente vinculada com a liberdade da sociedade em questão.

Bem, é uma ideologia, a materialização dela é uma questão interessante.

user f.k.a. Cabeção escreveu:O sucesso profissional está bem menos vinculado com a formação acadêmica do que você imagina. A única diferença é que alguém sem um diploma pode não se tornar um médico famoso, mas terá que buscar sua chance como empreendedor, e para isso, talento vale muito mais que qualquer pedaço de papel.

Nem todo mundo tem talento empreendedor, mas poderia fazer melhor que ser gari e camareira.

user f.k.a. Cabeção escreveu:Além do que, quem quisesse educação de alto nível e não possuisse meios para bancá-la deveria mostrar porque a merece, seja entrando em concursos por bolsas meritocráticas oferecidas eventualmente pela própria universidade, por instituições filantrópicas privadas ou por empresas interessadas em desenvolver talentos.

Quanto mais difícil o acesso à universidade, maior a falta de mão de obra qualificada e mais acirrada a disputa por empregos que não quererem nível superior. Não vejo aí ocorrendo algum tipo de equilíbrio social.

user f.k.a. Cabeção escreveu:O salário mínimo deveria ser estabelecido por cada contrato individual. Ninguém aceitaria trabalhar para passar fome, portanto, salários de fome não seriam comuns.

Passar fome as pessoas empregadas não passariam, mas ter saúde, lazer ou poder mandar os filhos para o curso de inglês não é algo que necessariamente vai acontecer. E alguém vai aceitar um salário mal remunerado assim, pois é melhor ser mal pago que morrer de fome.

user f.k.a. Cabeção escreveu:Além do que a existência de uma camada consumidora depende do valor do salário praticado; salários muito baixos farão com que haja menos pessoas dispostas a comprar, se não houver quem compre, o preço da mercadoria abaixará, ou o produtor sairá perdendo.

Possivelmente, o consumidor sairá perdendo. Se houver uma pequena, mas bem sucedida camada superior, ela poderá pagar caro pelos produtos e sustentar esse produtor. Grande parte da população pode continuar marginalizada, aliás, como já é aqui no Brasil.

user f.k.a. Cabeção escreveu:Não estou dizendo que certos serviços, como a segurança, a legislação ou a justiça, não competam ao Estado oferecer.

Ah, bom!

user f.k.a. Cabeção escreveu:Oferecer educação básica, ou serviços de saúde fundamentais, por exemplo, não parecem sufocar a camada produtiva da sociedade (ainda que não as considere rigorosamente fundamentais), enquanto que o ensino superior público e o seguro desemprego (e todas as outras formas de se pagar por não trabalhar) sim.

Concordo que haja um excesso e um desperdício dos recursos públicos.

Por exemplo, acho que o seguro desemprego não é ruim em si, mas ele deveria ser bem mais restrito: com um teto de um salário mínimo, com duração de no máximo 6 meses e para membros de famílias onde a renda per capita seja no máximo de 1/2 salário mínimo. Outras pessoas, se perderem o emprego, que vendam o carro para comer.

Já o ensino superior público poderia até não existir se existissem as tais entidades filantrópicas com atuação substancial, o que não é nossa realidade atual.

user f.k.a. Cabeção escreveu:E ficar com pena de quem cometeu erros e por isso está mal é uma coisa. Pode-se fazer bastante, como ajudar aquela pessoa dando-lhe um emprego, ou mesmo uma esmola qualquer.

Acho que quem cometeu erros merece ficar sem ir ao cinema, sem comprar roupas novas, sem frequentar festas, sem trocar de carro ou celular, mas não merecem ficar sem comida ou ter os estudos dos filhos interrompidos.

user f.k.a. Cabeção escreveu:(e aqui me refiro tanto aos trabalhadores mais humildes quanto aos mais ricos empresários que operam dentro da lei)

"Humilde" não, de baixa renda! :emoticon13:
The world's mine oyster, which I with sword will open.
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Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
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Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
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Re.: Indiferença

Mensagem por Flavio Costa »

E a propósito, eu não aprovo previdência social acima de um salário mínimo. Quem quiser ter qualidade de vida na aposentadoria, que junte o dinheiro. O problema da previdência não é só europeu, é mundial.
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Re: Re.: Indiferença

Mensagem por Flavio Costa »

clara campos escreveu:Como muitas, mas pelos vistos não suficientes, vezes o Flávio tentou dizer, a "proliferação" desmesurada é típica de classes mais desfavorecidas, não por serem burras, más, etc, mas por serem ignorantes.

O que eu vejo em pessoas como o Fernando é a defesa contra as acusações de estar se esquivando de sua culpa. Isso de culpa é simplesmente ridículo, é completamente insensato uma pessoa se culpar pelas mazelas do mundo.

Culpar a sociedade é menos pior, pois esses problemas são de ordem social, mas ainda assim a noção da culpa é idiota. Assim como o seio não tem culpa do câncer, a sociedade não tem culpa de seus males, eles simplesmente são algo que acontece devido à natureza humana. É mal, mas não há que se encontrar culpados e sim soluções.

Campanhas de caridade são boas, mas não são solução. A solução tem que ser estrutural, sócio-política, educacional, não através de sopas e camisetas velhas. Quem mais tem potencial para ajudar são os políticos, pena que a corrupção política não ajuda...

Não, nós da classe média não temos culpa de haverem pobres. E os pobres também não têm culpa de serem pobres ou de terem muitos filhos, eles simplesmente foram doutrinados com tantos valores errados, ou têm uma auto-estima tão baixa, que não sentem que têm algo a perder. Claro que nós podemos ajudar alguém a melhorar suas condições de vida, e alguns deles podem lutar para crescer, mas as condições de sua existência simplesmente não são favoráveis e isso é algo que está além da vontade individual de cada um de nós, cidadãos comuns.
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Mensagem por user f.k.a. Cabeção »



Flavio Costa escreveu:Bem, é uma ideologia, a materialização dela é uma questão interessante.


Bem, você pode considerar uma ideologia, é em geral o que o Samael faz.

Já a fundação Heritage considera uma constatação empírica.

Flavio Costa escreveu:Nem todo mundo tem talento empreendedor, mas poderia fazer melhor que ser gari e camareira.


Alguém tem de fazer os serviços de gari e de camareira, e estes não são menos honrados do que qualquer outro.

Muitas pessoas simplesmente não tem ambições maiores, nem talentos que as diferenciem, e é normal que essas pessoas se ocupem das tarefas mais simples e menos remuneradas.

É claro que estamos falando aqui de se criar condições para que aqueles que possuam algum talento empreendedor possam prosperar em suas atividades, e consigo levar muita gente de talento, e para isso a política do país não pode ser hostil à geração de riquezas.

Sem os empreendedores, os artistas, esportistas, filósofos e cientistas não teriam muito do que se sustentar. Basta comparar a quantidade e qualidade da arte, do esporte (esse ainda teve sua relevância), da filosofia e da ciência nas experiências comunistas no século vinte. É bom pensar nisso antes de hostilizar os capitalistas.

Flavio Costa escreveu:Quanto mais difícil o acesso à universidade, maior a falta de mão de obra qualificada e mais acirrada a disputa por empregos que não quererem nível superior. Não vejo aí ocorrendo algum tipo de equilíbrio social.


Realmente, mas se estivermos tratando de uma liberal-democracia, que não é o caso do Brasil, a dificuldade de acesso à universidade não precisa necessariamente ser grande.

Veja que sendo difícil entrar em uma faculdade, os empregos de maior qualificação teriam de ser mais remunerados, e os profissionais de alta capacidades seriam mais valiosos, o que levaria a um aumento da procura por formação acadêmica, tanto por parte das empresas, quanto por parte da população, o que ocasionaria num incentivo para o crescimento da oferta desses cursos, com cada faculdade se ocupando de uma estratégia de mercado (oferecer alta qualidade a preços também altos, ou oferecer maior acessibilidade a preços reduzidos).

Flavio Costa escreveu:Passar fome as pessoas empregadas não passariam, mas ter saúde, lazer ou poder mandar os filhos para o curso de inglês não é algo que necessariamente vai acontecer. E alguém vai aceitar um salário mal remunerado assim, pois é melhor ser mal pago que morrer de fome.


Bem, é natural que as pessoas fiquem privadas de determinados luxos, é assim em qualquer lugar do mundo, e pior ainda onde medidas socialistas são comuns.

A medida que a produtividade das pessoas aumenta e a riqueza da sociedade aumenta, os luxos de um tratamento médico de altíssimo nível, de uma educação completa e diferenciada, de opções de lazer diversas se tornam mais acessíveis à população.

Mas isso só ocorre quando a renda da população cresce, e não antes. E para a renda crescer, não podemos afugentar àqueles que farão com que ela cresça.

Mesmo que venham a contar os exemplos múltiplos de welfare europeus, canadenses, japoneses e até americanos, vale também lembrar que essas políticas de bem-estar entraram em ação depois, e não antes de que essas sociedades se desenvolvessem.

Não que eu as defenda, claro que não. São modelos falidos que estão sendo constantemente revistos em virtude do eventual esgotamento da população economicamente ativa desses países, processo que vem esfrangalhando a economia da França e em ritmo menor, a da Alemanha. Outros países perceberam isso antes, como a Inglaterra na era Tatcher, ou a Irlanda e a Espanha (que agora parece estar seguindo o contra-senso esquerdista), e portanto ainda estão em situação mais folgada. Os noruegueses ainda tem o petróleo para sustentar seus altos padrões, mas até quando?

Flavio Costa escreveu:Possivelmente, o consumidor sairá perdendo. Se houver uma pequena, mas bem sucedida camada superior, ela poderá pagar caro pelos produtos e sustentar esse produtor. Grande parte da população pode continuar marginalizada, aliás, como já é aqui no Brasil.


O Brasil não é uma liberal-democracia, nem nunca foi. O Brasil é uma social-democracia com flertes bem perigosos com o populismo e o marxismo revolucionário, e com um breve período de nacionalismo semi-ditatorial na história recente.

Você não pode usá-lo como exemplo, pois conceitos liberais alterariam o panorama nacional completamente, principalmente a forma como o mercado encara à população, e vice-versa.

Flavio Costa escreveu:Concordo que haja um excesso e um desperdício dos recursos públicos.

Por exemplo, acho que o seguro desemprego não é ruim em si, mas ele deveria ser bem mais restrito: com um teto de um salário mínimo, com duração de no máximo 6 meses e para membros de famílias onde a renda per capita seja no máximo de 1/2 salário mínimo. Outras pessoas, se perderem o emprego, que vendam o carro para comer.

Já o ensino superior público poderia até não existir se existissem as tais entidades filantrópicas com atuação substancial, o que não é nossa realidade atual.


O seguro-desemprego não tem lugar dentro da perspectiva liberal, pois a única coisa que ele faz é gerar uma despesa enorme, demanda uma burocracia para a aplicação dos critérios que você propôs, viabiliza diversos tipos de fraudes na previdência, serviria para sustentar vagabundos (não que todos os desempregados sejam vagabundos, contudo, quase todos os vagabundos são desempregados) com o dinheiro do contribuinte, além de gerar um incentivo ainda maior para a informalidade (gente que trabalha ilegalmente e ainda recebe o seguro).

Não existe justificativa lógica. Dizer que dar dinheiro para essas pessoas é uma forma de evitar que elas te roubem é uma forma de duplipensar, pois justifica o roubo oficial como forma de combater o roubo informal.

Flavio Costa escreveu:Acho que quem cometeu erros merece ficar sem ir ao cinema, sem comprar roupas novas, sem frequentar festas, sem trocar de carro ou celular, mas não merecem ficar sem comida ou ter os estudos dos filhos interrompidos.


Já eu penso que as pessoas devem se esforçar para conseguir todas essas coisas. O trabalho do Estado é criar, através de leis que preservem a propriedade e incentivem a geração de riquezas, e de forças que coibam os transgressores e que os punam com severidade, um ambiente propício para que todo e qualquer um consiga ter seu esforço devidamente remunerado.

Continuar tirando o pão de quem o ganha trabalhando para dar para vagabundos só fará com que menos pessoas se preocupem em ganhá-lo trabalhando.

Que as pessoas pensem no seu prato de comida e na escola de seus filhos quando forem tomar decisões.

"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem

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Fernando Silva
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Re: Re.: Indiferença

Mensagem por Fernando Silva »

Mussolim Bucetê escreveu:Fernando, e no que se refere à não estar nem aí, para aqueles inconsequentes que não usam camisinha. Na sua opinião, o que pode ser feito dos frutos dessa inconseqüência (Filhos)?

Pois o assunto da marginalidade não interessa a ninguém, até que nós sejamos assaltados... não é verdade...?

Não sei o que fazer. Os pais não se interessam pelas crianças indesejadas e elas, muitas vezes, vão viver nas ruas.
Deveriam ser recolhidas a algum instituto, mas nossas leis idiotas lhes garantem o direito de ficar na rua, se quiserem.

Só são recolhidas ao cometerem algum crime, mas logo voltam às ruas. A polícia acaba se desinteressando, já que é perda de tempo prendê-los, e se limita a enxotá-los como moscas.

Há um monte de ONGs para defendê-las (e meu dinheiro serve para financiá-las), mas elas também não querem tirar os moleques da rua ou perderão a verba.

Quando a comunidade se desespera com a falta de opções e se cansa de ser atacada pelos pivetes, acontecem massacres como o da Candelária.

Algumas possíveis soluções:
-Mudar a lei para que as crianças não tenham mais o direito de ficar nas ruas e sejam obrigadas a ficar em institutos (onde estudem e sejam bem tratadas, é claro)
-Fiscalizar as ONGs para que gastem direito nosso dinheiro
-Esterilizar compulsóriamente toda mulher e todo homem pobre que já tenham tido um filho. Se não podem se sustentar, não podem sustentar um filho (principalmente se nem formam um casal e nem a mãe está interessada na criança, que, para ela, é um "acidente").

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Re: Re.: Indiferença

Mensagem por ... »

Flavio Costa escreveu:E a propósito, eu não aprovo previdência social acima de um salário mínimo. Quem quiser ter qualidade de vida na aposentadoria, que junte o dinheiro. O problema da previdência não é só europeu, é mundial.


Na América há 30 milhões de pessoas que trabalham a tempo inteiro em serviços Básicos (ambulâncias, recolha do Lixo, etc) que ganham uma Ninharia e não têm possibilidade de Juntar.

E há quem diga que se a América, no futuro próximo, não arranjar um sistema Social á Europeia, por causa da revolução genética, assistirá ao Colapso do seu sistema Segurador...

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Fernando Silva
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Re: Re.: Indiferença

Mensagem por Fernando Silva »

clara campos escreveu:Mais aberrante ainda parece-me essa ideia que se vem vindo falando de "esterlização obrigatória", terei percebido bem? Acaso são as pessoas pragas??? teríeis coragem de decretar que uma mulher, contra a sua vontande, jamais poderia ter mais filhos? poderá alguém defender uma coisa destas??

Eu não sei como vivem os pobres em Portugal, mas aqui no Rio, pelo menos, as meninas das favelas começam a fazer filhos por volta dos 12 anos. E têm um atrás do outro, com homens diferentes. Muitas têm família estável e conseguem, mal e porcamente, criá-los, embora arruinem o próprio futuro.

Outras, como eu já conheci pessoalmente, vão largando os filhos pelo mundo. Uma mulher que trabalhou comigo tinha uns cinco, cada um de um homem diferente. O mais velho está preso e a menina mais velha está grávida. Emprestei dinheiro a ela várias vezes. Sei que não vou receber de volta.

Se algum dia você vier ao Brasil, visite uma favela. Vai se espantar com a quantidade de crianças, que aliás é característica de comunidades pobres. Talvez você diga, como João Paulo II, em visita ao Brasil: "Mas é muita criança!".

No passado, elas morriam aos milhares antes de atingir 1 ano de idade. Hoje, com melhores condições de saneamento e assistência, sobrevivem mas correm o risco de acabar morrendo em confronto com a polícia ou gerar mais miseráveis como eles.

E as favelas vão inchando, mais áreas sendo invadidas e mais florestas sendo destruídas para a construção de barracos.
E toda notícia de crime termina em " ... e os bandidos fugiram para a favela XYZ" (no Rio, há sempre uma favela próxima).

É aí que você começa a pensar em soluções radicais.

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Mensagem por Fernando Silva »

carlos escreveu:
clara campos escreveu:Essa raiva confude-me

Ele mora no Rio, cuja topografia "unem" ricos e pobres.
Morasse em São Paulo ele estaria mais calmo.
Ou não. :emoticon16:

No Rio, pobres e ricos vivem como camadas geológicas: sempre frente a frente, sempre se misturando.
O que faz com que os bandidos estejam também sempre por perto para nos assaltar e depois fugir para a favela (que às vezes começa do outro lado da rua, sem transição).
O que faz com que as crianças fiquem nas ruas de classe média para cima, cheirando solvente e assaltando as pessoas, às vezes em bando.
O que faz com que as pessoas tenham medo quando vêem uma criança pobre. E acabem sentindo raiva e não pena (principalmente depois de uma noite sem dormir por causa do foguetório na favela, sabendo que terá de acordar cedo para ir trabalhar).

E talvez seja por isto que poucos protestaram quando um bando de pequenos assaltantes foi morto na Candelária, no Rio.
Tirando uns poucos que fizeram muito barulho, o silêncio da maioria foi ensurdecedor.

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Mensagem por Samael »

user f.k.a. Cabeção escreveu:Bem, você pode considerar uma ideologia, é em geral o que o Samael faz.

Já a fundação Heritage considera uma constatação empírica.


Inúmeras ideologias possuem fundamentação empírica. E todo processo cognitivo é ideológico, visto que todos estamos embutidos em maneiras de verificar o mundo comuns em nossa época. Mesmo os processos de ruptura são processos ideológicos, apresentando uma nova mentalidade a romper a antiga.

Trancado