user f.k.a. Cabeção escreveu:Bem, você pode considerar uma ideologia, é em geral o que o Samael faz.
Já a fundação Heritage considera uma constatação empírica.
A ICAR também acha que seus milagres são constatações empíricas.

user f.k.a. Cabeção escreveu:Alguém tem de fazer os serviços de gari e de camareira, e estes não são menos honrados do que qualquer outro.
Não é uma questão de ser menos honrado, mas de ser mal remunerado e pouco motivador. Há pessoas que gostariam de fazer outras coisas, mas têm que ficar recolhendo lixo das ruas por contingência da vida. É só ver os países desenvolvidos, onde os cidadãos não querem esse tipo de trabalho e deixam que os imigrantes ilegais escovem o chão deles.
Você quer colocar a questão como se
todo mundo que faz esse tipo de trabalho tem menos potencial ou menos interesse que os outros mais bem situados, disfarçando o fato de que estamos numa sociedade que propicia condições muito desiguais para as pessoas. Em lugares onde há menor desigualdade o resultado é esse que eu falei aí em cima, sobram empregos para lavar pratos. Recolher lixo é honrado e importante, mas ninguém quer passar o dia inteiro cheirando restos em putrefação.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Sem os empreendedores, os artistas, esportistas, filósofos e cientistas não teriam muito do que se sustentar. Basta comparar a quantidade e qualidade da arte, do esporte (esse ainda teve sua relevância), da filosofia e da ciência nas experiências comunistas no século vinte. É bom pensar nisso antes de hostilizar os capitalistas.
Os países onde se tem melhor qualidade de vida são justamente aqueles onde o capitalismo é o mais desenvolvido. Pode-se argumentar que esse sucesso se deu com base na exploração dos menos favorecidos, mas a verdade é que a burguesia foi muito produtiva. Aliás, isso foi um elemento fundamental na falência do sistema feudal.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Realmente, mas se estivermos tratando de uma liberal-democracia, que não é o caso do Brasil, a dificuldade de acesso à universidade não precisa necessariamente ser grande.
Mas talvez fosse e alguém, por exemplo, o Estado, poderia intervir (que palavra feia, né?) para prover uma necessidade que não se mostrou lucrativa pela dinâmica do mercado. Claro que para você e para a fundação
Heritage isso não seria necessário, já que quando se busca o lucro tudo dá certo. Seria uma coisa realmente muito boa se for tão garantido assim, mas ainda não estou convencido disto.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Veja que sendo difícil entrar em uma faculdade, os empregos de maior qualificação teriam de ser mais remunerados, e os profissionais de alta capacidades seriam mais valiosos, o que levaria a um aumento da procura por formação acadêmica, tanto por parte das empresas, quanto por parte da população, o que ocasionaria num incentivo para o crescimento da oferta desses cursos, com cada faculdade se ocupando de uma estratégia de mercado (oferecer alta qualidade a preços também altos, ou oferecer maior acessibilidade a preços reduzidos).
Essa já é a situação do Brasil, cursar o nível superior já é privilégio de uma minoria e essas coisas que você relata aí simplesmente não estão acontecendo.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Bem, é natural que as pessoas fiquem privadas de determinados luxos, é assim em qualquer lugar do mundo, e pior ainda onde medidas socialistas são comuns.
Para mim, estudar inglês e tratar um glaucoma não são "determinados luxos". E espero que você não esteja chamando de "medidas socialistas" o sistema social do Canadá, do Japão, da Dinamarca, que são todos grandes economias capitalistas. Eu não defendo regimes soviéticos e cubanos.
user f.k.a. Cabeção escreveu:A medida que a produtividade das pessoas aumenta e a riqueza da sociedade aumenta, os luxos de um tratamento médico de altíssimo nível, de uma educação completa e diferenciada, de opções de lazer diversas se tornam mais acessíveis à população.
Enquanto para você ter tratamento médico é um luxo, para mim luxo é ter filhos.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Mesmo que venham a contar os exemplos múltiplos de welfare europeus, canadenses, japoneses e até americanos, vale também lembrar que essas políticas de bem-estar entraram em ação depois, e não antes de que essas sociedades se desenvolvessem.
Quanto a isso não posso comentar, pois não sei como esses países se desenvolveram antes de adotar essas políticas. Creio que em alguns lugares como a França pode estar havendo certo exagero (assim como há muitos aqui no Brasil), mas é difícil imaginar como a situação estaria se tivessem tomado um caminho diferente. Economias são sistemas muito complexos.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Os noruegueses ainda tem o petróleo para sustentar seus altos padrões, mas até quando?
Pobre Noruega, até quando!
user f.k.a. Cabeção escreveu:O seguro-desemprego não tem lugar dentro da perspectiva liberal, pois a única coisa que ele faz é gerar uma despesa enorme, demanda uma burocracia para a aplicação dos critérios que você propôs, viabiliza diversos tipos de fraudes na previdência, serviria para sustentar vagabundos (não que todos os desempregados sejam vagabundos, contudo, quase todos os vagabundos são desempregados) com o dinheiro do contribuinte, além de gerar um incentivo ainda maior para a informalidade (gente que trabalha ilegalmente e ainda recebe o seguro).
Nisso você tem razão, por mais que o benefício possa ser justo em algumas condições, a aplicação de critérios pode causar um grande ônus. Talvez promover associações de seguro-desemprego privadas possa ser uma medida positiva.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Não existe justificativa lógica. Dizer que dar dinheiro para essas pessoas é uma forma de evitar que elas te roubem é uma forma de duplipensar, pois justifica o roubo oficial como forma de combater o roubo informal.
Não é para evitar que te roubem, mas evitar que crianças passem fome, que você seja vítima de sequestro-relâmpago, que o seu filho seja morto, enfim, um certo equilíbrio social é uma maneira de aumentar a segurança para todos e segurança custa dinheiro.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Já eu penso que as pessoas devem se esforçar para conseguir todas essas coisas. O trabalho do Estado é criar, através de leis que preservem a propriedade e incentivem a geração de riquezas, e de forças que coibam os transgressores e que os punam com severidade, um ambiente propício para que todo e qualquer um consiga ter seu esforço devidamente remunerado.
Continuar tirando o pão de quem o ganha trabalhando para dar para vagabundos só fará com que menos pessoas se preocupem em ganhá-lo trabalhando.
Que as pessoas pensem no seu prato de comida e na escola de seus filhos quando forem tomar decisões.
E se não pensarem, os pais fazem a merda e os filhos pagam o preço? Que justiça há nisso? Não se apregoa neste fórum que uma das belezas da civilização ocidental e seus valores cristãos é o valor dado ao indivíduo?
Então porque crianças, e indiretamente toda a sociedade, devem sofrer as conseqüências das atitudes de pais irresponsáveis? Você pode alegar que já sofrem, já que através dos impostos somos penalizados pelos erros dessas pessoas. Isso é verdade, mas não nega o fato de que todos os países onde o governo cumpre seu papel com decência estão melhores que o Brasil, independente da quantidade de
welfare promovido.
Se nosso problema é o tamanho do país, que se divida então.
