Preto e branco

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heilel ben-shachar
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por heilel ben-shachar »

Kramer escreveu:Não vejo nenhum privilégio em trabalhar para ter qualidade de vida e, portanto, não vejo nenhum motivo para que se criem medidas que penalizem as pessoas que o fizeram ou aqueles a quem resolveram dar os frutos de sua labuta.


privilégio sm. 1. Vantagem que se concede a alguém com exclusão de outros. 2. Permissão especial. 3. V. prerrogativa.

Admitindo que trabalhar e através dele conquistar uma boa qualidade de vida é uma oportunidade concedida a poucos no Brasil, entende-se que a essas pessoas é dada essa vantagem, enquanto que a uma grande maioria não é concedida essa mesma vantagem, logo trata-se de um privilégio ter a oportunidade de trabalhar e conquistar uma boa qualidade de vida.

Kramer escreveu:O problema da desigualdade social estatística entre negros e brancos possui raízes históricas profundas. O sistema de cotas não passa de uma medida inútil para mascarar a situação e dizer que algo está sendo feito.


Mascarar a situação? Você reflete antes de escrever essas coisas? Nunca o debate sobre a discriminação racial esteve tão em voga desde a implantação do sistema de cotas em algumas Universidades.

Kramer escreveu:Aliás, não vejo motivo nenhum para tentar reverter essa situação além do país aparecer melhor colocado em pesquisas de igualdade racial. A verdade é que existem miseráveis de todas as cores.


Óbvio, você não está no lugar deles, por isso que é muito pertinente que se naturalize esse problema.

Kramer escreveu:Que eu saiba a constituição do nosso país oferece igualdade legal a todos. O fato de certos grupos étnicos terem melhores condições de vida que outros não se deve a nenhum tipo de discriminação por parte do estado.


Você sabe distinguir o que é de direito e o que é de fato? Por direito TODOS são iguais perante a lei, mas de fato não é assim. E somente uma pessoa hipócrita e mal intensionada teria a capacidade de negar isso.

E dizer que o fato de certos grupos étnicos terem melhores condições de vida que outros não se deve a nenhum tipo de discriminação por parte do estado é de uma burrice cavalar. O Estado sempre serviu para defender os interesses das elites. Estude um pouco de história, depois venha debater comigo.

Já estudou sobre a República do Café-com-leite? Sobre a ascenção das oligarquias ao poder? E que tais se arrastam até hoje no Brasil? Vai me dizer que o papel do Estado não é defender os interesses das classes dominantes? E como tem coragem de dizer que o Estado não tem culpa na discriminação sócio-racial? Tenha a santa paciência!

Kramer escreveu:Acusações vazias. Se fosse negro ou índio seria contra as cotas da mesma maneira, pois meus interesses pessoas não devem interferir na minha visão de certo e errado.


Como você pode ter certeza disso? Se fosse negro ou índio certamente receberia uma educação diferente da que tens hoje, teria outra família, outros círculos de relacionamento, estaria inserido numa realidade diferente da que está hoje e isso influencia e muito na sua forma mentis, e provavelmente também adotaria uma outra postura frente as cotas. Então por favor! Não me venha com essa. E outra coisa, esse princípio de imparcialidade é risível... nem vou fazer comentários adicionais, pois soa como uma pieguice sem tamanho para mim.

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Flavio Costa
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por Flavio Costa »

Samael escreveu:Mérito por mérito, por que é que não mostraram a situação da tal "Deise" ou "Greice", nascida na Maré, que batalhou em escolas de péssima qualidade e teve seus méritos para chegar ao patamar de estar logo atrás da menina de classe média? Porque não existe sequer um jornalista negro e/ou (ex) favelado que sinta inclinação a trabalhar a sua própria causa ideológica. E, nesse ponto, imoral ou não, as tais cotas democratizariam sim.

Além disso, mérito por mérito, vestibular não julga porra nenhuma.

É isso aí, Samuca. Fora os valores arbitrários que são usados como parâmetro do que é justiça e merecimento! :emoticon13:
The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006

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user f.k.a. Cabeção
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Samael escreveu:Discordo totalmente do sistema de cotas pela sua imoralidade.

O que não tenho paciência é para aturar discursinho pseudo-democrático num mundo onde "ter" e "ser" equivalem à mesma coisa.

Outro dia li num jornaleco qualquer a matéria sobre uma menina branca, de classe média, que não passou para UFRJ pois perdeu sua vaga para uma cotista. Falavam do tal mérito, que os pais tinham trabalhado duro para pagar o cursinho para a menina e coisa e tal. Ou seja, doutrinação. Alguém escreveu contra? É óbvio que não. Por que? Porque provavelmente não existe sequer um jornalista que veio da situação da tal cotista. Defender seus próprios privilégios é muito fácil.

Mérito por mérito, por que é que não mostraram a situação da tal "Deise" ou "Greice", nascida na Maré, que batalhou em escolas de péssima qualidade e teve seus méritos para chegar ao patamar de estar logo atrás da menina de classe média? Porque não existe sequer um jornalista negro e/ou (ex) favelado que sinta inclinação a trabalhar a sua própria causa ideológica. E, nesse ponto, imoral ou não, as tais cotas democratizariam sim.

Além disso, mérito por mérito, vestibular não julga porra nenhuma.

Por fim, um erro não justifica nem conserta nada, e por isso a minha discordância, mas tentar fazer a argumentação alheia se tornar um "nonsense" do dia pra noite é canastrice. O debate envolve muitas coisas mais. A argumentação cotista envolve outros fatores bem relevantes.



Errado por vários motivos. Recomendo ler a resposta que eu dei nesse mesmo tópico.

Primeiro porque cotista preto não significa cotista pobre, e isso já nulifica qualquer proposta de cota para negros, sem direito a apelação ou reposta. Não há como negar que negros ricos serão privilegiados, e não existe articulação esquerdista boa o suficiente para justificar o privilégio de um negro rico em detrimento de um branco pobre.

Segundo porque mesmo para o pobre, cota não presta. Se ele não tiver capacidade para entrar para faculdade, seja em virtude de competência inerente (leia-se inteligência), seja por conteúdo aprendido durante o colégio (leia-se base), ele não vai conseguir se formar um bom profissional.

A faculdade, ao contrário do que esses discursos inflamados tentam imputar, não tem (ou pelo menos, não deveria ter) qualquer tipo de função social mais relevante do que formar uma elite intelectual capaz de exercer as funções qualificadas onde a demanda é por bagagem acadêmica forte.

Sua tarefa não é corrigir distorções que vem do ensino básico. E o ensino básico não é algo que deva ter orientação voltada para aprovar para o vestibular, mas para capacitar com as ferramentas intelectuais básicas os cidadãos de todos os tipos e classes econômicas. Os mais interessados e qualificados podem prosseguir para uma faculdade, mas o ensino básico não serve ao ensino superior e sim é um fim em si. Se não forem corrigidas as distorções nesse nível, esperar concertar uma pessoa em 4 anos de faculdade é uma pretensão completamente imbecil.

Lendo o discurso postado na página anterior favorável a essas cotas, vê-se que a única pretensão desse sistema é a incitação da desobediência civil, da tensão racial, e da corrosão das camadas pensantes (que já foram bastantes agredidas pelo viés esquerdista dominante). Não se trata de correção, num sentido de desfazer um erro, mas "correção", no sentido de nivelar todos por baixo, como foi feito em Ruanda ou no Camboja.

O sistema de cotas é uma aberração ideológica nojenta, e quem não quer perceber isso, quer continuar acreditando que o PT não possui um compromisso firmado com a esquerda continental, que o MST é um movimento pacífico, que tudo isso é pelo bem da nação, só perceberá a gravidade do seu erro quando suas propriedades forem confiscadas, suas esposas forem violadas, seus corpos escravizados e seus espíritos exterminados pelas exércitos da escuridão que marcham rumo a dominação completa.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem

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Hugo
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por Hugo »

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Não vejo nenhum privilégio em trabalhar para ter qualidade de vida e, portanto, não vejo nenhum motivo para que se criem medidas que penalizem as pessoas que o fizeram ou aqueles a quem resolveram dar os frutos de sua labuta.


privilégio sm. 1. Vantagem que se concede a alguém com exclusão de outros. 2. Permissão especial. 3. V. prerrogativa.

Admitindo que trabalhar e através dele conquistar uma boa qualidade de vida é uma oportunidade concedida a poucos no Brasil, entende-se que a essas pessoas é dada essa vantagem, enquanto que a uma grande maioria não é concedida essa mesma vantagem, logo trata-se de um privilégio ter a oportunidade de trabalhar e conquistar uma boa qualidade de vida.


Não há nenhum tipo de vantagem concedida pelo estado àqueles que conseguem bons empregos, logo, mantenho o que disse.

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:O problema da desigualdade social estatística entre negros e brancos possui raízes históricas profundas. O sistema de cotas não passa de uma medida inútil para mascarar a situação e dizer que algo está sendo feito.


Mascarar a situação? Você reflete antes de escrever essas coisas? Nunca o debate sobre a discriminação racial esteve tão em voga desde a implantação do sistema de cotas em algumas Universidades.


Claro, está sendo estimulada a discriminação racial contra os brancos.

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Aliás, não vejo motivo nenhum para tentar reverter essa situação além do país aparecer melhor colocado em pesquisas de igualdade racial. A verdade é que existem miseráveis de todas as cores.


Óbvio, você não está no lugar deles, por isso que é muito pertinente que se naturalize esse problema.


Ao escrever isso suspeitei que pudesse dar margem a interpretações errôneas. Acertei na mosca.

Não tenho problemas em medidas do governo para combater a pobreza. O fato é que, além de não ver como as cotas poderiam ajudar a resolver alguma coisa, não vejo porque se preocupar apenas com minorias raciais ao invés de aenas com os membros menos favorecidos da sociedade. Ou você acha que não existe negro rico?

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Que eu saiba a constituição do nosso país oferece igualdade legal a todos. O fato de certos grupos étnicos terem melhores condições de vida que outros não se deve a nenhum tipo de discriminação por parte do estado.


Você sabe distinguir o que é de direito e o que é de fato? Por direito TODOS são iguais perante a lei, mas de fato não é assim. E somente uma pessoa hipócrita e mal intensionada teria a capacidade de negar isso.

E dizer que o fato de certos grupos étnicos terem melhores condições de vida que outros não se deve a nenhum tipo de discriminação por parte do estado é de uma burrice cavalar. O Estado sempre serviu para defender os interesses das elites. Estude um pouco de história, depois venha debater comigo.

Já estudou sobre a República do Café-com-leite? Sobre a ascenção das oligarquias ao poder? E que tais se arrastam até hoje no Brasil? Vai me dizer que o papel do Estado não é defender os interesses das classes dominantes? E como tem coragem de dizer que o Estado não tem culpa na discriminação sócio-racial? Tenha a santa paciência!


A discriminação racial não ocorre no âmbito legal. Você fez um malabarismo enorme mas não conseguiu colocar minha afirmação em cheque. Não falei de ricos e pobres ou de governantes e governados, mas de diferentes grupos étnicos.

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Acusações vazias. Se fosse negro ou índio seria contra as cotas da mesma maneira, pois meus interesses pessoas não devem interferir na minha visão de certo e errado.


Como você pode ter certeza disso? Se fosse negro ou índio certamente receberia uma educação diferente da que tens hoje, teria outra família, outros círculos de relacionamento, estaria inserido numa realidade diferente da que está hoje e isso influencia e muito na sua forma mentis, e provavelmente também adotaria uma outra postura frente as cotas. Então por favor! Não me venha com essa. E outra coisa, esse princípio de imparcialidade é risível... nem vou fazer comentários adicionais, pois soa como uma pieguice sem tamanho para mim.


Talvez não tenha me feito entender. O que eu quis dizer é que, simplesmente, não apoiaria medidas tão grotescas como a das cotas mesmo que estas me beneficiassem. Simplesmente não encontraria argumentos para justificá-las.

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clara campos
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Re.: Preto e branco

Mensagem por clara campos »

Go kramer go!!!!
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)

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Jack Torrance
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por Jack Torrance »

heilel ben-shachar escreveu:Como já disse, vocês não estão reclamando os seus direitos, mas sim os seus privilégios. Privilégio de poder estudar em bons cursinhos pré-vestibulares e o privilégio de poderem comprar livros para se preparar para o vestibular. E nós não temos culpas disso. Eu por exemplo, estudo num ótimo colégio da cidade do Rio de Janeiro, e nem por isso me sinto culpado por não haver um na minha turma, entretanto, reconheço que isso não é um exemplo de democracia e muito menos de liberdade.


Que privilégios?

Se eu tenho a chance de estudar em escola particulares é porque os MEUS PAIS bancaram e o governo não tem nada a ver com isso.

Se não há negros em sua turma é porque ele não tem dinheiro para tal. Da mesma forma que há negros que estudam em escolas particulares e brancos em escolas públicas.

E no vestibular não é levado em conta a cor do concorrente. Todos ali são avaliados da mesma forma. E se não tem negro em x curso da UFRJ é porque não houve um que teve competência para passar. Negro e brancos tem a mesma capacidade intelectual, se ambos tem o mesmo preparo ambos estarão, aos olhos do vestibular, com as mesmas chances de passar.

E o que tem a ver democracia e liberdade?

Todos tem a livre escolha e a liberdade de escolherem a escola que quiserem, mas desde que tenha dinheiro para tal (caso seja escola particular).

Você não respondeu a minha pergunta: "Essa enorme distinção que se refere, é por quê?"

heilel ben-shachar escreveu:Ora essa, acho que nem preciso te responder, pois você mesmo já reconheçeu as injustiças de que falo. Na resposta anterior você disse que a maioria dos negros não possuem as mesmas chances que a maioria dos brancos, e agora afirma que a mesma forma de avaliação é aplicada a todos. Bem, a resposta está aí...


As "injustiças" que eu reconheço é que os estudantes de escolas públicas, no geral, são menos preparados que os de escolas particulares, isso é óbvio. Entre os injustiçados estão negros, brancos, mestiços etc. Logo, eles é que devem fazer parte das cotas e não somente negros.

Eu sou a favor das cotas para estudante de escolas públicas e isso incluem negros, brancos, mestiços etc. Qual a diferença entre um negro e um branco, sendo que ambos estudam em escola pública?

heilel ben-shachar escreveu:Como já disse, você não está reclamando os seus direitos e sim o seu privilégio que foi ameaçado com a política de cotas.


Que privilégios?

Negros e brancos que estudaram em escolas públicas estão no mesmo nível. É injustiça se for só para o negro.

heilel ben-shachar escreveu:Antes das cotas, a competitividade no exame do vestibular já era acirradíssima, e agora, ficou mais ainda, e por isso tanta gritaria. Ninguém está preocupado com os seus "direitos", e sim com os seus interesses individuais, essa é a verdade.


Não interessa com o que as pessoas estão preocupadas. O que interessa é que ninguém passe por cima dos direitos dos outros.
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

“Homem de preto qual é sua missão? Entrar pelas favelas e deixar corpo no chão! Homem de preto o que é que você faz? Eu faço coisas que assustam o Satanás!”

Soldados do BOPE sobre BOPE

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heilel ben-shachar
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por heilel ben-shachar »

Kramer escreveu:Não há nenhum tipo de vantagem concedida pelo estado àqueles que conseguem bons empregos, logo, mantenho o que disse.


Ha... definitivamente ou você não sabe interpretar, ou não reflete antes de escrever. Onde eu disse que o Estado é o empregador que concede o privilégio de ter um emprego onde o trabalhador possa obter uma boa qualidade de vida? Manteve a sua postura errada... :)

Kramer escreveu:Claro, está sendo estimulada a discriminação racial contra os brancos.


Típico discursinho hipócrita. Há centenas de anos os negros vêm sendo tratados à margem da sociedade, agora que eles estão tomando espaços majoritariamente dominados por brancos, estes se sentem ameaçados e se colocam como vítimas.

Kramer escreveu:Ao escrever isso suspeitei que pudesse dar margem a interpretações errôneas. Acertei na mosca.

Não tenho problemas em medidas do governo para combater a pobreza. O fato é que, além de não ver como as cotas poderiam ajudar a resolver alguma coisa, não vejo porque se preocupar apenas com minorias raciais ao invés de aenas com os membros menos favorecidos da sociedade. Ou você acha que não existe negro rico?


Não sabe como as cotas podem dar certo? Leia o link que eu coloquei na resposta que dei ao Dante, The Wicked. Existem negros ricos sim, mas faça o favor de compar com a quantidade negros pobre, e depois inverta, veja quantos brancos ricos e existem e compare com a quantidade de brancos pobres.

Kramer escreveu:A discriminação racial não ocorre no âmbito legal.


E eu disse o contrário??? LEIA o que eu escrevi, não é preciso ser um PhD para entender que nós estamos falando a mesma coisa!!! Eu disse que por direito não ha discriminação, mas de fato existe!!!

Kramer escreveu:Você fez um malabarismo enorme mas não conseguiu colocar minha afirmação em cheque. Não falei de ricos e pobres ou de governantes e governados, mas de diferentes grupos étnicos.


Você é que está fazendo contorcionismo mental só para não admitir que existe uma tênue linha que separa a questão sócio-econômica da racial. É fato que os brancos no Brasil possuem uma situação financeira muito melhor que a dos negros e índios.

Kramer escreveu:Talvez não tenha me feito entender. O que eu quis dizer é que, simplesmente, não apoiaria medidas tão grotescas como a das cotas mesmo que estas me beneficiassem. Simplesmente não encontraria argumentos para justificá-las.


Sim, eu entendi perfeitamente, e mantenho tudo o que eu disse. Você não tem base para sustentar isso, pois a suas únicas referências são as experiências que possuem neste modo de vida que está inserido atualmente. Por isso você não pode dizer que se fosse negro ou índio não encontraria argumentos para justificar o sistema de cotas.

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heilel ben-shachar
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Re.: Preto e branco

Mensagem por heilel ben-shachar »

Karasu, não estou com pacîência para repetir tudo o que eu escrevi para o Kramer, Sorry.

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Hugo
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por Hugo »

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Não há nenhum tipo de vantagem concedida pelo estado àqueles que conseguem bons empregos, logo, mantenho o que disse.


Ha... definitivamente ou você não sabe interpretar, ou não reflete antes de escrever. Onde eu disse que o Estado é o empregador que concede o privilégio de ter um emprego onde o trabalhador possa obter uma boa qualidade de vida? Manteve a sua postura errada... :)


Ora, a alegação de que o estado precisa prejudicar as pessoas que tem maior poder aquisitivo para compensar os menos favorecidos só faz sentido se se considerar que os primeiros receberam, em algum momento, privilégios desmerecidos.

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Claro, está sendo estimulada a discriminação racial contra os brancos.


Típico discursinho hipócrita. Há centenas de anos os negros vêm sendo tratados à margem da sociedade, agora que eles estão tomando espaços majoritariamente dominados por brancos, estes se sentem ameaçados e se colocam como vítimas.


É impressão minha ou você tentou dar um viés racista às opiniões de seus detratores? Eu não concordo com discriminação racial contra negros, mas isso não significa que eu tenha concordar com discriminação racial contra brancos!Hipocrisia seria justamente concordar com esta!

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Ao escrever isso suspeitei que pudesse dar margem a interpretações errôneas. Acertei na mosca.

Não tenho problemas em medidas do governo para combater a pobreza. O fato é que, além de não ver como as cotas poderiam ajudar a resolver alguma coisa, não vejo porque se preocupar apenas com minorias raciais ao invés de aenas com os membros menos favorecidos da sociedade. Ou você acha que não existe negro rico?


Não sabe como as cotas podem dar certo? Leia o link que eu coloquei na resposta que dei ao Dante, The Wicked. Existem negros ricos sim, mas faça o favor de compar com a quantidade negros pobre, e depois inverta, veja quantos brancos ricos e existem e compare com a quantidade de brancos pobres.


Só vi uma pesquisa nem um pouco objetiva, baseada em opiniões pessoais e provavelmente contaminada pela bias da instituição que a realizou.

As mostras de fúria dos movimentos de ação afirmativa, por outro lado, mostram que esse sistema está criando um bando de reclamões mal-acostumados e incapacitados.

heilel ben-shachar escreveu:Existem negros ricos sim, mas faça o favor de compar com a quantidade negros pobre, e depois inverta, veja quantos brancos ricos e existem e compare com a quantidade de brancos pobres.


Se existem negros ricos e brancos pobres, mesmo que numa proporção ínfima, isso já tira todo e qualquer sentido da existência de cotas raciais, expondo-as como as ridículas medidas populistas que são.

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:A discriminação racial não ocorre no âmbito legal.


E eu disse o contrário??? LEIA o que eu escrevi, não é preciso ser um PhD para entender que nós estamos falando a mesma coisa!!! Eu disse que por direito não ha discriminação, mas de fato existe!!!


Você está confundindo o âmbito legal com o âmbito social.

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Você fez um malabarismo enorme mas não conseguiu colocar minha afirmação em cheque. Não falei de ricos e pobres ou de governantes e governados, mas de diferentes grupos étnicos.


Você é que está fazendo contorcionismo mental só para não admitir que existe uma tênue linha que separa a questão sócio-econômica da racial. É fato que os brancos no Brasil possuem uma situação financeira muito melhor que a dos negros e índios.


Pode ser até tênue, mas só de existir já tira toda a razão do sistema de cotas raciais.


heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Talvez não tenha me feito entender. O que eu quis dizer é que, simplesmente, não apoiaria medidas tão grotescas como a das cotas mesmo que estas me beneficiassem. Simplesmente não encontraria argumentos para justificá-las.


Sim, eu entendi perfeitamente, e mantenho tudo o que eu disse. Você não tem base para sustentar isso, pois a suas únicas referências são as experiências que possuem neste modo de vida que está inserido atualmente. Por isso você não pode dizer que se fosse negro ou índio não encontraria argumentos para justificar o sistema de cotas.


Esqueça esse papo sobre "se eu fosse negro". Meu exemplo realmente não foi bom e eu voltei atrás com ele. O que eu quis dizer você já sabe...

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heilel ben-shachar
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por heilel ben-shachar »

Kramer escreveu:Ora, a alegação de que o estado precisa prejudicar as pessoas que tem maior poder aquisitivo para compensar os menos favorecidos só faz sentido se se considerar que os primeiros receberam, em algum momento, privilégios desmerecidos.


Alguns realmente possuem privilégios desmerecidos, outros não. Mas não é nisso que estou me baseando, e muito menos é o foco da discussão. O prejuízo que a classe média reclama estar sofrendo, nada mais é do que a ameaça ao privilégio de ter mais fácil acesso às vagas das Universidades Púbicas.

Kramer escreveu:É impressão minha ou você tentou dar um viés racista às opiniões de seus detratores? Eu não concordo com discriminação racial contra negros, mas isso não significa que eu tenha concordar com discriminação racial contra brancos!Hipocrisia seria justamente concordar com esta!


Não existe discriminação contra brancos, o que ocorre é o reconhecimento da inserção dos negros e índios em ambientes antes habitados majoritáriamente por brancos, como uma ameaça aos seus privilégios.

Kramer escreveu:Só vi uma pesquisa nem um pouco objetiva, baseada em opiniões pessoais e provavelmente contaminada pela bias da instituição que a realizou.


Se não estás satisfeito:
Professores de universidades aprovam sistema de cotas

Nova proposta prevê seis anos para as cotas

Reserva de vagas na Uenf

Cotas vão mudar perfil na universidade

Os fatos estão aí...

Kramer escreveu:As mostras de fúria dos movimentos de ação afirmativa, por outro lado, mostram que esse sistema está criando um bando de reclamões mal-acostumados e incapacitados.


Mentira deslavada. Se isso fosse verdade a UERJ já teria sido incendiada.

Kramer escreveu:Se existem negros ricos e brancos pobres, mesmo que numa proporção ínfima, isso já tira todo e qualquer sentido da existência de cotas raciais, expondo-as como as ridículas medidas populistas que são.


Estamos discutindo as cotas para negros, mas também existem as cotas sócio-econômicas, justamente para atender, também, aos brancos pobres a que você se refere.

Kramer escreveu:Você está confundindo o âmbito legal com o âmbito social.


Puuuutz...

Kramer escreveu:Pode ser até tênue, mas só de existir já tira toda a razão do sistema de cotas raciais.


Isso já foi respondido acima.

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Samael
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por Samael »

user f.k.a. Cabeção escreveu:Primeiro porque cotista preto não significa cotista pobre, e isso já nulifica qualquer proposta de cota para negros, sem direito a apelação ou reposta. Não há como negar que negros ricos serão privilegiados, e não existe articulação esquerdista boa o suficiente para justificar o privilégio de um negro rico em detrimento de um branco pobre.


Exato, e daí a questão dos mesmos que concordam com as cotas colocarem essa questão como essencial. Cotas para pobres.

user f.k.a. Cabeção escreveu:Segundo porque mesmo para o pobre, cota não presta. Se ele não tiver capacidade para entrar para faculdade, seja em virtude de competência inerente (leia-se inteligência), seja por conteúdo aprendido durante o colégio (leia-se base), ele não vai conseguir se formar um bom profissional.


NINGUÉM, à exceção de um pequeno grupo formado em colégios de ponta, sai bem do segundo grau no Brasil. E o vestibular não é meritocrático, é uma prova de geral cheia de macetes.

Além disso, empiricamente, não há nada que embase em dados a sua afirmação. Até agora, o desempenho de cotistas tem constado nos mesmos patamares dos alunos não-cotistas. O que é um argumento ruim até contra mim, que discordo desse sistema.

user f.k.a. Cabeção escreveu:A faculdade, ao contrário do que esses discursos inflamados tentam imputar, não tem (ou pelo menos, não deveria ter) qualquer tipo de função social mais relevante do que formar uma elite intelectual capaz de exercer as funções qualificadas onde a demanda é por bagagem acadêmica forte.


Discordo. Acho que a mesma tem uma função social bem grande e, mais do que isso, é um local não de reprodução, mas de produção de conhecimento. Essa é a minha discordância central da privatização do ensino superior, mas este é outro debate que já travamos e que não cabe aqui.

user f.k.a. Cabeção escreveu:Sua tarefa não é corrigir distorções que vem do ensino básico. E o ensino básico não é algo que deva ter orientação voltada para aprovar para o vestibular, mas para capacitar com as ferramentas intelectuais básicas os cidadãos de todos os tipos e classes econômicas. Os mais interessados e qualificados podem prosseguir para uma faculdade, mas o ensino básico não serve ao ensino superior e sim é um fim em si. Se não forem corrigidas as distorções nesse nível, esperar concertar uma pessoa em 4 anos de faculdade é uma pretensão completamente imbecil.


Concordo plenamente. Mas por que essa preocupação surgiu apenas agora? Sabe, Vitor, há alguns anos atrás, a UFRJ oferecia uma cadeira para o pessoal de Engenharia que era conhecida como "cálculo 0", para ensinar aos tais formandos o básico da matemática que não foi aprendida no segundo grau. Contra essa "função de distorção social" ninguém se levantou, por que será? Para mim, porque isso beneficiava à elite que escreve e lê a mídia, entende?

user f.k.a. Cabeção escreveu:Lendo o discurso postado na página anterior favorável a essas cotas, vê-se que a única pretensão desse sistema é a incitação da desobediência civil, da tensão racial, e da corrosão das camadas pensantes (que já foram bastantes agredidas pelo viés esquerdista dominante). Não se trata de correção, num sentido de desfazer um erro, mas "correção", no sentido de nivelar todos por baixo, como foi feito em Ruanda ou no Camboja.


Ou nos EUA, que inspiraram esse modelo cotista. :emoticon12:

user f.k.a. Cabeção escreveu:O sistema de cotas é uma aberração ideológica nojenta, e quem não quer perceber isso, quer continuar acreditando que o PT não possui um compromisso firmado com a esquerda continental, que o MST é um movimento pacífico, que tudo isso é pelo bem da nação, só perceberá a gravidade do seu erro quando suas propriedades forem confiscadas, suas esposas forem violadas, seus corpos escravizados e seus espíritos exterminados pelas exércitos da escuridão que marcham rumo a dominação completa.


Acho que você andou lendo muito "Conan" e ouvindo Manowar...

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Hugo
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por Hugo »

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:É impressão minha ou você tentou dar um viés racista às opiniões de seus detratores? Eu não concordo com discriminação racial contra negros, mas isso não significa que eu tenha concordar com discriminação racial contra brancos!Hipocrisia seria justamente concordar com esta!


Não existe discriminação contra brancos, o que ocorre é o reconhecimento da inserção dos negros e índios em ambientes antes habitados majoritáriamente por brancos, como uma ameaça aos seus privilégios.


Você faz parecer como se os brancos estivessem fazendo protestos no estilo "negros fora" e "universidade para os brancos"!

E se dar mais direitos a certas raças do que outras não é racismo, realmente eu não sei o que é.

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Só vi uma pesquisa nem um pouco objetiva, baseada em opiniões pessoais e provavelmente contaminada pela bias da instituição que a realizou.


Se não estás satisfeito:
Professores de universidades aprovam sistema de cotas

Nova proposta prevê seis anos para as cotas

Reserva de vagas na Uenf

Cotas vão mudar perfil na universidade

Os fatos estão aí...


Repito a mesma coisa que eu disse antes. E independente do desempenho dos cotistas, esse sistema só servirá para gerar tensões antes inexistentes entre as raças.

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:As mostras de fúria dos movimentos de ação afirmativa, por outro lado, mostram que esse sistema está criando um bando de reclamões mal-acostumados e incapacitados.


Mentira deslavada. Se isso fosse verdade a UERJ já teria sido incendiada.


http://oglobo.globo.com/online/educacao ... 398823.asp

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Se existem negros ricos e brancos pobres, mesmo que numa proporção ínfima, isso já tira todo e qualquer sentido da existência de cotas raciais, expondo-as como as ridículas medidas populistas que são.


Estamos discutindo as cotas para negros, mas também existem as cotas sócio-econômicas, justamente para atender, também, aos brancos pobres a que você se refere.


Não vejo com bons olhos nenhuma dessas medidas, mas me agrada que você tenha compreendido que as cotas raciais não tem razão de ser.

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Você está confundindo o âmbito legal com o âmbito social.


Puuuutz...


Me diga alguma outra medida do estado que discrimine raças além do sistema de cotas.

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Jack Torrance
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por Jack Torrance »

heilel ben-shachar escreveu:Karasu, não estou com pacîência para repetir tudo o que eu escrevi para o Kramer, Sorry.


[emmmcri]

Aceito a sua desistência. É compreensível. :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

[/emmmcri]
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

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heilel ben-shachar
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por heilel ben-shachar »

Kramer escreveu:Você faz parecer como se os brancos estivessem fazendo protestos no estilo "negros fora" e "universidade para os brancos"!

E se dar mais direitos a certas raças do que outras não é racismo, realmente eu não sei o que é.


Se o objetivo é corrigir um quadro de injustiça e desigualdade, a medida é legítima. Acontece que para alguns, o critério para verificar a legitimidade de uma medida é a quem ela atende. Tratando-se de um grupo marginalizado, logo a contra-corrente trata-se de ignorar os fatos históricos e inverter a posição das peças. Como você está fazendo isso...

Kramer escreveu:Repito a mesma coisa que eu disse antes. E independente do desempenho dos cotistas, esse sistema só servirá para gerar tensões antes inexistentes entre as raças.


Ah sim, porque aliás, é muito cômodo que se deixe essas tensões embaixo do tapete, só para manter o status quo e a senação de paz. Mas como já disse Rosseau, também ha paz nos calabouços. E para fechar de vez, parafraseando Marcelo Yuka "Paz sem voz, não é paz, é medo.".

Kramer escreveu:http://oglobo.globo.com/online/educacao/mat/2006/05/23/247398823.asp


Não são mostras de fúria, mas sim de resistência. Eles possuem o direito de serem ouvidos, se a reitoria os privou disso, eles devem resistir para garantir que os seus direitos sejam respeitados.

Kramer escreveu:Não vejo com bons olhos nenhuma dessas medidas, mas me agrada que você tenha compreendido que as cotas raciais não tem razão de ser.


O que você vê com bons olhos ou não, a cada resposta sua que leio, se tornam menos relevantes para mim. Com relação a eu ter compreendido que cotas raciais não têm razão, bem, pare de usar drogas.

Kramer escreveu:Me diga alguma outra medida do estado que discrimine raças além do sistema de cotas.


Você, de fato, tem dificuldade de enxergar coisas absurdamente simples. Eu disse que ha uma diferença enorme entre o que é de Direito, e o que é de fato! Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, toda criança tem o direito ao lazer e a educação, entretanto, sabemos que de fato isso não ocorre, devido a motivos mil, um deles, que o Estado não demonstra o interesse em fazer valer esse direito.

Entendeu agora, Dory?

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heilel ben-shachar
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por heilel ben-shachar »

Karasu escreveu:
heilel ben-shachar escreveu:Karasu, não estou com pacîência para repetir tudo o que eu escrevi para o Kramer, Sorry.


[emmmcri]

Aceito a sua desistência. É compreensível. :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

[/emmmcri]


Nem me abalo.

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Jack Torrance
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por Jack Torrance »

heilel ben-shachar escreveu:
Karasu escreveu:
heilel ben-shachar escreveu:Karasu, não estou com pacîência para repetir tudo o que eu escrevi para o Kramer, Sorry.


[emmmcri]

Aceito a sua desistência. É compreensível. :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

[/emmmcri]


Nem me abalo.


[emmmcri]

Só um post, e você já fez. :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

[/emmmcri]
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Re.: Preto e branco

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Titio Heilel não pode dar atenção pla todo mundo, tá? Vai brincar no carrocel que depois o titio fala com você...

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Hugo
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por Hugo »

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Você faz parecer como se os brancos estivessem fazendo protestos no estilo "negros fora" e "universidade para os brancos"!

E se dar mais direitos a certas raças do que outras não é racismo, realmente eu não sei o que é.


Se o objetivo é corrigir um quadro de injustiça e desigualdade, a medida é legítima. Acontece que para alguns, o critério para verificar a legitimidade de uma medida é a quem ela atende. Tratando-se de um grupo marginalizado, logo a contra-corrente trata-se de ignorar os fatos históricos e inverter a posição das peças. Como você está fazendo isso...


Ah...tu quoque. Vamos fazer um acerto com dois erros!

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Repito a mesma coisa que eu disse antes. E independente do desempenho dos cotistas, esse sistema só servirá para gerar tensões antes inexistentes entre as raças.


Ah sim, porque aliás, é muito cômodo que se deixe essas tensões embaixo do tapete, só para manter o status quo e a senação de paz. Mas como já disse Rosseau, também ha paz nos calabouços. E para fechar de vez, parafraseando Marcelo Yuka "Paz sem voz, não é paz, é medo.".


Cara, em que mundo você vive? Você parece acreditar que vivemos num regime de apartheid ou coisa parecida!

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:http://oglobo.globo.com/online/educacao/mat/2006/05/23/247398823.asp


Não são mostras de fúria, mas sim de resistência. Eles possuem o direito de serem ouvidos, se a reitoria os privou disso, eles devem resistir para garantir que os seus direitos sejam respeitados.


Bônus de nota nunca foi direito de ninguém.

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Não vejo com bons olhos nenhuma dessas medidas, mas me agrada que você tenha compreendido que as cotas raciais não tem razão de ser.


O que você vê com bons olhos ou não, a cada resposta sua que leio, se tornam menos relevantes para mim. Com relação a eu ter compreendido que cotas raciais não têm razão, bem, pare de usar drogas.


Bem, você parecia ter reconhecido isso quando afirmou que as cotas raciais só fariam sentido com o respaldo de cotas sócio-econômicas. Parece que você não entende que a existência das segundas acabaria com qualquer necessidade das primeiras...


heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Me diga alguma outra medida do estado que discrimine raças além do sistema de cotas.


Você, de fato, tem dificuldade de enxergar coisas absurdamente simples. Eu disse que ha uma diferença enorme entre o que é de Direito, e o que é de fato! Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, toda criança tem o direito ao lazer e a educação, entretanto, sabemos que de fato isso não ocorre, devido a motivos mil, um deles, que o Estado não demonstra o interesse em fazer valer esse direito.


Não tente fugir do assunto. Ninguém está falando de trabalho infantil ou de nada relacionado. A verdade é que as leis que protegem os negros da discriminação funcionam até bem demais aqui, com gente indo pra cadeia por chamar o outro de "neguinho". Aliás, mesmo que não funcionassem e mesmo que o Brasil fosse tão violentamente racista como você imagina, privilegiar os negros em detrimento dos brancos só pioraria tudo.

heilel ben-shachar escreveu:Entendeu agora, Dory?


Você é único aqui com dificuldade entender o óbvio ululante.

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heilel ben-shachar
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por heilel ben-shachar »

Kramer escreveu:
heilel ben-shachar escreveu:Se o objetivo é corrigir um quadro de injustiça e desigualdade, a medida é legítima. Acontece que para alguns, o critério para verificar a legitimidade de uma medida é a quem ela atende. Tratando-se de um grupo marginalizado, logo a contra-corrente trata-se de ignorar os fatos históricos e inverter a posição das peças. Como você está fazendo isso...


Ah...tu quoque. Vamos fazer um acerto com dois erros!


Ha! Acabou de confirmar o que eu disse logo acima! O critério adotado para julgar a legitimidade de uma medida é a quem ela atende. Se é uma medida que visa atender as minorias, trata-se de populismo, injustiça e ameaça a ordem estabelecida, logo, é um erro!!!

Haha, que previsibilidade!

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Ah sim, porque aliás, é muito cômodo que se deixe essas tensões embaixo do tapete, só para manter o status quo e a senação de paz. Mas como já disse Rosseau, também ha paz nos calabouços. E para fechar de vez, parafraseando Marcelo Yuka "Paz sem voz, não é paz, é medo.".


Cara, em que mundo você vive? Você parece acreditar que vivemos num regime de apartheid ou coisa parecida!


Não chega a ser tão explícito quanto o apartheid, mas você, inocentemente, no ato mecânico de repetir o que diz o senso comum, acabou explicitando a preocupação que se tem em esconder essas tensões.

É muito irônico ver como a sua ingenuidade é conduzida pelo discurso dominante que tenta a todo custo mascarar as tensões existentes, e como isso cega e debilita a capacidade admitir fatos tão franqueados na sociedade em que vivemos, e mais cômico ainda é a sua pergunta.

Cara, em que mundo você vive?

Já experimentou fazer essa pergunta você mesmo?

Kramer escreveu:Bônus de nota nunca foi direito de ninguém.


E a afirmação da meritocracia numa sociedade ameritocrática persiste...

Kramer escreveu:Bem, você parecia ter reconhecido isso quando afirmou que as cotas raciais só fariam sentido com o respaldo de cotas sócio-econômicas. Parece que você não entende que a existência das segundas acabaria com qualquer necessidade das primeiras...


Eu não defendi em momento nenhum que as cotas raciais só fariam sentido com o respaldo de cotas sócio-econômicas. Apenas te informei da existência desta. E a existência da segundas não acaba com a necessidade da primeira, visto que esta visa garantir a inserção de grupos étnicos na Universidade, e não simplesmente de alunos pobres da rede pública, o que não se trata de uma redundância, pois também existem alunos brancos pobres da rede pública de ensino.

Kramer escreveu:Não tente fugir do assunto. Ninguém está falando de trabalho infantil ou de nada relacionado. A verdade é que as leis que protegem os negros da discriminação funcionam até bem demais aqui, com gente indo pra cadeia por chamar o outro de "neguinho". Aliás, mesmo que não funcionassem e mesmo que o Brasil fosse tão violentamente racista como você imagina, privilegiar os negros em detrimento dos brancos só pioraria tudo.


Mas como você é ignorante! Não estou fugindo do assunto, apenas ilustrei um exemplo para demonstrar que de fato, as leis não são aplicáveis a todos! E quando eu falei do que é de direito e de fato, não estava me referindo a tão somente às leis contra a discriminação racial!

E mais uma vez, você volta a repetir o que diz o senso comum e ignorar todo o contexto histórico que permeia esse debate. Os brancos sempre foram os privilegiados, neste caso, ceder o privilégio de estudar num Universidade Pública possibilitaria uma diversidade na Universidade, o que de modo algum seria algo de ruim, pois refletiria o quadro em que vivemos na nossa sociedade.

Kramer escreveu:Você é único aqui com dificuldade entender o óbvio ululante.


Ahã... sei.

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Samael escreveu:Exato, e daí a questão dos mesmos que concordam com as cotas colocarem essa questão como essencial. Cotas para pobres.


Errado, o que está sendo defendido são as cotas raciais.

De qualquer forma, cotas econômicas não são nem um pouco melhores.

Samael escreveu:NINGUÉM, à exceção de um pequeno grupo formado em colégios de ponta, sai bem do segundo grau no Brasil. E o vestibular não é meritocrático, é uma prova de geral cheia de macetes.

Além disso, empiricamente, não há nada que embase em dados a sua afirmação. Até agora, o desempenho de cotistas tem constado nos mesmos patamares dos alunos não-cotistas. O que é um argumento ruim até contra mim, que discordo desse sistema.


O vestibular é meritocrático. Ele pode ser um bom avaliador de conhecimento ou não, mas é essencialmente meritocrático, pois aprova apenas aqueles que obtém maior pontuação nas provas, e isso é meritocracia.

Sobre o desempenho dos não cotistas, eu gostaria de fontes (imparciais, nada de ongs pró-cotas ou sites comunistas por favor) que indicassem que o desempenho dos cotistas não possui diferença significativa do desempenho dos que entraram pela porta da frente.

Mesmo que isso se verifique, o que duvido para os cursos sérios, ainda não justifica a discriminação no processo seletivo.

Se o ensino básico é ruim, isso é um problema em si, e não um problema do acesso as universidades. Os ensinos fundamental e médio tem suas funções muito mais significativas em capacitar uma população com ferramentas básicas para serem profissionais capacitados a aprender do que em colocar pessoas na universidade pública. Os problemas educacionais precisam ser resolvidos por baixo, não por cima. Isso se trata de uma medida paliativa, que visa modificar uma condição ruim alterando dados numéricos sem mudar fundamentalmente nada no nível educacional em si.

Se trata de uma demagogia mentirosa, voltada para a satisfação das necessidades de grupos de pressão e das ongs que exigem esses privilégios.

Samael escreveu:Discordo. Acho que a mesma tem uma função social bem grande e, mais do que isso, é um local não de reprodução, mas de produção de conhecimento. Essa é a minha discordância central da privatização do ensino superior, mas este é outro debate que já travamos e que não cabe aqui.


A função social da Universidade é exatamente essa, produzir e reproduzir conhecimento, e não selecionar estratos raciais homogêneos da população e formá-los, e sim oferecer esse conhecimento para os melhores aplicantes que aparecerem, independente de raça, credo ou condição financeira. É assim que ela desempenhará sua tarefa de forma eficiente.

Samael escreveu:Concordo plenamente. Mas por que essa preocupação surgiu apenas agora? Sabe, Vitor, há alguns anos atrás, a UFRJ oferecia uma cadeira para o pessoal de Engenharia que era conhecida como "cálculo 0", para ensinar aos tais formandos o básico da matemática que não foi aprendida no segundo grau. Contra essa "função de distorção social" ninguém se levantou, por que será? Para mim, porque isso beneficiava à elite que escreve e lê a mídia, entende?


Mas essas pessoas não vão precisar apenas de cálculo 0, vão precisar de física 0, química 0, português 0, tudo 0, enquanto outras poderiam passar por cima disso tudo.

E mesmo que fossem dadas todos esses cursos iniciais, que fossem dados para os melhores, não para os mais pretos ou para os mais pobres, mas para os melhores. Não adianta colocar pretos e pobres lá, que mesmo que aprendam alguma coisa, será às custas de um erro grave do sistema pelo qual provavelmente pagarão no futuro.


Samael escreveu:Ou nos EUA, que inspiraram esse modelo cotista.


A esquerda americana é tão estúpida quanto a de qualquer outro lugar, e lá tem o diferencial de que as universidades são institutos particulares, e que se não forem meritocráticos nas suas seleções, sairam perdendo eles, e não os contribuintes.

"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem

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Hugo
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por Hugo »

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:
heilel ben-shachar escreveu:Se o objetivo é corrigir um quadro de injustiça e desigualdade, a medida é legítima. Acontece que para alguns, o critério para verificar a legitimidade de uma medida é a quem ela atende. Tratando-se de um grupo marginalizado, logo a contra-corrente trata-se de ignorar os fatos históricos e inverter a posição das peças. Como você está fazendo isso...


Ah...tu quoque. Vamos fazer um acerto com dois erros!


Ha! Acabou de confirmar o que eu disse logo acima! O critério adotado para julgar a legitimidade de uma medida é a quem ela atende. Se é uma medida que visa atender as minorias, trata-se de populismo, injustiça e ameaça a ordem estabelecida, logo, é um erro!!!

Haha, que previsibilidade!


Você está vendo coisa onde não tem. Independente de a quem favorece, a medida de cotas é injusta. E já disse que não se conserta um erro com outro.

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:
heilel ben-shachar escreveu:Ah sim, porque aliás, é muito cômodo que se deixe essas tensões embaixo do tapete, só para manter o status quo e a senação de paz. Mas como já disse Rosseau, também ha paz nos calabouços. E para fechar de vez, parafraseando Marcelo Yuka "Paz sem voz, não é paz, é medo.".


Cara, em que mundo você vive? Você parece acreditar que vivemos num regime de apartheid ou coisa parecida!


Não chega a ser tão explícito quanto o apartheid, mas você, inocentemente, no ato mecânico de repetir o que diz o senso comum, acabou explicitando a preocupação que se tem em esconder essas tensões.

É muito irônico ver como a sua ingenuidade é conduzida pelo discurso dominante que tenta a todo custo mascarar as tensões existentes, e como isso cega e debilita a capacidade admitir fatos tão franqueados na sociedade em que vivemos, e mais cômico ainda é a sua pergunta.

Cara, em que mundo você vive?

Já experimentou fazer essa pergunta você mesmo?


Falando sério, eu realmente nunca vi a discriminação contra negros ocorrendo da forma extensiva que você imagina. Nos poucos casos em que tomei conhecimento, tratavam de casos isolados gerados pelo preconceito de certos indivíduos e nos quais as partes lesadas seriam prontamente amparadas pela lei.


heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Bônus de nota nunca foi direito de ninguém.


E a afirmação da meritocracia numa sociedade ameritocrática persiste...


Tu quoque de novo, cara?

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Bem, você parecia ter reconhecido isso quando afirmou que as cotas raciais só fariam sentido com o respaldo de cotas sócio-econômicas. Parece que você não entende que a existência das segundas acabaria com qualquer necessidade das primeiras...


Eu não defendi em momento nenhum que as cotas raciais só fariam sentido com o respaldo de cotas sócio-econômicas. Apenas te informei da existência desta. E a existência da segundas não acaba com a necessidade da primeira, visto que esta visa garantir a inserção de grupos étnicos na Universidade, e não simplesmente de alunos pobres da rede pública, o que não se trata de uma redundância, pois também existem alunos brancos pobres da rede pública de ensino.


Sim, trata-se de uma redundância quando se considera o objetivo proposto de promover a igualdade. Negros ricos não precisam de cotas.



heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Não tente fugir do assunto. Ninguém está falando de trabalho infantil ou de nada relacionado. A verdade é que as leis que protegem os negros da discriminação funcionam até bem demais aqui, com gente indo pra cadeia por chamar o outro de "neguinho". Aliás, mesmo que não funcionassem e mesmo que o Brasil fosse tão violentamente racista como você imagina, privilegiar os negros em detrimento dos brancos só pioraria tudo.


Mas como você é ignorante! Não estou fugindo do assunto, apenas ilustrei um exemplo para demonstrar que de fato, as leis não são aplicáveis a todos! E quando eu falei do que é de direito e de fato, não estava me referindo a tão somente às leis contra a discriminação racial!


Ora, mas esse é o tema discutido! Depois reclama quando eu digo que fugiu do assunto...

heilel ben-shachar escreveu:E mais uma vez, você volta a repetir o que diz o senso comum e ignorar todo o contexto histórico que permeia esse debate. Os brancos sempre foram os privilegiados, neste caso, ceder o privilégio de estudar num Universidade Pública possibilitaria uma diversidade na Universidade, o que de modo algum seria algo de ruim, pois refletiria o quadro em que vivemos na nossa sociedade.


Dá pra se chegar a conclusão de que toda em argumentação a favor das cotas se baseia na falácia de que dois erros fariam um acerto. Entenda que nenhum branco de hoje tem culpa das condições históricas que levaram a grande parte dos negros a serem pobres.

Também é inegável que obrigar as universidades a refletir as proporções étnicas da sociedade trata-se de uma discriminação racial brutal, de forma que acaba se criando uma grande contradição com a proposta inicial de igualdade.

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heilel ben-shachar
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por heilel ben-shachar »

Kramer escreveu:Você está vendo coisa onde não tem. Independente de a quem favorece, a medida de cotas é injusta. E já disse que não se conserta um erro com outro.


O seu argumento se baseia num elemento que não se sustenta. A reserva de vagas não é um erro, é uma correção necessária e imediata de um quadro de injustiça. E como esse quadro de injustiça se normatizou na nossa sociedade, é comum alegar que tal medida prejudica os demais candidatos, quando na verdade, o que ocorre, é que a elite se acostumou em desfrutar do privilégio de ter maior facilidade no acesso às Universidades Públicas, em detrimento destes grupos étnicos que ficavam excluídos no processo de seleção. Logo, não se trata de consertar um erro com outro, mas sim de corrigir um erro normatizado e franqueado.

Kramer escreveu:Falando sério, eu realmente nunca vi a discriminação contra negros ocorrendo da forma extensiva que você imagina. Nos poucos casos em que tomei conhecimento, tratavam de casos isolados gerados pelo preconceito de certos indivíduos e nos quais as partes lesadas seriam prontamente amparadas pela lei.


Então o motivo de você não admitir a existência da discriminação contra negros e índios seja a limitação dos seus horizontes mesmo. Como já disse, você provavelmente nunca visitou a Faculdade de Direito da UFRJ, ou talvez nenhum outro campus de qualquer outra faculdade. Depois que você visitar, e ver a quantidade de negros nos cursos mais "badalados" nestas Universidades, você verá a discriminação de que eu falo, e esta, vai muito além de um simples xingamento, que na melhor das hipóteses, pode ser resolvido num Tribunal.

Kramer escreveu:Tu quoque de novo, cara?


Onde? Não existe bônus na pontuação, trate-se de se inteirar do assunto que você se propõe a discutir.. O que é garantido são reservas de vagas. E mesmo que fosse concedido um bônus para o público alvo dessa política, e a partir do momento em que isso estivesse contido na Legislação, trataria-se de um direito para ele sim, uma vez que visasse corrigir o quadro que falei anteriormente, a prerrogativa seria legítima sim.

E de forma alguma acarretaria na escolha de maus estudantes. Em algumas páginas atrás eu postei vários links com reportagens de fontes diversas tratando do bom desempenho dos alunos cotistas, evidenciando que um dos problemas também reside no processo de seleção, e desmascarando de vez essa falsa meritocracia que alegam existir no vestibular.

Kramer escreveu:Sim, trata-se de uma redundância quando se considera o objetivo proposto de promover a igualdade. Negros ricos não precisam de cotas.


Não, não se trata de redundância. Você já leu a legislação do sistema de cotas? Pelo jeito não. As cotas não visam simplesmente reduzir as desigualdades étnicas, mas também as sociais e econômicas. Além do mais, para se candidatar a qualquer uma das vagas, é preciso atestar que possui uma renda familiar de no máximo R$ 500,00.

Kramer escreveu:Ora, mas esse é o tema discutido! Depois reclama quando eu digo que fugiu do assunto...


Cacete! O tema discutido era: O que é garantido por direito, nem sempre é garantido e/ou aplicado de fato a todos. Daí eu dei o exemplo do trabalho infantil para ilustrar isso. Agora me diga: Quando eu fugi do assunto?

Kramer escreveu:Dá pra se chegar a conclusão de que toda em argumentação a favor das cotas se baseia na falácia de que dois erros fariam um acerto.


Isso já foi refutado acima.

Kramer escreveu:Entenda que nenhum branco de hoje tem culpa das condições históricas que levaram a grande parte dos negros a serem pobres.


Ora, então já que não somos responsáveis pelas condições históricas destas minorias, então que não se faça nada?! Vamos preservar esta ordem estabelecida?!

Kramer escreveu:Também é inegável que obrigar as universidades a refletir as proporções étnicas da sociedade trata-se de uma discriminação racial brutal, de forma que acaba se criando uma grande contradição com a proposta inicial de igualdade.


Onde eu falei que as cotas visam refletir a proporções étnicas da sociedade? Eu disse que ela deve refletir a sua diversidade. Lembrando (ou informando) que as cotas reservam 45% das vagas para oriundos de escolas públicas, negros, índios e deficientes.

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Hugo
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Re: Re.: Preto e branco

Mensagem por Hugo »

heilel ben-shachar escreveu:O seu argumento se baseia num elemento que não se sustenta. A reserva de vagas não é um erro, é uma correção necessária e imediata de um quadro de injustiça. E como esse quadro de injustiça se normatizou na nossa sociedade, é comum alegar que tal medida prejudica os demais candidatos, quando na verdade, o que ocorre, é que a elite se acostumou em desfrutar do privilégio de ter maior facilidade no acesso às Universidades Públicas, em detrimento destes grupos étnicos que ficavam excluídos no processo de seleção. Logo, não se trata de consertar um erro com outro, mas sim de corrigir um erro normatizado e franqueado.


Não é erro? Uma pessoa ter menos chance de passar no vestibular por causa da cor de sua pele é algo justificável pelo fato de, historicamente, os membros de outras raças terem menor participação em universidades públicas? Me perdoe, mas isso não faz sentido, é tu quoque puro.

heilel ben-shachar escreveu:Então o motivo de você não admitir a existência da discriminação contra negros e índios seja a limitação dos seus horizontes mesmo. Como já disse, você provavelmente nunca visitou a Faculdade de Direito da UFRJ, ou talvez nenhum outro campus de qualquer outra faculdade. Depois que você visitar, e ver a quantidade de negros nos cursos mais "badalados" nestas Universidades, você verá a discriminação de que eu falo, e esta, vai muito além de um simples xingamento, que na melhor das hipóteses, pode ser resolvido num Tribunal.


De onde você tirou que a menor quantidade de negros nas carrerias mais concorridas foi resultado de alguma discriminação? Já disse e vou repetir: a desigualdade racial tem raízes históricas profundas, pelas quais ninguém vivo hoje pode ser responsabilizado.

heilel ben-shachar escreveu:Onde? Não existe bônus na pontuação, trate-se de se inteirar do assunto que você se propõe a discutir.. O que é garantido são reservas de vagas. E mesmo que fosse concedido um bônus para o público alvo dessa política, e a partir do momento em que isso estivesse contido na Legislação, trataria-se de um direito para ele sim, uma vez que visasse corrigir o quadro que falei anteriormente, a prerrogativa seria legítima sim.


Comentado acima.

heilel ben-shachar escreveu:E de forma alguma acarretaria na escolha de maus estudantes. Em algumas páginas atrás eu postei vários links com reportagens de fontes diversas tratando do bom desempenho dos alunos cotistas, evidenciando que um dos problemas também reside no processo de seleção, e desmascarando de vez essa falsa meritocracia que alegam existir no vestibular.


As tais reportagens apresentavam validações aparentemente subjetivas. E não é difícil imaginar que quem esteja se dando bem com as cotas sejam exatamente os beneficiados com melhores condições de vida.

heilel ben-shachar escreveu:Não, não se trata de redundância. Você já leu a legislação do sistema de cotas? Pelo jeito não. As cotas não visam simplesmente reduzir as desigualdades étnicas, mas também as sociais e econômicas. Além do mais, para se candidatar a qualquer uma das vagas, é preciso atestar que possui uma renda familiar de no máximo R$ 500,00.


É mais do que redundância, é um erro. Por que negros pobres tem que ter prioridade maiores que as dos brancos pobres? Onde está a tão falada igualdade?

heilel ben-shachar escreveu:Cacete! O tema discutido era: O que é garantido por direito, nem sempre é garantido e/ou aplicado de fato a todos. Daí eu dei o exemplo do trabalho infantil para ilustrar isso. Agora me diga: Quando eu fugi do assunto?


Quando quis dar a entender que os direitos dos negros são atropelados numa frequência absurda em nossa sociedade e, ao não encontrar exemplos que validassem essa alegação, usou de uma comparação indevida.

heilel ben-shachar escreveu:
Kramer escreveu:Dá pra se chegar a conclusão de que toda em argumentação a favor das cotas se baseia na falácia de que dois erros fariam um acerto.


Isso já foi refutado acima.


Idem.

heilel ben-shachar escreveu:Ora, então já que não somos responsáveis pelas condições históricas destas minorias, então que não se faça nada?! Vamos preservar esta ordem estabelecida?!


Deve se fazer todo o possível para melhorar a situação das minorias, mas sem cometer discriminação em sentido oposto, prejudicando pessoas inocentes.

heilel ben-shachar escreveu:Onde eu falei que as cotas visam refletir a proporções étnicas da sociedade? Eu disse que ela deve refletir a sua diversidade. Lembrando (ou informando) que as cotas reservam 45% das vagas para oriundos de escolas públicas, negros, índios e deficientes.


Quando disse que o "quadro da sociedade" deve ser refletido. E não adianta mudar o seis por meia dúzia, selecionar alunos de acordo com sua raça continua sendo uma discriminação brutal.

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Samael
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user f.k.a. Cabeção escreveu:Errado, o que está sendo defendido são as cotas raciais.

De qualquer forma, cotas econômicas não são nem um pouco melhores.


Discordo das duas, mas as cotas econômicas são substancialmente melhores.


user f.k.a. Cabeção escreveu:O vestibular é meritocrático. Ele pode ser um bom avaliador de conhecimento ou não, mas é essencialmente meritocrático, pois aprova apenas aqueles que obtém maior pontuação nas provas, e isso é meritocracia.

Sobre o desempenho dos não cotistas, eu gostaria de fontes (imparciais, nada de ongs pró-cotas ou sites comunistas por favor) que indicassem que o desempenho dos cotistas não possui diferença significativa do desempenho dos que entraram pela porta da frente.

Mesmo que isso se verifique, o que duvido para os cursos sérios, ainda não justifica a discriminação no processo seletivo.

Se o ensino básico é ruim, isso é um problema em si, e não um problema do acesso as universidades. Os ensinos fundamental e médio tem suas funções muito mais significativas em capacitar uma população com ferramentas básicas para serem profissionais capacitados a aprender do que em colocar pessoas na universidade pública. Os problemas educacionais precisam ser resolvidos por baixo, não por cima. Isso se trata de uma medida paliativa, que visa modificar uma condição ruim alterando dados numéricos sem mudar fundamentalmente nada no nível educacional em si.

Se trata de uma demagogia mentirosa, voltada para a satisfação das necessidades de grupos de pressão e das ongs que exigem esses privilégios.


http://www.universia.com.br/html/notici ... dbced.html

Noticiazinha de google. Existem dezenas mais. Principalmente nos sites oficiais das universidades.

E, qual a relevância de uma "meritocracia" que aprova alunos por uma prova técnica (e quase inútil) que só consegue realizar aquele que teve capacidade de pagar um bom pré-vestibular ou pagar bons colégios?

Ontem, o vestibular era alvo de críticas, hoje, é base meritocrática.

user f.k.a. Cabeção escreveu:A função social da Universidade é exatamente essa, produzir e reproduzir conhecimento, e não selecionar estratos raciais homogêneos da população e formá-los, e sim oferecer esse conhecimento para os melhores aplicantes que aparecerem, independente de raça, credo ou condição financeira. É assim que ela desempenhará sua tarefa de forma eficiente.


Discordo. Acho que a Universidade pode e deve fomentar a inclusão social. Só não acho que o sistema de cotas represente essa justiça ou fomente essa inclusão.

user f.k.a. Cabeção escreveu:Mas essas pessoas não vão precisar apenas de cálculo 0, vão precisar de física 0, química 0, português 0, tudo 0, enquanto outras poderiam passar por cima disso tudo.

E mesmo que fossem dadas todos esses cursos iniciais, que fossem dados para os melhores, não para os mais pretos ou para os mais pobres, mas para os melhores. Não adianta colocar pretos e pobres lá, que mesmo que aprendam alguma coisa, será às custas de um erro grave do sistema pelo qual provavelmente pagarão no futuro.


Moralmente, é irrelevante. A Universidade já distorceu (e ainda distorce) sua "função natural" para auxiliar o esdrúxulo ensino básico brasileiro (seja público ou seja privado). Mas ninguém citou nada disso, porque os favorecidos eram gente como eu, como você. Agora que se está favorecendo quem sempre foi desfavorecido (o que é uma constante, mas não uma verdade absoluta nesse sistema de cotas), tem gente achando isso um absurdo.

E, como já coloquei acima, esse argumento do despreparo dos cotistas é meio furado: são fracos em muitas matérias básicas, mas para os cursos específicos que desejam seguir, nem sempre. Além disso, para que um cotista passe para medicina, ele necessitará de fazer uma boa prova de vestibular e provar que sabe o mínimo para entrar.

Repito: o sistema de cotas é imoral e ineficiente, mas a argumentação contrária muitas vezes parece tão clichê quanto a argumentação a favor.

user f.k.a. Cabeção escreveu:A esquerda americana é tão estúpida quanto a de qualquer outro lugar, e lá tem o diferencial de que as universidades são institutos particulares, e que se não forem meritocráticos nas suas seleções, sairam perdendo eles, e não os contribuintes.


Bom, você sabe que eu acho que estúpida é a direita (e nem toda...), mas deixa pra lá...

Leo
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Mensagem por Leo »

Heilel não-sei-o-que-lá, concordo com algumas coisas que você expôs, entretanto, é preciso ponderar que a reserva de vagas é uma medida paliativa, e como toda medida paliativa, não se trata de uma medida que seja um fim para esses problemas em si mesma.

Este sitema de cotas, especialmente o implantado na UERJ, é falho e injusto para com os próprios cotistas. Pois ao invés de garantir que estes alunos permaneçam até o final da graduação sem o prejuízo da sua formação, não permitindo que eles se vejam obrigados a trabalhar para cobrir os gastos com livros, xerox e passagens, o sistema apenas garante uma mísera bolsa de R$ 190,00 por um ano! E depois de um ano? O que aconteçe? Será que o sistema sub-entende que o estudante tenha de ascender socialmente durante esse período?

A grande questão é saber se queremos "A medida de correção" ou "Qualquer medida de correção". O sistema de cotas não vai resolver sozinho o problema da desigualdade social no Brasil. Mas isso não deve ser usado como argumento para desqualificar a medida, pois embora seja insuficiente, ela serviu para deixar em evidência a questão da exclusão da (imensa) parcela pobre da população brasileira dos ambientes amcadêmicos, e será a partir destas discussões que nascerão os rumos de muitas questões que hoje se colocam quase sem solução.

Trancado