Aconteceu em Haditha

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spink
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Aconteceu em Haditha

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Aconteceu em Haditha
Como foi cometido (e acobertado...) o massacre que pode mudar o destino da guerra no Iraque. O que ele revela sobre a ocupação, os EUA, a democracia e o controle do imaginário



Nem a história da guerra do Iraque, nem a imagem que o mundo tem dos EUA (e eles, de si próprios) serão as mesmas, depois de Haditha. Na manhã de 19 de novembro de 2005, praticou-se um massacre, nesta pequena cidade cercada de palmeiras e debruçada às margens do Rio Eufrates. Depois de sofrerem uma baixa [1], causada por explosão de uma bomba, os soldados da Companhia Kilo, do US Marine Corps [2] decidiram vingar-se contra a população civil.

Vinte e quatro pessoas foram assassinadas a sangue-frio. Nenhuma delas esboçou qualquer gesto que pudesse representar ameaça aos marines. Entre as vítimas estão sete mulheres, três crianças, um bebê de um ano e um ancião cego e aleijado, em sua cadeira de rodas. A vingança prolongou-se por cinco horas, o que exclui a hipótese (igualmente brutal) de um acesso de cólera, provocado pela morte do colega de armas.

Ao invés de punirem a selvageria, os oficiais que comandavam os soldados a acobertaram. Dois relatórios militares criaram versões fantasiosas para os fatos. O primeiro, de autoria dos próprios autores do massacre, atribui as 24 mortes à explosão que matou o soldado (supostas 16 vítimas) e a fictícia “troca de tiros” com “insurgentes” (outras 8). O segundo é mais grave e perturbador. Foi produzido em fevereiro, após surgirem sinais de que os fatos haviam vazado. Um coronel de infantaria deslocou-se a Haditha e fez, durante uma semana, dezenas de entrevistas – inclusive com testemunhas oculares dos crimes. Embora desconstrua a primeira mentira, seu relatório esconde o essencial – os assassinatos. Trata as mortes como... “danos colaterais” da guerra. Ao invés de esclarecer, o documento lança uma terrível pergunta: quantos episódios semelhantes terão sido abafados, no Iraque, ao serem classificados com tal rótulo, cada vez mais freqüente no jargão das guerras “modernas”?

Quando o acobertamento é vazado

Duas tendências também contemporâneas – a câmera digital barata e as redes de ONGs – permitiram que, em Haditha, a história fosse diferente. Um dia depois da chacina, o estudante de jornalismo Taher Thabet filmou alguns dos corpos e as quatro casas onde foram mortas 19 das vítimas. Thabet mostrou paredes internas, tetos e pisos estourados por rombos de balas e salpicados por jatos de sangue. Teve o cuidado de filmar, também, as fachadas – intactas – das construções. Demonstrou que não houvera combate: os soldados entraram sem resistência e atiraram. As circunstâncias em que as vítimas foram mortas são tenebrosas. [3] .

O estudante de jornalismo enviou o vídeo ao Grupo Hamurabi de Direitos Humanos, que tem sede no Iraque e se articula com o Human Righs Watch, dos EUA. O documento chegou à revista Time. Os repórteres Tim McGirk e Aparisim Ghosh foram ao local dos fatos e investigaram durante oito semanas. Em 27 de março, a revista publicou One morning in Haditha, um texto que, embora em tom ainda inconclusivo, revela todos os fatos essenciais do massacre.

Tem início então uma sucessão de fatos contraditória e complexa, muito reveladora sobre a natureza do sistema político e o controle do imaginário, nos Estados Unidos. As instituições da política se movem. O departamento de Defesa abre dois novos inquéritos. O Congresso instala comissões que as acompanham. Os militares exasperam-se tentando responder aos questionamentos feitos por estas. A própria publicação da reportagem revela, aliás, que a liberdade de expressão ainda encontra brechas, no mundo das comunicações oligopolizadas.

Mas este jogo democrático não abala o controle que os grupos hegemônicos exercem sobre os símbolos que movem a sociedade. Não há uma comoção nacional comparável, por exemplo, à que se produz no Brasil, com o massacre de Eldorado de Carajás – para não falar nos shows midiáticos em que se transformam as CPIs. Durante nove semanas, tudo se desenrola a frio, em gabinetes. Os fatos não chegam às TVs, não repercutem em outras publicações, não são retomados sequer por Time. Na internet, chama atenção a ausência do filme de Thabet.

O momento em que a tensão se rompe

Num caso chocante como este, em algum momento a tensão entre democracia e controle sobre o imaginário terá de se resolver. O momento de desenlace foi aberto no final de maio. Aparentemente, a Casa Branca e as correntes que apóiam a guerra prepararam-se para reduzir ao máximo seus possíveis efeitos. Devido à gravidade dos fatos, não é, contudo, algo cujo desfecho esteja definido. A sorte começou a ser jogada no final de maio e ainda não está definida em 6 de junho, momento em que este texto foi revisado.

Em 26/5, o New York Times revelou que um dos novos inquéritos abertos pelo Pentágono após a reportagem de Time estava próximo ao fim. O coronel Gregory Watt, seu condutor, havia apurado que muitos dos mortos em Haditha morreram com tiros na cabeça e no peito, típicos de chacina. Também havia apontado o sargento Frank Wuterich como um dos protagonistas dos crimes. Em 31/5 – exatos 64 dias depois de os fatos se tornarem públicos... – o presidente George Bush foi inquirido pela primeira vez sobre o tema, numa entrevista coletiva. “Se as leis foram violadas, haverá punição”, limitou-se a responder. Em 1/6, numa medida típica de relações públicas (mas que teve enorme repercussão, em todo o mundo), o general George Casey, comandante-geral das tropas dos EUA no Iraque, anunciou (sem oferecer qualquer dado complementar) que os soldados norte-americanos seriam agora submetidos a “treinamento” sobre “valores essenciais". Três anos depois de mergulhados numa guerra sangrenta, eles teriam finalmente a oportunidade de “refletir sobre os valores que nos separam de nossos inimigos”...

A operação não foi suficiente para neutralizar o potencial explosivo dos fatos. Ao contrário: em 2/6, surgiram duas novas denúncias. Um outro massacre teria ocorrido, em Ishaqui (80 quilômetros a norte de Bagdá), em março – e, neste caso, parece haver imagens. Num terceiro episódio, sete marines e um oficial estariam sendo acusados de assassinato, seqüestro e conspiração, cometidos em abril. “Parece que o assassinato de civis iraquianos está se transformando num fenômeno diário", afirmou o presidente da Associação de Direitos Humanos do Iraque, Muayed al-Anbaki, após assistir ao novo vídeo. Dois dias mais tarde, um texto do Washington Post sustentava que Bush sabia dos fatos desde o início de março; e sugeria que uma das questões cruciais era investigar até onde tinha se estendido a rede de autoridades envolvidas no acobertamento do massacre, antes da publicação da reportagem do Time.

Dois pontos muito vulneráveis

No caso Haditha, além deste, há dois pontos vulneráveis ao extremo. O primeiro são duas séries de fotos feitas após os assassinatos. Com exceção de algumas (uma é a que ilustra esta matéria), as imagens permanecem sob censura, acessíveis apenas às comissões de inquérito do Pentágono. A primeira série retrata os corpos dos iraquianos já ensacados. A segunda teria sido feita pelos próprios soldados, momentos após cometerem a chacina. Mostraria, por exemplo, um pai de família atingido enquanto rezava, diante do Corão.

O segundo ponto vulnerável é a punição – e, pior, o julgamento – dos assassinos. Eles foram identificados, a crer no New York Times. Segundo as leis norte-americanas, pode-se aplicar, no caso de assassinato cometido em tempo de guerra, a própria pena de morte. Qual seria a repercussão midiática (e política) de um júri militar, no qual cidadãos norte-americanos podem ser executados por atos cometidos em uma guerra que o Estado quer levar adiante, mas a maioria já rejeita? E no exterior: como prosseguir com o julgamento de Saddam Hussein, que pode ser condenado à morte precisamente porque seus soldados teriam promovido a execução de civis inocentes?

[1] O soldado Miguel Terrazas, um texano de El Paso, morreu aos 20 anos, quando a bomba deflagrada por controle remoto explodiu ao lado do jipe militar humvee que dirigia. Dois outros soldados feriram-se levemente. O jipe era o último carro de um comboio de quatro, que participava de ofensiva norte-americana na província de Anbar, durante a qual contaram-se 90 vítimas civis.

[2] O United States Marine Corps é uma das cinco forças militares dos Estados Unidos (além de Exército, Marinha, Aeronáutica e Guarda Costeira). Foi fundada em 1775 (antes da independência). Seus 180 mil membros (os marines) são vistos como um grupo de elite.

[3] Os primeiros a morrer foram quatro passageiros e o motorista de um táxi que passava em frente ao comboio de jipes norte-americanos atingido pela bomba. Atendendo a uma ordem dos soldados, o condutor parou o veículo e os cinco desembarcaram. Foram metralhados na hora. Tinham entre 21 e 25 anos. Em seguida, os marines dirigiram-se para um grupo de três casas, distantes cerca de 150 metros do local do primeiro crime. Lá, cometeram 19 novos assassinatos. Uma das testemunhas, a menina Iman Walid, perdeu seis parentes – alguns mortos a bala (como o pai, que rezava diante do Corão), outros devido à explosão de granadas, atiradas na cozinha e banheiro. No corpo do avô de Iman, o ancião em cadeira de rodas, foram encontrados nove projéteis. Sobreviveram apenas a menina e um irmão, de 8 anos. Na casa ao lado, a porta foi aberta pelo chefe de família, Yunis Salim Khafif, que balbuciou, em inglês, aos soldados: “I am a friend. I am good” [“Sou amigo. Sou bom”]. Foi morto a tiros, assim como a esposa, cinco filhos (entre um e 14 anos) e uma oitava pessoa. Na terceira casa, os homens foram separados das mulheres, obrigados a entrar dentro de um armário e metralhados em seguida. Relatos mais detalhados (em inglês) podem ser lidos na Time ou no jornal britânico The Sunday Times, que também enviou repórteres ao Iraque
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Mensagem por clara campos »

:emoticon8: :emoticon8: :emoticon8: :emoticon8: :emoticon8: :emoticon8:
God bless america and it's Cruzade
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)

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Sketch
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Re.: Aconteceu em Haditha

Mensagem por Sketch »

Aquilo é um pantano. E parece que o Afeganistao está a ficar igual. Acho que a América nao pode fazer nada para melhorar as coisas... infelizmente. Só pode piorar cada vez que saem em patrulha. Aquela gente é indomável. Sempre foi...

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Vergonhoso :emoticon8:

Pensar que existe quem defina os muçulmanos como potenciais genocidas.
E calam-se perante estas atrocidades, corja...
"Nunca te justifiques. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam" - Desconhecido

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Samael
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Re.: Aconteceu em Haditha

Mensagem por Samael »

Absurdos...

Entendo agora o ponto de Clinton, quando dizia que o poder bruto bushista só iria trazer desgraças...

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rapha...
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Mensagem por rapha... »

Samael escreveu:Absurdos...

Entendo agora o ponto de Clinton, quando dizia que o poder bruto bushista só iria trazer desgraças...


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Re.: Aconteceu em Haditha

Mensagem por spink »

Há quem diga (inclusive americanos) que o 11 de setembro não teria ocorrido em um governo Clinton.
Se sim; por quê?
Se não; os argumentos.
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spink
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Re: Re.: Aconteceu em Haditha

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rapha... escreveu:
Samael escreveu:Absurdos...

Entendo agora o ponto de Clinton, quando dizia que o poder bruto bushista só iria trazer desgraças...


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nytimes


Já seria hora de uma mulher ocupar a Presidência dos EUA?
Hillary Clinton, caso dispute o cargo, o fará em um país que está atrás em uma lista crescente de nações que elegem mulheres para o posto mais elevado

Anne E. Kornblut
em Washington

Algo acontece quando a senadora Hillary Rodham Clinton entra em uma sala cheia. As pessoas fazem rapidamente um círculo à sua volta, os flashes das câmeras começam a ser disparados freneticamente e todo o centro de gravidade do local se desloca para a mulher de terno.

Foi assim durante um jantar de gala que celebrou líderes femininas aqui na quinta-feira passada, mas com uma diferença: a mulher candidata à Presidência que todos estavam lá para ver não era Clinton.

Em vez disso, ela ocupou um lugar para prestar homenagem a Geena Davis, a atriz que fez o papel de uma presidenta norte-americana no show de televisão "Commander in Chief" (Comandante-em-chefe), e a seguir saudou a convidada de honra, Michelle Bachelet, a recém-empossada presidenta do Chile.

Durante um breve momento, Clinton teve que ceder a sua posição proeminente a uma presidenta fictícia, e a uma outra real e estrangeira.

"Geena Davis estrelou em um dos meus dramas favoritos - é claro que estou me referindo a "Uma Equipe Muito Especial" ("A League of Their Own", EUA, 1992),", disse Clinton no seu discurso, se referindo ao filme de 1992 sobre uma equipe de beisebol inteiramente feminina, provocando risos em uma multidão de mulheres politizadas, e bastante familiarizadas com as supostas aspirações presidenciais da senadora. A respeito de Bachelet, Hillary disse: "Me disseram que ela estava disputando a Presidência e pensei: 'Que bom para ela'".

O episódio envolvendo a senadora colocou em evidência uma realidade fundamental referente à iminente candidatura de Hillary Clinton. Por mais singular que seja a sua figura, Hillary, caso dispute a presidência, o fará em um país que está atrás em uma lista crescente de nações que elegem mulheres para o posto mais elevado. Um país que recentemente acabou com a sua versão hollywoodiana de presidenta da república ("Commander in Chief" foi retirado definitivamente da programação da rede de televisão ABC no mês passado).

Embora as pesquisas indiquem que a maioria dos norte-americanos está disposta a votar em uma mulher - mais de 90% dos entrevistados disseram que o fariam se gostassem da candidata -, um número bem menor, cerca de 55%, acredita que o país está totalmente pronto para uma presidenta. De maneira geral, os dados sugerem que existe um persistente estranhamento com relação à idéia de mulheres ocupando as posições mais elevadas do poder político, tanto nas telas quanto na vida real.

O mesmo não pode ser dito com relação ao resto do mundo. Há décadas países como Paquistão, Israel, Índia e Reino Unido vêm alçando as mulheres ao papel de chefe do Executivo, um fenômeno que os apoiadores de Hillary estudam cuidadosamente enquanto preparam o terreno para 2008.

Organizações inteiras --incluindo o White House Project (Projeto Casa Branca), que patrocinou o jantar para Bachelet-- foram formadas para descobrir por que os Estados Unidos ainda não elegeram uma mulher para a Presidência, com uma ênfase particular na análise do papel exercido pela mídia e a cultura popular.

Existem incontáveis teorias, sendo que a principal delas é a de que a candidata correta ainda não surgiu. O problema com esta teoria é que ela é capaz de explicar tudo e nada ao mesmo tempo. Recorrendo a este raciocínio, alguns dos detratores de Hillary asseguram que se ela perder, o fato de ser mulher pouco terá a ver com isso --a derrota estará mais vinculada à questão do Iraque, a um cansaço com relação aos Clinton ou àquilo que eles dizem ser o "efeito polarizador" da possível candidata.

Porém, aqueles que estudam o quadro mais amplo dizem que existem razões concretas para que nenhuma mulher tenha sequer chegado perto de conquistar a Presidência dos Estados Unidos. Existem menos dinastias políticas nos Estados Unidos daquela espécie que confere às mulheres uma aura de autoridade em outros países, como a dos Bhutto, no Paquistão, e a dos Nehru e Ghandi, na Índia.

O sistema eleitoral nos Estados Unidos é mais complicado neste sentido do que o parlamentar, no qual uma mulher (Margaret Thatcher, no Reino Unido, Golda Meir, em Israel) é eleita somente por membros do seu próprio partido, e não pelo eleitorado inteiro.

Há ainda o gargalo político nos Estados Unidos. Atualmente, com oito governadoras entre 50 governos estaduais, e 14 cadeiras dentre as cem do Senado ocupadas por mulheres. Devido a isso, ainda é muito difícil que haja um número limitado de candidatas experientes à Presidência.

"Ao se refletir sobre a questão, constata-se que há pouquíssimas mulheres nesse grupo", afirma Debbie Walsh, diretora do Centro de Política e Mulheres Norte-Americanas da Universidade Rutgers. "O grupo do qual as candidatas tendem a emergir neste país é o de senadoras e governadoras, e até recentemente contávamos com pouquíssimas mulheres ocupando esses cargos. Isto é algo que realmente nos atrapalha. O problema reside neste gargalo político, e para falar francamente, tal problema não tem melhorado".

Mas tais estatísticas, que há muito tempo consistem na base para o entendimento convencional dos percalços enfrentados pelas mulheres na política, podem não explicar integralmente a resistência. Os especialistas que coçam a cabeça tentando entender o fato de tantas mulheres serem eleitas em outros partidos --incluindo Bachelet, Ellen Johnson Sirleaf, na Libéria, e Angela Merkel, na Alemanha-- apontam para motivos sociológicos e culturais para explicar porque Hillary Clinton é uma das poucas mulheres a serem vistas com seriedade como candidata presidencial. "A sociedade norte-americana ainda não criou uma geração de mulheres que cresçam acreditando que um dia possam ser presidentes dos Estados Unidos".

Marie Wilson, presidenta do White House Project, e que passou anos antes do lançamento de "Commander in Chief" pedindo a Hollywood que fizesse um filme no qual houvesse uma mulher ocupando a Presidência, diz que a população ainda coloca as mulheres em um pedestal --e que só aceitaria uma mulher presidente que fosse tida pelos eleitores como impecável, bem mais do que um homem, segundo um padrão quase impossível.

"Francamente, a idéia cultural e social sobre as mulheres nos Estados Unidos não se modificou tão rapidamente quanto as realidades dos papéis femininos", afirma Wilson. "Quando uma mulher está em evidência, passamos a projetar sobre ela indagações do tipo: 'Ela é perfeita?'. Foi por isso que eu esperava que Geena Davis permanecesse na televisão por um período suficiente para cometer algum erro bem sério".

Mas atualmente é em Hollywood que se encontram algumas das mais fortes resistências a Hillary Clinton. Cada vez mais politizada, e preponderantemente liberal (e, por algum motivo, freqüentemente solicitada a expressar uma preferência política), a indústria do entretenimento não abraçou Hillary tão calorosamente quanto o fez com relação ao seu marido. Alguns temem que ela venha a ser o terceiro democrata derrotado em série: George Clooney recentemente a chamou de "a figura mais polarizadora da política norte-americana", acrescentando mais tarde que quis dizer que essa foi uma observação neutra, e não uma advertência.

Outras celebridades têm expressado temores mais explícitos. Sharon Stone disse em uma entrevista a uma revista que se vê muito nas colunas de fofocas a repetição da idéia de que Hillary, 58, ainda tem "poder sexual", e que não deveria concorrer à Presidência até que este poder se esgotasse. Kathleen Turner, entrevistada quando estava em Londres estrelando em uma peça teatral, expressou as suas dúvidas quanto à suposta candidatura de Hillary, afirmando: "Os norte-americanos não querem uma mulher célebre como presidente".

Martha Stewart, por sua vez, tentou recentemente equilibrar a balança, dizendo na rede televisiva CNBC: "A população entendeu mal Hillary e a sua estabilidade, que ajudou a manter o governo estável".

Talvez a crítica mais contundente a Hillary Clinton em Hollywood tenha vindo dos liberais que se opõem ao voto da senadora pela autorização da invasão do Iraque em 2003. A atriz Susan Sarandon, que chegou a ponto de apoiar o oponente democrata de Hillary contrário à guerra na campanha deste ano pelo Senado, Jonathan Tasini, acusou a senadora de carecer de princípios. Sarandon disse em uma entrevista à televisão britânica: "Eu preferiria alguém que tivesse realmente um arcabouço moral, fosse um homem ou uma mulher".

Mas, para os que apóiam Hillary Clinton, assim como para alguns estudantes de sexo e política, é aí que pode residir o problema. Segundo eles, entre os vários fatores, existe o fato de as mulheres tidas como duras, especialmente no que se refere às questões militares, terem dominado as eleições no mundo. Certamente isso foi verdade com relação a Thatcher, a "Dama de Ferro", que advertiu os seus aliados que não duvidassem da sua determinação, e Meir, que liderou Israel durante a Guerra do Yom Kippur, em 1973. E o triunfo de Bachelet, uma ex-ministra da Defesa do Chile, cujo pai foi brigadeiro da força aérea, foi interpretado como uma indicação de que as candidatas à presidência precisam de uma dose extra de força.

Mas os norte-americanos buscarão um líder duro na atual conjuntura presidencial? Será que uma mulher precisa realmente ser de linha dura -- como a personagem de Davis em "Commander in Chief"? Ou os eleitores, como afirma a proeminente comentarista Arianna Huffington, estarão buscando alguém que tenha uma posição bem mais branda?

"Não há dúvida de que a arte e a política se cruzam em vários pontos, e de que há muito tempo existem arquétipos artísticos cinematográficos orientando a política norte-americana", disse Huffington, uma crítica de Hillary Clinton, observando que os caubóis de Hollywood serviram de inspiração para as gestões Reagan e Bush. "A minha impressão com relação à população e ao Zeitgeist é de que as pessoas não querem mais saber do arquétipo de John Wayne; isto é algo que se exauriu".

"Não obstante, não acredito que Hillary venha a se beneficiar desse fenômeno", acrescenta ela.

Para Huffington, Hillary Clinton está cometendo um erro ao continuar apoiando a guerra no Iraque, a ponto acalmar aqueles eleitores que ficam nervosos ao se depararem com uma candidata à Presidência.

"Eu realmente não creio que o sexo do candidato seja uma questão", afirma Huffington. "Tudo depende do grau de autenticidade desse candidato. Creio que isso será crucial em 2008: penso que a autenticidade e a disposição de defender algo de forma não ambígua, especialmente se tratando de uma questão como a guerra, transcenderão qualquer assunto, como o sexo do candidato, nos Estados de eleitorado majoritariamente republicano".

Esta, pelo menos, é a visão mais idealista, mas até o momento trata-se apenas de um conceito, em Hollywood e além.
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).

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Re: Re.: Aconteceu em Haditha

Mensagem por Samael »

carlos escreveu:Há quem diga (inclusive americanos) que o 11 de setembro não teria ocorrido em um governo Clinton.
Se sim; por quê?
Se não; os argumentos.


Talvez sim, talvez não. Mas é mais provável que sim. O problema islâmico é uma questão de Estado e não de governo.

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Hugo
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Re: Re.: Aconteceu em Haditha

Mensagem por Hugo »

Samael escreveu:
carlos escreveu:Há quem diga (inclusive americanos) que o 11 de setembro não teria ocorrido em um governo Clinton.
Se sim; por quê?
Se não; os argumentos.


Talvez sim, talvez não. Mas é mais provável que sim. O problema islâmico é uma questão de Estado e não de governo.

Claro que não! Há muito tempo que já vazou o conhecimento de que os aviões que se chocaram com o WTC e com o Pentágono eram teleguiados por Bush! :emoticon125:

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Re.: Aconteceu em Haditha

Mensagem por karas »

ahuahuahuahuahuahua, será que o user kfa e o poindexter já leram esse artigo??? creio que vão ficar furiosos

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Pug
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Re: Re.: Aconteceu em Haditha

Mensagem por Pug »

carlos escreveu:Há quem diga (inclusive americanos) que o 11 de setembro não teria ocorrido em um governo Clinton.
Se sim; por quê?
Se não; os argumentos.


A administração Clinton foi imensamente superior á actual em todos os aspectos.

Os democratas aperceberam-se de um problema quando ocorreram certos ataques a interesses norte-americanos
Escolheram uma via discreta de resolução ( guerra nas sombras, os serviços secretos...).

Com a chegada dos republicanos foi o desatre, não têm a mínima noção de diplomacia, felizmente não são tão descuidados como alguns foristas quando fazem referências ao mundo muçulmano.
Colocar o islão como inimigo é perder a batalha diplomática, a guerra contra o terrorismo da alqaeda jamais será vencida sem os muçulmanos. Vá-se lá colocar isso nas cabeças duras...hostilizar o islão é perder apoio, é fazer o jogo dos extremistas de ambos os lados.

Acabei divagando e fugindo um pouco á pergunta.
É muito dificel saber ou conseguir o que responder a tal proposta
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Re.: Aconteceu em Haditha

Mensagem por spink »

A "crioula" está conseguindo alargar as vistas do Bush.
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Re.: Aconteceu em Haditha

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O governo americano pretende acabar com esses "incidentes".
Vai promover aulas de ética aos soldados que atuam no Iraque. :emoticon12:
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).

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Silêncio...
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Re: Re.: Aconteceu em Haditha

Mensagem por Samael »

Pug escreveu:
carlos escreveu:Há quem diga (inclusive americanos) que o 11 de setembro não teria ocorrido em um governo Clinton.
Se sim; por quê?
Se não; os argumentos.


A administração Clinton foi imensamente superior á actual em todos os aspectos.

Os democratas aperceberam-se de um problema quando ocorreram certos ataques a interesses norte-americanos
Escolheram uma via discreta de resolução ( guerra nas sombras, os serviços secretos...).

Com a chegada dos republicanos foi o desatre, não têm a mínima noção de diplomacia, felizmente não são tão descuidados como alguns foristas quando fazem referências ao mundo muçulmano.
Colocar o islão como inimigo é perder a batalha diplomática, a guerra contra o terrorismo da alqaeda jamais será vencida sem os muçulmanos. Vá-se lá colocar isso nas cabeças duras...hostilizar o islão é perder apoio, é fazer o jogo dos extremistas de ambos os lados.

Acabei divagando e fugindo um pouco á pergunta.
É muito dificel saber ou conseguir o que responder a tal proposta


Ricardo, uma nação que se proponha a ser a ditadora da ordem e dos valores elevados do mundo deve saber agir enquanto tal. Não se combate totalitarismos com ataques abertos que geram ódio e prejudicam a própria população local. Se combate os tais com provas de que a sua sociedade é mais benéfica ao homem do que a tal totalitária.

Isso sempre faltou a Bush. O embasamento moral (e incrivelmente DIVINO!! Em pleno século XXI!) só lhe fornece poder bruto, nada mais.

Enquanto isso, a China cresce. A forma de bolo de uma economia capitalista gerida por um Estado totalitário socialista dada anteriormente pela URSS e adotada agora pelos irmãos orientais demonstra de forma clara como o capitalismo pode atingir um nível de produção ainda mais elevado negando ainda mais seu padrão ético duvidoso.

Esperemos até 2040. :emoticon1:

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Re: Re.: Aconteceu em Haditha

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Samael escreveu:
Pug escreveu:
carlos escreveu:Há quem diga (inclusive americanos) que o 11 de setembro não teria ocorrido em um governo Clinton.
Se sim; por quê?
Se não; os argumentos.


A administração Clinton foi imensamente superior á actual em todos os aspectos.

Os democratas aperceberam-se de um problema quando ocorreram certos ataques a interesses norte-americanos
Escolheram uma via discreta de resolução ( guerra nas sombras, os serviços secretos...).

Com a chegada dos republicanos foi o desatre, não têm a mínima noção de diplomacia, felizmente não são tão descuidados como alguns foristas quando fazem referências ao mundo muçulmano.
Colocar o islão como inimigo é perder a batalha diplomática, a guerra contra o terrorismo da alqaeda jamais será vencida sem os muçulmanos. Vá-se lá colocar isso nas cabeças duras...hostilizar o islão é perder apoio, é fazer o jogo dos extremistas de ambos os lados.

Acabei divagando e fugindo um pouco á pergunta.
É muito dificel saber ou conseguir o que responder a tal proposta


Ricardo, uma nação que se proponha a ser a ditadora da ordem e dos valores elevados do mundo deve saber agir enquanto tal. Não se combate totalitarismos com ataques abertos que geram ódio e prejudicam a própria população local. Se combate os tais com provas de que a sua sociedade é mais benéfica ao homem do que a tal totalitária.

Isso sempre faltou a Bush. O embasamento moral (e incrivelmente DIVINO!! Em pleno século XXI!) só lhe fornece poder bruto, nada mais.

Enquanto isso, a China cresce. A forma de bolo de uma economia capitalista gerida por um Estado totalitário socialista dada anteriormente pela URSS e adotada agora pelos irmãos orientais demonstra de forma clara como o capitalismo pode atingir um nível de produção ainda mais elevado negando ainda mais seu padrão ético duvidoso.

Esperemos até 2040. :emoticon1:


Herald Tribune


Uma política mais sutil com relação à China?

Ralph A. Cossa, em Cingapura*

Foi um Donald Rumsfeld mais afável e gentil que emergiu na reunião deste ano das principais autoridades do setor de defesa da região da Ásia banhada pelo Oceano Pacífico.

A cobertura feita pela imprensa do discurso do secretário de Defesa dos Estados Unidos se concentrou na sua crítica ao Irã como "nação terrorista".

Mas a história real girou em torno das suas discussões moderadas e mais flexíveis sobre uma China em ascensão.

Nas suas declarações de 3 de junho, apenas um curto parágrafo em um texto de quatro páginas se referiu à China. Primeiro Rumsfeld elogiou o "grande potencial" da China, e o seu "forte crescimento econômico", mas a seguir ele advertiu: "Há aspectos das ações da China que podem complicar os relacionamentos daquele país com outras nações. É compreensível que a falta de transparência com relação aos seus investimentos militares cause preocupação em alguns dos seus vizinhos".

Isso foi tudo. Além disso, Rumsfeld enfatizou em grande parte os aspectos positivos da política de Pequim.

É importante observar que o Irã não foi sequer mencionado no seu discurso. Foi apenas após uma segunda pergunta a respeito da Organização de Cooperação de Xangai, que é dominada pela China e pela Rússia, que ele disse achar "um pouco estranho" que uma organização cujas diretrizes proclamam um compromisso com o combate ao terrorismo convide um conhecido apoiador do terrorismo para ingressar nas suas fileiras. O Irã tem sido um observador na organização há vários anos, mas Pequim e Moscou estão avaliando a possibilidade de fazer do país um membro integral.

Embora Rumsfeld não tivesse se concentrado na China, mais da metade das questões feitas a ele era sobre aquela potência asiática. Mas apesar de vários repórteres terem procurado atraí-lo para uma discussão da ameaça chinesa, Rumsfeld se esquivou de abordar o assunto.

Em vez disso, ele apenas pediu que Pequim fosse mais transparente com relação às suas capacidades e doutrinas militares. "É claro que qualquer país tem o direito de tomar decisões a respeito de como deseja investir os seus recursos. Isso é justo", observou o secretário. "Mas o resto do mundo tem o direito, e às vezes a necessidade, de tentar desenvolver um bom entendimento a respeito do motivo exato pelo qual um país opta por determinado tipo de investimento".

Segundo Rumsfeld, "desmistificar" aquilo que a China está fazendo no campo militar seria algo que atenderia aos interesses de Pequim.

A cobertura da imprensa local não captou a sutileza. Um dos principais jornais de Cingapura, por exemplo, alegou que Rumsfeld "expressou intranqüilidade quanto ao constante aumento dos gastos de Pequim com o setor de defesa".
Na verdade, não foi isso o que o secretário fez.

Rumsfeld demonstrou ter aprendido a sua lição no ano passado. Quando um analista o desafiou a identificar aquilo que ele acreditava que deveria ser o nível apropriado de investimentos chineses, caso achasse que os níveis atuais fossem muito elevados, e um outro observou a ironia contida no fato de Washington afirmar que os gastos militares de todos os outros países são muito altos, sendo que o orçamento do Pentágono ultrapassa o produto interno bruto de diversas nações, o secretário foi cuidadoso em enfatizar que não é o patamar de gastos em si, mas os motivos destes gastos que são motivo para preocupação.

Até mesmo na questão espinhosa de Taiwan, Rumsfeld simplesmente observou que é necessário "confiar na palavra da China", quando esta afirma buscar uma reunificação pacífica como sua primeira opção, e ressaltou que os Estados Unidos e o povo de Taiwan também desejam uma solução pacífica para o problema.

Rumsfeld também enfatizou que os Estados Unidos não têm nenhum "grande projeto" para a Ásia, a não ser "contribuir para a paz e a estabilidade", e ressaltou novamente que o objetivo das relações entre as forças armadas dos Estados Unidos e da China é a "desmistificação mútua".

Seria uma amabilidade exagerada afirmar que Rumsfeld sensibilizou a platéia em Cingapura. Mas as suas visões mais moderadas com relação à China - talvez embasadas na sua primeira visita a Pequim como secretário da Defesa em outubro do ano passado - foram recebidas de forma bem melhor. O desejo por uma maior transparência chinesa é algo disseminado na Ásia.

Infelizmente, o Ministério da Defesa Chinês e o Exército Popular de Libertação decidiram mais uma vez boicotar a reunião. A China foi representada por uma autoridade de escalão inferior do Ministério das Relações Exteriores, e por representantes de diversas instituições de pesquisa política chinesas, perdendo desta forma uma importante oportunidade de demonstrar o professado compromisso de Pequim para com uma maior cooperação no setor de defesa na região da Ásia banhada pelo Oceano Pacífico.
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).

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Pug
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Registrado em: 15 Nov 2005, 07:42

Mensagem por Pug »

A União Soviética suicidou-se por manter elevados custos de ordem militar.

Compreende-se a preocupação dos EUA em relação aos chineses. A dívida pública americana...
"Nunca te justifiques. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam" - Desconhecido

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