Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

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Pug!
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Re: Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Pug! »

Apo escreveu:Sim, ou ele é bogus...ou é mais um crente político. Ou é muito lavado ou tá tirando uma com a nossa cara.


Não é bogus, até que penso que para bem do RV é bom parar-se de acusar a todos de bogus ( a moderação que actue no silêncio da noite).
Adriano é um ateu militante com sensibilidade social.

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Pug!
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Mensagem por Pug! »

Fernando Silva escreveu:
Pug! escreveu:O outro argumento tosco é dizer-se que existe quem faça filhos só para ganhar a bolsa. 100 reais é pouco e como tal a pessoa vai fazer filhos para enriquecer. Educar um filho fica barato como todos sabemos.

E quem disse que eles estão preocupados em educar os filhos?
Assim que eles são capazes de trabalhar, são retirados da escola (se é que estavam antes). Em casos extremos (mas não tão raros), são prostituídos pelos próprios pais.

Era comum se ver mulheres que tiveram 10 ou mais filhos, dos quais um ou dois sobrevivem. A mortalidade diminuiu com o tempo, mas a irresponsabilidade não.

"A gente aceita o que Deus nos manda", dizem eles, e vão botando no mundo um filho atrás do outro.
Mesmo em metrópolis como o Rio, há esta diferença: de um lado da rua, o bairro de classe média onde as meninas só começam a ter filhos (e poucos) depois de se formar e arranjar emprego.
Do outro lado da rua, na favela, elas engravidam aos 12 anos e não param mais.


Oi Fernando!

Num mundo perfeito não existiria pobres, todos seriam felizes...
A medida de subsidiar as famílias pobres é justa e altamente moral. A existência de todos esses casos por você relatados deve ser tratada e combatida e jamais deverá servir de desculpa para abolir uma medida da mais elementar justiça social.

Fico boquiaberto quando se fala em nome da responsabilização o individuo se deve virar sozinho. É sabido o que isso significa, mais crime e consequente diminuição da segurança para os indiferentes perante a miséria alheia.
A bolsa por si só não elimina os problemas da sociedade, mas estou convicto que é um elemento essencial.

Critiquem os métodos de aplicação, não a sua existência, até porque, mesmo a primeira economia mundial também não escapa a esta realidade.

Não poderei continuar a responder!

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Pug! escreveu:Num mundo perfeito não existiria pobres, todos seriam felizes...
A medida de subsidiar as famílias pobres é justa e altamente moral. A existência de todos esses casos por você relatados deve ser tratada e combatida e jamais deverá servir de desculpa para abolir uma medida da mais elementar justiça social.

No dia em que fizerem algo de positivo, visando dar aos pobres meios de se tornarem cidadãos plenos, vou aplaudir, mas apenas dar dinheiro aos pobres é distribuir esmolas.
E dar esmola em vez de oportunidades acaba viciando em vez de incentivar.

Políticos costumam dar apenas o mínimo para manter vivos seus protegidos - vivos e agradecidos para que continuem votando neles a cada eleição.

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Adrianoped escreveu:Isso é discriminação social, preconceito para com pobres. Uma generalização moral de uma classe social. A maioria dos pobres tem dignidade. Se acontece do programa beneficiar o governo é devido a sua eficiência.

Havia na firma em que trabalho uma faxineira com 5 filhos, cada um de um homem diferente. A última notícia que tive dela é que o mais velho já está preso e uma das meninas estava grávida. E o ciclo se perpetua (ela me devia dinheiro; dancei...).

Ela não é um caso único.

E pobre pode ter dignidade, mas não automaticamente por ser pobre. E sua dignidade, se houver, não impede que façam burrices como ter filhos que não podem criar, sem se preocupar com o futuro.

Só distribuir dinheiro não resolve. "Programa social" também envolve mudar a cabeça dessas pessoas, fazê-las controlar a natalidade, forçá-las a enviar os filhos para a escola etc.

Entretanto, se derem a opção entre dinheiro na mão e filho na escola, pobre vai preferir a satisfação imediata. O governo também, pois essa satisfação lhe dá votos.

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Apo escreveu:Ih meu filho, vai começar a falar em culpa da classe média , esta conversa batidíssima , que retira a responsabilidade de vagabundo que bota filho no mundo e vota em governante mais vagabundo ainda, e para continuar o esquema de corrupção e estelionato, joga a culpa em cima da classe que mais batalha, mais estuda e se preocupa com os filhos, mais se preocupa em fazer planejamento de tudo, emprega, ´paga imposto e leva o país nas costas, pois estudando ( e vencendo na vida por muito esforço, não estravés de favores hipócritas e demagógicos), e dando exemplo aos filhos, consegue elevar um pouco a renda percapita, são pessoas com formação científica e crítica, que movimentam todos os setores da economia, e pagam impostos altíssimos?

Pode parar por aí. Nem vem com esta de classe média. Pobre classe média, cada vez mais achatada.
Não é ela a fatia ignorante e crédula deste país que elegeu gente torpe e sua laia para governar o país.

Exatamente. Chega desta história de "pobre digno e honrado oprimido pela classe média".
Os pobres não são pobres porque existe a classe média. Pelo contrário, eles seriam muito mais pobres se não existisse a classe média.
Claro, é mais fácil arranjar culpados que resolver as coisas.

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Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Aranha »

Apo escreveu:Não é tosco e não é argumento. Neste país se tem filhos porque Deus mandou e para aumentar as chances de ganhar dinheiro ( eles pensam realmente assim). Mais um filho pedindo na esquina, ou emprestado da vizinha para fazer um cena no meio da rua, bater de porta em porta mentindo que precisa comprar remédio, que o marido botou fogo na casa porque bebia ( e ela , coitada , tem 5 e mais 1 na barriga) e uma centena de formas de "aumentar" a renda. Imagina o governo tirando de mim e dando para eles de presente....


Fernando Silva escreveu:Havia na firma em que trabalho uma faxineira com 5 filhos, cada um de um homem diferente. A última notícia que tive dela é que o mais velho já está preso e uma das meninas estava grávida. E o ciclo se perpetua (ela me devia dinheiro; dancei...).

Ela não é um caso único.



- A que nível de argumentação barata chegamos, eu também vou começar a contar "causos" para defender minhas convicções.... :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Abraços,
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Fernando Silva
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Re: Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Fernando Silva »

Abmael escreveu:- A que nível de argumentação barata chegamos, eu também vou começar a contar "causos" para defender minhas convicções.... :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

A realidade é feita de "causos".
Trabalho num bairro pobre e estou de saco cheio de ver crianças brincando com suas "bonecas". Mal chegam à adolescência e já estão de barriga. Aliás, a marca de uma região pobre é a quantidade de crianças correndo pelas ruas.
Podem jogar as estatísticas que quiserem, eu vejo o que vejo.

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Aranha
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Re: Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Aranha »

Fernando Silva escreveu:
Abmael escreveu:- A que nível de argumentação barata chegamos, eu também vou começar a contar "causos" para defender minhas convicções.... :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

A realidade é feita de "causos".
Trabalho num bairro pobre e estou de saco cheio de ver crianças brincando com suas "bonecas". Mal chegam à adolescência e já estão de barriga. Aliás, a marca de uma região pobre é a quantidade de crianças correndo pelas ruas.
Podem jogar as estatísticas que quiserem, eu vejo o que vejo.



- Já eu moro num bairro de classe média alta em Brasília, uma ilha da fantasia, tudo é lindo e maravilhoso, no entanto não tenho a pretensão de conhecer toda uma realidade a partir do meu mundinho.

Abraços,
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Huxley
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Mensagem por Huxley »

Se “a essência da filosofia liberal é a crença na dignidade do indivíduo, em sua liberdade de usar ao máximo suas capacidades e oportunidades de acordo com suas próprias escolhas", como já disse um certo filósofo liberal, então quem acha que um analfabeto subnutrido e mórbido que vive no Sertão tem capacidade razoável de auferir renda? Boa parte da pobreza é relacionada não com as drogas ou a vagabundagem, mas com a própria falta de liberdade.A privação de capacidades individuais ocorre neste caso, porque o baixo nível de renda da maioria dos miseráveis dos países subdesenvolvidos tem como razão fundamental o analfabetismo (evasão escolar durante a infância por causa do trabalho) e más condições de saúde, além de fome e subnutrição. Sem a universalização do acesso a programas que minimizariam tais privações, não há sequer uma chance razoável de os miseráveis terem boa capacidade de auferir renda no mercado e se inserir de forma competitiva no capitalismo (como, por exemplo, ser capaz recusar ofertas de “empregos” como “ajudante de servente de pedreiro”)

A maior parte da miséria NÃO É conseqüência da limitação de renda, mas problemas relacionados a outras privações de aptidões, como as relacionados à idade (velhice, por exemplo, principalmente quando certas pessoas são incapazes de acumular um certo montante de contribuição previdenciária ao longo de sua vida por ter trabalhado no setor informal a maior parte da vida), sexo (discriminação sexual, por exemplo, que ocorre mais em países muçulmanos), posição social (como assistência à maternidade), localização (área sujeita a inundação, à seca ou a violência), ambiente epidemiológico e outras coisas sobre os quais o indivíduo não tem controle. Nenhuma assistência a essas limitações de aptidões, gera uma coisa que é chamado na literatura econômica como “ciclo intergeracional da pobreza” ou “armadilha da pobreza”.

Mais e mais argumentos absurdos são repetidos e inventados neste tópico (aquele que diz que 0,4% do PIB é "inchaço de máquina", eu já desconsidero):

Asserção: “Bolsa Família é do PT. Você é petista?”

É engraçado que a criação da idéia de programa de renda mínima foi de Milton Friedman. Ele deve ser petista, né?

Roberto Campos já disse que:
“Mesmo removidos obstáculos ao exercício das faculdades individuais, restarão desvalidos ou desequipados para o mercado de trabalho. Cabe ao governo, no interesse de preservar a coesão social, garantir-lhes um ‘mínimo vital’.Isso deve ser feito por meios tão desburocratizados quanto possível, deixando-se aos indivíduos a responsabilidade de usá-lo para sua subsistência. Hayek fala na ‘rede de segurança’ para os pobres e Milton Friedman no conceito de ‘renda mínima’, ou Imposto de Renda negativo: http://pensadoresbrasileiros.home.comca ... ropica.htm

Asserção: “Com assistencialismo, os indigentes vão procurar menos trabalho.”

Uma pesquisa realizada pela UFMG concluiu que “a taxa de ocupação dos adultos na extrema pobreza incluídos no programa é 3,1 pontos porcentuais maior do que a dos não beneficiários na mesma situação de renda” (Roberta Caldo, Veja. “Cartas”. Edição 2024.5 de setembro de 2007). Também pudera, o teto de benefício do “Bolsa Família”, 112 reais, é muito inferior a um salário mínimo.

Asserção: “Pobres fazem mais filhos para aumentar o benefício e trabalhar menos”

Bolsa Família = benefício fixo (58 reais) + benefício variável (18 reais) x número de filhos (benefício limitado a três)

Pais indigentes já têm média igual ou superior a três filhos. Aumentar o número de filhos para a maioria significa AUMENTAR a miséria, e não diminuí-la. Mesmo o benefício máximo não desestimula o trabalho, como mostra a pesquisa da UFMG.


Asserção: “É dando comida ou estudo que se acaba com a miséria?”

Se acharmos interessante esse argumento, poderíamos fazer uma pergunta semelhante: “É dando estudo ou programas de vacinação grátis que se acaba com a miséria?”. Observe o desempenho de uma criança nutrida que não trabalha, uma criança subnutrida, uma criança doente, uma criança que falta às aulas para trabalhar e uma criança doente numa sala de aula e depois diga qual é a que tem mais chance de se dá bem no futuro, caso o governo de um país subdesenvolvido consiga melhorar substancialmente a qualidade do ensino básico.Para responder essa pergunta, basta não ser demente.
Editado pela última vez por Huxley em 09 Out 2007, 12:35, em um total de 2 vezes.
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”

Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)

"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."

John Maynard Keynes

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Fernando Silva
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Re: Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Fernando Silva »

Abmael escreveu:
Fernando Silva escreveu:
Abmael escreveu:- A que nível de argumentação barata chegamos, eu também vou começar a contar "causos" para defender minhas convicções.... :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

A realidade é feita de "causos".
Trabalho num bairro pobre e estou de saco cheio de ver crianças brincando com suas "bonecas". Mal chegam à adolescência e já estão de barriga. Aliás, a marca de uma região pobre é a quantidade de crianças correndo pelas ruas.
Podem jogar as estatísticas que quiserem, eu vejo o que vejo.



- Já eu moro num bairro de classe média alta em Brasília, uma ilha da fantasia, tudo é lindo e maravilhoso, no entanto não tenho a pretensão de conhecer toda uma realidade a partir do meu mundinho.

Abraços,

Bom, eu conheço boa parte da minha cidade e já viajei o bastante pelo país para ver que a situação se repete em outros lugares.

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Apo
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Re: Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Apo »

Abmael escreveu:
Apo escreveu:Não é tosco e não é argumento. Neste país se tem filhos porque Deus mandou e para aumentar as chances de ganhar dinheiro ( eles pensam realmente assim). Mais um filho pedindo na esquina, ou emprestado da vizinha para fazer um cena no meio da rua, bater de porta em porta mentindo que precisa comprar remédio, que o marido botou fogo na casa porque bebia ( e ela , coitada , tem 5 e mais 1 na barriga) e uma centena de formas de "aumentar" a renda. Imagina o governo tirando de mim e dando para eles de presente....


Fernando Silva escreveu:Havia na firma em que trabalho uma faxineira com 5 filhos, cada um de um homem diferente. A última notícia que tive dela é que o mais velho já está preso e uma das meninas estava grávida. E o ciclo se perpetua (ela me devia dinheiro; dancei...).

Ela não é um caso único.



- A que nível de argumentação barata chegamos, eu também vou começar a contar "causos" para defender minhas convicções.... :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Abraços,

Querido, causos são apenas a realidade. Antes fossem ficção...

Argumentações esbarram na ideologia.Fatos são fatos.

Se você for ao âmago de uma favela, vai ver que a ideologia não vale p**** nenhuma.
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Re: Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Apo »

Abmael escreveu:
Fernando Silva escreveu:
Abmael escreveu:- A que nível de argumentação barata chegamos, eu também vou começar a contar "causos" para defender minhas convicções.... :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

A realidade é feita de "causos".
Trabalho num bairro pobre e estou de saco cheio de ver crianças brincando com suas "bonecas". Mal chegam à adolescência e já estão de barriga. Aliás, a marca de uma região pobre é a quantidade de crianças correndo pelas ruas.
Podem jogar as estatísticas que quiserem, eu vejo o que vejo.



- Já eu moro num bairro de classe média alta em Brasília, uma ilha da fantasia, tudo é lindo e maravilhoso, no entanto não tenho a pretensão de conhecer toda uma realidade a partir do meu mundinho.

Abraços,



ahUAHuah

Idem! Eu moro num bairro de classe alta em Porto Alegre. Mas ali logo ali, está a realidade bem à vista. Enquanto eles não me enfiarem um trezoitão na nuca, estou numa muito boa ( cheia de grades, segurança 24 horas e câmeras ), mas numa boa.

Já foi passear na periferia de Brasília? Espero que sim...

Beijos!
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Samael
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Mensagem por Samael »

Huxley escreveu:Se “a essência da filosofia liberal é a crença na dignidade do indivíduo, em sua liberdade de usar ao máximo suas capacidades e oportunidades de acordo com suas próprias escolhas", como já disse um certo filósofo liberal, então quem acha que um analfabeto subnutrido e mórbido que vive no Sertão tem capacidade razoável de auferir renda? Boa parte da pobreza é relacionada não com as drogas ou a vagabundagem, mas com a própria falta de liberdade.A privação de capacidades individuais ocorre neste caso, porque o baixo nível de renda da maioria dos miseráveis dos países subdesenvolvidos tem como razão fundamental o analfabetismo (evasão escolar durante a infância por causa do trabalho) e más condições de saúde, além de fome e subnutrição. Sem a universalização do acesso a programas que minimizariam tais privações, não há sequer uma chance razoável de os miseráveis terem boa capacidade de auferir renda no mercado e se inserir de forma competitiva no capitalismo (como, por exemplo, ser capaz recusar ofertas de “empregos” como “ajudante de servente de pedreiro”)

A maior parte da miséria NÃO É conseqüência da limitação de renda, mas problemas relacionados a outras privações de aptidões, como as relacionados à idade (velhice, por exemplo, principalmente quando certas pessoas são incapazes de acumular um certo montante de contribuição previdenciária ao longo de sua vida por ter trabalhado no setor informal a maior parte da vida), sexo (discriminação sexual, por exemplo, que ocorre mais em países muçulmanos), posição social (como assistência à maternidade), localização (área sujeita a inundação, à seca ou a violência), ambiente epidemiológico e outras coisas sobre os quais o indivíduo não tem controle. Nenhuma assistência a essas limitações de aptidões, gera uma coisa que é chamado na literatura econômica como “ciclo intergeracional da pobreza” ou “armadilha da pobreza”.

Mais e mais argumentos absurdos são repetidos e inventados neste tópico (aquele que diz que 0,4% do PIB é "inchaço de máquina", eu já desconsidero):

Asserção: “Bolsa Família é do PT. Você é petista?”

É engraçado que a criação da idéia de programa de renda mínima foi de Milton Friedman. Ele deve ser petista, né?

Roberto Campos já disse que:
“Mesmo removidos obstáculos ao exercício das faculdades individuais, restarão desvalidos ou desequipados para o mercado de trabalho. Cabe ao governo, no interesse de preservar a coesão social, garantir-lhes um ‘mínimo vital’.Isso deve ser feito por meios tão desburocratizados quanto possível, deixando-se aos indivíduos a responsabilidade de usá-lo para sua subsistência. Hayek fala na ‘rede de segurança’ para os pobres e Milton Friedman no conceito de ‘renda mínima’, ou Imposto de Renda negativo: http://pensadoresbrasileiros.home.comca ... ropica.htm

Asserção: “Com assistencialismo, os indigentes vão procurar menos trabalho.”

Uma pesquisa realizada pela UFMG concluiu que “a taxa de ocupação dos adultos na extrema pobreza incluídos no programa é 3,1 pontos porcentuais maior do que a dos não beneficiários na mesma situação de renda” (Roberta Caldo, Veja. “Cartas”. Edição 2024.5 de setembro de 2007). Também pudera, o teto de benefício do “Bolsa Família”, 112 reais, é muito inferior a um salário mínimo.

Asserção: “Pobres fazem mais filhos para aumentar o benefício e trabalhar menos”

Bolsa Família = benefício fixo (58 reais) + benefício variável (18 reais) x número de filhos (benefício limitado a três)

Pais indigentes já têm média igual ou superior a três filhos. Aumentar o número de filhos para a maioria significa AUMENTAR a miséria, e não diminuí-la. Mesmo o benefício máximo não desestimula o trabalho, como mostra a pesquisa da UFMG.


Asserção: “É dando comida ou estudo que se acaba com a miséria?”

Se acharmos interessante esse argumento, poderíamos fazer uma pergunta semelhante: “É dando estudo ou programas de vacinação grátis que se acaba com a miséria?”. Observe o desempenho de uma criança nutrida que não trabalha, uma criança subnutrida, uma criança doente, uma criança que falta às aulas para trabalhar e uma criança doente numa sala de aula e depois diga qual é a que tem mais chance de se dá bem no futuro, caso o governo de um país subdesenvolvido consiga melhorar substancialmente a qualidade do ensino básico.Para responder essa pergunta, basta não ser demente.


Huxley, você realmente se converteu rapidamente (independente dos momentos onde concordo ou discordo de você) num dos melhores foristas desse espaço. De longe.

Intervenção essencial.

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Re: Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Aranha »

Apo escreveu:
Já foi passear na periferia de Brasília? Espero que sim...



- Já, as periferias mais antigas (Guará, Taguatinga, Núcleo Bandeirante) evoluíram consideravelmente e hoje são cidades respeitáveis e limpas, as novas surgiram como currais eleitorais do ex-governador Roriz, floresceram graças à farta distribuição de lotes e até casas, estas também já melhoraram bastante embora ainda continuem barra-pesada.

- Uma terceira onda veio da invasão pura e simples de terras públicas, Roriz fechou os olhos a isto e faturou alto com a grilagem que seus comparsas faziam, as invasões de classe média e alta (sim, os ricos invadem também, igualzinho aos pobres) prosperaram e estão muito bem, as invasões da pobraiada estão fervilhando de marginais e todo tipo de desocupado.

- Políticos safados prometeram terra grátis num lugar sem emprego, nem hospital, nem escola, nem esgoto para todos apenas para conseguir os votos deles, eles são baratinhos, basta distribuir pão e leite (fizeram isto aqui em Brasília, NA CAPITAL, acredite!!), agora esta gente sem futuro nesta terra de ninguém origina gangs de marginais que roubam, estupram e matam, as maiores vítimas são os próprios miseráveis, o índice de latrocínios e homicídios nesses lugares é altíssimo.

- O bolsa-família é muito defendido por aqui, Brasília tem escolas públicas relativamente boas, evitar que filhos de favelados sem oportunidade virem bandidos e matem nossos filhos é um grande investimento no futuro.

Beijos,
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Re: Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Apo »

Abmael escreveu:
Apo escreveu:
Já foi passear na periferia de Brasília? Espero que sim...



- Já, as periferias mais antigas (Guará, Taguatinga, Núcleo Bandeirante) evoluíram consideravelmente e hoje são cidades respeitáveis e limpas, as novas surgiram como currais eleitorais do ex-governador Roriz, floresceram graças à farta distribuição de lotes e até casas, estas também já melhoraram bastante embora ainda continuem barra-pesada.

- Uma terceira onda veio da invasão pura e simples de terras públicas, Roriz fechou os olhos a isto e faturou alto com a grilagem que seus comparsas faziam, as invasões de classe média e alta (sim, os ricos invadem também, igualzinho aos pobres) prosperaram e estão muito bem, as invasões da pobraiada estão fervilhando de marginais e todo tipo de desocupado.

- Políticos safados prometeram terra grátis num lugar sem emprego, nem hospital, nem escola, nem esgoto para todos apenas para conseguir os votos deles, eles são baratinhos, basta distribuir pão e leite (fizeram isto aqui em Brasília, NA CAPITAL, acredite!!), agora esta gente sem futuro nesta terra de ninguém origina gangs de marginais que roubam, estupram e matam, as maiores vítimas são os próprios miseráveis, o índice de latrocínios e homicídios nesses lugares é altíssimo.

- O bolsa-família é muito defendido por aqui, Brasília tem escolas públicas relativamente boas, evitar que filhos de favelados sem oportunidade virem bandidos e matem nossos filhos é um grande investimento no futuro.

Beijos,


Preciso ir à Brasília ver com os meus olhos ( que confio neles mais do que em números). Mas acho que posso confiar na tua visão. O que mostram ( maldita mídia, né?) de Brasília é muita riqueza e muita pobreza ao mesmo tempo. Não nas cidades satélites, óbvio, mas em bolsões de miséria ( eu vi na TV, deve ser montagë).

Beijos.
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Mensagem por clara campos »

Samael escreveu:Huxley, você realmente se converteu rapidamente (independente dos momentos onde concordo ou discordo de você) num dos melhores foristas desse espaço. De longe.

O que nois dias que correm não é lá grande elogio, mas esqueçam, ando meio amarga mesmo esem paciência para "vis e ouvis".
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)

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Mensagem por Samael »

clara campos escreveu:
Samael escreveu:Huxley, você realmente se converteu rapidamente (independente dos momentos onde concordo ou discordo de você) num dos melhores foristas desse espaço. De longe.

O que nois dias que correm não é lá grande elogio, mas esqueçam, ando meio amarga mesmo esem paciência para "vis e ouvis".


Está coberta de razão. E para que se comprove algo do que você diz, basta mirar no tipo de "refutação" empregada a tópicos como esse. Relativização de estatísticas, pragmatismos longos e sem erudição, nilismos babacas.

Eu não sei nem ao menos se deveria defender o Bolsa-família ou não. Gostaria, MESMO, que a refutação ao tópico se concentrasse em dados igualmente inteligíveis, onde fossem esmiuçados os problemas do programa, algum desvio de renda, alguma supertributação oriunda do projeto, alguma crítica à bur(r)ocracia, algum dado que demonstrasse "o outro lado da questão". Mas não há nada.

Foi-se o tempo em que debates enchiam páginas e mais páginas de informações úteis, dados empíricos e debates acalorados e interessantes sobre qualquer tema.

Para se ler algo de inteligente vindo dos anti-esquerdistas de plantão (ou mesmo dos direitistas), temos de esperar Acauan resolver aparecer ou até mesmo o Cabeção ter um lapso de bom senso, como tinha antigamente.

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Mensagem por Aranha »

Samael escreveu:
clara campos escreveu:
Samael escreveu:Huxley, você realmente se converteu rapidamente (independente dos momentos onde concordo ou discordo de você) num dos melhores foristas desse espaço. De longe.

O que nois dias que correm não é lá grande elogio, mas esqueçam, ando meio amarga mesmo esem paciência para "vis e ouvis".


Está coberta de razão. E para que se comprove algo do que você diz, basta mirar no tipo de "refutação" empregada a tópicos como esse. Relativização de estatísticas, pragmatismos longos e sem erudição, nilismos babacas.

Eu não sei nem ao menos se deveria defender o Bolsa-família ou não. Gostaria, MESMO, que a refutação ao tópico se concentrasse em dados igualmente inteligíveis, onde fossem esmiuçados os problemas do programa, algum desvio de renda, alguma supertributação oriunda do projeto, alguma crítica à bur(r)ocracia, algum dado que demonstrasse "o outro lado da questão". Mas não há nada.

Foi-se o tempo em que debates enchiam páginas e mais páginas de informações úteis, dados empíricos e debates acalorados e interessantes sobre qualquer tema.

Para se ler algo de inteligente vindo dos anti-esquerdistas de plantão (ou mesmo dos direitistas), temos de esperar Acauan resolver aparecer ou até mesmo o Cabeção ter um lapso de bom senso, como tinha antigamente.



[Samael]
- Perfeito!!!
[/Samael]


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Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Ilovefoxes »

Samael escreveu:Relativização de estatísticas
Samael, deixa eu adivinhar... você também acredita em tudo que Marx diz? :emoticon5:

Eu ainda mantenho que você selecionou dados que te convenham e colocou de lado hipóteses que não conformem.

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Samael
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Re: Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Samael »

Ilovefoxes escreveu:Samael, deixa eu adivinhar... você também acredita em tudo que Marx diz? :emoticon5:


Há coisas muito boas na teoria marxista, principalmente no que diz respeito à filosofia e à análise social. Só não sei que merda que isso tem a ver com o tópico.

Ilovefoxes escreveu:Eu ainda mantenho que você selecionou dados que te convenham e colocou de lado hipóteses que não conformem.


Você deve beber alguma coisa antes de postar. Eu não SELECIONEI nenhum maldito dado ou hipótese no tópico, porra.

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Aranha
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Re: Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Aranha »

Samael escreveu:
Ilovefoxes escreveu:Samael, deixa eu adivinhar... você também acredita em tudo que Marx diz? :emoticon5:

Há coisas muito boas na teoria marxista, principalmente no que diz respeito à filosofia e à análise social. Só não sei que merda que isso tem a ver com o tópico.



- Eu explico, radicais tendem a ver os outros como radicais também, na verdade eles são incapazes de entender os tons de cinza entre o branco e o preto, logo, já que você contesta críticas ao Bolsa-Família você é um trotkista-PTista-Leninista e deve ter um poster de Fidel no seu quarto e um adesivo do Che no seu carro.


Samael escreveu:
Ilovefoxes escreveu:Eu ainda mantenho que você selecionou dados que te convenham e colocou de lado hipóteses que não conformem.


Você deve beber alguma coisa antes de postar. Eu não SELECIONEI nenhum maldito dado ou hipótese no tópico, porra.


- Perceba que ele nem precisa analisar o que você posta, basta ele saber que você é um porralocacomunista para saber que você age assim sempre.

Abraços,
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Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Apo »

Radicais de direita e esquerda têm modelos mentais assim.
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Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Apo »

Ah sim, eu tenho um chaveiro da Minnie Mouse e uma gravura do ursinho Pooh. Também tenho uma linda caneca de vidro da minha cafeteria preferida: a Starbucks. Tudo original by USA, lógico.

:emoticon12:
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Ilovefoxes
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Re.: Banco Mundial vê Bolsa Família como modelo

Mensagem por Ilovefoxes »

Samael escreveu:Há coisas muito boas na teoria marxista, principalmente no que diz respeito à filosofia e à análise social. Só não sei que merda que isso tem a ver com o tópico.
Tem nada a ver, só achei que você deveria gostar de Marx "por algum motivo". :emoticon12:
Samael escreveu:Você deve beber alguma coisa antes de postar. Eu não SELECIONEI nenhum maldito dado ou hipótese no tópico, porra.
Como não? No momento que você diz que as estatísticas não podem ser questionadas ("relativizou as estatísticas") você aceita essa informação, e como eu não as considerei de boa fé, já viu... :emoticon5:
Abmael escreveu:contesta críticas ao Bolsa-Família
Traduza-se como abraçar qualquer elogio a alguma assistência...
Abmael escreveu:- Perceba que ele nem precisa analisar o que você posta, basta ele saber que você é um porralocacomunista para saber que você age assim sempre.
Ué? Se você pode me chamar de radical, porque não posso chamar os outros de marxistas?
Faltou espelho, Abmael. Você faz o mesmo, mas o problema é só quando os outros fazem. :emoticon19:



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Crianças com Bolsa Família têm menor aprovação escolar
MARTA SALOMON
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O baixo índice de aprovação escolar nas famílias com o Bolsa Família --entre 3,4 e 3,9 pontos percentuais, em média, menor que nas famílias pobres não-beneficiadas-- reforçou a proposta do Ministério do Desenvolvimento Social de premiar alunos que passem de ano.

Segundo a secretária de Renda da Cidadania, Rosani Cunha, a proposta submetida ao presidente Lula prevê o pagamento de R$ 204 por ano aos alunos aprovados a partir da quinta série, até o final do ensino fundamental: "A idéia é garantir apoio financeiro ao adolescente do Bolsa Família, mas os valores não estão definidos".

A proposta é uma das mudanças em estudo no Bolsa Família e está combinada ao reajuste do valor do benefício e à extensão do programa às famílias com filhos até 17 anos. Desde que foi criado, em outubro de 2003, o Bolsa Família paga entre R$ 15 e R$ 95 por mês, dependendo do grau de pobreza e do número de filhos até 15 anos.

Dados sobre aprovação escolar são os que mais chamam a atenção na primeira pesquisa sobre o impactos do Bolsa Família na vida dos beneficiários, divulgada pelo ministério.

Após entrevistar 15 mil famílias em novembro de 2005, a pesquisa indicou também o aumento dos gastos com compra de alimentos e material escolar. No Nordeste, entre as famílias com renda per capita entre R$ 50 e R$ 100, uma parcela de R$ 50,74 do benefício teria sido gasta em fumo e bebidas alcoólicas em um ano.

A exigência de comparecimento a pelo menos 85% das aulas, feita pelo programa, elevou a freqüência às aulas em 7,1 pontos percentuais no Nordeste (e em até 12,3 pontos percentuais entre as meninas no Sul e no Sudeste). Os números foram acompanhados pela queda da evasão escolar entre os beneficiados, quando comparados a famílias igualmente pobres que não recebem a bolsa. Mas a presença dos alunos na escola não trouxe avanço no rendimento.

Na região Norte, o índice de aprovação dos meninos foi de 10,7 a 11,3 pontos percentuais menor que nas famílias que não recebem o benefício, dependendo da faixa de renda. Foi o pior resultado da pesquisa, que apontou também maior presença no mercado de trabalho dos adultos beneficiários.

Para Rômulo Paes de Sousa, secretário de avaliação do ministério, o resultado era "esperado", diante das chances históricas de sucesso escolar das famílias beneficiadas, "embora não desejável". "Essa é uma avaliação preliminar, o mais importante é acompanhar o comportamento dessas famílias ao longo do tempo".
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u92605.shtml

LEMBREM-SE: VOCÊS NÃO PODEM "RELATIVIZAR" AS ESTATÍSTICAS.

Vejamos se terão caráter para manter a mesma posição contra "relativizações"!

Aliás, eu achei que a mesma notícia com outras conclusões um pouco menos negativas, como explicar se estatísticas não podem ser "relativizadas"?

Trancado