Samael escreveu:Se o Estado não é um ente objetivo com preocupação social, ele não tem legitimação para eliminar um indivíduo em prol do coletivo. Não entendi qual é a fundamentação da sua argumentação.
E não, a diferença de pessoas "à esquerda" como eu é que não realizamos dicotomias entre "indivíduos" e "coletividades". Coletivos são agrupamentos de indivíduos e, muitas vezes, a prevalência de um atributo individualista na sociedade pode prejudicar OUTROS indivíduos, fazendo com que a argumentação individualista caia por terra.
E, Igor, por favor, todos somos ideológicos sempre...
Além disso, eu não inverti lógica alguma. O meu ponto foi bem claro: se o Estado tem o aval de executar um indivíduo, ele tem o aval, a partir do momento que isso seja colocado como lei, de executar quem estiver fora desta mesma lei. E eu NÃO dou ao Estado, enquanto cidadão, essa legitimidade.
Na verdade, ao punir um alto criminoso com a pena capital, o Estado não estará agindo em prol de uma nula coletividade.
Ele estará pensando, em absoluto, nos indivíduos: naqueles que tiveram a sua vida ceifada, e naqueles que a terão, se assim for permitido com o afrouxamento da pena para os vermes.
Agora imaginemos a seguinte situação.
Um criminoso irreparável. Assasinou vários do lado de fora, com requintes de crueldade e sem demonstração de arrependimento.
Dentro da cadeia, não só continuou a exercer sua liderança no mundo do crime, como, em rebeliões veio a matar outros detentos rivais e agentes penitenciários.
Tentou-se educá-lo.
Ele quebrou as máquinas da pequena indústria que resolveu investir na socialização de presidiários.
Não obedece regras.
Nem mesmo se existisse colônia de trabalhos forçados ele poderia ir, pois não há como submetê-lo às ordens.
O que você faria com ele?
Colocaria numa solitária, toda acolchoada (anti-suicídio), sem contato com ninguém, recebendo apenas comida e água por uma janelinha, ao custo de quase dois mil reais do contribuinte, pela vida inteira?
Mandaria soltá-lo na sociedade?
Me diz, sama...