Evo nacionaliza gás e petróleo

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Claudio Loredo
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Mensagem por Claudio Loredo »

Lei boliviana desmente cobertura mídia brasileira

Fonte: Agência Carta Maior

A imprensa brasileira, em sua maior parte, saiu atirando antes de examinar a legislação boliviana. Não há nenhuma desapropriação ou arresto de bens da Petrobras. Existe é uma luta para garantir maiores ganhos ao Estado de um país pobre.

Gilberto Maringoni – Carta Maior

SÃO PAULO - A maior parte da imprensa brasileira não pensou muito. Saiu logo atirando: “Brasil cria corvos na América do Sul” (Eliane Cantanhede) “, “Adiós Petrobrás” (manchete do Diário do Comércio), “Despreparo e improvisação” (Miriam Leitão) e “Golpe letal” (editorial do Estado de S. Paulo). Tudo leva a crer que estamos diante de uma declaração de guerra e da desapropriação unilateral de bens e propriedades do Brasil. Vigorou mais a bílis do que a racionalidade jornalística. Um exame detalhado no Decreto Supremo, assinado pelo presidente da Bolívia, nem de longe aponta para algo semelhante.

“O que Evo Morales propõe não é arresto dos bens e ativos da companhia, mas uma repartição mais vantajosa nos royalties do gás”, aponta Fernando Siqueira, diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet). “Essa é uma promessa de campanha. Se a Petrobrás tiver cabeça fria e competência para negociar, não haverá problemas maiores. O Brasil é o melhor mercado para o gás boliviano”, completa ele.

A LETRA DA LEI
Na realidade, o Decreto Supremo 28.701, aprovado em 1o de maio último, apenas reafirma e materializa as diretrizes já expressas na Constituição do país e reafirmadas na Lei de Hidrocarbonetos, aprovada , em 17 de maio de 2005. Não há neles uma só linha falando em desapropriação e arresto de ativos, como pinta a mídia brasileira. Mas, logo de saída, enfatiza-se que “O Estado recupera a propriedade e o controle total e absoluto dos recursos (naturais)”.

É melhor colocar os fatos em ordem cronológica, para desembaralhar a confusão. A leitura pode ser um pouco árida, mas é esclarecedora. Vamos lá.

A Constituição Política da República da Bolívia em seu artigo 139o. diz o seguinte: “As reservas de hidrocarbonetos, qualquer que seja o estado em que se encontrem ou a forma em que se apresentem, são de domínio direto, inalienável, imprescritível do Estado. Nenhuma concessão ou controle poderá conferir a propriedade das reservas de hidrocarbonetos. A prospecção, exploração, comercialização e transporte dos hidrocarbonetos e seus derivados são de responsabilidade do Estado”.

A Constituição é de 1967 e sofreu cinco reformas até 2005. Portanto, é anterior ao governo Evo Morales. Em 18 de julho de 2004, após intensa pressão de movimentos sociais, é realizado o plebiscito sobre a exploração e comercialização do gás, ainda sob o governo do presidente Carlos Mesa (2003-2006). A posição vencedora era a de nacionalização do produto logo após sua extração, ou “na boca do poço”. Mesa cumpriu um mandato-tampão, após a queda do presidente Gonzalo Sánchez de Losada, por conta dos protestos contra a política de exportação de gás. Na promessa de Mesa constava a edição de uma nova lei de hidrocarbonetos.

A REGULAMENTAÇÃO DO PETRÓLEO
A palavra é cumprida e, em 17 de maio de 2004, uma nova norma é aprovada. Clique aqui para ler a íntegra . Em seu artigo 5o., ela refere-se tanto ao plebiscito, quanto ao artigo 139o. da Constituição, afirmando proceder a recuperação “da propriedade de todos os hidrocarbonetos na boca do poço para o Estado boliviano. E o Estado exercerá, através de Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), seu direito proprietário sobre a totalidade dos hidrocarbonetos”.

Mesa não tinha nada de “populista”, ou de “nacionalista retrógrado”, como a imprensa acusa Evo Morales. Ao contrário. Trata-se de um empresário sem participação política anterior ao seu mandato. A lei dedica seu artigo 6o. à refundação da YPFB, cujos ativos haviam sido quase totalmente privatizados nos últimos anos. O artigo 8o. “dispõe que o Estado reterá 50% do valor da produção de gás e petróleo”, de acordo com o plebiscito.
Mais adiante, o artigo 53º. cria “o Imposto Direto dos Hidrocarbonetos (IDH)”. No item seguinte, afirma-se que “A alíquota do IDH é de 32% do total da produção (...) medida no ponto de fiscalização”. Assim, pela soma da repartição dos royalties e pela cobrança de impostos, chega-se aos 82% destinados ao Estado boliviano. Repetindo: todo o relatado acima aconteceu ANTES da posse de Evo Morales.

IMPOSTOS E NACIONALIZAÇÃO
O recente decreto de Morales, apenas tenta fazer com que as leis anteriores “peguem”. Assim, seu artigo 2o. ela afirma: “A partir de 1o. de maio de 2006, as empresas petroleiras que atualmente realizam atividades de produção de gás e petróleo no território nacional estão obrigadas a entregar à YPFB toda a produção de hidrocarbonetos”. O tópico seguinte demarca: “Só poderão seguir operando no país as companhias que acatem imediatamente as disposições do presente decreto (...), até que num prazo não maior a 180 dias de sua promulgação, se regularize a atividade mediante contratos que cumpram as condições e requisitos legais e constitucionais. Ao término deste prazo, as companhias que não firmarem contratos não poderão seguir operando no país”.

O ponto central da lei está em seu artigo 4º.: “Durante o período de transição, para os campos cuja produção (...) de gás natural no ano de 2005 tenha sido superior a 100 milhões de pés cúbicos diários, o valor da produção se distribuirá da seguinte forma: 82% para o Estado (18% de regalias e participações, 32% de imposto direto e 32% através de uma participação adicional para a YPBF) e 18% para as companhias”. A nacionalização – ressalte-se novamente, sem confisco – está no artigo 7o. “Se nacionalizam as ações necessárias para que a YPBF controle com o mínimo de 50% mais 1 as empresas Chaco S.A. (British Petroleum), Andina S.A. (Repsol espanhola), Transredes AS (Enron), Petrobrás Bolívia Refinación AS e Compañía Logística de Hidrocarburos de Bolivia SA. (Oiltanking GmbH alemã)”.

Em entrevista ao jornal boliviano La Razón , o vice-presidente boliviano Alvaro Garcia Linera adverte que os 180 dias compreendem “um período de transição, em que ainda não estão vigentes velhos contratos, e tampouco estão definidos os novos”. Segundo ele, nestes meses acontecerão auditorias “empresa por empresa, para examinar-se seus investimentos, custos, gastos de operação, rentabilidade e como irão se fixar os novos ingressos para o estado e para as companhias”.

FHC PROVOCA PREJUÍZO
“A reação da imprensa deveria ter ocorrido quando a Petrobrás assinou contratos de gás com a Bolívia”, aponta Fernando Siqueira. Segundo ele, “Por pressão de FHC, ela assumiu o gasoduto boliviano, quando ainda não existia aqui mercado para o gás. Durante cinco anos, a empresa importou 18 milhões de metros cúbicos do produto e pagou por 25 milhões, pois a atividade era anti econômica”.

Não era exatamente à Bolívia que os pagamentos eram feitos. Os destinatários eram as empresas Total (França), Repsol (Espanha), Amaco (EUA) e Enron (EUA). Elas exploravam, em 1998, reservas de 400 milhões de metros cúbicos e pressionaram o Brasil a mudar sua matriz energética hídrica, criando assim mercado para o gás. “A Petrobrás fez um contrato absurdo e ninguém reclamou porque ela era 90% estatal”, ressalta Siqueira. As possíveis perdas são, seguramente, menores do que as do contrato firmado no governo tucano, assegura. Na época, a empresa assumiu o risco cambial e uma série de outras incertezas. “O que acontece hoje? FHC vendeu cerca de 40% do capital em Wall Street e mais 19% foi para gente como Benjamin Steinbruch e Daniel Dantas. O Estado detém apenas 32% da empresa, embora tenha a maioria dos votos”, diz ele. Os acionistas privados agora pressionam o governo e a imprensa, resultando nessa grita toda.

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Aurelio Moraes
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Mensagem por Aurelio Moraes »

É tudo uma grande mentira da mídia. Estas fotos são uma farsa:

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Era uma vez
Sandy & Júnior

Era uma vez
Um lugarzinho no meio do nada
Com sabor de chocolate
E cheiro de terra molhada

Era uma vez
A riqueza contra a simplicidade
Uma mostrando pra outra
Quem dava mais felicidade

Pra gente ser feliz
Tem que cultivar as nossas amizades
Os amigos de verdade
Pra gente ser feliz
Tem que mergulhar na própria fantasia
Na nossa liberdade

Uma história de amor
De aventura e de magia
Só tem a ver
Quem já foi criança um dia

:emoticon19: :emoticon19: :emoticon19: :emoticon19: :emoticon19: :emoticon19: :emoticon19: :emoticon19: :emoticon19: :emoticon19: :emoticon19: :emoticon19:

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Tranca
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Re.: Evo nacionaliza gás e petróleo

Mensagem por Tranca »

A constituição da Bolívia prevê a possibilidade de expropriação de bens privados para atender a interesses públicos.

Morales afirmou que, caso nos 180 dias que deu de prazo os seus interesses não sejam atendidos, vai expropriar os bens das empresas exploradoras de petróleo e gás.

Ou fazem o que ele quer, ou serão expropriados.

Maravilha de negociação esta proposta.
Palavras de um visionário:

"Seria uma ressurreição satânica retirarmos Lula e Brizola - esse casamento do analfabetismo econômico com o obsoletismo ideológico - do lixo da história para o palco do poder."

Roberto Campos

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Capitão América
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Re.: Evo nacionaliza gás e petróleo

Mensagem por Capitão América »

E agora o aprendiz de ditador disse que a Petrobrás está fazendo chantagem, ao afirmar que não investirá mais na Bolívia... Está bem clara a intenção do grupinho de ditadores sul-americanos: provocar o Brasil. Um embargo econômico à Bolívia seria o MÍNIMO que o nosso governo deveria fazer, no momento.
[]'s

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"Se a liberdade significa realmente alguma coisa, significa o direito de dizer às pessoas o que elas não querem ouvir". - George Orwell

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spink
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Mensagem por spink »

Capitão América escreveu: Um embargo econômico à Bolívia seria o MÍNIMO que o nosso governo deveria fazer


Embargo de quê? Deixar de comprar o gás?
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).

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Capitão América
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Mensagem por Capitão América »

carlos escreveu:
Capitão América escreveu: Um embargo econômico à Bolívia seria o MÍNIMO que o nosso governo deveria fazer


Embargo de quê? Deixar de comprar o gás?


Estanho, ácido bórico, couro, madeira, vestimentas, grãos, carvão vegetal, e tantas outras mercadorias que importamos deles... Cerca de 100 milhões de dólares / mês...

Bastaria apenas ameaçar um embargo... Para o demagogo voltar atrás.
[]'s

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King In Crimson
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Re.: Evo nacionaliza gás e petróleo

Mensagem por King In Crimson »

Claudio Loredo,
Ser a favor da ação é uma coisa...
Mas essa negação não dá.

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Azathoth
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Mensagem por Azathoth »

Capitão América escreveu:Estanho, ácido bórico, couro, madeira, vestimentas, grãos, carvão vegetal, e tantas outras mercadorias que importamos deles... Cerca de 100 milhões de dólares / mês...


Eu apóio. Quão difícil é encontrar outros fornecedores desses produtos em maior parte primários na América do Sul?

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Najma
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Re.: Evo nacionaliza gás e petróleo

Mensagem por Najma »

É... essa história de comprar gás a centavos e revender com quase 1000% de ajuste em termos de taxas e tarifas pra população brasileira vai ter que ser repensada...

O "desespero" vem todo daí. Repartir os ganhos com a Bolívia não é o interesse... COMO vão continuar a mamata?
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Fernando Silva
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Re.: Evo nacionaliza gás e petróleo

Mensagem por Fernando Silva »

O Lula já tinha abaixado as calças. Foi só o Morales/Chávez gritar que ele abriu as pernas também.

E não importa se está na constituição da Bolívia. Continua sendo errado romper acordos unilateralmente e fazer ameaças. Pergunto de novo: para que as tropas armadas?

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Najma
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Re: Re.: Evo nacionaliza gás e petróleo

Mensagem por Najma »

Fernando Silva escreveu:O Lula já tinha abaixado as calças. Foi só o Morales/Chávez gritar que ele abriu as pernas também.

E não importa se está na constituição da Bolívia. Continua sendo errado romper acordos unilateralmente e fazer ameaças. Pergunto de novo: para que as tropas armadas?


Continua errado sim... e aqui, de minha parte, caberia um comentário completamente jocoso, racista e tendencioso mas eu não vou fazer, ah, não mesmo... :emoticon16:
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Aurelio Moraes
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Re.: Evo nacionaliza gás e petróleo

Mensagem por Aurelio Moraes »

Ainda prefiro a minha solução..

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Acauan
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Mensagem por Acauan »

República dos Bundões

Por Acauan


Desde a tentativa da camarilha ideológica do Partido dos Trabalhadores de tomar de assalto o estado brasileiro, o povo deste país, no que se refere à sua política interna, tem sofrido a extrema humilhação de assistir impotente uma tentativa não armada de golpe de estado promovida de dentro do Palácio do Planalto ser abafada com desculpas “eu não sabia de nada” vindas do presidente da república e por CPI’s esmeradas no esforço de inocentar os membros da quadrilha governante, com direito a dança da deputada bolo fofo.

Aliás o bundão da gorda balançado em nossas caras é a imagem que este governo deixa para História, que fossem os livros menos ortodoxos denominariam este período político como a República dos Bundões.

Geralmente evito ofender o presidente do Brasil.
Como chefe do Estado e do governo brasileiro democraticamente eleito, ele encarna uma instituição digna de respeito.

Mas há horas em que não dá mais para segurar, como dizia o Gonzaguinha, e a verdade tem que ser dita.
Lula é um bundão.

Mostrou-se um bundão durante o escândalo do mensalão, quando nem teve a coragem de ordenar uma profunda investigação que removesse da máquina do Estado todos os envolvidos com o esquema de corrupção, como não teve coragem para, negando a existência de tal esquema, defender seus colaboradores mais diretos junto com os quais construiu sua carreira política.
Limitou-se ao “eu não sabia de nada” e a deixar as águas rolarem apostando que até a eleição o povo já teria se esquecido de tudo, principalmente considerando que entre os eventos há um copa do mundo de futebol programada.

Mas nunca, que eu me lembre, um presidente do Brasil se mostrou tão bundão quanto Lula neste episódio da nacionalização das instalações da Petrobrás na Bolívia.
A situação toda se resume a um único fato: Fomos roubados.
Aqueles índios preguiçosos e incompetentes (felizmente tenho autorização étnica para dizer isto sem que possam me acusar de racista) que por seus próprios meios não construiriam nem um posto de gasolina, usaram os recursos, investimentos e tecnologias da empresa brasileira para transformar um recurso morto de seu sub-solo em riqueza explorada para seu país.
E depois, e somente depois, que estava tudo funcionando muito bonitinho é que vieram com esta conversa de interesses nacionais, mi pátria, mi tierra e mais daqueles slogans de cucarachas.
Por que não vieram com cantilenas nacionalistas quando o gás estava a muitos metros abaixo da superfície e se dependesse dos bolivianos seria lá que estaria até hoje?

Pois bem.
Uma companhia estatal brasileira é roubada a mão armada, literalmente já que aquela imitação barata do Hugo Chavez mandou tropas militares ocuparem instalações de propriedade de um país amigo, que não só sempre respeitou a soberania da Bolívia como sempre apoiou seu processo democrático e, muito estupidamente, a eleição do atual presidente que agradece nos metendo a mão.

Roubados e traídos pelo governantezinho de um paisinho de merda, o que se espera do presidente do Brasil?
No mínimo que proteste contra o roubo e a traição.

E o que vemos? Nosso presidente abraçado com aqueles que nos roubam e achincalham, com um discurso que dá a entender que não há nada de errado nas relações entre os dois países e prometendo manter os investimentos da Petrobrás no país ladrão.

Que haja no Brasil imbecis e mentirosos de esquerda que defendem a Bolívia com conversa mole do tipo "as leis bolivianas permitiam a nacionalização" vá lá. Nem vale a pena discutir com quem não sabe ou finge não saber que relações internacionais não são decididas arbitrariamente por leis nacionais de uma das partes.
Mas quando o presidente da república faz a mesma coisa, haja!

O mais tristemente irônico neste episódio é que a prioridade do Itamaraty nos últimos anos tem sido conquistar para o Brasil uma cadeira permanente no conselho de segurança da ONU, como líder e representante da América Latina.
Nunca soube prá que nos serviria tal cadeira, mas olhando os acontecimentos recentes, um país que não se faz respeitar pela Bolívia, se fará respeitar por quem? Se isto é liderança, eu sou o general Custer.

E me poupem os politicamente corretos de seu escândalo quanto ao meu expresso desprezo pelos bolivianos.
Um povo de ladrões não merece meu respeito.
E o pior é que, por menos respeito que me mereçam, ainda o merecem mais que o presidente de meu país.
Se de um lado temos um presidente ladrão que traiu uma nação amiga para se lançar a uma aventura populista, do outro temos um presidente bundão que abaixa a cabeça e outras partes do corpo diante daqueles que o roubaram e traíram.

Sermos humilhados pelo balançar da bunda da deputada dançante é uma triste rotina com a qual estamos acostumados.
Mas sermos todos reduzidos a bundões por uma republiqueta que ainda não descobriu de que lado fica o século XX é demais.
Nós, Índios.

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Samael
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Re.: Evo nacionaliza gás e petróleo

Mensagem por Samael »

Sou apenas eu que estou achando que a mídia está mais preocupada em julgar os fatos a partir de seu viés político do que apresentá-los?

Que o diga aquele estrupício humano chamado "Miriam Leitão"...

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Acauan
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Re: Re.: Evo nacionaliza gás e petróleo

Mensagem por Acauan »

Samael escreveu:Sou apenas eu que estou achando que a mídia está mais preocupada em julgar os fatos a partir de seu viés político do que apresentá-los?

Que o diga aquele estrupício humano chamado "Miriam Leitão"...


A apresentação dos fatos é tão simples que o julgamento é uma associação direta.
O governo boliviano nacionalizou instalações brasileiras usando tropas armadas e, pasmem, exige que a Petrobrás continue investindo no país.

Precisa explicar mais?
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Re: Re.: Evo nacionaliza gás e petróleo

Mensagem por Samael »

Acauan escreveu:
Samael escreveu:Sou apenas eu que estou achando que a mídia está mais preocupada em julgar os fatos a partir de seu viés político do que apresentá-los?

Que o diga aquele estrupício humano chamado "Miriam Leitão"...


A apresentação dos fatos é tão simples que o julgamento é uma associação direta.
O governo boliviano nacionalizou instalações brasileiras usando tropas armadas e, pasmem, exige que a Petrobrás continue investindo no país.

Precisa explicar mais?


O ponto que ninguém faz questão de deixar claro até agora é: roubaram as instalações brasileiras ou apenas estatizaram o subsolo do país?

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Acauan
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Re: Re.: Evo nacionaliza gás e petróleo

Mensagem por Acauan »

Samael escreveu:O ponto que ninguém faz questão de deixar claro até agora é: roubaram as instalações brasileiras ou apenas estatizaram o subsolo do país?


Como se as tropas armadas dentro das instalações dessem margem a alguma dúvida.
Nós, Índios.

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Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


Na desesperada busca pela consistência ideológica que nunca teve, a esquerda defende, ou entra num ridículo processo de negação, o roubo das instalações brasileiras na Bolívia.

Não que não faça sentido. Isso sempre fez parte do discurso deles, ainda que durante todo esse tempo eles tenham sempre se orientado pela ótica do explorado (sic). A situação se inverteu, e para não parecerem hipócritas, preferem sair no prejuízo e serem passados para trás.

É claro que a Bolívia não teria conhecimento nem da metade das reservas de hidrocarbonetos sem a atuação da Petrobras. Mas isso não importa. A Petrobras obtém lucro na relação com a Bolívia, e lucro, mediante a deturpada lógica esquerdista, está no mesmo campo semântico do estupro. Morales portanto está no seu direito de defender seu país desses estupradores internacionais.

Mesmo quando os estupradores a serem capados somos nós.

E a esquerda sempre será a posição dos espertalhões bravateiros, dos invejosos, dos mal agradecidos, dos covardes e dos naturalmente perdedores, contudo, "ideologicamente consistentes". Triste sina da América Latina.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem

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Samael
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Re.: Evo nacionaliza gás e petróleo

Mensagem por Samael »

Também te amo, Vitor.

Só estou querendo entender a situação que se passa na Bolívia sem me deixar levar por qualquer paixão momentânea. Coisa que eu tive, quando soube da invasão armada às instalações brasileiras.

A afronta militar deve ser respondida à altura, obviamente. Quanto ao subsolo boliviano, pertence ao Estado e com o tal fazem o que bem entenderem. Quanto à empresa, se o Brasil for de fato "roubado" (coisa que ainda não vi ocorrer, visto que os trabalhadores da emrpesa estão todos lá ainda), aí sim cabe acionar a justiça.

Outro problema vem da quebra de contratos, ponto que já toquei antes: o tal reajuste de preços que o Morales afirma dever ter ocorrido em 2004 procede? Se sim, faz sentido o debate. Se não, mais uma vez a Petrobrás deve agir (e que o Estado não banque o passivo desta vez...).

Mas não se avexe, foi justamente dessa dicotomia imbecilóide entre "direita" e "esquerda", que mais utilzia jargões prontos e frases de efeito nulas que eu estou buscando me desvencilhar aqui. Triste sina do homem.

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Acauan
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Mensagem por Acauan »

Quanto às instalações da Petrobrás e outras companhias estrangeiras, elas foram simplesmente expropriadas.
O decreto reduz as antigas concessionárias à condição de simples operadoras, quer dizer, não são mais donas de nada na Bolívia.

Quanto ao sub-solo, como diabos alguém pode se apossar daquilo?
A única coisa que interessa é a exploração do sub-solo e não o sub-solo em si, que, em si, não serve para nada se não explorado.

E se Morales tivesse alguma razão em suas patacoadas sobre preço, não precisaria armar este circo todo.
O cara está simplesmente deitando e rolando em cima da bunda-molice do governo brasileiro.

Nós, Índios.

Acauan Guajajara
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Mensagem por salgueiro »


Mídia é fogo, li declarações de alguém da ala mais radical reclamando que ele não havia expropriado nada

Bjs


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Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


Samael,

1. O que você quer dizer com:

Samael escreveu:A afronta militar deve ser respondida à altura, obviamente.


2. Nenhum país, pelo que se saiba, reivindicou posse do subsolo Boliviano, tanto que os impostos e royalties das atividades estavam sendo pagos justamente para esses últimos. A única coisa que precisa ser respeitada são os contratos estabelecidos e a propriedade privada. Se querem renegociar, que o façam através da diplomacia, da legalidade, e não através da força. Pois se quiserem medir forças, tenho certeza que estarão em desvantagem. É isso que precisa ser mostrado.

3. Se o Brasil for roubado? O que significa colocar o exército dentro das instalações, nomear interventores, aumentar extorsivamente os impostos e preços e estipular um prazo de seis meses para a conclusão da 'nacionalização'? E que justiça deve ser acionada? A OMC? A ONU? O Mercosul? O que o Brasil precisa fazer é se comportar como um líder digno. Mostrar qual é o lugar desses cocaleiros, que sem a nossa parceria eles se resumiriam a um mero setor primário do tráfico internacional de drogas.

4. Samael, nada justifica a ação. Se não queriam tanta liberdade comercial para Petrobrás, que tivessem tomado as medidas cabíveis antes de estabelecer concessões, e não dar uma de joão-sem-braço pós-eleito e roubar descaradamente a infraestrutura criada com o capital alheio.

5. Eu gosto de dar nome aos bois. Morales é a representação fidedigna do atraso que a mentalidade esquerdista impõe a América Latina há décadas.
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Mensagem por Samael »

Acauan escreveu:Quanto às instalações da Petrobrás e outras companhias estrangeiras, elas foram simplesmente expropriadas.
O decreto reduz as antigas concessionárias à condição de simples operadoras, quer dizer, não são mais donas de nada na Bolívia.

Quanto ao sub-solo, como diabos alguém pode se apossar daquilo?
A única coisa que interessa é a exploração do sub-solo e não o sub-solo em si, que, em si, não serve para nada se não explorado.

E se Morales tivesse alguma razão em suas patacoadas sobre preço, não precisaria armar este circo todo.
O cara está simplesmente deitando e rolando em cima da bunda-molice do governo brasileiro.



Agora sim o debate está ficando esclarecedor. :emoticon1:

Mas não havia a conversa da tal transmissão dos "bens naturais" bolivianos à sua estatal? Isso se aplica também à maquinaria brasileira e as instalações administrativas brasileiras utilizadas?

Você poderia postar algum link para o decreto, por favor, Acauan?

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user f.k.a. Cabeção escreveu:
Samael,

1. O que você quer dizer com:

Samael escreveu:A afronta militar deve ser respondida à altura, obviamente.


2. Nenhum país, pelo que se saiba, reivindicou posse do subsolo Boliviano, tanto que os impostos e royalties das atividades estavam sendo pagos justamente para esses últimos. A única coisa que precisa ser respeitada são os contratos estabelecidos e a propriedade privada. Se querem renegociar, que o façam através da diplomacia, da legalidade, e não através da força. Pois se quiserem medir forças, tenho certeza que estarão em desvantagem. É isso que precisa ser mostrado.

3. Se o Brasil for roubado? O que significa colocar o exército dentro das instalações, nomear interventores, aumentar extorsivamente os impostos e preços e estipular um prazo de seis meses para a conclusão da 'nacionalização'? E que justiça deve ser acionada? A OMC? A ONU? O Mercosul? O que o Brasil precisa fazer é se comportar como um líder digno. Mostrar qual é o lugar desses cocaleiros, que sem a nossa parceria eles se resumiriam a um mero setor primário do tráfico internacional de drogas.

4. Samael, nada justifica a ação. Se não queriam tanta liberdade comercial para Petrobrás, que tivessem tomado as medidas cabíveis antes de estabelecer concessões, e não dar uma de joão-sem-braço pós-eleito e roubar descaradamente a infraestrutura criada com o capital alheio.

5. Eu gosto de dar nome aos bois. Morales é a representação fidedigna do atraso que a mentalidade esquerdista impõe a América Latina há décadas.


1- Com um debate formal entre o líder do Estado Brasileiro acerca da afronta militar. A tal "dureza" tão defendida nos meios de comunicação, até agora, não me diz nada. Dou ouvidos à ética comercial e ao debate entre as partes interessadas.

2- Agora sim, um debate. Concordo plenamente.

3- Calma, Vitor, calma. Já afirmei que simpatizo com a idéia de nacionalização dos recursos, desde que não seja roubando propriedades brasileiras, obviamente. Quanto às ações, na própria justiça boliviana ou apelando à entidade mundial competente.

4- De pleno acordo.

5- "Seus bois" andam nos privando muito do seu bom intelecto e deixando que as ideologias estejam sobressaindo-se ao seu raciocínio. Já deixei essa minha opinião clara anteriormente. Quanto à essa esquerda, são os velhos "marchista", que falam muito em nome de abstrações que nem mesmo eles conhecem à fundo. Como você sabe, também não simpatizo com ela.

Trancado