user f.k.a. Cabeção escreveu:Mucuna escreveu:Só não entendo pq algumas pessoas ditas esclarecidas acham boa idéia lançar bilhões e bilhões de toneladas de carbono na atmosfera por ano.
Nao se trata de uma questao de ser uma boa ou uma ma ideia fazer isso. E igual a dizer se e uma boa ou uma ma ideia pagar o aluguel.
Trata-se de um custo referente a um determinado tipo de atividade. O carbono jogado na atmosfera pela atividade humana e resultado de atividades economicas que sao necessarias para a sobrevivencia geral e manutencao do padrao de vida das pessoas. Diminuir o carbono significa diminuir o ritmo das atividades produtivas, ou trocando em miudos, nos deixar mais pobres (e fazer alguns que ja sao pobres desaparecerem tambem).
A pergunta mais simples que deve ser feita e se o custo real de curto, medio e longo prazos de uma reducao na quantidade de carbono emitida, ou seja, uma reducao na intensidade das atividades economicas que emitem carbono e menor que o custo real de curto, medio e longo prazos de manter-las.
É uma questão de quem está ganhando dinheiro com isso, não vai largar o osso por si só. É a história das sociedades.
user f.k.a. Cabeção escreveu:[color=#0080ff][b]
Apesar dessa pergunta ser a mais simples de se fazer, ela nao e facil de responder, pois sua resposta depende de cenarios altamente incertos sobre o futuro. Muitos cientistas e politicos divulgam cenarios mais ou menos catastroficos para um futuro distante, de maneira a declarar a existencia de um "consenso cientifico" a respeito disso, embora tenham estado consistentemente equivocados quanto as suas previsoes para o curto prazo. Outros cientistas, minoritarios (sobretudo no seu espaco na midia e no debate politico, assim como nas catedras universitarias), consideram o impacto ambiental dessas emissoes completamente negligenciavel em relacao as emissoes de carbono naturais, e que portanto o sacrificio nao faria sentido algum.
Ao meu ver, políticos a priori não tem conhecimento a respeito, só adotam a corrente que mais lhe convém. Talvez um ou outro o faz por convicção sincera.
De qualquer forma, essa história me lembra muito os "argumentos" dos crentelhos de que há uma mega conspiração da mídia e dos cientistas para "provar a evolução, indo contra deus" e que "há uma minoria dos cientistas que provam a criação javista".
user f.k.a. Cabeção escreveu:Outros mostraram que mesmo nos termos dos mais alarmistas, os custos da intervencao nao sao cobertos pelos beneficios. ( ver: http://mises.org/story/3473 e http://mises.org/story/3491 )
Na maior parte das tomadas de decisao a respeito, o que se ve e uma coletanea de imperativos morais retoricos e pouca ponderacao sobre fatos. "E preciso fazer alguma coisa pelo planeta, qualquer coisa". Politicos transformando esses slogans em mantras hipnoticos para amealhar mais poderes para si. Muita gente fazendo comentarios cinicos sobre o fato de alguns cientistas "dissidentes" estarem sendo financiados por empresas de petroleo e afins, mas ninguem percebe que o "consenso" e todo ele determinado por cientistas financiados pelos politicos e pela midia, ambos com interesses proprios em fabricar histeria.
Eu sinceramente nao tenho uma opiniao. Nao sou especialista em clima e o maximo que eu posso fazer e uma ideia grosseira e provavelmente incorreta sobre as dimensoes dos fenomenos atmosfericos envolvidos. Meu ceticismo e quase que totalmente sustentado no fato de como essa histeria vem sendo explorada por quem tem mais interesse em deflagra-la, e como o verdadeiro debate cientifico esta sendo sistematicamente silenciado enquanto as previsoes de curto prazo dos alarmistas estao cada vez menos manifestas.
No mais, mesmo que haja um aquecimento global antropogenico ocorrendo agora, aumentar ainda mais o poder dos burocratas nao e uma boa ideia para ninguem exceto para os burocratas.
Podemos criticar a forma como a situação está sendo levada politicamente e economicamente, sem dúvidas. Quero dizer que também me falta melhor embasamento nesta questão. Vou pedir algum material para um amigo que trabalha nesta área específica e que eu confio no bom senso.
Bom notar que nem tudo pode se limitar a pergunta "Quanto vai custar?".
user f.k.a. Cabeção escreveu:Mucuna escreveu:Falar "quem quiser viver no mato que vá viver" é o cúmulo da ignorância/prepotência. Parece aquelas propagandas dos anos 60 que dizia "Homem vs. Natureza - Estamos vencendo!". Onde acham que vivemos? Numa cúpula mística pairando sobre a Terra? Que não somos parte da natureza? Que não dependemos do delicado (e efêmero) equilíbrio dos biomas para existirmos? Que somos criados e protegidos por um super-ser paternalista e ciumento (ahá!)?
Ninguem esta falando isso.
Isso passou nas entrelinhas aqui no tópico e em um ou outro que já li, mas consideremos só uma tentativa de demonstrar uma macheza, na ótica de quem falou.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Mucuna escreveu:O salto populacional ocorreu junto com o que entendemos por capitalismo, mas este não foi a causa primária da ciência e tecnologia. A história é bem mais complexa. Por exemplo, é possível estudar a história da formação do capitalismo, burguesia, etc, separado da formação das igrejas protestantes? Até é, mas o entendimento fica comprometido. Deveriamos dizer que foi graças ao protestantismo que demos um salto populacional e tecnológico? Seria simplório afirmarmos tal. Foi "apenas" um poder emergente na época que se escorou na burguesia para peitar a ICAR e monarquia, que decaíram.
Para esse tipo de fenomeno complexo nao existem causas e efeitos isolados, mas fenomenos simultaneos que se estimulam ou conflitam.
O capitalismo com certeza nao e uma invencao do protestantismo, mas esse foi instrumental na criacao de uma fundamentacao moral e teologica para a etica do capitalismo. Mas nao foi uma coisa causando a outra. O capitalismo financeiro emergia mesmo estando em parte em conflito com algumas doutrinas teologicas catolicas, e esse atrito gerou uma boa parte da energia necessaria para dar ignicao no processo de conversao de certas tradicoes religiosas.
Sim, sim. Por isso eu disse que um "se escorou" no outro.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Contudo, a explosao populacional e sim um resultado do capitalismo, mais especificamente do comercio e do livre mercado no regime da divisao global do trabalho.
Cada individuo poderia se especializar em certas atividades, alem de poder ocupar um "espaco vital" menor, aumentando a densidade de pessoas em cidades. E essa proximidade estimula o contato e a troca de experiencias e novas formas de cooperacao, que por sua vez permitem maior progresso tecnologico.
Se vc vivesse em uma pequena comunidade quasi-autarquica, voces teriam que plantar toda a comida, explorar os recursos necessarios para as suas atividades e etc. E bem provavel que sua regiao nao fosse particularmante abundante de todos os recursos naturais, logo, certas restricoes graves seriam impostas naquilo que poderia ser feito. Nao e dificil deduzir que esse tipo de comunidade nao vai prosperar muito nem atingir uma alta densidade mantendo-se isolada.
Foi exatamente em virtude disso que na decada de 30, quando o livre comercio internacional foi praticamente abolido, que emergiram simultaneamente diversas doutrinas nacionalistas de "espaco vital", culminando na segunda guerra mundial.
Sim, não estou negando o fato que o que a sociedade da qual fazemos parte se transformou com este cenário. Já leu Armas, Germes e Aço do Jared Diamond? Talvez ache interessante.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Mucuna escreveu:A ciência e tecnologia não dependem intrinsicamente de este ou aquele sistema político/financeiro. Ver a Grécia antiga com seus filosofos (cientistas) e descobertas e invenções tecnológicas mostra isso. Não fosse as religiões abraâmicas, estariamos mais avançados provavelmente...
Voce esta errado. A ciencia e a tecnologia se beneficiam bastante de regimes livres. Basta ver por exemplo que a China era uma grande potencia tecnologica medieval, mas que simplesmente se estagnou no centralismo burocratico, sendo entao ultrapassada por todas as grandes nacoes europeias.
E o mesmo para as nacoes europeias em relacao a America.
Vc interpretou errado. Eu não disse que ciência e tecnologia prosperariam em QUALQUER sistema, disse que seu desenvolvimento não são propriedades de um sistema em particular.
user f.k.a. Cabeção escreveu:[color=#0080ff][b]E verdade que alguns "cientistas" se beneficiam ao fazer parte de politburos e da intelligentizia em sociedades socialistas altamente elitizadas. Nos paises comunistas, o status e os privilegios dos cientistas era um fator bastante importante para a manutencao da sua fidelidade ao partido. (mas mesmo isso nao impediu que muitos cerebros cedo ou tarde acabassem fugindo do Grande Irmao)
Há uma amiga minha que morava em uma "cidade secreta" (só apareceu no mapa em 1995, se não me engano) na URSS onde praticamente só havia cientistas e suas famílias. O pai dela era físico e havia evidentemente produção científica. Concentravam os pesquisadores lá. Vou perguntar a ela, quando tiver a oportunidade, sobre as impressões do pai dela quanto a esse quesito.
user f.k.a. Cabeção escreveu:[color=#0080ff][b]Mas e preciso saber diferenciar o interesse particular do cientista daquilo que e melhor para a ciencia em si. Muitas vezes tudo o que o cientista diz ou exige e colocado como demanda da ciencia. Assim como demanda de sindicatos de professores sao chamadas de exigencias da educacao. Isso nao passa de retorica politica.
Calma, não há como generalizar nada, só analisando cada discurso em particular, mas a questão não era nem essa.
user f.k.a. Cabeção escreveu:[color=#0080ff][b]Quanto as religioes abraamicas, voce esta apenas sendo tendencioso. Os arabes apos a conversao para o Isla (religiao abraamica) alcancaram um nivel tecnologico avancadissimo. Os judeus espalhados pelo mundo talvez sejam os maiores responsaveis pelas grandes descobertas cientificas recentes da humanidade, assim como foram bastante prodigiosos na criacao de tecnologias e instituicoes legais, educacionais, empresariais e financeiras desde muito antes do advento do cristianismo. A cristandade por sua vez criou a civilizacao mais poderosa e avancada da Terra.
Várias etnias se converteram (e foram "convertidas") ao islã, mas tendemos a chamar todos de árabes. Os árabes, persas, turcos, libaneses etc se tornaram muçulmanos.
De qualquer forma, sim, produziram muito conhecimento como muçulmanos, porém não todos eles. Penso mais que eram questões regionais, como a Pérsia que avançou bastante. Porém, com a fanatização, foi tudo por água abaixo.
Há grandes nomes das ciências que são/foram judeus, mas realmente arrisco dizer que praticamente nenhum era praticante ou fanático religioso. Ademais, o judaísmo não impos seus dogmas no mundo diretamente, as crias dele o fizeram, e daí a sua grande "culpa".
E quanto ao cristianismo, eu diria que a sociedade progrediu tecnologicamente e intelectualmente apesar do cristianismo, que atrasou o processo em alguns séculos provavelmente. Afirmar que foi o cristianismo que venceu os "bárbaros" parace mais coisa de Olavo de Carvalho.
user f.k.a. Cabeção escreveu:[color=#0080ff][b]Todo o recente progresso do mundo budista, xintoista, hindu, animista e das demais religioes nao abraamicas reminiscentes sao em grande parte devido ao contato e troca com os mais avancados cristaos e judeus do Ocidente. E origem da decadencia de uma consideravel parte da civilizacao islamica esta no fato dela ter hostilizado e se isolado cada vez mais do Ocidente. E verdade que certos paises islamicos orientais nao se isolaram completamente (Cingapura, Malasia, Indonesia, ...), e alguns arabes se mostram bastante abertos recentemente (Emirados Arabes, Bahrein, Qatar, Kweit,...), e nao e por coincidencia que esses paises estao muito melhores que seus vizinhos e irmaos de fe.
A relação entre sociedades é bem complexa e relações comerciais só explicam parte da questão. De novo, o livro q citei acima faz uma análise interessante sobre pq cada um foi para onde foi.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Mucuna escreveu:Enfim, inegável o fato de que o dinheiro fala mais alto do que questões de interesse do coletivo. Dinheiro = Poder, e poder sempre corrompeu. O problema é que agora dá para causar mais danos do que antes.
Por causa disso (desviando um pouco) já andei pensando se limitar a quantia de dinheiro (que é um poder quantificado) que uma pessoa tem disponível não seria uma boa forma de punição/controle de quem o use o use de forma prejudicial ao coletivo... divagações..
Mas voce nao percebe que ao tentar limitar o poder economico do dinheiro voce esta concedendo um poder politico ainda maior e muito mais nocivo.
Some todo o mal que magnatas possam ter causado com seu dinheiro em nome da ganancia e ele nem sequer atinge uma fracao do mal que politicos e ditadores ja perpretaram em nome de nobres ideais coletivos.
Será que não? Que eu saiba, na grade maioria das vezes, os "magnatas" e "políticos" e "ditadores" trabalham juntos. E mesmo q não, um crime maior não justifica ignorar um crime médio.
Essa idéia que eu falei é só um rascunho mental, mas não vejo pq não punir e "re-educar" alguém limitando a quantidade de dinheiro que ficará disponível para ela e por quanto tempo, se o crime deste envolveu esta ferramenta.
Obs.: Na boa, ficar editando esses quotes de quem escreve colorido (nada contra) é chato bagarai! Algumas partes não ficaram coloridinhas apesar de eu julgar estar fazendo a mesma coisa nas partes quotadas que sairam coloridas. Enfim, desisto! Vai ficar assim mesmo!