A mãe de todas as fraudes

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Apáte
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por Apáte »

docdeoz escreveu:
Apáte escreveu:Pelo que entendi, são os criacionistas que alardeiam uma conspiração no meio científico, que impediria qualquer um com idéias anti-darwinistas de obter um diploma, mesmo em Universidades subordinadas a entidades religiosas, já que o Ser Ancestral Extra-Terrestre Super-Inteligente que Comanda a Terra é darwinista.

A conspiração no caso do aquecimento global não se daria no meio científico, mas sim no meio midiático, que em sua totalidade mundial pertence a apenas David Rockefeller e George Soros, que no fim das contas são a mesma pessoa. (mais tarde procuro um texto do Olavo sobre os 3 grupos que detém toda a mídia mundial)

Bem, pelo menos é isso que eu entendi...


Não muda nada...
http://1.bp.blogspot.com/_vhhrpl_v2GQ/S ... ixiada.jpg

O planeta está sendo destruído...

Não sei o que a imagem postada tem a ver com o que eu disse.

Só expliquei o óbvio: acusar por unanimidade a comunidade científica de conspiração é menos interessante que acusar Grande Mídia, que por sua própria natureza é pertencente a poucos grupos e eles mantém relações entre si.

No caso, o argumento anti-aquecimento existiria no meio científico, só não é divulgado na Grande Mídia.
Já o criacionismo, ou o reptilianismo, ou o terraoquismo, que não encontram defensores no meio científico, seriam boicotados por uma conspiração dos cientistas ou quem sabe da própria "ciência".

Acho que deveriam culpar a classe-média. Ela sempre leva a culpa de tudo que acontece no mundo, só não vi sendo acusada (ainda) de conspiração. Nem por David Icke.

E sobre a imagem, bem, se você quer ser mesmo apelativo, poste foto de ecossistemas inteiros abalados. A foto de um indivíduo aleijado isolado não é tão escandalosa.
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Apáte
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por Apáte »

Acauan, poderia me explicar se há alguma relação entre Peak Oil e alarmismo aquecimentista?

Um dos argumentos anti-pico é que se acreditarmos que as reservas de petróleo se aproximam do fim ajuda a manter um certo preço mínimo no petróleo.

Já o alarmismo aquecimentista não vejo como pode ser do interesse dos petroleiros, que seriam dono de todas as emissoras de TV, rádio e dos grandes portais de internet. Justamente por isso aquecimento não seria divulgado como se deve (???).

A não ser que o Grande Sheik Dono Mundo tiver dito: "Tudo bem, podem fazer alarmismo apocalíptico, mas em contrapartida vão ter que divulgar propaganda maometana que o petróleo está no fim."

São os mesmos grupos que divulgam ambos os casos.
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zumbi filosófico
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por zumbi filosófico »

Acauan escreveu:Por que nunca ouço ninguém dizer que variáveis climáticas são caóticas?

Não existe a equação do clima, no entanto já conversei com gente instruída que acredita piamente que em algum lugar do planeta existam superequipamentos capazes de prever mudanças climáticas com base nos padrões atuais. Nós nem sabemos fazer previsões de tempo seguras para além de alguns dias e mesmo assim com uma enorme margem de erro.


Ainda que seja possível que muitas pessoas acreditem numa precisão ou poder de previsão muito maior do que a que os cientistas de fato conseguem obter, os cientistas mesmos não dizem ser donos de um conhecimento especial fantástico. Na verdade, vai comumente vê-los falando sobre incertezas diversas, o que, mais uma vez, como tiro pela culatra, pode acabar sendo distorcido contra as previsões mais seguras.

Num dos posts acima uma das distorções que mencionei era justamente sobre quando um cientista falava das dificuldades de previsão dentro de um período relativamente curto como uma década.

Isso, diferentemente do que se poderia intuir, não compromete previsões em prazo mais longo (assim como a fragilidade das previsões meteorológicas de prazo ainda mais curto). Essas não são simplesmente meio como um monte de previsões meteorológicas "enfileiradas". Uma analogia, talvez não muito boa, talvez seja a diferença entre previsão de uma jogada individual num cassino, e a previsão de lucros do cassino. É na verdade muito mais difícil prever os resultados "micro" - com exceção de truques como contar as cartas, dados viciados e etc - do que o padrão "macro", que é de que a "banca sempre ganha", sem precisar de quaisquer trapaças.

Uma outra analogia um pouco mais próxima seria quanto a ainda ser pelo clima é a da própria variação de temperatura sazonal. Pode-se prever tranqüilamente que verões serão mais quentes que os invernos, apesar das variações diárias e todo o caos de correntes aéreas, maritmas e chuvas.

Seleção natural é ainda outra coisa parecida. Uma variação benéfica não vai sempre ter um diferencial reprodutivo superior, até que se popularize, se torne praticamente onipresente na população. Dependendo do ambiente, ela pode nem se concretizar como fenótipo para fazer a diferença; e mesmo que venha a determinar um fenótipo com uma potencial vantagem, uma característica qualquer não é salvação para todas as possíveis formas pelas quais um indivíduo pode ser eliminado pela natureza, sem deixar descendentes, ou sem deixar mais descendentes do que qualquer outra variação. Ainda assim, essa bagunça não é suficiente para fazer com que efetivamente não hajam vantagens reprodutivas hereditárias que se somam e resultam nuam diferença muito maior ao longo do tempo, sendo o que esculpe todas as adaptações que vemos em todos os seres. Ela só não é uma coisa tão simples e direta quanto simplificações didáticas podem fazer parecer.

E enquanto que programas do discovery channel como aqueles que mostravam os "animais do futuro" são pura ficção, não sendo possível de fato "prever" algo assim, senão se limitando a timidamente dizer que as coisas não deverão ser brutalmente diferentes, isso é, uma boa parte dos seres ainda deve ter herdado características de seres existentes hoje (em contraposição a algo como um planeta revestido por amebas gigantes e mais nada), com o padrão "macro" do clima o que se tem é uma relativa simplicidade que permite um poder de previsão real.

Esse poder de previsão não é simplesmente uma questão de se ter fé cega nos modelos, mas os modelos mesmo são testados "prevendo" as temperaturas passadas, da as quais já se tem registro.

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Isso é o chamado "hindcast", em oposição a forecast. Essas linhas amarelas no gráfico são os hindcasts de 14 diferentes modelos; a linha vermelha é a média de todos eles, e a preta, a temperatura registrada de fato.
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zumbi filosófico
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por zumbi filosófico »

Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu: Quando na verdade, outra coisa que as pessoas se lembram menos ainda é do protocolo de Montreal.


Talvez não tenha lhe ocorrido que enquanto você pesquisa este assunto na Internet eu o acompanhei em tempo real, enquanto as discussões ocorriam, lendo praticamente todas as notícias sobre o tema na época.

zumbi filosófico escreveu:O que deveria ser exemplo de sucesso, acaba virando exemplo de alarmismo e exagero.


Também parece não ter lhe ocorrido que você só teve acesso à versão posterior dos fatos, que transformaram alarmismo e exagero em exemplo de sucesso para aqueles que só conhecem esta versão da história.


Acauan escreveu:E sinceramente, que pedantismo bobo achar que se ganha discussões sobre polêmicas abrangentes postando um gráfico.


Bem, você postou algo que dava a impressão de sugerir que as preocupações anteriores eram infundadas, coloquei algo que demonstrava o contrário, ou ao menos sugere, sem uma outra versão da história para comparar.

Você mencionou ceticismo sobre o poder de previsão comparando as previsões climáticas de longo prazo a meteorologia e desconfiança quanto a uma credibilidade exagerada dos cientistas, e eu mencionei que eles ao menos não alegam ser "videntes" e que, apesar de todas as dificuldades, as previsões que eles se propõem a fazer não são nada absurdo, e não invalidadas pela fragilidade da meteorologia.


Se isso é ser bobo e pedante, bem, estou aberto a sugestões de como fazer os mesmos pontos, corrigindo o que me parece errado, sem parecer pedante e bobo.
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zumbi filosófico
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por zumbi filosófico »

Apáte escreveu:Acauan, poderia me explicar se há alguma relação entre Peak Oil e alarmismo aquecimentista?

Um dos argumentos anti-pico é que se acreditarmos que as reservas de petróleo se aproximam do fim ajuda a manter um certo preço mínimo no petróleo.


Enquanto que as reservas seriam na realidade infinitas ou sempre exploráveis ao mesmo custo. Sim, entendo.

As possíveis relações são que, ao se desenvolver combustíveis alternativos, não só há a tendência de reduzir as emissões de CO2, minimizando o efeito estufa, como não só se minimiza uma crise energética esperada ao se continuar dependente do petróleo, cada vez mais rapidamente consumido, enquanto a população cresce cada vez mais rapidamente.

Bem, isso é a desculpa que eles dão, mas todos sabem que a realidade é muito mais sombria e tenebrosa, seja proveniente de pura burrice e histeria, ou de algo sórdido e maquiavélico.

Já o alarmismo aquecimentista não vejo como pode ser do interesse dos petroleiros, que seriam dono de todas as emissoras de TV, rádio e dos grandes portais de internet. Justamente por isso aquecimento não seria divulgado como se deve (???).

A não ser que o Grande Sheik Dono Mundo tiver dito: "Tudo bem, podem fazer alarmismo apocalíptico, mas em contrapartida vão ter que divulgar propaganda maometana que o petróleo está no fim."

São os mesmos grupos que divulgam ambos os casos.


Você não entende. Não são os árabes, são George Soros e Al Gore, manipulando a todos pelo socialismo mundial, sendo Obama um peão queniano sem laços afetivos com os EUA nas mãos deles.
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user f.k.a. Cabeção
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Acauan escreveu:
Provavelmente, os mais jovens nem devem se lembrar das catástrofes previstas para os tempos atuais por conta do buraco na camada de ozônio, do qual ninguém mais fala...



Por exemplo. Eles até podem alegar que as medidas de restrição do CFC foram eficazes, mas muitos alegavam que os danos causados já eram irreversíveis na época da histeria. Outros exemplos remontam a previsões de resfriamento global, entre outros cataclismas que já sairam de moda.


Acauan escreveu:Veja, é muito fácil interferir na produção científica e praticamente impossível interferir nas conseqüências desta produção científica.
O Projeto Manhattan foi uma iniciativa 100% estatal planejada e conduzida sob a mais rígida vigilância militar direta, mas seus planejadores conseguiram controlar apenas seus resultados imediatos. No médio prazo criou-se por sua própria dinâmica o balanço do terror nuclear e hoje até um país de merda como a Coréia do Norte faz chantagem atômica.

Se o maior e mais controlado projeto científico-militar da História saiu completamente do controle de seus líderes em poucos anos, me parece lógico esperar que a tentativa de controle de toda produção científica por um grupo parcialmente oculto utilizando de autoridade indireta não consiga lograr melhor sucesso.


A sua análise é perfeita para o longo prazo. O que não quer dizer que dividendos políticos não possam ser coletados no curto.

O projeto Manhatan foi mantido em suficiente segredo e posto em prática suficientemente rápido para que nem Alemanha, nem Japão tivessem tempo de responder.

[A resposta russa chegou alguns anos mais tarde, mas poderia ter sido evitada caso alguns estrategistas militares americanos tivessem sido escutados, mas isso não evitaria que cedo ou tarde algum ditador maluco ou algum terrorista árabe acabasse colocando suas mãos naquela tecnologia.]



Acauan escreveu:Estas ideologias conseguiram dominar em certos lugares e épocas porque pegaram carona nas expectativas das pessoas daqueles lugares e épocas. Geocentrismo e racismo podem ser facilmente incitados a partir de instintos tribais primitivos residuais em qualquer povo, mesmo os mais civilizados, enquanto o marxismo nunca vingou como ideologia científica no imaginário popular, por mais que a propaganda militante trabalhasse para isto.


Talvez porque o marxismo, apesar de moralmente "intuitivo", é incompatível com a natureza humana num nível ainda mais baixo, o dos instintos básicos, algo que o racismo não é.

Acauan escreveu:O que mais me perturba nesta polêmica e me deixa deveras desconfiado é uma pergunta só:

Por que nunca ouço ninguém dizer que variáveis climáticas são caóticas?


Pois é. Esta é a pergunta de um milhão de dólares, que eu venho levantando há um bom tempo nessas discussões.

Eu estudo, entre outras coisas, modelos para os dados do mercado financeiro, e esses modelos levam em conta teorias estatísticas de séries temporais, além de modelos probabilísticos sofisticados, como teoria de martingalas em tempo contínuo, cadeias de markov e sistemas dinâmicos estocásticos, e mais uma míriade de outros conceitos.

E mesmo com todo esse arsenal eu nunca vi ninguém fazer estimações baseadas em dados históricos para um drift (a "tendência" de uma série temporal) de longo prazo com tanta segurança quanto esses climatologistas fazem.

Eu não sou um especialista do clima, nunca estudei o assunto a sério, mas eu conheço bem as ferramentas matemáticas que eles usam e tenho uma noção boa da natureza e quantidade dos dados em questão. Eu sei o quanto é problemático estimar um drift e quanto modelos quantitativos para dinâmicas complexas são limitados. Ainda que qualitativamente haja diferença entre os dados da economia e do clima, os problemas das técnicas empregas não derivam simplesmente disso, mas da dificuldade de se fazer estatísticas não paramétricas em modelos gerais, ou dos diversos viezes e hiper-simplificações introduzidos ao se parametrizar excessivamente o modelo a fim de tornar possível uma calibragem dos dados históricos.

Os métodos estatísticos que eles usam poderiam ser traduzidos para fazer, por exemplo, um forecast de 30 anos do nível médio de reversão da taxa de juros LIBOR, por exemplo, só que ninguém em nenhum banco apostaria um centavo nisso, e com razão, exatamente essa que você intuitivamente descobriu. Os modelos não são suficientemente seguros para justificar essas tomadas de posição.

Como alguém afirmou uma vez, "Em última análise todos os modelos estão errados, mas alguns são úteis por algum tempo".

Em suma, essa é uma das razões mais fortes para eu desconfiar dessa gritaria, que eu somo a extrema conveniência que esse tipo de pânico geral induzido tem para burocratas e políticos em geral.


Acauan escreveu:Não existe a equação do clima, no entanto já conversei com gente instruída que acredita piamente que em algum lugar do planeta existam superequipamentos capazes de prever mudanças climáticas com base nos padrões atuais. Nós nem sabemos fazer previsões de tempo seguras para além de alguns dias e mesmo assim com uma enorme margem de erro.

Aí sim dá prá desconfiar que há algo de podre no reino da Dinamarca, mais exatamente em Copenhague.




Pois é. Até que se sabe bastante sobre as propriedades dinâmicas quantitativas das difusões em escalas razoáveis, mas certamente o problema de prever o clima introduz uma escala assombrosa, cujas equações, mesmo quando conhecidas completamente, o que não é o caso, são impossíveis de serem resolvidas.

Mas essas previsões cataclísmicas não decorrem exatamente dos (bem estabelecidos) modelos termodinâmicos da física estatística e da mecânica dos fluídos extendidos a escala global, o que se faz em geral é calibrar uma série temporal de geração de dados aleatórios.

Em termos bem simples, essas séries são funções que a cada unidade de tempo, por exemplo, a cada dia ou ano, associam uma variável, por exemplo, a temperatura, que é calculada em função das temperaturas medidas no passado e de um incremento aleatório, em geral uma variável gaussiana (mas não necessariamente).

Existem infinitos tipos de séries temporais a escolher, e em geral alguns são mais adequados do que outros para determinados tipos de fenômeno. A escolha de uma série dessas é o que se chama de modelo. Mas o seu modelo depende da escolha de parâmetros que regulem a proporção da influência dos dados passados e da inovação aleatória no novo dado.

Em geral é possível calibrar qualquer modelo a qualquer dado (o procedimento basicamente consiste em encontrar os parametros que produzem resultados "mais parecidos possiveis" com os resultados observados), e existem diversos protocolos de testes estatísticos que servem para avaliar a qualidade das estimativas geradas pelos modelos.

Mas mesmo quando um modelo é bem sucedido nesses testes, não está comprovada a sua validade para o futuro, mas apenas o seu melhor desempenho comparativo com relação a outros modelos similares com parâmetros diferentes.

E costuma ser algo muito mais complicado comparar modelos qualitativamente diferentes. Existem modelos que incorporam sazonalidades, ou seja, o fato de uma série temporal possuir determinados ciclos periódicos bem definidos. Outros modelos são de deriva linear, outros são de crescimento exponencial. Existem modelos que localmente podem parecer crescimentos exponenciais, mas possuem um ciclo sazonal de marco-escala.

Para dar exemplos, no caso do clima, um modelo simples para a temperatura no mes de novembro poderia ser um crescimento linear. Para a temperatura durante uma década, a sazonalidade anual deveria ser incorporada. Para trinta anos, o bixo pega? Existiriam ciclos desconhecidos na escala dos trinta anos, tais como atividade solar, funcionamento das marés, etc. ? Simplesmente observar uma tendência de crescimento e atribui-la a primeira causa aparente com certeza não é o mais racional a se fazer.


Acauan escreveu:
O grande risco quando se discute conspirações é cair na armadilha de considerar que a falta de provas evidencia a eficiência dos conspiradores. E a falta de provas neste caso é óbvia. Os tais e-mails roubados são um indício apenas e de uma fragilidade enorme, diga-se.



Eu nunca sustentei a existência de um complô formal, e imagino que nem Olavo de Carvalho diria algo assim, pelo menos não nesse nível.

O que existe é uma convergência de interesses na manutenção de uma crença dogmática. E eu sequer duvidaria que políticos e cientistas aquecimentistas também acreditassem nesses seus dogmas, aliás, isso é sintomático dos megalômanos.

Quanto a eficácia de esconder "a conspiração", entendo por conspiração o forte viés ideológico que pune qualquer manifestação minimamente contrária, ela não existe. Não há nenhum pudor aqui. Aquecimentistas escorraçam céticos todo o tempo, acusam-nos de serem iguais aos negacionistas do holocausto, de serem membros da Ku Klux Klan e de terem parte com o diabo.

É impressionante que o ódio que eles manifestam não transpareça a sua fragilidade argumentativa, mas talvez seja mais uma das manifestações da obscurescência do óbvio ululante.

[continua]
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem

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zumbi filosófico
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por zumbi filosófico »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Acauan escreveu:
Provavelmente, os mais jovens nem devem se lembrar das catástrofes previstas para os tempos atuais por conta do buraco na camada de ozônio, do qual ninguém mais fala...



Por exemplo. Eles até podem alegar que as medidas de restrição do CFC foram eficazes, mas muitos alegavam que os danos causados já eram irreversíveis na época da histeria.


Se foram muitos, por favor dê alguns exemplos de quem seriam, para que possamos confirmar, e assim nos conscientizarmos melhor de que a comunidade científica teria mesmo essas tendências alarmistas infundadas, não havendo motivo para dar atenção a eles -- que é a conclusão mais lógica a partir de se estabelecer o fato desses cientistas tendo feito essas afirmações erradas.





user f.k.a. Cabeção escreveu:
Outros exemplos remontam a previsões de resfriamento global


Did scientists predict an impending ice age in the 1970s?

The skeptic argument... escreveu:

The media had been spreading warnings of a cooling period since the 1950s, but those alarms grew louder in the 1970s. In 1975, cooling went from "one of the most important problems" to a first-place tie for "death and misery". The claims of global catastrophe were remarkably similar to what the media deliver now about global warming (Fire and Ice).




What the science says... escreveu:1970's ice age predictions were predominantly media based with the majority of scientific papers predicting warming.





The notion that the 1970s scientific consensus was for impending global cooling is incorrect. In actuality, there were significantly more papers in the 1970s predicting warming than cooling.


Scientific studies in the 1970's global cooling

Most predictions of an impending ice age came from the popular press (eg - Newsweek, NY Times, National Geographic, Time Magazine). As far as peer reviewed scientific papers in the 1970s, very few papers (7 in total) predicted global cooling. Significantly more papers (42 in total) predicted global warming due to CO2. More on 1970s science...

Imagem
Figure 1: Number of papers classified as predicting global cooling (blue) or warming (red). In no year were there more cooling papers than warming papers (Peterson 2008).


Rasool and Schneider's ice age "projection"

The main study cited by skeptics is Atmospheric Carbon Dioxide and Aerosols: Effects of Large Increases on Global Climate (Rasool 1971). The paper doesn't actually predict an ice age. Instead, it projects a possible scenario - if aerosol levels increased 6 to 8 times then sustained those levels for several years, it may trigger an ice age. Historically, what happened was aerosol levels fell. While it's unclear whether Rasool's calculations re aerosol cooling were accurate, one inaccuracy was they underestimated climate's sensitivity to CO2 by a factor of 3.

In the decades since their 1971 paper, many studies constraining climate sensitivity calculate that if atmospheric CO2 was doubled, global temperatures would rise around 3°C. These studies employ different methods (modelling, calculations from empirical observations) looking at different time periods (the 20th century, the Holocene, past ice ages), different aspects of climate (surface temperature, mid-tropospheric temperature, ocean heat intake) and response to different forcings (volcanic, CO2, solar). More on climate sensitivity...


National Academy of Sciences - now and then

The most comprehensive study on the subject (and the closest thing to a scientific consensus at the time) was the 1975 US National Academy of Sciences/National Research Council Report. Their basic conclusion was "…we do not have a good quantitative understanding of our climate machine and what determines its course. Without the fundamental understanding, it does not seem possible to predict climate…"

Contrast this with the US National Academy of Science's current position: "there is now strong evidence that significant global warming is occurring... It is likely that most of the warming in recent decades can be attributed to human activities... The scientific understanding of climate change is now sufficiently clear to justify nations taking prompt action." This is in a joint statement with the Academies of Science from Brazil, France, Canada, China, Germany, India, Italy, Japan, Russia and the United Kingdom.


Other indications of current consensus

Other scientific bodies that have released statements endorsing anthropogenic global warming include:
- National Oceanic and Atmospheric AdministrationEnvironmental Protection AgencyNASA's Goddard Institute of Space Studies
- American Geophysical Union
- American Institute of PhysicsNational Center for Atmospheric Research
- American Meteorological Society
- The IPCC Fourth Assessment Report (AR4) draws upon the work of over 850 peer reviewed studies

None of these bodies (at least the ones that existed back then) endorsed ice age predictions in the 70s. More on scientific consensus...


So global cooling predictions in the 70s amounted to media and a handful of studies, even then outweighed by global warming predictions. Today, an avalanche of studies and overwhelming scientific consensus endorse anthropogenic global warming. To compare cooling predictions in the 70s to the current situation is both inappropriate and misleading.






Further reading
- Was an imminent Ice Age predicted in the '70's? by William Connelly documents all the scientific literature in the 70's on global cooling.

- Past Cycles: Ice Age Speculations by Spencer Weart (part of the History of Global Warming series) documents the development of ice age science.

- Logical Science goes to the trouble of purchasing the 1975 National Academy of Sciences report to see what the NAS had to say about global cooling in the 70's.

- James Hansen responds to the claims that "Hansen predicted an ice age in the 70's", explaining the role of his computer program used in Rasool's paper.

- Check out this New York Times article from 1956 that discusses a forecasted increase in global temperatures as emissions from burning fossil fuels increase atmospheric CO2. Thanks to George Morrison for the heads up.Robert Brulle at the Wonk Room looks at a range of New York Times articles on climate science in the late 60's and early 70's.
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zumbi filosófico
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por zumbi filosófico »

A coisa começou a ficar mais interessante aqui.

user f.k.a. Cabeção escreveu:


Eu estudo, entre outras coisas, modelos para os dados do mercado financeiro, e esses modelos levam em conta teorias estatísticas de séries temporais, além de modelos probabilísticos sofisticados, como teoria de martingalas em tempo contínuo, cadeias de markov e sistemas dinâmicos estocásticos, e mais uma míriade de outros conceitos.

E mesmo com todo esse arsenal eu nunca vi ninguém fazer estimações baseadas em dados históricos para um drift (a "tendência" de uma série temporal) de longo prazo com tanta segurança quanto esses climatologistas fazem.


Por que deveríamos esperar um comportamento similar do clima e do mercado financeiro, a ponto de, se fosse teoricamente possível prever o primeiro, também devêssemos poder prever o segundo, ou que não pudéssemos prever um por não poder prever o outro?

A quais climatologistas ou "previsões de longo prazo com tanta segurança" se refere? Poderia por favor detalhar melhor quais seriam esses exageros?


user f.k.a. Cabeção escreveu:
Eu não sou um especialista do clima, nunca estudei o assunto a sério, mas eu conheço bem as ferramentas matemáticas que eles usam e tenho uma noção boa da natureza e quantidade dos dados em questão. Eu sei o quanto é problemático estimar um drift e quanto modelos quantitativos para dinâmicas complexas são limitados. Ainda que qualitativamente haja diferença entre os dados da economia e do clima, os problemas das técnicas empregas não derivam simplesmente disso, mas da dificuldade de se fazer estatísticas não paramétricas em modelos gerais, ou dos diversos viezes e hiper-simplificações introduzidos ao se parametrizar excessivamente o modelo a fim de tornar possível uma calibragem dos dados históricos.

Os métodos estatísticos que eles usam poderiam ser traduzidos para fazer, por exemplo, um forecast de 30 anos do nível médio de reversão da taxa de juros LIBOR, por exemplo, só que ninguém em nenhum banco apostaria um centavo nisso, e com razão, exatamente essa que você intuitivamente descobriu. Os modelos não são suficientemente seguros para justificar essas tomadas de posição.

Como alguém afirmou uma vez, "Em última análise todos os modelos estão errados, mas alguns são úteis por algum tempo".


O que você pensa sobre os métodos de avaliação dos modelos climatológicos? Como absolutamente leigo, acho os hindcasts e "previsões" do presente particularmente convincentes. Somado ao fato de que não se confia em um único modelo, mas que são diversos modelos dando resultados parecidos, a coisa parece que vai razoavelmente bem, sem nenhuma razão aparente para imaginar que seja pura sorte, ou algo que não é pura sorte, mas que, de alguma forma, faz com que os modelos percam a confiabilidade daqui para frente.

Isso que você disse sobre os "modelos não servirem por muito tempo", talvez se encaixe um pouco aí. Mas não sei. Entendo muitíssimo menos de mercado financeiro do que o praticamente nada que entendo de clima, e acho difícil enxergar uma possível significativa similaridade entre essas coisas para se ter expectativas similares.

Isso é, enquanto que não me parece nem um pouco espantoso haver muita dificuldade em modelar o comportamento do mercado financeiro consistentemente, sendo algo que me parece um pouco meio como "behaviorismo aplicado a economia", com o clima, o que se tenta prever não é mais a mente humana mas coisas consensualmente bem mais previsíveis, que obedecem leis físicas constantes, e então mesmo antes de se ler qualquer coisa sobre testes dos modelos, parece fundamentalmente diferente, e teoricamente muito mais passível de previsão confiável -- sem que isso signifique, bancar o demônio de Laplace com um anunciando um grau de precisão absurdo. A meu ver, como os próprios modelos variam entre si, apesar de terem as mesmas tendências gerais, nem tem bem como falar em estar se defendendo um "grau absurdo", já é admitida uma inexatidão.



user f.k.a. Cabeção escreveu:
Em suma, essa é uma das razões mais fortes para eu desconfiar dessa gritaria, que eu somo a extrema conveniência que esse tipo de pânico geral induzido tem para burocratas e políticos em geral.


Eu não vejo os políticos em geral ávidos em criar políticas preventivas, geralmente envolvendo sacrifícios a vários setores da sociedade.




user f.k.a. Cabeção escreveu:
Mas essas previsões cataclísmicas não decorrem exatamente dos (bem estabelecidos) modelos termodinâmicos da física estatística e da mecânica dos fluídos extendidos a escala global, o que se faz em geral é calibrar uma série temporal de geração de dados aleatórios.

Em termos bem simples, essas séries são funções que a cada unidade de tempo, por exemplo, a cada dia ou ano, associam uma variável, por exemplo, a temperatura, que é calculada em função das temperaturas medidas no passado e de um incremento aleatório, em geral uma variável gaussiana (mas não necessariamente).

Existem infinitos tipos de séries temporais a escolher, e em geral alguns são mais adequados do que outros para determinados tipos de fenômeno. A escolha de uma série dessas é o que se chama de modelo. Mas o seu modelo depende da escolha de parâmetros que regulem a proporção da influência dos dados passados e da inovação aleatória no novo dado.

Em geral é possível calibrar qualquer modelo a qualquer dado (o procedimento basicamente consiste em encontrar os parametros que produzem resultados "mais parecidos possiveis" com os resultados observados), e existem diversos protocolos de testes estatísticos que servem para avaliar a qualidade das estimativas geradas pelos modelos.

Mas mesmo quando um modelo é bem sucedido nesses testes, não está comprovada a sua validade para o futuro, mas apenas o seu melhor desempenho comparativo com relação a outros modelos similares com parâmetros diferentes.

E costuma ser algo muito mais complicado comparar modelos qualitativamente diferentes. Existem modelos que incorporam sazonalidades, ou seja, o fato de uma série temporal possuir determinados ciclos periódicos bem definidos. Outros modelos são de deriva linear, outros são de crescimento exponencial. Existem modelos que localmente podem parecer crescimentos exponenciais, mas possuem um ciclo sazonal de marco-escala.

Para dar exemplos, no caso do clima, um modelo simples para a temperatura no mes de novembro poderia ser um crescimento linear. Para a temperatura durante uma década, a sazonalidade anual deveria ser incorporada. Para trinta anos, o bixo pega? Existiriam ciclos desconhecidos na escala dos trinta anos, tais como atividade solar, funcionamento das marés, etc. ? Simplesmente observar uma tendência de crescimento e atribui-la a primeira causa aparente com certeza não é o mais racional a se fazer.


Você teria como confirmar essas coisas? Porque pelo que já li (e pelo que penso ter entendido do que você escreveu), não é nada disso.

Nem são os modelos apenas previsões a partir de simplesmente se encontrar nas variações climáticas e de fatores pertinentes meros padrões matemáticos, desprezando a física da coisa, e achando que eles vão continuar (que foi o que entendi que sugeria ser o caso), nem a confirmação do papel do CO2 foi simplesmente "atribuir uma de crescimento à primeira causa aparente".

http://en.wikipedia.org/wiki/Climate_model
http://en.wikipedia.org/wiki/Global_climate_model

Quanto a atribuição da causa, o que penso que deve ser o principal elemento é que, conjuntamente com o conhecimento mais antigo sobre o CO2 ser um gás de efeito estufa, da maior emissão de CO2, também se observa menos da radiação que seria presa pelo CO2 saindo para fora da Terra. A menos que essa radiação de repente não fosse mais aquecer, bem, parece que o caso está em linhas gerais estabelecido, não sendo meramente achismo.






user f.k.a. Cabeção escreveu:
Aquecimentistas escorraçam céticos todo o tempo, acusam-nos de serem iguais aos negacionistas do holocausto, de serem membros da Ku Klux Klan e de terem parte com o diabo.


Pois é. Acho injusto. Eles deveriam aceitar o rótulo de histéricos, alarmistas e etc, (já que eu penso que é o que eles são), e aceitar as conclusões não confirmadas pela maioria, já que são as conclusões me parecem as mais acertadas, ora.
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Acauan
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por Acauan »

Apáte escreveu:Acauan, poderia me explicar se há alguma relação entre Peak Oil e alarmismo aquecimentista? Um dos argumentos anti-pico é que se acreditarmos que as reservas de petróleo se aproximam do fim ajuda a manter um certo preço mínimo no petróleo. Já o alarmismo aquecimentista não vejo como pode ser do interesse dos petroleiros, que seriam dono de todas as emissoras de TV, rádio e dos grandes portais de internet. Justamente por isso aquecimento não seria divulgado como se deve (???). A não ser que o Grande Sheik Dono Mundo tiver dito: "Tudo bem, podem fazer alarmismo apocalíptico, mas em contrapartida vão ter que divulgar propaganda maometana que o petróleo está no fim." São os mesmos grupos que divulgam ambos os casos.


Acho que são duas situações diferentes, quase opostas, que confluem para um mesmo fim.

No caso do petróleo é muito fácil para governos autocráticos e experts no uso da censura como são os países árabes, Irã e Rússia garantir que os dados oficiais sobre suas reservas favoreçam as cotações. As companhias estrangeiras que operam nestes países também não reclamam se os dados oficiais aumentam seus lucros.

O fato é que as grandes reservas de petróleo do Mar do Norte e do Golfo do México são jovens, agora se fala do pré-sal e não há motivo algum razoável para se duvidar que outras bacias possam vir a ser grandes produtoras. Além do mais existe abundância de xistos betuminosos, gás natural e outros hidrocarbonetos não explorados.

A dinâmica de divulgação do aquecimento global é mais complexa. Ao contrário do que ocorre com o petróleo, controlado por tiranetes do terceiro mundo, o aquecimento global é agenda de uma miríade de associações científicas, ONG's, partidos políticos e publicações engajadas, em uma dispersão que poderia ser entendida por descentralizada e democrática, o que lhe daria confiabilidade, não fosse a quase unanimidade das opiniões e a hostilidade clara às opiniões contrárias, que levantam a suspeita de que por trás desta aparente dispersão democrática na verdade atua algum tipo de centralismo democrático, no sentido histórico da expressão.
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zumbi filosófico
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por zumbi filosófico »

Acauan escreveu:

[...] o aquecimento global é agenda de uma miríade de associações científicas, ONG's, partidos políticos e publicações engajadas, em uma dispersão que poderia ser entendida por descentralizada e democrática, o que lhe daria confiabilidade, não fosse a quase unanimidade das opiniões e a hostilidade clara às opiniões contrárias, que levantam a suspeita de que por trás desta aparente dispersão democrática na verdade atua algum tipo de centralismo democrático, no sentido histórico da expressão.


Esse mesmo padrão, se encontrado em outras áreas também deve despertar a mesma suspeita, ou é algo exclusivo quanto ao aquecimento global?

Por exemplo, a relação entre HIV e AIDS também se enquadraria numa descrição similar quanto às partes envolvidas na discussão, os jogos de interesses, e na hostilidade às opiniões contrárias -- não de completos pirados ou negadores do holocausto, mas de figuras proeminentes como Duesberg, o primeiro a descobrir um gene relacionado ao câncer; Kary Mullis, laureado com o nobel pela técnica de "ampliação" do DNA; e Lynn Margulis, que foi quem primeiro teorizou a endossimbiose, uma teoria hoje unanimemente aceita, provavelmente consta em qualquer livro de biologia básica -- entre outros.

Também calha de ser algo sobre o qual houveram muitas notícias nos anos 80, e do qual hoje se fala muito menos do que já se falou, não tendo havido nenhuma catástrofe que se esperaria ser decorrente de uma disseminação maior do vírus, como alardeado por aqueles que apontavam essa necessidade de contenção; as estimativas de incidência também foram admitidamente acima do que agora se avalia ter sido o caso; e finalmente, há infecção por HIV sem o desenvolvimento de AIDS, sendo isso a até regra em espécies próximas das quais se supõe ter vindo o vírus.
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Acauan
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por Acauan »

zumbi filosófico escreveu: Num dos posts acima uma das distorções que mencionei era justamente sobre quando um cientista falava das dificuldades de previsão dentro de um período relativamente curto como uma década.
Isso, diferentemente do que se poderia intuir, não compromete previsões em prazo mais longo (assim como a fragilidade das previsões meteorológicas de prazo ainda mais curto). Essas não são simplesmente meio como um monte de previsões meteorológicas "enfileiradas". Uma analogia, talvez não muito boa, talvez seja a diferença entre previsão de uma jogada individual num cassino, e a previsão de lucros do cassino. É na verdade muito mais difícil prever os resultados "micro" - com exceção de truques como contar as cartas, dados viciados e etc - do que o padrão "macro", que é de que a "banca sempre ganha", sem precisar de quaisquer trapaças.


Sua analogia é pior do que "não muito boa", é completamente inaplicável para o caso em questão.
Em um cassino as variáveis são poucas, conhecidas e obedecem às leis da probabilidade estatística, o que garante que quanto maior o número de repetições de um evento maior será o grau de acerto da previsão sobre seus resultados.

No clima as variáveis são potencialmente infinitas, não se sabe se as variáveis conhecidas são mais influentes que as ainda desconhecidas e as interações entre elas não necessariamente obedecem a padrões matemáticos e se obedecem estes padrões podem ser tão complexos que resulte em indeterminismo.
Eventos hoje considerados dos mais influentes no clima global, como El Niño são estudados a relativo pouco tempo, sendo que pouco depois de passarem a considerar a influência das correntes do Pacífico nas equações sobre clima, tiveram que cogitar um segundo personagem denominado La Niña, para explicar o que os primeiros modelos não conseguiam. O número de eventos influentes derivados ou correlacionados pode se estender indefinidamente.

No mais, mal sabemos o que causou as eras glaciais. Mesmo as teorias mais aceitas tem lacunas especulativas enormes. Se não sabemos o que causou as eras glaciais não é possível certeza de que uma outra não esteja a caminho, apesar das aparências.
Prá quem não lembra, ou não era nascido na época, poucas décadas atrás esta possibilidade de caminharmos para uma nova era do gelo chegou a ser cogitada por grupos de especialistas, de quem ninguém mais fala, como de regra nestas polêmicas.
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por Acauan »

zumbi filosófico escreveu: Também calha de ser algo sobre o qual houveram muitas notícias nos anos 80, e do qual hoje se fala muito menos do que já se falou, não tendo havido nenhuma catástrofe que se esperaria ser decorrente de uma disseminação maior do vírus, como alardeado por aqueles que apontavam essa necessidade de contenção; as estimativas de incidência também foram admitidamente acima do que agora se avalia ter sido o caso; e finalmente, há infecção por HIV sem o desenvolvimento de AIDS, sendo isso a até regra em espécies próximas das quais se supõe ter vindo o vírus.


Sim. AIDS é outro caso notório de manipulação de informação, cujas campanhas não forneciam os dados científicos e estatísticos conhecidos sobre a doença, mas os filtravam com o objetivo de conter discriminação aos grupos de risco e incentivar o sexo seguro.

Um exemplo claro é que nos primeiros dez anos AIDS era uma doença predominantemente de homossexuais. Nos anos 90 ampliou-se a divulgação de dados mostrando que a AIDS se disseminava entre a população hétero, mas omitiam convenientemente que esta disseminação era predominante entre mulheres heterossexuais, mais vulneráveis ao contágio.

Nenhuma campanha pública destaca o fato científico de que a concentração de HIV na mucosa vaginal é muito pequena, o que reduz muito o risco de contágio do homem em uma relação vaginal.
O grande risco reside no sexo anal, quando há microrupturas dos vasos sanguíneos.
As autoridades de saúde decidiram que a divulgação deste fato desestimularia os homens ao uso do preservativo e daria à AIDS a conotação discriminatória de doença de sodomitas, enquanto a versão oficial era que o risco se aplicava igualmente a todos.

E sim, houve alarmismo no caso da AIDS.
Embora ninguém seja estúpido para negar os riscos da disseminação da AIDS, suas probabilidades epidêmicas foram tremendamente exageradas na época, uma vez que DST's seguem padrões de disseminação muito diferentes de uma gripe.

Nota: Antes que reclamem, outras formas de transmissão, como as transfusões de sangue, foram controladas com os testes sistemáticos e hoje as ocorrências se restringem às várias possibilidades de erro clínico.




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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por Acauan »

zumbi filosófico escreveu: Se isso é ser bobo e pedante, bem, estou aberto a sugestões de como fazer os mesmos pontos, corrigindo o que me parece errado, sem parecer pedante e bobo.


O pedantismo bobo, como disse, está em achar que um gráfico decide polêmicas complexas, tanto do ponto de vista científico quanto do político.
Um gráfico exibe correlações que não necessariamente evidenciam nexo de causa e efeito entre as variáveis. Não raro a correlação é apenas circunstancial, o que em estatística é chamado correlação espúria.

Como cita com alguma frequência os criacionistas, eles são peritos na arte de exibir gráficos com as variáveis que lhes interessam enquanto omitem os gráficos com as variáveis que não lhes convém. Isto pode ser feito em qualquer discussão envolvendo dados empíricos, uma prática muito comum nas polêmicas sobre economia.

A postura mais prudente nestes casos é esperar. Tomar posição em polêmicas nas quais os dados são fornecidos justamente por quem está litigando em um dos lados é um risco intelectual que se deve evitar. O tempo, sempre ele, acaba mostrando quem é quem e o que é o que.

O buraco na camada de ozônio continua lá, tão grande ou maior do que diziam que estaria por esta época, mas os casos de cancêr não explodiram como diziam que aconteceria. Mostrar gráficos sobre produção de CFC's é bobagem pois esta era apenas uma das variáveis envolvidas no problema.
Outra, a destruição do ozônio pelas turbinas dos aviões a jato é convenientemente omitida, pois teriam que explicar porque o tráfego aéreo aumentou tremendamente nos últimos vinte anos, nenhuma iniciativa foi feita para restringi-lo visando proteger a ozonosfera e ninguém mais milita por esta causa.
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Anna
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por Anna »

Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu: Num dos posts acima uma das distorções que mencionei era justamente sobre quando um cientista falava das dificuldades de previsão dentro de um período relativamente curto como uma década.
Isso, diferentemente do que se poderia intuir, não compromete previsões em prazo mais longo (assim como a fragilidade das previsões meteorológicas de prazo ainda mais curto). Essas não são simplesmente meio como um monte de previsões meteorológicas "enfileiradas". Uma analogia, talvez não muito boa, talvez seja a diferença entre previsão de uma jogada individual num cassino, e a previsão de lucros do cassino. É na verdade muito mais difícil prever os resultados "micro" - com exceção de truques como contar as cartas, dados viciados e etc - do que o padrão "macro", que é de que a "banca sempre ganha", sem precisar de quaisquer trapaças.



Em um cassino as variáveis são poucas, conhecidas e obedecem às leis da probabilidade estatística, o que garante que quanto maior o número de repetições de um evento maior será o grau de acerto da previsão sobre seus resultados.

No clima as variáveis são potencialmente infinitas, não se sabe se as variáveis conhecidas são mais influentes que as ainda desconhecidas e as interações entre elas não necessariamente obedecem a padrões matemáticos e se obedecem estes padrões podem ser tão complexos que resulte em indeterminismo.
Eventos hoje considerados dos mais influentes no clima global, como El Niño são estudados a relativo pouco tempo, sendo que pouco depois de passarem a considerar a influência das correntes do Pacífico nas equações sobre clima, tiveram que cogitar um segundo personagem denominado La Niña, para explicar o que os primeiros modelos não conseguiam. O número de eventos influentes derivados ou correlacionados pode se estender indefinidamente.

No mais, mal sabemos o que causou as eras glaciais. Mesmo as teorias mais aceitas tem lacunas especulativas enormes. Se não sabemos o que causou as eras glaciais não é possível certeza de que uma outra não esteja a caminho, apesar das aparências.
Prá quem não lembra, ou não era nascido na época, poucas décadas atrás esta possibilidade de caminharmos para uma nova era do gelo chegou a ser cogitada por grupos de especialistas, de quem ninguém mais fala, como de regra nestas polêmicas.



Esse é um problema de toda a ciência que estuda fenômenos naturais biológicos e ambientais, históricos e estocásticos, incluindo aqui evolução.
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Anna escreveu:
Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu: Num dos posts acima uma das distorções que mencionei era justamente sobre quando um cientista falava das dificuldades de previsão dentro de um período relativamente curto como uma década.
Isso, diferentemente do que se poderia intuir, não compromete previsões em prazo mais longo (assim como a fragilidade das previsões meteorológicas de prazo ainda mais curto). Essas não são simplesmente meio como um monte de previsões meteorológicas "enfileiradas". Uma analogia, talvez não muito boa, talvez seja a diferença entre previsão de uma jogada individual num cassino, e a previsão de lucros do cassino. É na verdade muito mais difícil prever os resultados "micro" - com exceção de truques como contar as cartas, dados viciados e etc - do que o padrão "macro", que é de que a "banca sempre ganha", sem precisar de quaisquer trapaças.



Em um cassino as variáveis são poucas, conhecidas e obedecem às leis da probabilidade estatística, o que garante que quanto maior o número de repetições de um evento maior será o grau de acerto da previsão sobre seus resultados.

No clima as variáveis são potencialmente infinitas, não se sabe se as variáveis conhecidas são mais influentes que as ainda desconhecidas e as interações entre elas não necessariamente obedecem a padrões matemáticos e se obedecem estes padrões podem ser tão complexos que resulte em indeterminismo.
Eventos hoje considerados dos mais influentes no clima global, como El Niño são estudados a relativo pouco tempo, sendo que pouco depois de passarem a considerar a influência das correntes do Pacífico nas equações sobre clima, tiveram que cogitar um segundo personagem denominado La Niña, para explicar o que os primeiros modelos não conseguiam. O número de eventos influentes derivados ou correlacionados pode se estender indefinidamente.

No mais, mal sabemos o que causou as eras glaciais. Mesmo as teorias mais aceitas tem lacunas especulativas enormes. Se não sabemos o que causou as eras glaciais não é possível certeza de que uma outra não esteja a caminho, apesar das aparências.
Prá quem não lembra, ou não era nascido na época, poucas décadas atrás esta possibilidade de caminharmos para uma nova era do gelo chegou a ser cogitada por grupos de especialistas, de quem ninguém mais fala, como de regra nestas polêmicas.



Esse é um problema de toda a ciência que estuda fenômenos naturais biológicos e ambientais, históricos e estocásticos, incluindo aqui evolução.



Pois é. Eu estou sem tempo nenhum agora por conta de provas na semana que vem, mas isso que você falou é importantíssimo.

As ferramentas do calculo estocástico permitem criar modelos tratáveis para descrever sistemas complexos em biologia, economia e finanças, e metereologia, mas é preciso tomar cuidado com as conclusões passíveis de se extrair.

O que os climatólogos aquecimentistas fazem hoje é observar correlações e tendências em séries de tempo para fazer projeções de longo prazo que não são necessariamente bem justificadas.

Seria como se um biológo fizesse um modelo que observasse o aumento da altura média das pessoas nos últimos séculos (devido sobretudo a fatores nutricionais) e projetasse com isso que nos próximos 50 anos as pessoas teriam em média 2 metros e 20 centímetros de altura. (ou o mesmo poderia ser feito com dados paleontológicos "justificando" projeções de milhares ou milhões de anos para alguma variável mensurável em registros fósseis que tenha apresentado certa variação)

Aliás esse tipo de bobagem extrapolativa sempre foi comum em papers científicos de qualidade duvidosa, que procuravam ganhar notoriedade por vocalizar alguma ideologia política em voga. No auge do socialismo nos anos 30, economistas projetavam que o PIB soviético ultrapassaria o americano em poucas décadas. E a URSS era tomada como exemplo de crescimento sustentável até o fim dos anos 70, quando os problemas já estavam evidentes demais. Nos anos 70, quando o tema político mais evidente era o feminismo, diversas pesquisas mostravam que o desempenho feminino nos esportes ou no trabalho cresciam num ritmo mais acelerado que o dos homens (o que era e ainda é verdade), para que então se seguissem as projeções de que na virada do milênio elas já detivessem recordes esportivos ou salários médios maiores.

Todas essas bobagens foram proferidas por acadêmicos e algumas tiveram grande respaldo da comunidade científica e da mídia. Se o alarmismo aquecimentista for realmente justificado e nos próximos anos os dilúvios al gorianos ocorrerem, será por uma manifestação da excessão, e não da regra.

Berrar "os cientistas dizem" é uma atitude inconsequente de quem entende quase nada de ciência. Ciência não se define por opiniões manifestadas por uma maioria de cientistas, principalmente nos casos onde existem muitas variáveis envolvidas que são pouco compreendidas pelos modelos atuais.

Seria outra história se nós tivéssemos modelos climatológicos robustos, que tivessem já sido empregados em previsões de longo termo e tivessem passado nos devidos testes. Nesse caso, um consenso de cientistas diria muito mais do que no caso onde os modelos empregado são recentes e suas respectivas robusteses são pouco conhecidas, que é o caso atual. Quando se diz que existe um consenso entre físicos de a velocidade da luz no vácuo é constante se está afirmando algo muito mais relevante do que quando se diz que a maioria dos cientistas acha que o homem está esquentando a Terra. E nem por isso os modelos físicos que admitem certas variações na velocidade da luz são rechassados de cara.

Eu digo isso porque em finanças as escalas de tempo para descartar modelos muito similares são bem menores, e quase sempre se percebe que por mais sofisticados que sejam certos modelos, por mais parâmetros ajustáveis que eles admitam, todos eles são inadequados no longo prazo no que diz respeito a permitir previsões seguras o suficiente e estabelecer estratégias de cobertura otimais.
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por zumbi filosófico »

Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu: Num dos posts acima uma das distorções que mencionei era justamente sobre quando um cientista falava das dificuldades de previsão dentro de um período relativamente curto como uma década.
Isso, diferentemente do que se poderia intuir, não compromete previsões em prazo mais longo (assim como a fragilidade das previsões meteorológicas de prazo ainda mais curto). Essas não são simplesmente meio como um monte de previsões meteorológicas "enfileiradas". Uma analogia, talvez não muito boa, talvez seja a diferença entre previsão de uma jogada individual num cassino, e a previsão de lucros do cassino. É na verdade muito mais difícil prever os resultados "micro" - com exceção de truques como contar as cartas, dados viciados e etc - do que o padrão "macro", que é de que a "banca sempre ganha", sem precisar de quaisquer trapaças.


Sua analogia é pior do que "não muito boa", é completamente inaplicável para o caso em questão.
Em um cassino as variáveis são poucas, conhecidas e obedecem às leis da probabilidade estatística, o que garante que quanto maior o número de repetições de um evento maior será o grau de acerto da previsão sobre seus resultados.

No clima as variáveis são potencialmente infinitas, não se sabe se as variáveis conhecidas são mais influentes que as ainda desconhecidas e as interações entre elas não necessariamente obedecem a padrões matemáticos e se obedecem estes padrões podem ser tão complexos que resulte em indeterminismo.
Eventos hoje considerados dos mais influentes no clima global, como El Niño são estudados a relativo pouco tempo, sendo que pouco depois de passarem a considerar a influência das correntes do Pacífico nas equações sobre clima, tiveram que cogitar um segundo personagem denominado La Niña, para explicar o que os primeiros modelos não conseguiam. O número de eventos influentes derivados ou correlacionados pode se estender indefinidamente.

No mais, mal sabemos o que causou as eras glaciais. Mesmo as teorias mais aceitas tem lacunas especulativas enormes. Se não sabemos o que causou as eras glaciais não é possível certeza de que uma outra não esteja a caminho, apesar das aparências.
Prá quem não lembra, ou não era nascido na época, poucas décadas atrás esta possibilidade de caminharmos para uma nova era do gelo chegou a ser cogitada por grupos de especialistas, de quem ninguém mais fala, como de regra nestas polêmicas.


A explicação geralmente dada é algo mais ou menos nas linhas de que, ainda que as variáveis climáticas no sentido da "previsão do tempo" cotidiana para um dado local na Terra sejam muitas, em longo prazo, as pricipais variáveis determinantes da temperatura média da Terra são substancialmente menos numerosas, sendo as principais a radiação solar e o gás carbônico.

Isso não assim pensado por não ocorrer a eles a possibilidade de outras variáveis, mas sim pelo descarte das alternativas concebidas, por não se encontrar evidências de que realmente sejam significativas, ao menos especificamente como explicação para o aquecimento observado recentemente.

Os cientistas não afirmam, de qualquer modo, que não existem incertezas diversas; contudo existem variados graus de certeza e incerteza, não apenas certeza absoluta e incerteza; então mesmo com todas as ressalvas que se pode fazer sobre a incipiência desses estudos, a coisa não equivale a um palpitão, que qualquer um poderia fazer com igual valor preditivo, diferentemente do que algumas vezes é sugerido, ainda que acidentalmente, com esse tipo de ressalvas, muitas vezes colocadas como se os cientistas ignorassem completamente a complexidade envolvida nos próprios estudos, como se estivessem "viajando" e qualquer um soubesse mais do que eles.



Quanto especificamente a questão de previsões de era do gelo nos anos 70, em mensagens acima postei duas vezes sobre isso. Longe de ser algo do qual ninguém mais fala nessas polêmicas, é algo freqüentemente levantado pelos que defendem o "ceticismo", com a sugestão implícita da lógica de que, se uma vez as previsões estavam erradas, estarão erradas sempre, e então não há razão em se preocupar, podemos ignorar os confusos cientistas (ou ao menos os climatologistas, no caso), que a realidade será certamente o cenário mais favorável.

Não só essa lógica é falha e levaria ao descarte de praticamente todo conhecimento científico (criacionistas tentam usar polêmicas em biologia para sugerir a invalidade da evolução de forma bem parecida), na realidade não houve, como alardeado por algumas personalidades políticas e repetido pelos partidários, uma consenso de que caminhássemos para uma outra era do gelo.

Na verdade, apesar de ter havido resfriamento na época (e por menor atividade solar, se não me engano), a maior parte dos estudos publicados em periódicos científicos já previa o aquecimento para as próximas décadas. Não apenas isso, mas o principal artigo científico citado pelos céticos como exemplo é sobre como a temperatura pode ser resfriada por aerossóis, e que o seu aumento poderia desengatar uma nova era do gelo. Talvez até houvesse a previsão explícita de que é o que os autores do artigo supunham que fosse ocorrer, mas ainda era condicional às taxas de emissão de aerossóis, não um erro grosseiro, como geralmente sugerido, uma espécie de previsão profética de algo que iria acontecer de qualquer forma. Não sei se as conclusões gerais, de que o grau de resfriamento sugerido de fato ainda é visto como potencialmente suficiente para desengatar uma era do gelo, ainda se mantém; mas sso é de qualquer forma pouco relevante, não é o caso onde um artigo, mesmo que completamente refutado (e/ou exagerado em suas alegações), invalidaria toda a pesquisa da área.

E segundo um dos vídeos, mesmo a mídia não especializada aparentemente tinha predominantemente matérias sobre aquecimento, sendo essa polêmica mais fabricação ideologicamente motivada e aceitação crédula do que uma descrição acurada das incertezas cientificas das últimas décadas, menores do que uns tentam fazer parecer.



Se tem algo de mais relevante sobre essa questão, se não é apenas essa aparente tentativa de minar aconfiabilidade sobre essa área da ciência (acompanhado da conclusão ilógica de que o clima então provavelmente continuará mais ou menos ideal, sem razão para preocupações), eu gostaria de saber. Não acompanho tanto esse assunto todo, mas me parece que se limita a isso.





Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu: Também calha de ser algo sobre o qual houveram muitas notícias nos anos 80, e do qual hoje se fala muito menos do que já se falou, não tendo havido nenhuma catástrofe que se esperaria ser decorrente de uma disseminação maior do vírus, como alardeado por aqueles que apontavam essa necessidade de contenção; as estimativas de incidência também foram admitidamente acima do que agora se avalia ter sido o caso; e finalmente, há infecção por HIV sem o desenvolvimento de AIDS, sendo isso a até regra em espécies próximas das quais se supõe ter vindo o vírus.


Sim. AIDS é outro caso notório de manipulação de informação, cujas campanhas não forneciam os dados científicos e estatísticos conhecidos sobre a doença, mas os filtravam com o objetivo de conter discriminação aos grupos de risco e incentivar o sexo seguro.

Um exemplo claro é que nos primeiros dez anos AIDS era uma doença predominantemente de homossexuais. Nos anos 90 ampliou-se a divulgação de dados mostrando que a AIDS se disseminava entre a população hétero, mas omitiam convenientemente que esta disseminação era predominante entre mulheres heterossexuais, mais vulneráveis ao contágio.

Nenhuma campanha pública destaca o fato científico de que a concentração de HIV na mucosa vaginal é muito pequena, o que reduz muito o risco de contágio do homem em uma relação vaginal.
O grande risco reside no sexo anal, quando há microrupturas dos vasos sanguíneos.
As autoridades de saúde decidiram que a divulgação deste fato desestimularia os homens ao uso do preservativo e daria à AIDS a conotação discriminatória de doença de sodomitas, enquanto a versão oficial era que o risco se aplicava igualmente a todos.

E sim, houve alarmismo no caso da AIDS.
Embora ninguém seja estúpido para negar os riscos da disseminação da AIDS, suas probabilidades epidêmicas foram tremendamente exageradas na época, uma vez que DST's seguem padrões de disseminação muito diferentes de uma gripe.

Nota: Antes que reclamem, outras formas de transmissão, como as transfusões de sangue, foram controladas com os testes sistemáticos e hoje as ocorrências se restringem às várias possibilidades de erro clínico.






O ponto todo é que a polêmica e mesmo argumentavel histeria sobre uma coisa não faz dela fundamentalmente errada. A relação AIDS e HIV é comprovada, e novamente, a "histeria anti-histeria" é que traz pontos mais fúteis. Gostam de levantar o ponto de "doença dos homossexuais", levantando a menor possibilidade dos homens contraírem aids no sexo vaginal, não apenas ignorando que as mulheres não tem a mesma sorte no sexo heterossexual (ou mesmo homens, se for sexo anal), como ignorando as mulheres homossexuais totalmente (o grupo de menor risco), bem como negligenciando talvez o ponto principal, de que a maior parte dos homossexuais é bissexual. Ou seja, é uma política de saúde pública mais segura dizer basicamente que o risco é independente de se ser hetero ou homossexual, em vez de tentar expor todas as minúcias epidemiológicas, especialmente se vão aumentar as chances de fazer com que homossexuais "no armário" disseminem mais a doença em relações heterossexuais. E esse não é p único lado da questão, como na questão climática, há também o negacionismo pleno, motivado por ambas ideologias, pró e anti-capitalista. Como na questão climática, se colocam como céticos, vão denunciar alarmismo e fraudes, e muitas vezes acabam usando como aliados membros respeitados dentro da comunidade científica.




Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu: Se isso é ser bobo e pedante, bem, estou aberto a sugestões de como fazer os mesmos pontos, corrigindo o que me parece errado, sem parecer pedante e bobo.




O pedantismo bobo, como disse, está em achar que um gráfico decide polêmicas complexas, tanto do ponto de vista científico quanto do político.

Um gráfico exibe correlações que não necessariamente evidenciam nexo de causa e efeito entre as variáveis. Não raro a correlação é apenas circunstancial, o que em estatística é chamado correlação espúria.



Como cita com alguma frequência os criacionistas, eles são peritos na arte de exibir gráficos com as variáveis que lhes interessam enquanto omitem os gráficos com as variáveis que não lhes convém. Isto pode ser feito em qualquer discussão envolvendo dados empíricos, uma prática muito comum nas polêmicas sobre economia.



A postura mais prudente nestes casos é esperar. Tomar posição em polêmicas nas quais os dados são fornecidos justamente por quem está litigando em um dos lados é um risco intelectual que se deve evitar. O tempo, sempre ele, acaba mostrando quem é quem e o que é o que.



O buraco na camada de ozônio continua lá, tão grande ou maior do que diziam que estaria por esta época, mas os casos de cancêr não explodiram como diziam que aconteceria. Mostrar gráficos sobre produção de CFC's é bobagem pois esta era apenas uma das variáveis envolvidas no problema.

Outra, a destruição do ozônio pelas turbinas dos aviões a jato é convenientemente omitida, pois teriam que explicar porque o tráfego aéreo aumentou tremendamente nos últimos vinte anos, nenhuma iniciativa foi feita para restringi-lo visando proteger a ozonosfera e ninguém mais milita por esta causa.


A comunidade científica está perfeitamente ciente da possibilidade de existência de correlações espúrias, sendo que esses gráficos não são suspeitos disso. O gráfico das observações traz o que a vasta maioria dos estudos não refutados sugerem ser os principais fatores, enquanto o outro é sobre modelos que visam reproduzir as influências desses fatores, conforme o estudado. O primeiro caso poderia ser até ter alguma correlação espúria, mas não é o que os estudos indicam, e o segundo no máximo mais tautológico do que exatamente espúrio, se negligenciassem um hipotético misterioso fator ou soma de fatores que realmente determinam tudo enquanto passa(m) completamente desapercebido por todos. Não digo que não é uma possibilidade em hipótese alguma, só não é o que parece ser mais provável.

De fato a postura mais prudente é esperar, mas não acho exatamente sadio o "ceticismo" exagerado, geralmente ideologicamente motivado, que é comum ver nesse e em outros assuntos citados. Também penso que essas especulações vagas, superficiais e não devidamente informadas como as que feitas sobre a questão da camada de ozônio, subestimam e caricaturam a pesquisa científica.

A militância ou sua ausência é um processo social praticamente independente do conhecimento e da pesquisa científica, é influenciado por ela, possivelmente influente sobre ela, mas essa influência ou sobreposição me parece muito exagerada, e ironicamente, exagerada justamente pela militância antagônica da causa em questão. Por exemplo (além de quase tudo que é comumente citado como controverso nessa área), um dos e-mails roubados recentemente, e completamente negligenciado, era uma reclamação do diretor do CRU quanto a distorções que julgava ser um desserviço, enviado não a alguma entidade de céticos, mas a uma ONG ou grupo que fazia um abaixo-assinado em favor de restrições mais fortes nas emissões de carbono. É algo que passa uma imagem dos cientistas como bem mais imparciais, diferentes dos pilantras como estão sendo retratados, mas as chances são de que você não verá muitos como o Olavo de Carvalho, Júlio Severo, Diogo Mainardi, ou qualquer comentarista ou personalidade política de ideologia similar no país ou fora dele chamando atenção para esse e-mail (nem para muitos mais dos milhares dos treze anos de e-mails roubados com debate científico trivial e mais difícil de distorcer).
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zumbi filosófico
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por zumbi filosófico »

Queria saber mais sobre essa da pesquisa científica na área ser só um monte de extrapolações imbecis. Sendo que seria essencialmente só continuar traçando um linha no mesmo padrão médio da tendência recente, a atribuição ao CO2 seria então mero dogma? É o que parece sugerir essa lógica, pois a mera extrapolação não faz qualquer discernimento de causa, pelo que pude entender.
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Anna
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por Anna »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Anna escreveu:
Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu: Num dos posts acima uma das distorções que mencionei era justamente sobre quando um cientista falava das dificuldades de previsão dentro de um período relativamente curto como uma década.
Isso, diferentemente do que se poderia intuir, não compromete previsões em prazo mais longo (assim como a fragilidade das previsões meteorológicas de prazo ainda mais curto). Essas não são simplesmente meio como um monte de previsões meteorológicas "enfileiradas". Uma analogia, talvez não muito boa, talvez seja a diferença entre previsão de uma jogada individual num cassino, e a previsão de lucros do cassino. É na verdade muito mais difícil prever os resultados "micro" - com exceção de truques como contar as cartas, dados viciados e etc - do que o padrão "macro", que é de que a "banca sempre ganha", sem precisar de quaisquer trapaças.



Em um cassino as variáveis são poucas, conhecidas e obedecem às leis da probabilidade estatística, o que garante que quanto maior o número de repetições de um evento maior será o grau de acerto da previsão sobre seus resultados.

No clima as variáveis são potencialmente infinitas, não se sabe se as variáveis conhecidas são mais influentes que as ainda desconhecidas e as interações entre elas não necessariamente obedecem a padrões matemáticos e se obedecem estes padrões podem ser tão complexos que resulte em indeterminismo.
Eventos hoje considerados dos mais influentes no clima global, como El Niño são estudados a relativo pouco tempo, sendo que pouco depois de passarem a considerar a influência das correntes do Pacífico nas equações sobre clima, tiveram que cogitar um segundo personagem denominado La Niña, para explicar o que os primeiros modelos não conseguiam. O número de eventos influentes derivados ou correlacionados pode se estender indefinidamente.

No mais, mal sabemos o que causou as eras glaciais. Mesmo as teorias mais aceitas tem lacunas especulativas enormes. Se não sabemos o que causou as eras glaciais não é possível certeza de que uma outra não esteja a caminho, apesar das aparências.
Prá quem não lembra, ou não era nascido na época, poucas décadas atrás esta possibilidade de caminharmos para uma nova era do gelo chegou a ser cogitada por grupos de especialistas, de quem ninguém mais fala, como de regra nestas polêmicas.



Esse é um problema de toda a ciência que estuda fenômenos naturais biológicos e ambientais, históricos e estocásticos, incluindo aqui evolução.



Pois é. Eu estou sem tempo nenhum agora por conta de provas na semana que vem, mas isso que você falou é importantíssimo.

As ferramentas do calculo estocástico permitem criar modelos tratáveis para descrever sistemas complexos em biologia, economia e finanças, e metereologia, mas é preciso tomar cuidado com as conclusões passíveis de se extrair.

O que os climatólogos aquecimentistas fazem hoje é observar correlações e tendências em séries de tempo para fazer projeções de longo prazo que não são necessariamente bem justificadas.

Seria como se um biológo fizesse um modelo que observasse o aumento da altura média das pessoas nos últimos séculos (devido sobretudo a fatores nutricionais) e projetasse com isso que nos próximos 50 anos as pessoas teriam em média 2 metros e 20 centímetros de altura. (ou o mesmo poderia ser feito com dados paleontológicos "justificando" projeções de milhares ou milhões de anos para alguma variável mensurável em registros fósseis que tenha apresentado certa variação)

Aliás esse tipo de bobagem extrapolativa sempre foi comum em papers científicos de qualidade duvidosa, que procuravam ganhar notoriedade por vocalizar alguma ideologia política em voga. No auge do socialismo nos anos 30, economistas projetavam que o PIB soviético ultrapassaria o americano em poucas décadas. E a URSS era tomada como exemplo de crescimento sustentável até o fim dos anos 70, quando os problemas já estavam evidentes demais. Nos anos 70, quando o tema político mais evidente era o feminismo, diversas pesquisas mostravam que o desempenho feminino nos esportes ou no trabalho cresciam num ritmo mais acelerado que o dos homens (o que era e ainda é verdade), para que então se seguissem as projeções de que na virada do milênio elas já detivessem recordes esportivos ou salários médios maiores.

Todas essas bobagens foram proferidas por acadêmicos e algumas tiveram grande respaldo da comunidade científica e da mídia. Se o alarmismo aquecimentista for realmente justificado e nos próximos anos os dilúvios al gorianos ocorrerem, será por uma manifestação da excessão, e não da regra.

Berrar "os cientistas dizem" é uma atitude inconsequente de quem entende quase nada de ciência. Ciência não se define por opiniões manifestadas por uma maioria de cientistas, principalmente nos casos onde existem muitas variáveis envolvidas que são pouco compreendidas pelos modelos atuais.

Seria outra história se nós tivéssemos modelos climatológicos robustos, que tivessem já sido empregados em previsões de longo termo e tivessem passado nos devidos testes. Nesse caso, um consenso de cientistas diria muito mais do que no caso onde os modelos empregado são recentes e suas respectivas robusteses são pouco conhecidas, que é o caso atual. Quando se diz que existe um consenso entre físicos de a velocidade da luz no vácuo é constante se está afirmando algo muito mais relevante do que quando se diz que a maioria dos cientistas acha que o homem está esquentando a Terra. E nem por isso os modelos físicos que admitem certas variações na velocidade da luz são rechassados de cara.

Eu digo isso porque em finanças as escalas de tempo para descartar modelos muito similares são bem menores, e quase sempre se percebe que por mais sofisticados que sejam certos modelos, por mais parâmetros ajustáveis que eles admitam, todos eles são inadequados no longo prazo no que diz respeito a permitir previsões seguras o suficiente e estabelecer estratégias de cobertura otimais.



Et também estou sem tempo pra discussões aprofundadas, preciso submeter três artigos antes do fim do ano. Mas enfins...

Cabeção, não importa. Na minha área, seja em cladística (modelos de evolução e relação de parentescos entre espéies) ou modelos biogeográficos (modelos das relações entre áreas a partir da distribuição dos organismos) ou ecologia (análises evolutivas e ecológicas utilizaqndo variáveis ambientais), ou evolução pura, como modelos sugeridos para hipotetizar evolução e links entre os seres vivos, lidamos com o fatores históricos e temporais, variáveis ambientais, e tudo o que Acauan, e também, você citou anteriormente.

Qualquer argumento ceticista, para qualquer área da ciência acima, assim como o que vc citou, é aplicável. Assim criacionistas, e outros céticos da evolução e modelos evolutivos e ecológicos podem ter suas razões, ainda que vocês riam deles.
Isso que gostaria que os não cientistas entendessem, não se pode pisar e viver com dois pesos e duas medidas.

A ciência não é feita de certeza absolutistas, mas de questões e testes. Sobrevivem as hipóteses que resistem aos testes em escala temporal. E nenhum modelo é perfeito, nem mesmo os que ingenuamente todos aqui defedem. Portanto, o exercício do critério e do pensamento equilibrado para com aquilo que atacamos ou defendemos deve ser constate. Nenhum cético deseja ser ambuigo e não fazer sentido.

O importante é saber que, assim como hipotetizamos e teorizamos, a partir de evidências, que há um processo evolutivo, ou que as relações entre o organismos, e entre esses e o meio afetam o planeta em escala fina e ampla, teorizamos os motivos do aquecimento planetário, efreitosemissão de gases e sequestro de carbono e suas implicações presente e futura. Os cientístas estão seriamente estudando isso, os manipuladores da informação estão se aproveitando para ganhar dinheiro, enquanto a turbase apressa em defender lados daquilo que sequer entende ao certo como funciona.
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

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user f.k.a. Cabeção
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


Exatamente Anna.

O trading financeiro e uma das areas onde o aparente conhecimento cientifico preditivo gera mais desastres.

Eu recomendo os dois livros excelentes de Nicholas Nassim Taleb, Fooled by Randomness e The Black Swam.
Esses livros nao sao livros tecnicos, mas algum background em matematica e estatistica ajuda a compreender os argumentos que ele faz explicando as presepadas que estatisticos costumam fazer quando se propoe a interpretar seus resultados alem da conta.

Alem disso, sao livros altamente recomendaveis para ceticos, pois eles realmente apresentam o que deve ser um ponto de vista cetico fundamentado filosoficamente. O autor e um popperiano fanatico.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem

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Acauan
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Re: A mãe de todas as fraudes

Mensagem por Acauan »

Putz, o post acima responde outro postado exatamente um ano antes.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Trancado