Acauan escreveu:Gandhi entendia o sistema de castas como parte da identidade nacional da India e fundamentada em sua tradição religiosa, logo evitava confrontá-la de frente.
Por outro lado, moveu uma campanha de, digamos, flexibilização, do sistema a partir do próprio exemplo: Gandhi limpava latrina, o que era considerado função exclusiva dos intocáveis (párias) e impuras para membros de castas superiores.
Para os ocidentais isto parece muito pouco, mas teve profundo significado simbólico para a mentalidade indiana da época.
Gandhi tinha lá seus problemas, em "Esta Noite a Liberdade", de Dominique Lapierre e Larry Collins, os autores sugerem de modo implícito que no fim da vida Gandhi estaria mais interessado em promover a própria santidade.
Mesmo assim é profundamente injusto chamá-lo de racista. Nada em sua biografia permite tal acusação, ainda que considerados alguns deslizes tomados de sua estada na África do Sul, dadas as circunstâncias de local e época.
Obvio.
Apesar de não s epdoer cair no ridículo da "absoluta relativização", não se pode cair no erro oposto.
Também é absurdo pensar que existem modelos perfeitos.
Admiro muito a maioria das posições éticas do Gandhi, mas admiro sobretudo a sua visão política das coisas.
Penso que só teve sucesso, precisamente por não ignorar a dimensão política do homem.
Acredito também que tenha resistido à tentação da "auto-sublimação", mas enfim, chega a ser desculpável.
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)