Res Cogitans escreveu:Eles ainda sacanearam, ela usava uma espécide de bengala de bambu.
Isto também estranhei um pouco. Um lance bem supersticioso, mas seilá.
Res Cogitans escreveu:Eles ainda sacanearam, ela usava uma espécide de bengala de bambu.
Apáte escreveu:Se esse programa foi por volta de 70, já se passaram uns 37 anos. Se a menina tinha por volta de uns 9 (?) anos naquela época, hoje ela tem por volta de 46. Me disseram que no Pânico ela tava bem coroa...
Jack Torrance escreveu:Apáte escreveu:Se esse programa foi por volta de 70, já se passaram uns 37 anos. Se a menina tinha por volta de uns 9 (?) anos naquela época, hoje ela tem por volta de 46. Me disseram que no Pânico ela tava bem coroa...
Pelo que sei, o programa é de 1972 e a menina tinha 12 anos.
Apáte escreveu:Antes a censura era estatal, hoje é privada.
betossantana escreveu:Apáte escreveu:Antes a censura era estatal, hoje é privada.
Censura "privada"? QUE censura "privada"? Se eu não me engano, aquele conselho cheio de velhas babacas que classificam os filmes nos cinemas e os programas nas TVs é ligado ao governo federal.
BAIXARIA & ELITE
Eugênio Bucci
"A baixaria da elite na TV", copyright Jornal do Brasil, 1/07/01
"O Brasil virou um país cuja elite é ignara. A nossa classe A econômica é a nossa classe Y cultural. O atestado está na TV. A baixaria de que tanto reclamamos não é o retrato das predileções do populacho, mas o retrato do que vai na cabeça dos executivos da televisão. Eles dizem que é o povo que quer a sujeira. Mentira. Quem quer aquilo são eles, pois aquilo é tudo o que conseguem oferecer. Alguém aí quer dar um jeito na televisão brasileira? É fácil: demitam todos os que ganham mais de R$ 60 mil por mês.
Piadas à parte (piadas verdadeiras), o problema não está no gosto do povo, nas no despreparo da elite. A pobreza de espírito não é do pobre. Há mais complexidade em uma única estrofe da literatura de cordel do que em 200 horas de workshop com powerpoint e relatórios sigilosos de bancos de investimento sobre os meios de comunicação. Há mais sabedoria num rodopio de hip-hop em praça pública do que no frenesi dos financistas mediáticos.
Ai, que preguiça.
A baixaria televisiva se explica em função de movimentos de mercado. Surgiu como um efeito da disputa do telespectador ao menor custo. Sua origem está associada ao declínio da audiência da Rede Globo (minuciosamente descrito em A deusa ferida: por que a Globo não é mais a campeã absoluta de audiência, de Gabriel Priolli e Sílvia Borelli, da Summus Editorial). Acuada, a vênus perdeu a compostura e entrou na briga como uma qualquer. O padrão globo de qualidade cedeu lugar à corrida do abjeto. Antes, a Globo reinava como âncora do bom gosto nacional e, embora Barthes dissesse (com toda a razão) que o bom gosto nada mais é que a estética pequeno-burguesa, aquele velho padrão Globo de qualidade era muito mais confortável aos nossos olhos (pequeno-burgueses, naturalmente). Nenhuma novela tinha interruptor na parede, nenhum programa tinha gente subnutrida, o Brasil era perfumado como o olhar maroto de Sônia Braga, cibernético e aristocrático como as silhuetas das namoradas do Hans Donner na abertura do Fantástico.
Hoje é isso aí: Faustão versus Gugu. Menos falsificado, por certo. Mas muito mais feio. Sim, eu sei que existem coisas como Brava gente, A grande família e Os normais, e sei que são coisas ótimas, que eu também não perco, mas o conjunto da TV reduz-se a um imenso Faustão-versus-Gugu. A competição, em vez de diferenciar, igualou as emissoras pelo que elas têm de mais baixo. Economia extrativista.
A que tudo isso serve? À cultura? À educação? À informação? Por favor. Isso serve apenas ao dinheiro - e ao dinheiro mais imediatista que pode haver. A baixaria impera não porque seja o único jeito de atrair o grande público, mas por ser o jeito mais barato. Dizem que ela atrai somente ‘as classes pobres’. É mentira. Como a pornografia, ela junta curiosos de todo tipo, sempre de passagem. Baixos instintos não têm classe social nem compromisso duradouro. Quem mais perde com isso é a própria TV. Os efeitos colaterais da vulgaridade vão da destruição da credibilidade à corrosão das estratégias (mesmo comerciais) de longo prazo. É um caminho de riscos muito altos. Nem toda atração apelativa é sucesso. Há muita vulgaridade que fracassa (a maioria, aliás), do mesmo modo que há programas de alta qualidade que são enormes sucessos de públicos.
Então você pergunta: se a qualidade pode dar certo, por que as emissoras investem no apelativo e no sensacionalismo? Porque é mais fácil, mais rápido, mais barato: requisitos básicos para a competitividade de curto prazo. Porque, enfim, é a lógica do mercado. O que é péssimo para a televisão. A prevalecerem os imperativos do mercado imediatista, a televisão perderá seu lugar de principal mediador do espaço público no Brasil. Aí a gente fala em controle social da televisão e os diletantes assumem ares de indignação: ‘Oh, não, isso é censura!’.
Ai, que preguiça.
A censura - será que os diletantes não vêem? - já está aí, há muito tempo, instalada dentro da TV. A censura de TV no Brasil nunca morreu, ela foi apenas privatizada. Tornou-se uma prerrogativa dos donos das emissoras (não estamos falando aqui da edição dos telejornais - editar é sempre selecionar fatos e informação -, mas de veto mesmo, de censura no duro). É uma notícia relevante que não vai ao ar porque interessa ao público mas não interessa ao acionista. É a atriz bonitinha que não pode ser ironizada no programa humorístico porque o dono não deixa. Ora, isso só acontece porque a televisão não passa por nenhum controle social.
Falar em controle social da televisão é, para começar, combater a censura privatizada. Além disso, controle social não se confunde com nenhum regime de filtragem prévia dos programas. Ele, ao contrário, garante a liberdade de expressão e, ao mesmo tempo, promove a responsabilização dos dirigentes da TV por aquilo que veiculam. Eles passam a ter de prestar contas. Ofenderam a dignidade de uma etnia? Expuseram uma criança a uma situação vexatória num programa ao vivo? Deixaram de exibir o programa educativo que é obrigatório? Deixaram de noticiar um fato relevante? Que respondam por isso, perante um organismo público, legalmente constituído, com poderes para fiscalizar e recomendar sanções (previstas em lei).
Organismos assim existem nos países democráticos. No Brasil, não. Aqui, as concessões de TV (com duração de 15 anos) são outorgadas e depois esquecidas. Não há exame periódico dos programas veiculados para avaliar se eles correspondem ao que os termos da concessão exigem, não há instâncias para as quais o público possa enviar reclamações. As emissoras de TV são capitanias hereditárias acima da lei, existem como um poder acima dos outros poderes. Agora: se houvesse um organismo de fiscalização, as coisas talvez fossem diferentes.
Sonho distante? Nem tanto. Está aí um projeto de lei sobre os serviços de radiodifusão, que o Ministério das Comunicações pretende encaminhar ao Congresso em agosto. É tímido, conciliador, mas tem o mérito de levantar o tema e de ser uma proposta aberta ao debate. Quem quiser pode ir ao site do Ministério (http://www.mc.gov.br), ler o projeto e opinar sobre cada artigo. O site recolhe sugestões e críticas. O projeto chega até a propor um Conselho Nacional de Comunicação, embora com poucos poderes e circunscrito ao Ministério das Comunicações (um conselho, portanto, de alcance bem menor do que aquele que foi previsto na Constituição de 88 e que nunca foi implantado). Não é muito, enfim, mas é um princípio.
Só o surgimento de mecanismos públicos de controle pode livrar a TV da tirania do mercado imediatista. Melhorar a TV, parece incrível, é uma tarefa também do público. Ele que se faça notar. Ele que faça ver que é ele quem manda. Não apenas como consumidor, mas como titular de direitos, como proprietário primeiro dos canais que são concedidos às empresas para a exploração comercial. É em nome do cidadão que o poder público concede os canais. O controle social, portanto, nada mais é que o controle da TV pelo verdadeiro dono da TV. Nada mais justo e, neste momento, nada mais profilático."
Expuseram uma criança a uma situação vexatória num programa ao vivo?
Res Cogitans escreveu:Samael escreveu:Apáte escreveu:Todo dia eu ouço uma lenda de como foi a vida da menina que disse isso. Alguém sabe alguma coisa?
O Vesgo se embutucou no interior de minas pra entrevistar a dita cuja. Foi hilário.
Porra Sama, é auto-evidente que aquela não era a garota. Eles ainda sacanearam, ela usava uma espécide de bengala de bambu.
fizeram o mesmo com o garoto que levou beliscão da Xuxa, mostram o video do garoto depois pegam um adulto parecido.
Apáte escreveu:A censura - será que os diletantes não vêem? - já está aí, há muito tempo, instalada dentro da TV. A censura de TV no Brasil nunca morreu, ela foi apenas privatizada. Tornou-se uma prerrogativa dos donos das emissoras (não estamos falando aqui da edição dos telejornais - editar é sempre selecionar fatos e informação -, mas de veto mesmo, de censura no duro). É uma notícia relevante que não vai ao ar porque interessa ao público mas não interessa ao acionista. É a atriz bonitinha que não pode ser ironizada no programa humorístico porque o dono não deixa. Ora, isso só acontece porque a televisão não passa por nenhum controle social.