Suyndara,
Em post anterior, eu deixei minhas colocações sobre uma crítica sua acerca da Tese do Pesquisador Alexander Moreira de Almeida, sob análise. Creio que Você não viu e por isso repito agora as partes principais :
Benetton escreveu:Suyndara escreveu: Não há como detectar se a amostra foi mesma aleatória, os parâmetros do grupo controle não foram bem estabelecidos e não se sabe se o pesquisador é imparcial ou não...
Afinal, não há confiabilidade científica em um trabalho que assume uma hipótese não comprovada à priori![]()
[]s
Suyndara, Você tem alguma formação na área Médica?
Conhece a experiência e os critérios de aprovação de uma tese de Doutorado pela Banca Examinadora da USP, a Universidade mais qualificada e conceituada desse País?
Certificou-se dos métodos utilizados pela Banca para averiguar os parâmetros de controle da pesquisa sob análise e quais foram os programas que regularam previamente uma série de operações que se devem realizar, apontando erros evitáveis, em vista de um resultado determinado visando atestar a confiabilidade científica dessa Tese de Doutorado?
Você diz : "...Não há como detectar se a amostra foi mesma aleatória..."
Você leu mesmo a Tese? Vamos à parte que interessa do Trabalho em pauta :
Fenomenologia das experiências
mediúnicas, perfil e psicopatologia de
médiuns espíritas
Métodos : 115 médiuns em atividade foram selecionados aleatoriamente de centros espíritas de São Paulo. Numa primeira etapa foram aplicados os questionários: sociodemográfico e de atividade mediúnica, SRQ (Self-Report Psychiatric Screening Questionnaire) e EAS (Escala de Adequação Social). Todos os médiuns com provável psicopatologia pelo SRQ (n=12) e o mesmo número de controles foram entrevistados com base no DDIS (Dissociative Disorders Interview Schedule), SCAN (Schedules for Clinical Assessment in Neuropsychiatry) e através de uma entrevista qualitativa.
Das trinta e oito Sociedades Espíritas ( S.E ) existentes nas Zonas Urbanísticas de São Paulo, 10 foram selecionadas. Veja os critérios retirados da Tese :
"Na ocasião, estavam representados 154 SE. O pesquisador fez uma breve explicação dos objetivos do estudo e distribuiu uma ficha de cadastro para os SE da Grande São Paulo interessados em colaborar. De um universo de 88 SE filiados à AEE na Grande São Paulo, 31 SE se cadastraram, sendo 15 da cidade de São Paulo e 16 do Grande ABC.
Devido ao expressivo número de adesões e devido à maior facilidade geográfica, foram selecionados apenas os SE da capital. Cada SE inscrito recebeu um número e, por SORTEIO através de uma tabela de números aleatórios, foram sendo selecionados para a realização da pesquisa de campo. Tal procedimento foi realizado até a obtenção do número desejado de médiuns. Neste processo, foram selecionados 10 SE" : ( Destaques meus ).

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Você continua : "...os parâmetros do grupo controle não foram bem estabelecidos..."
Baseado em que você afirma isso? Leia :
"A entrevista estruturada de respostas abertas foi incluída para obter algumas informações detalhadas dos médiuns em estudo, utilizando-se de metodologia qualitativa. A metodologia qualitativa foi incluída para permitir investigar em profundidade questões relativas aos contextos de surgimento dos primeiros sinais de mediunidade e do diagnóstico de que possuíam mediunidade (Creswell, 1998).
Além dos contextos, foi enfatizado ao médium que este deveria buscar descrever o que efetivamente sentia durante as suas vivências mediúnicas (no início, quando do diagnóstico e atualmente). Para as vivências mediúnicas atuais, pediu-se que listasse as modalidades mediúnicas que possuía e fizesse uma descrição fenomenológica de cada uma delas.
As respostas foram anotadas pelo pesquisador durante as entrevistas. Ao término de cada resposta, o examinador lia a descrição fornecida e pedia a confirmação ou correção destas informações por parte do médium.
Para a análise dos dados qualitativos, inicialmente procedeu-se a uma “leitura exploratória” de todas as respostas para tomar contato com o material obtido e iniciar a formulação das primeiras hipóteses. Em seguida, procedeu-se à “preparação do material” buscando identificar palavras-chave e idéias centrais nos relatos sobre as descrições das características do contexto ou da vivência em questão. Tal etapa possibilitou a categorização das informações de modo a identificar os diversos padrões de resposta dos médiuns. Posteriormente, procedeu-se ao “tratamento dos resultados”, submetendo os dados brutos a operações simples como freqüências absolutas e relativas, destacando as informações obtidas. A partir daí, foram feitas inferências, interpretações e hipóteses em relação ao tema investigado, conforme sugerido por Bryman e Burgess (1992), Minayo (1993) e Patton (1990). Relatos dos entrevistados são transcritos no item Resultados e são destacados em itálico, permitindo uma ilustração dos achados."
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Além de tudo, Você afirma : "É isso, infelizmente os médiuns são cagões demais para aceitarem um experimento científico de fato, a não ser esses experimentos FORJADOS como a tese citada no tópico...
Que pena!"
Que pena? Que pena que você realmente não leu um segmento da Tese que REFUTA CATEGORICAMENTE isso. Vejamos :
"Um agradecimento especial à Aliança Espírita Evangélica na pessoa de seu diretor Eduardo Miyashiro e de todos os médiuns que voluntariamente participaram da pesquisa. A boa vontade e cordialidade com que fomos recebidos mostram ser possível o trabalho colaborativo entre entidades religiosas e científicas para o desenvolvimento do conhecimento e do bem estar humanos."
E repito aqui o relato acerca da participação e boa-vontade dos médiuns e Sociedades Espíritas em quererem colaborar com as pesquisas :
"Na ocasião, estavam representados 154 SE. O pesquisador fez uma breve explicação dos objetivos do estudo e distribuiu uma ficha de cadastro para os SE da Grande São Paulo interessados em colaborar. De um universo de 88 SE filiados à AEE na Grande São Paulo, 31 SE se cadastraram, sendo 15 da cidade de São Paulo e 16 do Grande ABC.
Devido ao expressivo número de adesões e devido à maior facilidade geográfica, foram selecionados apenas os SE da capital. Cada SE inscrito recebeu um número e, por sorteio através de uma tabela de números aleatórios, foram sendo selecionados para a realização da pesquisa de campo. Tal procedimento foi realizado até a obtenção do número desejado De médiuns. Neste processo, foram selecionados 10 SE.
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E ainda é dito por você : "...esses experimentos FORJADOS como a tese citada no tópico..."
Forjado? Em que base essa sua premissa teria respaldo? Leia um dos vários parágrafos acerca dos critérios adotados para dar corpo e sustentabilidade científica das análises :
"Os dados foram digitados e analisados no programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) 10.0 for Windows. Primeiro procedeu-se a uma análise descritiva. Quando pertinente, as médias foram apresentadas no formato: média ± desvio padrão (DP). Posteriormente, os seguintes testes estatísticos foram empregados: Teste t para amostras independentes (para comparar médias), Qui-Quadrado para variáveis categóricas e o teste de significância de Pearson para coeficientes de correlação.
Um resultado de teste foi considerado estatisticamente significativo quando p < 0,05. Foi realizado tratamento para pontos extremos utilizando o diagrama de Tuckey, ou Box-Plot.
O banco de dados com os resultados da EAS nos médiuns foi comparado com os 34 sujeitos sem psicopatologia já descritos. As variâncias dos grupos foram comparadas através do teste de igualdade de variâncias de Levene. As médias dos escores das variáveis da EAS foram comparadas através do teste t para amostras independentes quando não se rejeitou a hipótese de igualdade de variâncias entre grupos através do teste de Levene para uma dada variável da EAS. Quando essa hipótese foi violada, uma aproximação do teste t (teste t de Welsch) foi utilizada."
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Se, ao invés de ficar procurando justificativas para combater algo que os incomoda, e realmente procurassem a verdade em toda um estudo que visa atestar a autenticidade e condições psicológicas de pessoas envolvidas com a mediunidade, "determinados indivíduos" poderiam ser considerados críticos mais autênticos e com legítimas credenciais para o Juízo e discernimento entre o que é verdadeiro e falso nos critérios adotados em um exaustivo Trabalho de Doutorado, cujos pré-requisitos são atingidos por uma parcela ínfima da população. Quando tomamos a tarefa de censurar o trabalho de alguém, devemos primeiro provar que somos dignos de crédito para tal empreendimento.
“ O verdadeiro crítico deve provar não somente erudição, mas um saber profundo no que concerne ao objeto que trate, promovendo um julgamento sadio e com uma imparcialidade a toda prova. Do contrário, qualquer sanfoneiro poderia se arrogar o direito de julgar Mozart, ou um pintor de paredes, o de censurar Van Gogh.”