Testando a Ética dos Foristas
Re.: Testando a Ética dos Foristas
isso é obviamente bem complicado. não são as pessoas que devem arcar com essa decisão. pois indubitavelmente o lado sentimental falará mais alto. há leis exatamente para isso. que as pessoas não usem seu poder coercitivo para influenciar no sistema de saúde público. já se falando em negociar órgãos por fora, de quem "herda diretamente" o órgão para quem "precisa", a discussão já toma outro rumo, e talvez não considero tão anti-ético.
e com certeza eu burlaria. e acharia também justo se eu fosse punido por isso. (assim como se alguém estuprasse minha esposa e matasse meus filhos, eu poderia mata-lo num momento de fúria, mas acho justo que também seja punido por isso)
e com certeza eu burlaria. e acharia também justo se eu fosse punido por isso. (assim como se alguém estuprasse minha esposa e matasse meus filhos, eu poderia mata-lo num momento de fúria, mas acho justo que também seja punido por isso)
Re: Re.: Testando a Ética dos Foristas
Samael escreveu:Edson Jr escreveu:Samael escreveu:Burlaria o sistema.
Vc faria isso numa boa, mesmo que implicasse no sacrifício do filho de uma outra pessoa, provavelmente mais pobre?
Você me conhece bem e sabe que não, Edson. Mas existem situações em que sentimentos se colocam acima de qualquer valor ético.
A vida de um filho é uma delas, ao menos para mim.
Sim, vc é uma pessoa humana. Sei que haveria um conflito. E vc está, ao meu ver, certo. Quem pensa diferente tb está certo. Sinceramente, essa questão me parece ser daquelas que não parece ser possível saber qual seria a decisão mais correta.
Mas o que me incomoda é quando tento me colocar no lugar do pobre. E, pior, é não ver como poderia ser diferente. Parece que o rico, por ter maior poder e influência, sempre levará esmagadora vantagem!

Re: Re.: Testando a Ética dos Foristas
Apocaliptica escreveu:E se o seu filho branco pobre não conseguisse entrar na universidade porque um negro pobre pegou a vaga dele por causa de uma política de cotas? Daí vale?
Pois é. Que o povo vote em governantes menos populistas e menos corruptos. Enquanto o povo pobre bota lá em cima quem eles acreditam que é bonzinho, e que na verdade está ferrando com eles, eu continuo usando a minha arma para salvar a pele DO MEU FILHO.
Realmente tá tudo errado neste país, mas existem injustiças que parecem não haver solução, como as que envolvem fortes sentimentos e relações bastantes apegadas.
Quanto ao sistema de cotas, existe uma possibilidade ainda pior: É a do branco pobre perder a vaga para um negro rico. Já pensou?

Benetton escreveu:Refletindo mais a respeito e, para aliviar minha consciência, eu burlaria, mas já que hipoteticamente eu tenho mais recursos, daria condições aos primeiros da fila ( digamos, uns 5 primeiros ) para que eles tivessem os melhores tratamentos hospitalares visando assegurar, pelo maior tempo possível, as suas vidas e assim terem maiores possibilidades de também receberem o transplante de coração. Não sei se isso vale, mas senti que, se Eu me deparasse com uma realidade assim, provalvelmente era isso que Eu faria.
Eu já ouvi uma pessoa dizer que muitos ricos ajudam os pobres por causa de um sentimento de culpa adjacente.
Faz sentido...
Re.: Testando a Ética dos Foristas
Boa pergunta, não tenho filhos mas mesmo assim não sei o que eu faria, é muito provável que eu acabasse burlando o sistema mas só na hora pro camarada saber, a consciência ia doer pra caramba se eu fizesse.
Tudo é vaidade e correr atrás do vento
Re: Re.: Testando a Ética dos Foristas
Edson Jr escreveu:Apocaliptica escreveu:E se o seu filho branco pobre não conseguisse entrar na universidade porque um negro pobre pegou a vaga dele por causa de uma política de cotas? Daí vale?
Pois é. Que o povo vote em governantes menos populistas e menos corruptos. Enquanto o povo pobre bota lá em cima quem eles acreditam que é bonzinho, e que na verdade está ferrando com eles, eu continuo usando a minha arma para salvar a pele DO MEU FILHO.
Realmente tá tudo errado neste país, mas existem injustiças que parecem não haver solução, como as que envolvem fortes sentimentos e relações bastantes apegadas.
Quanto ao sistema de cotas, existe uma possibilidade ainda pior: É a do branco pobre perder a vaga para um negro rico. Já pensou?
Sim, já pensei. Por isto estas coisas são absurdas na sua gênese.
Re: Re.: Testando a Ética dos Foristas
Minuteman escreveu:Boa pergunta, não tenho filhos mas mesmo assim não sei o que eu faria, é muito provável que eu acabasse burlando o sistema mas só na hora pro camarada saber, a consciência ia doer pra caramba se eu fizesse.
Pode ter certeza que doeria muito mais se você não fizesse.
Re: Re.: Testando a Ética dos Foristas
Usuário deletado escreveu:Assim como Sócrates não quis fugir para que o sistema da polis grega não desmoronasse eu não burlaria para que eu não constribuísse com o desmoronamento das instituições do país.
Do nosso país?????????????????






























(HNT) ויאמר אלי אחד מן־הזקנים אל־תבכה הנה נצח האריה אשר הוא משבט Rev 5:5
http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?t=13986
http://rv.cnt.br/viewtopic.php?t=14653
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Re: Re.: Testando a Ética dos Foristas
Apocaliptica escreveu:Não, não percebo...¬¬
E sabe quem vai mudar isto no Brasil? Ninguém. Muito menos eu, deixando meu filho morrer. So sorry...
Você tem filhos?
Funciona assim esse "ciclo vicioso": o sistema é corrupto porque é composto de pessoas corruptas. Todos fazemos parte do sistema. Logo, quando o burlamos, estamos contribuindo para que ele continue assim. Aí as pessoas (que tem grana) burlam, e usam a justificativa que o "sistema está errado", quando na verdade elas próprias são o sistema.
Ainda: baseado em que uma pessoa que viu seu filho morrer esperando por um órgão (porque alguém burlou o sistema e entrou na sua frente) pode reclamar sendo que ela faria o mesmo?
Não, não tenho filhos. Porém, caso queiras usar o argumento emocional: eu não burlaria o sistema se meu pai/mão, tio/tia, enfim, qualquer ente próximo para qual eu tenha afeição, estivesse na fila.
- Lúcifer
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Re.: Testando a Ética dos Foristas
Não sejamos hipócritas. Qualquer um que tivesse a chance de burlar o sistema para salvar um filho, burlaria sim.
Uma coisa é falar que não burlaria, outra é você estar no hospital vendo o seu filho, ou qualquer outro familiar, sofrer em uma cama de hospital.
E só complementando: Não precisa ser rico para se burlar uma fila de espera ou um melhor atendimento. Basta você conhecer as pessoas certas que poderão lhe ajudar. Afinal sempre existem pessoas que conhecem pessoas que conhecem pessoas.
E isso é assim desde que a humanidade se juntou socialmente. Mesmo em uma sociedade capitalista ou sociaslista. Ou vocês acreditam que em países socialistas não ocorre essas coisas por debaixo dos panos? Me engana que eu gosto.
Uma coisa é falar que não burlaria, outra é você estar no hospital vendo o seu filho, ou qualquer outro familiar, sofrer em uma cama de hospital.
E só complementando: Não precisa ser rico para se burlar uma fila de espera ou um melhor atendimento. Basta você conhecer as pessoas certas que poderão lhe ajudar. Afinal sempre existem pessoas que conhecem pessoas que conhecem pessoas.
E isso é assim desde que a humanidade se juntou socialmente. Mesmo em uma sociedade capitalista ou sociaslista. Ou vocês acreditam que em países socialistas não ocorre essas coisas por debaixo dos panos? Me engana que eu gosto.

Re: Re.: Testando a Ética dos Foristas
Dimítri escreveu:Apocaliptica escreveu:Não, não percebo...¬¬
E sabe quem vai mudar isto no Brasil? Ninguém. Muito menos eu, deixando meu filho morrer. So sorry...
Você tem filhos?
Funciona assim esse "ciclo vicioso": o sistema é corrupto porque é composto de pessoas corruptas. Todos fazemos parte do sistema. Logo, quando o burlamos, estamos contribuindo para que ele continue assim. Aí as pessoas (que tem grana) burlam, e usam a justificativa que o "sistema está errado", quando na verdade elas próprias são o sistema.
Ainda: baseado em que uma pessoa que viu seu filho morrer esperando por um órgão (porque alguém burlou o sistema e entrou na sua frente) pode reclamar sendo que ela faria o mesmo?
Não, não tenho filhos. Porém, caso queiras usar o argumento emocional: eu não burlaria o sistema se meu pai/mão, tio/tia, enfim, qualquer ente próximo para qual eu tenha afeição, estivesse na fila.
Eu te diria que o amor pelo filho é pelo menos o dobro do amor que se tem pelos pais.
E quanto ao que viu o filho morrer, se ele tivesse um jeito...não burlaria? Burlaria, sim, ou seria uma pessoa fria. E eu não sou.
Re: Re.: Testando a Ética dos Foristas
Lúcifer escreveu:Não sejamos hipócritas. Qualquer um que tivesse a chance de burlar o sistema para salvar um filho, burlaria sim.
Uma coisa é falar que não burlaria, outra é você estar no hospital vendo o seu filho, ou qualquer outro familiar, sofrer em uma cama de hospital.
E só complementando: Não precisa ser rico para se burlar uma fila de espera ou um melhor atendimento. Basta você conhecer as pessoas certas que poderão lhe ajudar. Afinal sempre existem pessoas que conhecem pessoas que conhecem pessoas.
E isso é assim desde que a humanidade se juntou socialmente. Mesmo em uma sociedade capitalista ou sociaslista. Ou vocês acreditam que em países socialistas não ocorre essas coisas por debaixo dos panos? Me engana que eu gosto.
Lógico! Na hora que arde a gente faz qualquer coisa!
- clara campos
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Re: Re.: Testando a Ética dos Foristas
Apocaliptica escreveu:
Eu te diria que o amor pelo filho é pelo menos o dobro do amor que se tem pelos pais.
E quanto ao que viu o filho morrer, se ele tivesse um jeito...não burlaria? Burlaria, sim, ou seria uma pessoa fria. E eu não sou.
Não creio que a opção de não burlar signifique que a pessoa seja fria, que ame menos os filhos ou outra coisa qualquer.
É uma opção eticamente válida e digna.
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)
Re: Re.: Testando a Ética dos Foristas
clara campos escreveu:Apocaliptica escreveu:
Eu te diria que o amor pelo filho é pelo menos o dobro do amor que se tem pelos pais.
E quanto ao que viu o filho morrer, se ele tivesse um jeito...não burlaria? Burlaria, sim, ou seria uma pessoa fria. E eu não sou.
Não creio que a opção de não burlar signifique que a pessoa seja fria, que ame menos os filhos ou outra coisa qualquer.
É uma opção eticamente válida e digna.


Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/
Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.
http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196
O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.
http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196
O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
Re: Re.: Testando a Ética dos Foristas
Apocaliptica escreveu:Dimítri escreveu:Apocaliptica escreveu:Não, não percebo...¬¬
E sabe quem vai mudar isto no Brasil? Ninguém. Muito menos eu, deixando meu filho morrer. So sorry...
Você tem filhos?
Funciona assim esse "ciclo vicioso": o sistema é corrupto porque é composto de pessoas corruptas. Todos fazemos parte do sistema. Logo, quando o burlamos, estamos contribuindo para que ele continue assim. Aí as pessoas (que tem grana) burlam, e usam a justificativa que o "sistema está errado", quando na verdade elas próprias são o sistema.
Ainda: baseado em que uma pessoa que viu seu filho morrer esperando por um órgão (porque alguém burlou o sistema e entrou na sua frente) pode reclamar sendo que ela faria o mesmo?
Não, não tenho filhos. Porém, caso queiras usar o argumento emocional: eu não burlaria o sistema se meu pai/mão, tio/tia, enfim, qualquer ente próximo para qual eu tenha afeição, estivesse na fila.
Eu te diria que o amor pelo filho é pelo menos o dobro do amor que se tem pelos pais.
E quanto ao que viu o filho morrer, se ele tivesse um jeito...não burlaria? Burlaria, sim, ou seria uma pessoa fria. E eu não sou.
Apenas expando meu ceticismo aos sentimentos. Só isso.
- Lúcifer
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Re: Re.: Testando a Ética dos Foristas
Dimítri escreveu:Apocaliptica escreveu:Dimítri escreveu:Apocaliptica escreveu:Não, não percebo...¬¬
E sabe quem vai mudar isto no Brasil? Ninguém. Muito menos eu, deixando meu filho morrer. So sorry...
Você tem filhos?
Funciona assim esse "ciclo vicioso": o sistema é corrupto porque é composto de pessoas corruptas. Todos fazemos parte do sistema. Logo, quando o burlamos, estamos contribuindo para que ele continue assim. Aí as pessoas (que tem grana) burlam, e usam a justificativa que o "sistema está errado", quando na verdade elas próprias são o sistema.
Ainda: baseado em que uma pessoa que viu seu filho morrer esperando por um órgão (porque alguém burlou o sistema e entrou na sua frente) pode reclamar sendo que ela faria o mesmo?
Não, não tenho filhos. Porém, caso queiras usar o argumento emocional: eu não burlaria o sistema se meu pai/mão, tio/tia, enfim, qualquer ente próximo para qual eu tenha afeição, estivesse na fila.
Eu te diria que o amor pelo filho é pelo menos o dobr
o do amor que se tem pelos pais.
E quanto ao que viu o filho morrer, se ele tivesse um jeito...não burlaria? Burlaria, sim, ou seria uma pessoa fria. E eu não sou.
Apenas expando meu ceticismo aos sentimentos. Só isso.
Spock on - Salvar a vida de um descendente geneticamente perfeito às custas da vida de outrem tendo a possibilidade e os meios para tal é perfeitamente lógico. - Spock off

Apocaliptica escreveu:Eu te diria que o amor pelo filho é pelo menos o dobro do amor que se tem pelos pais.
E quanto ao que viu o filho morrer, se ele tivesse um jeito...não burlaria? Burlaria, sim, ou seria uma pessoa fria. E eu não sou.
clara campos escreveu:Não creio que a opção de não burlar signifique que a pessoa seja fria, que ame menos os filhos ou outra coisa qualquer.
É uma opção eticamente válida e digna.
Cada caso um caso... esse por exemplo!
Testemunha de Jeová recusa transfusão e morre
Fabricio Escandiuzzi
Direto de Florianópolis
A Polícia Civil de Florianópolis instaurou inquérito para investigar a morte de uma jovem de 19 anos, Testemunha de Jeová, que não aceitou se submeter a transfusão de sangue. Ela morreu no início da semana, em decorrência de uma leucemia, num hospital da capital catarinense.
O caso está gerando polêmica sobre a ética dos médicos que respeitaram a autonomia da paciente e a fé. A jovem, que tem a identidade preservada pelos médicos e polícia, viveu um mês após descobrir que tinha leucemia.
Ao ser informada de que necessitava realizar uma transfusão de sangue, ela recusou o procedimento, assinando um termo de responsabilidade. Na igreja, descobriu que uma médica hematologista em Florianópolis, Zelita da Silva Souza, também Testemunha de Jeová, realizava tratamentos alternativos sem a necessidade de transfusão. Ela sobreviveu 20 dias no tratamento.
O caso gerou controvérsia entre a família da mãe, católica, e do pai, Testemunha de Jeová. O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (Cremesc) tentou intervir, mas não conseguiu que a jovem se submetesse ao tratamento adequado, informou o presidente da entidade, Wilmar Athayde.
Ele explicou que foi aberta uma sindicância para apurar o caso e que outra comissão, formada por cinco médicos do Hospital Celso Ramos - onde morreu a paciente -, analisará o procedimento adotado com a jovem.
O diretor do hospital, Ranulfo Goldschmidt, negou que a paciente tenha recebido medicação alternativa na instituição. "Ela recebeu medicamentos usados na quimioterapia e em outros pacientes". Ele admitiu, entretanto, que a opção dos médicos em respeitar a paciente agravou seu quadro clínico.
O inquérito deverá ser concluído em 30 dias. De acordo com o delegado Marlus Malinverni, coordenador da Central de Polícia da Capital, as providências para apurar o fato estão sendo tomadas e as partes serão ouvidas. Através de nota, o Ministério Público informou que vai aguardar o resultado do inquérito para se pronunciar.
Redação Terra
Ela, como os pais também, tiveram a oportunidade... usá-la ou não?
Ao escolher não usar... a atitude dela/deles foi/foram um caso de amor ou de ética?

É uma questão um tanto sem saída essa.
Burlar o sistema nessa situação é errado e criminoso, no entanto, ser honesto enquanto outros estão burlando o sistema impunemente e, essas honestidade significando a morte certa de seu filho, a honestidade passa a ser negligencia burra.
Ser honesto não vai mudar o sistema e, vai levar seu filho a morte, porque então faze-lo?
É lindo pensar que, se todos tiverem a mesma honestidade, o sistema vai ser honesto... mas isso é utópico e, não vai acontecer enquanto eu estiver vivo, meu filho morrerá em vão e, eu não deveria aguentar o sofrimento por crença de que o mundo vai mudar.
Quando estiver entre lobos, aja como uma ovelha e será devorado.
Isso é o mesmo que estar frente a um leão com uma arma e, ao invés de mata-lo, tentar argumentar que matar é errado, que o certo é convivermos em paz.
Burlar o sistema nessa situação é errado e criminoso, no entanto, ser honesto enquanto outros estão burlando o sistema impunemente e, essas honestidade significando a morte certa de seu filho, a honestidade passa a ser negligencia burra.
Ser honesto não vai mudar o sistema e, vai levar seu filho a morte, porque então faze-lo?
É lindo pensar que, se todos tiverem a mesma honestidade, o sistema vai ser honesto... mas isso é utópico e, não vai acontecer enquanto eu estiver vivo, meu filho morrerá em vão e, eu não deveria aguentar o sofrimento por crença de que o mundo vai mudar.
Quando estiver entre lobos, aja como uma ovelha e será devorado.
Isso é o mesmo que estar frente a um leão com uma arma e, ao invés de mata-lo, tentar argumentar que matar é errado, que o certo é convivermos em paz.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".
- clara campos
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Shanaista escreveu:Ela, como os pais também, tiveram a oportunidade... usá-la ou não?
Ao escolher não usar... a atitude dela/deles foi/foram um caso de amor ou de ética?
Não vejo a semelhança entre este caso e o que está em discussão

Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)
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clara campos escreveu:Shanaista escreveu:Ela, como os pais também, tiveram a oportunidade... usá-la ou não?
Ao escolher não usar... a atitude dela/deles foi/foram um caso de amor ou de ética?
Não vejo a semelhança entre este caso e o que está em discussão
No primeiro caso, o do filho, é sobre o amor dos pais que podem ou não a vir a burlar a lei para salvar o filho.
O segundo caso é sobre pais idiotas levados por uma religião mais idiota ainda que escolhem condenar a filha à morte, mesmo podendo legalmente ajudá-la a sobreviver.
É essa a diferença.
Beijos.

Teoricamente falando, a opinião de alguns colegas é perfeita. A prática, porém, sempre pode surpreender. Eu, por exemplo, passei a vida inteira cheio de idéias quanto à paternidade e qual seria minha conduta como pai. Obviamente estava errado e, agora, compreendo a dimensão dessa experiência.
Creio que há um consenso quanto à importância da ética e, nisso, eu não me diferencio de ninguém. A grande questão aqui é enxergar com clareza os limites éticos. Tarefa muito difícil, dependendo da situação. Principalmente se nos faltam elementos para construir, adequadamente, um quadro mais próximo à realidade. Quem ainda não passou pela experiência de ser pai (diferente de ser genitor, bem entendido) dificilmente poderá fazer tal projeção, mesmo que esteja profundamente envolvido pela ilusão de que o pode.
Acho que esse é o tipo de situação que transcende qualquer julgamento ético. Toda essa bobagem de corrupção social, burlar isso, burlar aqui, absolutamente não tem nada a ver com esse caso. Eu não faria isso porque o sistema é corrupto, porque outros fazem, porque eu não quero ser honesto sozinho, etc., etc., etc. Quanta tolice. Faria porque sou pai.
Julgar um pai ou mãe que agiu dessa forma, sob a ótica moral, é o mesmo que – numa comparação meio radical – atribuir culpa a quem confessou um crime sob tortura. Meu caráter deve ser posto à prova quando eu estiver em condições de fazer escolhas. Sob coação, fazemos o que é necessário fazer, não o que consideramos certo fazer.
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Lúcifer escreveu:clara campos escreveu:Shanaista escreveu:Ela, como os pais também, tiveram a oportunidade... usá-la ou não?
Ao escolher não usar... a atitude dela/deles foi/foram um caso de amor ou de ética?
Não vejo a semelhança entre este caso e o que está em discussão
No primeiro caso, o do filho, é sobre o amor dos pais que podem ou não a vir a burlar a lei para salvar o filho.
O segundo caso é sobre pais idiotas levados por uma religião mais idiota ainda que escolhem condenar a filha à morte, mesmo podendo legalmente ajudá-la a sobreviver.
É essa a diferença.
Beijos.
diabinho... o problema é que no 2º caso não foram os pais quem decidiram... foi a própria filha!!!
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)
.
Eu acho péssimo esse egoísmo.
Se não temos sentimentos pelos direitos dos outros numa situação desta, os desrespeitamos, também, em situações menos relevantes, o que vai desfazer a consciência gregária.
É mais ou menos isso que está acontecendo na humanidade, onde temos a completa dependência gregária convivendo com o mesmo tanto de desinteresse pelo fortalecimento desse gregarismo, quando se trata de considerar o direito dos outros.
Como temos falta de ética e grandeza de espírito!
Eu acho péssimo esse egoísmo.
Se não temos sentimentos pelos direitos dos outros numa situação desta, os desrespeitamos, também, em situações menos relevantes, o que vai desfazer a consciência gregária.
É mais ou menos isso que está acontecendo na humanidade, onde temos a completa dependência gregária convivendo com o mesmo tanto de desinteresse pelo fortalecimento desse gregarismo, quando se trata de considerar o direito dos outros.
Como temos falta de ética e grandeza de espírito!
Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:
- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".
500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:
- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".
Deu no que deu !!! ...
- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".
500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:
- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".
Deu no que deu !!! ...

clara campos escreveu:diabinho... o problema é que no 2º caso não foram os pais quem decidiram... foi a própria filha!!!
A ordem dos fatores não altera o resultado... testemunha de jeova não autoriza transfusões de sangue!
Desde que...
Justiça autoriza transfusão para Testemunha de Jeová
Plantão | Publicada em 25/10/2006 às 15h09m
PE360.com
RECIFE - Uma menina de 8 anos, Testemunha de Jeová, foi submetida na noite desta terça-feira a uma transfusão de sangue. A menina sofre de anemia falciforme, doença incurável que provoca o excesso de fabricação de ferro e destrói células do sangue. O procedimento aconteceu no Hospital Geral de Prazeres, em Recife, depois que o Conselho Tutelar da cidade obteve uma autorização judicial para a intervenção, uma vez que os pais da menina alegaram razões religiosas para a não-realização da transfusão.
A menina foi internada no Hospital Geral de Prazeres no último domingo, apresentando sintomas de anemia grave. No dia seguinte, ela foi levada para o Hemocentro de Pernambuco (Hemope), onde os pais assinaram um termo de responsabilidade, alegando que "são da religião Testemunhas de Jeová, o que impedia a aceitação da transfusão de sangue". O Hemope acatou a decisão da família e a criança foi trazida de volta para o Hospital de Prazeres.
O estado de saúde da menina piorou e, na manhã da última terça, os conselheiros tutelares conseguiram um mandado judicial onde a juíza da 3ª Vara Cível de Jaboatão, Sônia Stamford Magalhães Melo, diz que "foi indicada a necessidade de transfusão de concentrado de hemácias com urgência". O que fundamentou a decisão da juíza foi, além das informações do Conselho Tutelar, um ofício do hospital atestando que a criança corria risco iminente de morte.
Para a conselheira tutelar Maria Conceição Wanderlei Pimentel, pelo fato de a menina correr risco de morte, o Hemope não poderia ter aceitado o termo de responsabilidade dos pais. Ela disse ainda que, apesar de os pais não aceitarem a transfusão de sangue, eles decidiram respeitar a decisão da Justiça.