Islã e a democracia em debate

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O ENCOSTO
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Islã e a democracia em debate

Mensagem por O ENCOSTO »

Para al-Azm há pontos onde o alcorão não combina com democracia. Cita que o alcorão permite escravidão. E os judeus e os cristãos têm status de segunda categoria. Os outros dois pensadores reconhecem que é permitida a escravidão, mas não é recomendada. Avançada a discussão, todos se põem de acordo que é preciso melhorar muito a imagem que a mulher representa na religião.



Islã e a democracia em debate



Num agitado debate na cidade de Amsterdã, na Holanda, três vozes da intelectualidade do mundo islâmico se debruçaram sobre o tema da democracia nos países de religião maometana. Foi uma confrontação feroz entre as idéias do secular Sadiq al-Azm e os reformistas muçulmanos Abdolkarim Soroush e Tariq Ramadan.



Como no século XVI, o Século de Ouro, de Spinoza e Rembrandt, a Holanda hoje volta a ser um oásis para os pensadores livres destas regiões menos tolerantes e cada vez mais restritas a idéias diferentes.

Debatedores

Estes três proeminentes reformistas do mundo islâmico estão atualmente ligados, como docentes convidados das principais universidades da Holanda. Abdolkarim Soroush foi o principal inspirador do movimento de reformas no Irã.

O filósofo sírio Sadiq al-Azm é o ateístamais conhecido do mundo árabe. Ambos são professores da Universidade Livre de Amsterdã. O suíço-egípcio Tariq Ramadan é um conhecido defensor de uma "Europa islâmica". É professor de Identidade e Cidadania na Universidade Erasmus de Roterdã.


Islã e democracia são possíveis? Deixe abaixo a sua opinião

O que faz lotar os auditórios de debates são questões que os holandeses vêm confrontando após os assassinatos do político Pim Fortuyn e do cineasta Theo van Gogh. O primeiro foi morto por um holandês branco e o segundo por um fanático muçulmano, também holandês, porém de pais nascidos no Marrocos.

Alcorão

Para o secular al-Azm, os princípios da democracia vêm da Europa. Ele não acredita que seja possível unir democracia e islamismo numa só palavra. Segundo o professor, pensadores modernos tentam naturalizar estes princípios, legitimando-os ao afirmar que podem ser encontrados no livro sagrado do Islã, o alcorão.


Como exemplo o pensador al-Azm cita o aiatolá Khomeini que falava em "República Islâmica", o que, para ele, não existe, assim como não existe a "democracia islâmica." Nesse sentido, tanto Soroush como Tariq Ramadan concordam parcialmente: os princípios da democracia não estão no alcorão, como alguns reformistas afirmam.

Moral islâmica

No entanto, isto não invalida a possibilidade dos muçulmanos terem uma democracia. Tudo que o Islã não proíbe explicitamente é permitido, e isto vale, portanto, também para a democracia.

Segundo esses professores, os princípios da democracia combinam com o ensino moral do islamismo. Citam, como exemplos, a divisão de poderes, as regras da lei, estado de direito independente e a idéia de que o governo deve ter responsabilidade em relação a seus cidadãos.


Apesar de concordarem nesses pontos, discordam de que os muçulmanos tenham de abraçar a democracia que os europeus querem ditar. Sobre os princípios eles estão de acordo. Os três pensadores alegam que, se cada país europeu tem um modelo diferente de democracia, os mulçumanos também têm o direito de desenvolver seu próprio modelo.

Ditadores do OM

"De jeito nenhum", reclama Sadiq al-Azm. "O que se afirma aqui é o mesmo que fazem os ditadores do Oriente Médio": eles alegam que têm democracia, só que um pouco diferente, uma outra versão de democracia, argumento típico dos ditadores. Repetir é como se nós fossemos também coniventes com um deles, diz o professor.

Para al-Azm há pontos onde o alcorão não combina com democracia. Cita que o alcorão permite escravidão. E os judeus e os cristãos têm status de segunda categoria. Os outros dois pensadores reconhecem que é permitida a escravidão, mas não é recomendada. Avançada a discussão, todos se põem de acordo que é preciso melhorar muito a imagem que a mulher representa na religião.

*Tradução: Mário de Freitas

http://www.parceria.nl/sociedade/so0705 ... democracia
O ENCOSTO


http://www.manualdochurrasco.com.br/
http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”

Apocaliptica

Re.: Islã e a democracia em debate

Mensagem por Apocaliptica »

Moral islâmica

No entanto, isto não invalida a possibilidade dos muçulmanos terem uma democracia. Tudo que o Islã não proíbe explicitamente é permitido, e isto vale, portanto, também para a democracia.

Segundo esses professores, os princípios da democracia combinam com o ensino moral do islamismo. Citam, como exemplos, a divisão de poderes, as regras da lei, estado de direito independente e a idéia de que o governo deve ter responsabilidade em relação a seus cidadãos.


Democracia para os fundamentalistas é aquela que eles inventam. Normal.

Trancado