Como os piores chegam ao poder

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RicardoVitor
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Como os piores chegam ao poder

Mensagem por RicardoVitor »

Trecho retirado de "O Caminho para a Servidão", Friedrich A. von Hayek.

Como os piores chegam ao poder

Há razões de sobra para se crer que os aspectos que consideramos mais detestáveis nos sistemas totalitários existentes não são subprodutos acidentais, mas fenómenos que, cedo ou tarde, o totalitarismo produzirá. Assim como o estadista democrata que se opõe a planear a vida económica não tardará a defrontar-se com o dilema de assumir poderes ditatoriais ou abandonar o seu plano, também o ditador totalitário logo teria de escolher entre o fracasso e o desprezo da moral comum. É por essa razão que os homens sem escrúpulos têm mais probabilidades de êxito numa sociedade que tende para o totalitarismo.

A questão que analisaremos é que atitudes morais serão geradas por uma organização colectivista da sociedade, e por quais ideias morais tal sociedade tenderá a ser dirigida? As ideias
dependerão em parte das qualidades dos que conduzem os indivíduos ao sucesso num sistema totalitário e, em parte, das exigências do mecanismo totalitário.

Para a liderança do movimento as pessoas procuram um homem que goze de sólido apoio, de modo a inspirar confiança quanto à sua capacidade de realizar o que pretende. E aqui entra em cena o novo tipo de partido, organizado em moldes militares.
Embora os partidos socialistas tivessem poder político suficiente para obter os seus fins, desde que resolvessem empregar a força, tiveram relutância em fazê-lo. Sem o saber, tinham assumido uma tarefa que só poderia ser executada por homens implacáveis, prontos a desprezar as barreiras da moral
reinante.

Muitos reformadores sociais aprenderam, no passado, que o socialismo só pode ser posto em prática por métodos que seriam condenados pela maioria dos socialistas.

Há três razões para que um grupo numeroso, forte e de ideias bastante homogéneas não tenda a ser constituído pelos melhores, e sim pelos piores elementos: 1. Quanto mais elevada a educação e a inteligência dos indivíduos, tanto mais se diferenciam os seus gostos e opiniões, e menor é a possibilidade de concordarem sobre determinada hierarquia de valores. Portanto, se queremos lograr um alto grau de uniformidade e semelhança de pontos de vista, teremos de descer às camadas em que os padrões morais e intelectuais são inferiores e prevalecem os instintos mais primitivos. 2. As autoridades ou o ditador conseguirão o apoio dos dóceis e dos simplórios, que não têm fortes convicções próprias, mas que estão prontos a aceitar um sistema de valores previamente elaborado, contanto que este lhes seja apregoado com estrépito e insistência. 3. Parece ser mais fácil aos homens concordarem sobre um programa negativo – ódio a um inimigo ou inveja aos que estão em melhor
situação – do que sobre qualquer plano positivo.

Uma das contradições inerentes à filosofia colectivista é que, embora baseada na moral humanista aperfeiçoada pelo individualismo, ela só se mostra praticável no interior de um grupo relativamente pequeno. Enquanto permanece teórico, o socialismo é internacionalista; mas ao ser posto em prática, na Alemanha ou na Rússia, torna-se violentamente nacionalista. No colectivismo não há lugar para o amplo humanitarismo do liberal[ismo], mas apenas para o estreito particularismo do
totalitário.

Se a "comunidade" ou o Estado têm prioridade sobre os indivíduos, se possuem objectivos próprios superiores aos destes e deles independentes, só os indivíduos que trabalham para tais
objectivos podem ser considerados membros da comunidade. Como consequência, uma pessoa só é respeitada na qualidade de membro do grupo, se coopera para os objectivos comuns reconhecidos, e toda a sua dignidade deriva dessa cooperação, e não da sua condição de ser humano.

Enquanto para os grandes filósofos sociais individualistas do século XIX e mesmo para socialistas contemporâneos como Bertrand Russel, que herdaram a tradição liberal , o poder sempre se figurou o supremo mal, para o colectivista puro ele é um fim em si mesmo.

É erróneo afirmar que o grande poder exercido por uma comissão de planeamento central não seria maior do que o poder exercido conjuntamente pelas directorias das empresas privadas. Numa sociedade baseada na concorrência, ninguém exerce uma fração sequer do poder que uma comissão planeadora socialista concentraria nas suas mãos.

Já vimos que a separação dos objectivos políticos e dos objectivos económicos representa uma garantia essencial da liberdade individual e como, em consequência, tal separação é atacada pelos colectivistas. Devemos acrescentar agora que a "substituição do poder económico pelo político" significa necessariamente a substituição de um poder sempre limitado por um outro ao qual ninguém pode escapar.

O sistema colectivista não deixa à consciência individual a liberdade de aplicar as suas regras próprias, nem mesmo conhece quaisquer regras gerais cuja prática seja exigida ou permitida ao indivíduo em todas as circunstâncias.

Como o direito formal, as regras da ética individualista são gerais e absolutas, por mais imprecisos que possam parecer certos aspectos. Prescrevem ou proíbem um tipo geral de acção, sem levar em conta se num caso específico o objetivo último é bom ou mau. Na ética individualista, o princípio de que o fim justifica os meios é considerado a negação de toda a moral. Na ética colectivista, [esse princípio] torna-se a regra suprema; não há literalmente nada que o colectivista coerente não deva estar pronto a fazer, desde que contribua para o "bem da comunidade", porque o "bem da comunidade" é para ele o único critério que justifica a acção.

Seria, no entanto, injusto considerar as massas que sustentam um regime totalitário destituídas de qualquer fervor moral, só porque prestam apoio irrestrito a um sistema que a nós se afigura a negação dos melhores valores morais. Para a sua grande maioria, é justamente o contrário que se verifica: a
intensidade das emoções morais em que repousa um movimento como o nazi ou o comunista talvez só possa ser comparado à dos grandes movimentos religiosos da história. Uma vez admitido que o indivíduo é simples instrumento para servir os fins da entidade superior – sociedade ou nação – manifesta-se necessariamente a maior parte dessas características dos regimes totalitários que nos enchem de horror. Onde existe uma finalidade comum e soberana, não há lugar para uma moral
ou para normas gerais. Quando toda a sociedade é dominada por alguns fins específicos, é inevitável que, uma vez por outra, a crueldade se torne um dever. Para ser um auxiliar útil na administração de um estado totalitário, não basta que um indivíduo esteja pronto a aceitar justificações capciosas de actos abomináveis; deve estar preparado para violar efectivamente qualquer regra moral de que tenha conhecimento, se isso parecer necessário à realização do fim que lhe foi imposto.
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André
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Mensagem por André »

Então nunca chegarei ao poder :emoticon16: , para mim os fins não justificam os meios. São os meios que definem o caráter dos fins.

O que defendo, ainda bem, é muito diferente do que ele crítica. Rejeito simultaneamente a supremacia do estatismo, assim como da ditadura do mercado. Ambos, Estado e Mercado, devem ser subordinados a sociedade civil, ao poder democrático da reunião dos cidadãos, pois a concentração de poder é o que alimenta o maior mal da política o autoritarismo. O que fazem com esse poder entra no campo do modelo socioeconômico, que tenho minhas preferências, mas lógico não vou querer impor elas a ninguém. Vou querer o convencimento.

Muito dentro do que ele chamou de socialistas contemporâneos. Ele cita Russel, mas eu citaria, como cito, a influencia de Orwell.

Dei uma lida em textos políticos do Russel que eu não conhecia. Putz muitas coisas eu concordo, e realmente pode ser considerado um socialista. (tirei minha dúvida)
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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RicardoVitor
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Re.: Como os piores chegam ao poder

Mensagem por RicardoVitor »

O que defendo, ainda bem, é muito diferente do que ele crítica. Rejeito simultaneamente a supremacia do estatismo, assim como da ditadura do mercado. Ambos, Estado e Mercado, devem ser subordinados a sociedade civil, ao poder democrático da reunião dos cidadãos, pois a concentração de poder é o que alimenta o maior mal da política o autoritarismo. O que fazem com esse poder entra no campo do modelo socioeconômico, que tenho minhas preferências, mas lógico não vou querer impor elas a ninguém. Vou querer o convencimento.


Que bom, tenho outro trecho pra você, da mesma obra.

INDIVIDUALISMO E COLECTIVISMO

Há um equívoco em relação ao conceito de socialismo, que pode [pretender ser sinónimo dos] ideais de justiça social e maior igualdade, mas o facto é que significa também a abolição da iniciativa privada e da propriedade privada dos meios de produção, e a criação de um sistema de "economia planeada" no qual o empresário que trabalha visando o lucro é substituído por um órgão central de planeamento. Os fins ou objectivos do socialismo devem ser avaliados juntamente com os meios usados na sua realização. Não podemos esquecer-nos de que o socialismo é uma espécie de colectivismo e que, portanto, tudo o que se aplica ao colectivismo se aplica também ao socialismo.
Quase todos os pontos de divergência entre socialistas e liberais referem-se aos métodos comuns a todas as formas de colectivismo, e não aos fins específicos para os quais os socialistas desejam empregá-los.

O conceito de "planeamento" deve a sua popularidade em grande parte ao facto de todos desejarmos, obviamente, resolver os problemas ordinários da forma mais racional e de, para tanto, precisarmos de utilizar toda a capacidade de previsão possível. Nesse sentido, somos todos planeadores. Mas o que os planeadores exigem é um controle centralizado de toda a actividade económica de acordo com um plano único, que estabeleça a maneira pela qual os recursos da sociedade
sejam "conscientemente dirigidos" a fim de servir determinados fins.

A doutrina liberal baseia-se na convicção de que a concorrência é a melhor maneira de decidir sobre o uso dos recursos escassos; e reconhece que, para ser eficaz, a concorrência requer a existência de uma estrutura legal cuidadosamente elaborada. Além disso, os liberais reconhecem que quando a
concorrência falha, outros métodos de orientar as actividades económicas se fazem necessários. Mas são contrários à substituição da concorrência de mercado por outros métodos menos eficazes de coordenação dos esforços individuais.

Não basta, para a eficácia do mercado, que a lei reconheça o princípio da propriedade privada e da liberdade de contrato; também é importante uma definição precisa do direito de propriedade.

Finalmente, há certos campos nos quais, sem dúvida, nenhuma disposição legal poderá criar a condição primeira da qual depende a eficácia do sistema: que o proprietário beneficie de todos os serviços úteis prestados pela sua propriedade e sofra as consequências dos danos causados pelo seu uso. Quando isso não se dá, faz-se necessária a acção das autoridades para a correcção dos desvios oriundos de externalidades positivas e negativas.

A criação de uma estrutura institucional adequada ao funcionamento benéfico da concorrência estava longe de terminada quando, em toda a parte, os Estados começaram a substituí-la por um princípio diferente e inconciliável. Já não se tratava de fazer funcionar a concorrência e de complementar-lhe a acção, mas de substituí-la por completo. O que une os socialistas de esquerda e direita é essa hostilidade à concorrência e o desejo de substituí-la por uma economia dirigida.

A luta universal contra a concorrência promete gerar, antes de tudo, algo ainda pior: uma situação que não pode satisfazer nem planeadores nem liberais, uma espécie de organização sindicalista ou "corporativista" na qual a concorrência é mais ou menos suprimida, mas o planeamento fica nas mãos de monopólios independentes, controlados por setores específicos da economia.

Muitos ainda acreditam que é possível encontrar um meio-termo entre concorrência e dirigismo central. Isso não é viável, pois os dois métodos são fracos e ineficientes quando incompletos. O
planeamento e a concorrência só podem ser combinados quando se planeia visando a concorrência, nunca contra ela.

A "INEVITABILIDADE" DO PLANEAMENTO

Alguns defensores do planeamento contentam-se em afirmar que o planeamento central é desejável. A maioria deles afirma que não há mais escolha: a concorrência deve ser substituída pelo planeamento. Alimenta-se o mito de que a concorrência vem sendo eliminada pela concentração de poder económico provocada por mudanças tecnológicas, alegação que não é confirmada pelos estudos empíricos. Na realidade, a criação de monopólios tem sido o resultado do proteccionismo governamental.

Argumenta-se, por outro lado, que o planeamento central se impõe porque cada vez é mais difícil ter-se uma visão coerente de todo o processo económico. [Esta alegação] baseia-se numa ideia completamente errada de como funciona a competição económica: é a própria complexidade da economia moderna que requer a adopção da concorrência como único método de coordenar as actividades de milhões de agentes económicos; [porque a] concorrência vale-se das informações prestadas pelo sistema de preços, que regista de forma automática os efeitos relevantes das acções individuais. Quanto mais complexo for o mercado, mais necessitaremos da acção automática e impessoal do mecanismo de preços. Se tivéssemos dependido do planeamento central para o desenvolvimento do nosso sistema industrial, ele nunca teria alcançado o grau de diferenciação, complexidade e flexibilidade a que chegou.

Há ainda outros argumentos usados pelos defensores do planeamento central. Vale a pena indagar por que encontramos um número tão grande de técnicos e especialistas entre os entusiastas do planeamento. Quase todos os ideais tecnológicos dos nossos especialistas poderiam ser realizados num prazo relativamente curto, se realizá-los se tornasse o objectivo único da humanidade. São as ambições frustradas do especialista no seu próprio campo de trabalho que o levam a revoltar-se contra a ordem reinante. O movimento pró-planeamento deve a sua força sobretudo ao facto de que reúne todos os idealistas que consagram a sua vida a uma única missão.
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André
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Mensagem por André »

Exatamente pela ineficácia da saúde de mercado que defendo universalização pública na saúde, não por outro motivo. Ou seja, nos setores que concorrência melhor serve os interesses, apenas regular, pode-se interferir pouco, apenas garantindo os direitos dos trabalhadores.Mas há setores que isso não ocorre, como a citada saúde.

Na relação de poder, não defendo o centralismo estatal, nem o poder concentrado na elite econômica, plutocracia, que acaba vingando em parte. O que acontece em muitas democracias representativas, devido a questão do financiamento das campanhas, e da confluência de interesses entre membros da elite política, e econômica, que tendem a ser os mesmos. Defendo como já disse, a supremacia da sociedade civil, a existência de Estado e Mercado, submetidos a vontade democraticamente construída e exercida pelos cidadãos. Pois apenas através dessa regulação democrática que os excessos de autoritarismo seja da elite política no Estado, seja da elite econômica no Mercado, podem ser minimizados.

Claro que como Russel defendo temas que o liberalismo social, social-democracia... socialistas democráticos, abraçaram, como a universalização dos direitos sociais. E essa universalização se em momentos contraria os interesses de parte da elite econômica, e acho que a saúde é o caso mais gritante. Em outros essa garantia é boa para o mercado, pois mais gente é absorvida, aumenta-se a quantidade de consumidores, mercado interno fica mais forte, aumenta a competição, pois há mais gente qualificada....

Existem setores que realmente..., donos de planos de previdência privada devem ter pesadelos com universalização da saúde. Assim como mais Universidades públicas não devem animar donos das privadas. Nesse caso o interesse dessa elite econômica deve, obviamente, ser desprezado. Eles que se preocupem em melhorar seu serviço e ser relevante para população.

Nos outros, sinceramente, não vejo conflito(Quando houver deve ser arbitrado democraticamente para ver qual a solução que melhor atende bem comum). A garantia de direitos sociais ajudaria no desenvolvimento.

E eu não vejo as coisas de forma tão maniqueísta. Certa dose de individualismo é importante, mas pensar no coletivo tb. E quando falo em coletivo não falo em entidade homogênea falo em reunião dos cidadãos, o que é comum entre eles é serem cidadãos do mesmo país (é um coletivo obviamente, o conjunto de cidadãos do mesmo país). E a forma de respeito ao coletivo, é no sentido da decisão democrática desses cidadãos. É uma interpretação e uso, que difere, obviamente do uso que os socialismos autoritários fizeram, nos quais valores democráticos foram dispensados, e por isso não apoio nenhum deles.
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Re.: Como os piores chegam ao poder

Mensagem por Apo »

A "INEVITABILIDADE" DO PLANEAMENTO

Alguns defensores do planeamento contentam-se em afirmar que o planeamento central é desejável. A maioria deles afirma que não há mais escolha: a concorrência deve ser substituída pelo planeamento. Alimenta-se o mito de que a concorrência vem sendo eliminada pela concentração de poder económico provocada por mudanças tecnológicas, alegação que não é confirmada pelos estudos empíricos. Na realidade, a criação de monopólios tem sido o resultado do proteccionismo governamental.

Argumenta-se, por outro lado, que o planeamento central se impõe porque cada vez é mais difícil ter-se uma visão coerente de todo o processo económico. [Esta alegação] baseia-se numa ideia completamente errada de como funciona a competição económica: é a própria complexidade da economia moderna que requer a adopção da concorrência como único método de coordenar as actividades de milhões de agentes económicos; [porque a] concorrência vale-se das informações prestadas pelo sistema de preços, que regista de forma automática os efeitos relevantes das acções individuais. Quanto mais complexo for o mercado, mais necessitaremos da acção automática e impessoal do mecanismo de preços. Se tivéssemos dependido do planeamento central para o desenvolvimento do nosso sistema industrial, ele nunca teria alcançado o grau de diferenciação, complexidade e flexibilidade a que chegou.

Há ainda outros argumentos usados pelos defensores do planeamento central. Vale a pena indagar por que encontramos um número tão grande de técnicos e especialistas entre os entusiastas do planeamento. Quase todos os ideais tecnológicos dos nossos especialistas poderiam ser realizados num prazo relativamente curto, se realizá-los se tornasse o objectivo único da humanidade. São as ambições frustradas do especialista no seu próprio campo de trabalho que o levam a revoltar-se contra a ordem reinante. O movimento pró-planeamento deve a sua força sobretudo ao facto de que reúne todos os idealistas que consagram a sua vida a uma única missão.


Perfeito.

Eu AMO planejamento seguido de execução. Coisas projetadas no futuro não garantem nada. Só geram frustração.
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Re.: Como os piores chegam ao poder

Mensagem por Tulio »

LULA É A PROVA DISSO :emoticon2:
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