Irei ao espetáculo que deixei de assistir quando estive em Orlando, há exatos 9 anos, pois tinha tanto a ver e fazer por lá, que passei batido pelo toldo armado em caráter permanente dentro da Pleasure Island, um pedaço de entretenimento dentro de um pequeno parque do complexo Disney, chamado Disney Market Place.
Odeio circos em geral. Desde sempre. Odeio palhaços, cavalos e elefantes, assim como macacos, tigres e gente adestrada.
Grifo aqui que tenho um certo pavor de circos bizarros ( não sei como o bizarro fascina a tantos...).
Uma vez assumida o ojeriza, desisti deles e deixei que o acaso se encarregasse de mostrar a minha filha as "maravilhas" do puleiro e do picadeiro. O acaso foi benevolente: ela odeia circos.
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Encontrei este blog casualmente e fiquei um tanto ou quanto "vermelha" com o que li. Não sabia que estava a participar de mais uma palhaçada com o meu dinheiro ( no meu caso duas vezes, já que vou ao show ).
Como capitalismo e socialismo estão de mãos sempre dadas, resta-me bater palminhas... e de pé.
O CIRQUE DU SOLEIL É UM ESCÂNDALO"
Como o governo gosta de desperdiçar nosso dinheiro… Não basta enterrar milhões em filmes de qualidade duvidosa que ninguém quer ver. Agora, em mais um ato de generosidade, resolveu abrir a carteira para um trupe de canadenses que de pobres não têm nada. O Cirque du Soleil, o circo canadense que veio ao Brasil e atualmente está se apresentado em Pinhais - num pavilhão de feira agrícola… -, recebeu 9,4 milhões de reais do seu e do meu dinheiro. A aberração acontece graças à Lei Rouanet, um incentivo criado em 1991, que permite empresas patrocinarem qualquer coisa ligada à cultura com a contrapartida de que abaterão impostos. À la Hermann Göring, tenho vontade de sacar meu revólver quando observo que, além de captarem quase 10 milhões de reais desta república de bananas, a exemplo do que aconteceu no show do Chico Buarque no Guaira - que também contou com a Lei Rouanet -, os saltimbancos canadenses ainda têm a cara-de-pau de cobrarem ingressos que não custam menos de 150 reais - se você for estudante ou quiser ficar no fundão; míopes pagam 300; dependendo do dia, o ingresso pode sair por 400 reais. Bela democratização da cultura essa aí. A intenção original era captar mais de 20 milhões através da lei, mas o Ministério da Cultura , informa um comunicado, numa decisão salomônica, resolveu só liberar metade da grana. Ainda é o suficiente para um escândalo.
Que o Cirque cobre quanto quiser nos seus ingressos, mas o dinheiro público indo para o bolso de canadenses que vão gastar tudo em moose piss e ingressos de hóquei não ajuda em nada a incentivar a criação de coisas genuinamente brasileiras - o que era a intenção original da lei. Não há nada de novo sendo criado em Pinhais ou, em breve, em São Paulo e no Rio.
O Cirque du Soleil é um modelo eficiente de negócio artístico. Uma multinacional de sucesso, com mais de 3 mil empregados e uma marca mais cotada que gigantes como a Apple e a Harley-Davidson, a empresa que administra o Cirque faturou 620 milhões de dólares em 2006. E, segundo um jornal canadense, é proprietária de outros negócios que não têm relação direta com o circo, como cassinos e empresas de tecnologia. A exemplo dos estrondosos sucessos da Broadway, o Cirque é o último negócio artístico que precisa de dinheiro público.
http://canaca.wordpress.com/2007/10/09/ ... escandalo/