DANTAS e o PT
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DANTAS e o PT
Conexões que constrangem o PT
Convertido em eclético lobista, um petista histórico assusta o Palácio do Planalto. Por trás das inquietações do governo federal com a Operação Satiagraha, estão as obscuras relações do advogado e ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP).
Amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e membro do diretório nacional do PT, Greenhalgh foi flagrado pela Polícia Federal atuando em defesa do banqueiro Daniel Dantas e tentando livrar da fiscalização até mesmo o vendedor de churrasquinho do quarteirão onde mora, em São Paulo.
O que causa calafrios no Planalto, contudo, é aproximação do petista com o núcleo do governo. Greenhalgh é tratado pelos federais como a ponte entre Dantas e a administração petista. Nas últimas décadas, o banqueiro sempre esteve perto do poder. Seu relacionamento com tucanos e democratas durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também está sob suspeita. Naquele período, Dantas viu sua fortuna crescer ao participar das privatizações.
A citação de petistas nos documentos da Satiagraha gerou desconforto na cúpula do PT e poderá ser debatida em reunião da executiva no início de agosto. Há integrantes da sigla dispostos a levantar a questão no partido, segundo apurou a Agência Folha. O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, tem posição diferente. Ele considera as citações "vagas" e "frágeis" e defende que o assunto não seja tratado no calor da disputa eleitoral.
- Vamos avaliar com calma. Não temos pressa para fazer isso. A não ser que surja alguma informação nova na investigação, mais precisa do que as vazadas até o momento. Os vazamentos geralmente são feitos por gente de baixo caráter - disse Berzoini.
Os movimentos de Greenhalgh, porém, estão em evidência. As investigações mostram que o advogado intercedeu até em favor de um ambulante. No dia 6 de junho, às 21h49min, ele ligou para Juscelino, identificado pelos agentes como um funcionário da prefeitura paulistana.
- É o seguinte: onde eu moro, há muitos anos tem um rapaz que vende esses churrasquinhos de gato. Na esquina. (...) Aí o pessoal do rapa (da fiscalização) tá tirando as coisas dele. (...) Eu estava querendo te pedir um favor, se você pudesse agir para suspender essa operação. Os caras estão aloprados - diz Greenhalgh.
Para a PF, embora considerado inofensivo, o lobby pelo churrasqueiro revela a facilidade e o despudor com que o petista usa seus contatos para interceder em nome de interesses privados. No relatório das investigações, a delegada Karina Murakami Souza diz que Greenhalgh "freqüenta a ante-sala do Gabinete da Presidência da República, buscando apoio para negócios ilícitos do grupo".
Advogado atuou em fusão de operadoras de telefonia
A delegada se refere à escuta telefônica na qual Greenhalgh conversa com o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, pedindo informações sobre as investigações da PF contra o grupo Opportunity.
- Qual o problema com o Greenhalgh? Ele está fora da política e foi contratado pelo Dantas como advogado - tenta minimizar um alto dirigente do PT, pedindo anonimato.
Citado pelos interlocutores de Dantas como Leg (as iniciais de seu nome) ou Gomes, Greenhalgh recebeu R$ 650 mil pelos serviços prestados ao Opportunity. Sua linha de atuação, contudo, não teria se limitado a estreitar relações de Dantas com o Planalto. O ex-deputado também aparece nos grampos da PF intercedendo junto à governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT). Neste caso, ele estaria em busca de solução para irregularidades ambientais da Agropecuária Santa Bárbara Xinguara.
Outra função de Greenhalgh seria se aproximar da cúpula da Justiça. O relatório da PF diz que o petista "transita com facilidade nos gabinetes do Judiciário, em busca de decisões favoráveis ao grupo". Outra escuta mostra Greenhalgh prometendo interferir na indicação do sub-procurador-geral da República, Eugênio Guilherme Aragão, para a vaga de ministro do Superior Tribunal de Justiça, e dizendo que poderia ter entrado em contato com o próprio Lula caso tivesse sido procurado antes.
Ex-deputado já havia causado desconforto
Greenhalgh já trouxe dores de cabeça para o amigo presidente. Em 1989, ele foi investigado por suposto caixa 2 da campanha de Lula. Greenhalgh também foi criticado por sua ação nas investigações do assassinato do petista Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André (SP) morto em 2002. Foi acusado de instruir testemunhas, no que seria uma tentativa de tirar o caráter de crime político do homicídio. Em 2005, Greenhalgh provocou uma crise no governo e no PT ao se candidatar à presidência da Câmara numa eleição contra o também petista Virgílio Guimarães (MG). A cisão acabou abrindo caminho para Severino Cavalcanti (PP-PE).
- Greenhalgh faz parte de um grupo que dominava o PT e mergulhou o partido no mensalão. É melhor manter distância - vaticina Virgílio.
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora ... ection=807
Convertido em eclético lobista, um petista histórico assusta o Palácio do Planalto. Por trás das inquietações do governo federal com a Operação Satiagraha, estão as obscuras relações do advogado e ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP).
Amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e membro do diretório nacional do PT, Greenhalgh foi flagrado pela Polícia Federal atuando em defesa do banqueiro Daniel Dantas e tentando livrar da fiscalização até mesmo o vendedor de churrasquinho do quarteirão onde mora, em São Paulo.
O que causa calafrios no Planalto, contudo, é aproximação do petista com o núcleo do governo. Greenhalgh é tratado pelos federais como a ponte entre Dantas e a administração petista. Nas últimas décadas, o banqueiro sempre esteve perto do poder. Seu relacionamento com tucanos e democratas durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também está sob suspeita. Naquele período, Dantas viu sua fortuna crescer ao participar das privatizações.
A citação de petistas nos documentos da Satiagraha gerou desconforto na cúpula do PT e poderá ser debatida em reunião da executiva no início de agosto. Há integrantes da sigla dispostos a levantar a questão no partido, segundo apurou a Agência Folha. O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, tem posição diferente. Ele considera as citações "vagas" e "frágeis" e defende que o assunto não seja tratado no calor da disputa eleitoral.
- Vamos avaliar com calma. Não temos pressa para fazer isso. A não ser que surja alguma informação nova na investigação, mais precisa do que as vazadas até o momento. Os vazamentos geralmente são feitos por gente de baixo caráter - disse Berzoini.
Os movimentos de Greenhalgh, porém, estão em evidência. As investigações mostram que o advogado intercedeu até em favor de um ambulante. No dia 6 de junho, às 21h49min, ele ligou para Juscelino, identificado pelos agentes como um funcionário da prefeitura paulistana.
- É o seguinte: onde eu moro, há muitos anos tem um rapaz que vende esses churrasquinhos de gato. Na esquina. (...) Aí o pessoal do rapa (da fiscalização) tá tirando as coisas dele. (...) Eu estava querendo te pedir um favor, se você pudesse agir para suspender essa operação. Os caras estão aloprados - diz Greenhalgh.
Para a PF, embora considerado inofensivo, o lobby pelo churrasqueiro revela a facilidade e o despudor com que o petista usa seus contatos para interceder em nome de interesses privados. No relatório das investigações, a delegada Karina Murakami Souza diz que Greenhalgh "freqüenta a ante-sala do Gabinete da Presidência da República, buscando apoio para negócios ilícitos do grupo".
Advogado atuou em fusão de operadoras de telefonia
A delegada se refere à escuta telefônica na qual Greenhalgh conversa com o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, pedindo informações sobre as investigações da PF contra o grupo Opportunity.
- Qual o problema com o Greenhalgh? Ele está fora da política e foi contratado pelo Dantas como advogado - tenta minimizar um alto dirigente do PT, pedindo anonimato.
Citado pelos interlocutores de Dantas como Leg (as iniciais de seu nome) ou Gomes, Greenhalgh recebeu R$ 650 mil pelos serviços prestados ao Opportunity. Sua linha de atuação, contudo, não teria se limitado a estreitar relações de Dantas com o Planalto. O ex-deputado também aparece nos grampos da PF intercedendo junto à governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT). Neste caso, ele estaria em busca de solução para irregularidades ambientais da Agropecuária Santa Bárbara Xinguara.
Outra função de Greenhalgh seria se aproximar da cúpula da Justiça. O relatório da PF diz que o petista "transita com facilidade nos gabinetes do Judiciário, em busca de decisões favoráveis ao grupo". Outra escuta mostra Greenhalgh prometendo interferir na indicação do sub-procurador-geral da República, Eugênio Guilherme Aragão, para a vaga de ministro do Superior Tribunal de Justiça, e dizendo que poderia ter entrado em contato com o próprio Lula caso tivesse sido procurado antes.
Ex-deputado já havia causado desconforto
Greenhalgh já trouxe dores de cabeça para o amigo presidente. Em 1989, ele foi investigado por suposto caixa 2 da campanha de Lula. Greenhalgh também foi criticado por sua ação nas investigações do assassinato do petista Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André (SP) morto em 2002. Foi acusado de instruir testemunhas, no que seria uma tentativa de tirar o caráter de crime político do homicídio. Em 2005, Greenhalgh provocou uma crise no governo e no PT ao se candidatar à presidência da Câmara numa eleição contra o também petista Virgílio Guimarães (MG). A cisão acabou abrindo caminho para Severino Cavalcanti (PP-PE).
- Greenhalgh faz parte de um grupo que dominava o PT e mergulhou o partido no mensalão. É melhor manter distância - vaticina Virgílio.
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O ENCOSTO
http://www.manualdochurrasco.com.br/
http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
Re: DANTAS e o PT
Apo escreveu:Constrangem?
Ah a esperança romântica dos anti-petistas....não se corrige mesmo.
O único que constrange os petralhas é roubar e não poder carregar.
TULIO
WE ARE ALL MONKEYS

- Apo
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Re: DANTAS e o PT
Tulio escreveu:Apo escreveu:Constrangem?
Ah a esperança romântica dos anti-petistas....não se corrige mesmo.
O único que constrange os petralhas é roubar e não poder carregar.
Nem isto constrange um ladrão por vocação. Basta fazer cara de paisagem and try again!

Re: DANTAS e o PT
Apo escreveu:Tulio escreveu:Apo escreveu:Constrangem?
Ah a esperança romântica dos anti-petistas....não se corrige mesmo.
O único que constrange os petralhas é roubar e não poder carregar.
Nem isto constrange um ladrão por vocação. Basta fazer cara de paisagem and try again!
You're right.
TULIO
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Re: DANTAS e o PT
O inquérito do Ministério Público italiano
Diogo Mainardi
23 de julho de 2008
Daniel Dantas espionou os italianos. Os italianos responderam espionando Daniel Dantas. Esse foi o resultado do inquérito dos procuradores milaneses contra os arapongas da Telecom Italia. Num de seus interrogatórios, o chefe dos arapongas, Giuliano Tavaroli, definiu a estratégia da empresa: "Para tratar com um bandido, é preciso outro bandido". No caso, ele se referia a Daniel Dantas e a Naji Nahas. Assunto requentado? Sim, assunto requentado.
O advogado de Daniel Dantas declarou que o inquérito italiano pode ajudar seu cliente. Mentira. Se os italianos mandaram hackear o computador do agente da Kroll, eles só o fizeram porque o agente da Kroll os hackeou primeiro. O episódio é conhecido. Os documentos da Ministério Público italiano apenas confirmam o que todos nós já sabíamos: um espionou o outro, um praticou crimes contra o outro. Daniel Dantas que se dane. Os italianos que se danem.
Apesar de todo o repeteco, surgiu uma grande novidade na última semana. E a novidade foi justamente aquela que a imprensa brasileira se esqueceu de noticiar. Os procuradores milaneses concluíram uma parte do inquérito contra os arapongas da Telecom Italia, mas mantiveram aberta uma outra parte, a que mais nos interessa: as suspeitas de que a empresa corrompeu funcionários públicos e políticos no exterior, em particular no Brasil. Quem mais tratou do assunto fui eu. Para dar uma idéia do que o Ministério Público italiano pode estar procurando, sugiro a releitura de dois dos meus artigos: "Fantasioso? Sórdido?" e "Esperei Godot. E ele apareceu".
A PF, ridiculamente, tentou me associar a Daniel Dantas. Como eu nunca falei sobre o assunto com ele ou com qualquer membro de seu bando, o delegado Protógenes Queiroz se limitou a citar meus artigos. O motivo disso tudo é simples. Desde que o caso estourou na Itália, ignorei completamente as denúncias de arapongagem, concentrando-me no que de fato me parecia importante: os pagamentos feitos aos políticos brasileiros. Há uma penca de depoimentos que comprovam essa prática. Entendo que os lulistas queiram abafar o caso. Entendo que eles prefiram tratá-lo como uma mera batalha comercial entre empresas e empresários afeitos à bandidagem. Entendo que eles comprem uns blogueiros patifes empenhados em acobertá-los. Por enquanto, os lulistas podem comemorar. A magistratura brasileira, pelo que publicaram os jornais italianos, ainda nem pediu cópias dos documentos. Mas ainda há um inquérito em andamento. E ele pode mostrar que mais bandidos precisam ir para a cadeia, além de Daniel Dantas e Naji Nahas.
Diogo Mainardi
23 de julho de 2008
Daniel Dantas espionou os italianos. Os italianos responderam espionando Daniel Dantas. Esse foi o resultado do inquérito dos procuradores milaneses contra os arapongas da Telecom Italia. Num de seus interrogatórios, o chefe dos arapongas, Giuliano Tavaroli, definiu a estratégia da empresa: "Para tratar com um bandido, é preciso outro bandido". No caso, ele se referia a Daniel Dantas e a Naji Nahas. Assunto requentado? Sim, assunto requentado.
O advogado de Daniel Dantas declarou que o inquérito italiano pode ajudar seu cliente. Mentira. Se os italianos mandaram hackear o computador do agente da Kroll, eles só o fizeram porque o agente da Kroll os hackeou primeiro. O episódio é conhecido. Os documentos da Ministério Público italiano apenas confirmam o que todos nós já sabíamos: um espionou o outro, um praticou crimes contra o outro. Daniel Dantas que se dane. Os italianos que se danem.
Apesar de todo o repeteco, surgiu uma grande novidade na última semana. E a novidade foi justamente aquela que a imprensa brasileira se esqueceu de noticiar. Os procuradores milaneses concluíram uma parte do inquérito contra os arapongas da Telecom Italia, mas mantiveram aberta uma outra parte, a que mais nos interessa: as suspeitas de que a empresa corrompeu funcionários públicos e políticos no exterior, em particular no Brasil. Quem mais tratou do assunto fui eu. Para dar uma idéia do que o Ministério Público italiano pode estar procurando, sugiro a releitura de dois dos meus artigos: "Fantasioso? Sórdido?" e "Esperei Godot. E ele apareceu".
A PF, ridiculamente, tentou me associar a Daniel Dantas. Como eu nunca falei sobre o assunto com ele ou com qualquer membro de seu bando, o delegado Protógenes Queiroz se limitou a citar meus artigos. O motivo disso tudo é simples. Desde que o caso estourou na Itália, ignorei completamente as denúncias de arapongagem, concentrando-me no que de fato me parecia importante: os pagamentos feitos aos políticos brasileiros. Há uma penca de depoimentos que comprovam essa prática. Entendo que os lulistas queiram abafar o caso. Entendo que eles prefiram tratá-lo como uma mera batalha comercial entre empresas e empresários afeitos à bandidagem. Entendo que eles comprem uns blogueiros patifes empenhados em acobertá-los. Por enquanto, os lulistas podem comemorar. A magistratura brasileira, pelo que publicaram os jornais italianos, ainda nem pediu cópias dos documentos. Mas ainda há um inquérito em andamento. E ele pode mostrar que mais bandidos precisam ir para a cadeia, além de Daniel Dantas e Naji Nahas.
O ENCOSTO
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Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”