Para Lula, crise dos alimentos é "oportunidade extraordinária" para o país
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FERNANDO ANTUNES
Colaboração para a Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado que a crise internacional dos alimentos é um desafio "positivo" para o país. "Se essa crise dos alimentos é um problema para alguns, para nós é uma oportunidade extraordinária", disse ele, em discurso durante a posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).
Economistas atribuem a alta da inflação global ao encarecimento das commodities agrícolas em todo o planeta, bem com à disparada das cotações do barril de petróleo. A alta dos preços internacionais dos alimentos teve impacto inclusive sobre a inflação brasileira, que ameaça romper a meta estabelecida pelo governo para este ano e 2009.
Em seu discurso, o presidente afirmou que, para combater a alta dos preços, elevar a produção será a principal arma. A meta, segundo ele, é dobrar a produção da agricultura familiar até 2010.
"A palavra de ordem deste governo para combater a inflação e a crise americana é aumentar os investimentos em produção", acrescentou.
O presidente Lula admitiu que o país vive um "clima preocupante" por causa da crise econômica dos EUA, mas afirmou que o Brasil está mais preparado para enfrentar o problema. "Há 8 anos, se os Estados Unidos espirrasse, nós pegaríamos uma pneumonia", disse ele.
E após o fracasso da Rodada Doha, Lula não poupou os organismos internacionais de críticas. "No G-8 [reunião dos países mais desenvolvidos do mundo], ninguém falou da crise americana. Ah, se fosse o Brasil, a Bolívia, a Venezuela e a Argentina...estava todo mundo dando palpite, dizendo que o fazer", disse ele.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bras ... 8968.shtml
Para Lula, crise dos alimentos é oportunidade
Para Lula, crise dos alimentos é oportunidade
"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.

VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.
- Fernando Silva
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Re: Para Lula, crise dos alimentos é oportunidade
Está parecendo a "ilha de tranquilidade" e o "milagre brasileiro" do Geisel, pouco antes de a crise explodir.
Elio Gaspari
A “Coisa” está aí, para comer quem não a vê
"O Globo" 03/08/2008
Ruiu a negociação para um ordenamento do comércio mundial. O petróleo está a 140 dólares o barril, e o tanque de um SUV bebe mais de cem dólares numa bomba de gasolina dos Estados Unidos. Isso no andar de cima. No de baixo, o barro necessário para fazer cem biscoitos de terra com óleo de soja e sal na favela de Fort Dimanche, em Port au Prince, subiu 40% em um ano. Como diria Bob Dylan, “alguma coisa está acontecendo por aí, Mr. Jones, e você não sabe o que é.”
Ninguém sabe, mas o melhor que se tem a fazer é reconhecer que a “Coisa” está acontecendo. Em 1973, quando o preço do barril de petróleo pulou de 2,90 dólares para 11,65, poucas pessoas perceberam que se acabara uma Idade de Ouro iniciada em 1949. Henry Kissinger, um dos donos do mundo à época, escreveria mais tarde: “A revolução do petróleo (…) era inevitável, mas sua inevitabilidade só foi vista depois.”
Nessas horas, pequenos grupos de pessoas tomam decisões que mudam a história de um país. No Brasil de 1974, governando numa economia dependente de petróleo, o presidente Ernesto Geisel resolveu pisar no acelerador. Aproveitou o dinheiro fácil do mercado mundial e foi buscar a manutenção de altas taxas de crescimento. Investiu na pesquisa e exploração do petróleo descoberto em 1974 na Bacia de Campos, lançou um programa de estímulo ao plantio de soja no cerrado e criou o Pró-álcool, destinado a substituir parte do consumo de gasolina. O etanol, o petróleo da plataforma continental e os grãos do cerrado tornaram-se alavancas do progresso nacional.
Esse é o lado bom da história. No lado ruim, criou-se a lenda da “ilha de tranqüilidade” e tomou-se gosto pelo endividamento externo a juros camaradas. Ele passou de 12,5 bilhões de dólares no início de 1974 para 50 bilhões em 1979.
Nessa hora veio uma nova “Coisa”. Com a inflação americana a 13%, o presidente do Fed, Paul Volcker jogou a taxa de juros para cima, levando-a a 21,5% no final de 1980. Resultado: dois anos depois o Brasil quebrou, entrando numa crise que mutilou os sonhos de uma geração
Em 1993 um curioso encontrou com Volcker e comentou: “Lendo o seu livro de memórias, fica a impressão de que o senhor quebrou o Terceiro Mundo para salvar a banca americana (que emprestara dinheiro aos emergentes da época)”. Ele respondeu: “Esse era o meu serviço”.
A “Coisa” voltou a rondar a economia mundial, e Volcker, aos 80 anos, é um dos notáveis colaboradores de Barack Obama em sua campanha para presidente dos Estados Unidos. Ele não tem medo de cara feia.
Na hipótese de um surto protecionista americano, o Brasil só tem a temer impulsos mágicos como os da Argentina dos Kirchner ou a tese da “ilha de tranqüilidade” da ekipekonômica dos anos 70. Um piripaco no mercado externo pode descarrilhar a economia de Pindorama, que exporta minério e importa trilhos com o dólar na casa dos R$ 1,50. O câmbio como política de controle da inflação quebrou o país em 1999, com uma cotação semelhante à de hoje. Pode-se não saber como será a “Coisa”, mas certamente ela não beneficia países que decidem se desindustrializar.
À espera da “Coisa”, a China lançou um programa de construção de 200 cidades de 3 milhões de habitantes em dez anos. Ou seja, dez Campinas por ano. Isso significa, entre outras coisas, fé no mercado interno. A China não é boba e protegeu sua lavoura contribuindo para melar uma negociação na qual o Brasil concordara em abrir seu mercado industrial em troca de concessões futuras na área agrícola.
Hoje, os livros-texto de História contam com naturalidade que a crise dos anos 70 era inevitável e que uma alta dos juros americanos em 1980 era tão certa quanto o nascer do sol. Quem disser que sabe como será a primeira “Coisa” do século XXI estará num exercício de presunção ou desperdiçará uma oportunidade de ficar rico investindo nas suas expectativas. Uma coisa é certa: em qualquer crise e qualquer tempo, quem contrapôs a teoria da “ilha de tranqüilidade” às ameaças da “Coisa” comprou um lindo mico, como o que subiu no ombro de George Bush.
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Re: Para Lula, crise dos alimentos é oportunidade
Toda crise - para um safado oportunista - é oportunidade. Se houver uma guerra, Lula adorará alimentá-la com venda de aviões ou de combustível feito de mamona ou carambola ( desde que não roubem a pinga dele, tá valendo). É assim que têm sido com os programas sociais, as falcatruas politiqueiras e com as viagens "de negócios" e toda putaria deste governo.
Se ele quiser inflacionar o mercado internacional com a produção agrícola tupiniquim que o faça. Mas fazer o mesmo no mercado interno e ainda dar uma de vítima da crise, ele que vá catar coquinho!
LULA, POR QUE NÃO TE CALAS????
Se ele quiser inflacionar o mercado internacional com a produção agrícola tupiniquim que o faça. Mas fazer o mesmo no mercado interno e ainda dar uma de vítima da crise, ele que vá catar coquinho!
LULA, POR QUE NÃO TE CALAS????
